O número de focos de calor no primeiro semestre de 2010, em Mato Grosso, aumentou em mais de 150% com relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 4.677 focos contra 1.844 registrados em 2009. O total de ocorrências para o primeiro semestre de 2010 traz um alerta, pois é semelhante ao primeiro semestre de 2006, que terminou com quase 60 mil focos de calor. Os dados fazem parte de uma análise elaborada pelo Instituto Centro de Vida (ICV) que utilizou uma série histórica de 1º de janeiro de 2005 a 29 de junho de 2010 dos dados dos sensores AQUA e TERRA do satélite MODIS.
De acordo com o estudo, quinze municípios contabilizaram mais de 100 focos de calor neste primeiro semestre, totalizando 2.859 focos. Esses municípios estão localizados, principalmente, em á reas de cerrado ou florestas estacionais do estado. Entre eles aparecem: Tangará da Serra, teve o maior número de focos (565 focos), seguido de Santa Carmem (381 focos) e Paranatinga (250 focos).
Do total de 4.667 focos registrados no semestre, a maior parte (44%) ocorreu em áreas de propriedades e posses rurais não cadastradas no Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental de Mato Grosso (SIMLAM), com 2.078 focos, seguido das propriedades cadastradas (25%), com 1.152 focos. As unidades de conservação tiveram apenas 22 focos de calor (menos de 1%) e os assentamentos da reforma agrária, 345 focos (7%). Já as Terras Indígenas registraram 1.080 focos (23% do total no período).
O Instituto aponta como fatores que podem ter causado o aumento do número de queimadas e incêndios observados, dois pontos principais: a antecipação de queimadas para fins agropecuários antes do período de proibição, que normalmente se inicia em 15 de julho e corre até 15 de setembro; e fatores climáticos, como o vento ou as temperaturas mais elevadas que a média, que não provocam queimadas diretamente, mas podem propiciar a propagação das queimadas iniciadas por ação humana.
Colaboração de Daniela Torezzan
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César Torres