terça-feira, 1 de maio de 2018

Energia eólica revoluciona matriz energética no Uruguai



1º na América Latina e 4º no mundo na quantidade de geração de energia elétrica coberta com fonte eólica.
Parque Eólico BX. Crédito: Aguaclara

Em março, o vento venceu a água pela primeira vez. Durante o terceiro mês do ano, a energia eólica tornou-se a primeira fonte de geração de eletricidade no Uruguai, deslocando a hidráulica para o segundo lugar. Os 40,96% da energia em março foram gerados pelo vento, seguido por água com 38,77%, biomassa de resíduos florestais e casca de arroz (9%), térmica (7,65%) e fotovoltaica (4,65%) explicou o restante, de acordo com