sábado, 4 de setembro de 2010

Saúde e Meio Ambiente

Malditos os que se acha ‘donos’ da Terra.

Às vezes eu questiono os motivos que me levam a levantar bandeiras que não me pertencem; que não afetam meus mais imediatos interesses diretamente. Mas, como ignorar a ação do meio ambiente sobre nossa saúde? – A harmonia com o meio ambiente e a sua preservação fazem parte do esquema de saúde social dentro do qual se insere a individual. Exemplo: os terapeutas devem colaborar na mudança dos conceitos da agricultura industrial voltada para a superprodução, com conseqüentes danos ecológicos que, decorrem do desmatamento, da diminuição das matas ciliares, do envenenamento da água, do aterro das nascentes, das aplicações químicas que geram intoxicações e estimulam o surgimento de pragas; e acima disso mostrar também o desperdício na produção, no armazenamento e na distribuição de alimentos, como causa de fome e do surgimento de mais e mais doenças.

Nosso assunto de hoje é a tentativa por parte de alguns parlamentares da bancada ruralista de mudança da lei de proteção ambiental, enfraquecendo o código florestal brasileiro.
Antes de adentrar no tema gostaria de recordar um fato: Dia destes, assisti ao final de um debate a respeito do uso da terra que me deixou muito preocupado; porque não dizer desalentado quanto ao futuro do planeta. O assunto era a monocultura, no caso em discussão, a cana-de-açúcar e os males que podia gerar ao meio ambiente a curto e médio prazo. De um lado estava um cidadão preocupado com o meio ambiente e um técnico em engenharia ambiental e de outro um usineiro e um fazendeiro – cada qual expôs seu ponto de vista sobre os malefícios e os benefícios da cultura da cana em larga escala como está ocorrendo no estado de São Paulo (malditos carvõezinhos que empesteiam nossa cidade, emporcalhando tudo e agravando as doenças respiratórias através da troglodita queima antes da colheita).

Foram usados todos os argumentos pró e contra como: possibilidade de criar desertos, destruição ambiental não recuperável, alterações climáticas regionais, criação de novos empregos, geração de energia elétrica, uso de subprodutos para a produção de polímeros, exportação de tecnologia sucroalcoeira, etc. A discussão caminhava tranqüila até que, lá pelas tantas, um telespectador através de e-mail sugeriu a possibilidade de aplicação de uma idéia já em uso em alguns municípios: zoneamento agrícola, submetendo o uso da terra na área rural a algo semelhante ao que temos na zona urbana; não foi possível discutir a idéia, pois o fazendeiro nem deixou o moderador concluir a mensagem, ele foi categórico: – Isso é uma besteira que contraria a Constituição, pois a terra é minha e faço dela o que eu bem entender; se não estiver plantando algo ilícito ninguém pode determinar o que devo ou não cultivar na minha propriedade. – Me diga algo que esteja dando mais dinheiro do que plantar cana que logo eu vou começar a preparar a terra! – Como é melhor rir do que chorar, na hora eu lembrei de uma célebre frase do H. Simpsom (desenho da TV): “A culpa é minha; ponho ela em quem eu quiser”…

Não importa quem ganhou o debate, no sentido de convencer mais telespectadores, o que realmente me preocupou: até quando vamos confundir o que é legal com o justo, ético e inteligente? E o que começa a desalentar: em pleno século XXI o conceito de propriedade não se atualizou segundo as conquistas da inteligência e da capacidade de discernir. Jesus cansou de nos avisar para não desperdiçarmos muito tempo nem gerarmos débitos graves com os outros e com o planeta tentando armazenar em celeiros ou guardar em cofres as coisas materiais. Salta aos olhos que não somos donos de nada, estamos donos, temporariamente. No caso do fazendeiro, deu para perceber que ele se sentia realmente dono da sua terra; esquecia que dali a alguns minutos poderia estar morto ou é possível que pouco tempo depois resolvesse vender as terras e, a pessoa que se acharia dono delas seria outra. Ainda não somos donos de nada, nem do nosso tão decantado livre arbítrio, que ainda é precário e relativo.

Orgulhosos e egoístas pela nossa teimosia em manter posturas como a dele nós ainda estamos fortemente sujeitos á ação da lei de causa e efeito pelo lado negativo; tanto no aspecto individual como coletivo (amigo leitor, não vá pensando que não tem nada com isso). As pessoas que se acham donas da terra; ou de qualquer outra coisa de 3D, como ele; se soubessem o que as aguarda no futuro teriam com certeza uma conduta diferente no presente – O pior é que, alguns de nós herdaremos a Terra; e de retorno, sofreremos pelo comodismo e pela covardia desta vez; esperamos que não mais junto com ele e alguns vândalos que hoje se acham proprietários. Nada desta dimensão nos pertence nem aos nossos herdeiros, pois não somos donos nem da própria existência. Não temos competência nem para dispor dela se estivermos descontentes com o rumo que tomou; ou se nos sentimos infelizes porque ela não está rendendo tudo que esperávamos; pois a vida apenas a Deus pertence.

O planeta é um bem de uso comum.

Ainda dependemos muito uns dos outros, nossa soberania emocional é pouco desenvolvida colocações infantis como “a vida é minha faço dela o que quiser” ou “não tenho medo nem me importo de morrer; até nem quero ficar velho para não dar trabalho para os outros”; afirmações desse tipo sinalizam ignorância e pouca maturidade psicológica da nossa parte.

A situação é grave; pois mesmo os que se acham espiritualistas; quando se encontram na condição de proprietários da terra, ainda criam animais para matança, aterram nascentes para plantar um pouco mais de capim, soja ou cana. Aproveitam a estiagem para atear fogo á reserva obrigatória de lei e, depois, já que está queimada na cara dura a aproveitam para plantio. Infelizmente a maior parte de nós quando vive a prova do poder e da propriedade ainda pensa mais com o bolso do que com o coração. Depois, em 4D, desencarnados damos trabalho por décadas ou centenas de anos na condição de apegados obsessores; tirando o sossego de herdeiros e até de terceiros; pois, quando nos apegamos ás posses não apenas destruímos o meio ambiente ou assassinados animais; ainda transportamos essas encrencas para o outro lado da vida. Claro que dentro da perfeição da criação, todos os males acabam tornando-se um bem. Quem comete desatinos e torna-se um sofredor ou até obsessor e; nessa pisada de bola, torna-se ferramenta para que outros devedores de si mesmo ou do coletivo possam progredir quando já mais conscientes e esclarecidos – Mas, até quando será dessa forma? – Entregar tudo na tal mão de Deus é covardia? Preguiça? Falta de responsabilidade?

O planeta suportará tanta agressão cada vez mais rápida e intensa dos que se acham os donos do planeta como as populações do hemisfério norte e os proprietários da terra abaixo do equador? Nossa querida Gaia dá sinais de estar agonizando – Será que não seria hora de depurá-lo das pessoas que não gostam dele? – O que estará atrasando o final dos tempos? – Será que os habitantes dos mundos que vão receber os terráqueos estão protestando junto a Deus, fazendo passeatas cósmicas para não nos receber? – Talvez muitos governadores de mundos estejam preocupados com a possibilidade da nossa eminente chegada e estejam negociando cotas – algo assim: o meu planeta só agüenta uns dez mil dessa raça; outro: – até uns dois milhões dos mais mansos dá para acomodar, mais do que isso vai ser problema…

Mesmo tentando manter a fé na raça humana ainda fico com um que de desconfiança de alguns Avatares afirmarem que mesmo expulsos daqui levaríamos o progresso a esses mundos: nossos novos lares – Será? – Se nós levarmos a doença do orgulho e do egoísmo a povos primitivos não será um novo desastre? – Parece que já assisti a esse filme várias vezes, apenas o enredo e alguns personagens mudam…É esperar para ver. Com a palavra o senhor do Tempo…

Mas, vamos ao que interessa. Recebi o seguinte comunicado:

“Caros amigos,Um grupo de deputados estão tentando enfraquecer as proteções ambientais no Brasil, matando nosso Código Florestal. Vamos deixar claro que os brasileiros não permitirão um retrocesso na proteção das nossas florestas. Clique abaixo:

Envie uma mensagem agora!

É chocante, mas o congresso brasileiro poderá abrir oficialmente uma “temporada de desmatamento”, nas 5 regiões do Brasil, significando um retrocesso de décadas em proteção ambiental!

Mais de 70 deputados da bancada ruralista, representando os interesses do agronegócio, estão tentando enfraquecer o Código Florestal brasileiro. Se eles conseguirem, milhões de hectares deixarão de ser protegidos por lei!

O Congresso está dividido – há uma forte oposição dos parlamentares ambientalistas; mas os dois maiores partidos, o PT e o PMDB, ainda não assumiram uma posição. Porém, a não ser que haja uma grande pressão popular, é provável que eles se alinhem com os ruralistas para ganhar apoio político nas eleições de outubro. Chegou a hora de mostrar o que o Brasil quer! Vamos enviar milhares de mensagens direto para os emails dos líderes partidários, eles estão negociando o posicionamento dos seus partidos agora mesmo! Clique abaixo e envie a sua:

http://www.avaaz.org/po/mensagem_codigo_florestal/?vl

As propostas mais perigosas são: a anistia irrestrita ao desmatamento ilegal ocorrido até 2008, a eleminação da Reserva Legal para propriedades de até 4 módulos rurais inclusive na Amazônia e a transferência da regulamentaçõa para o nível estatal, flexibilizando a lei. As propostas são uma grave ameaça à preservação ambiental, reduzindo dramaticamente as áreas atualmente protegidas.

Grupos ambientais estão fazendo tudo o que podem para impedirem os ruralista, mas eles precisam de nossa ajuda. Mais de 90.000 brasileiros assinaram a petição para salvar o Código Florestal em menos de duas semanas. Mas agora nós precisamos aumentar a pressão e enviar milhares de mensagens ao líderes partidários. Os líderes estão negociando o posicionamento dos partidos agora mesmo – envie uma mensagem para eles, deixando claro que não queremos alterações no Código Florestal!

http://www.avaaz.org/po/mensagem_codigo_florestal/?vl

Nós precisamos acabar com o mito de que a preservação ambiental é uma ameaça ao desenvolvimento. Um estudo recente mostra que o Brasil possui mais de 100 milhões de hectares disponíveis para agricultura, ou seja, há terra suficiente para produzir. O Brasil tem o privilégio de ser um país rico em recursos naturais e temos a rara oportunidade de crescer de forma sustentável. É nossa responsabilidade desenvolver e preservar ao mesmo tempo. Envie uma mensagem agora, não deixe que eles acabem com o Código Florestal!


* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 06/06/2010

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César Torres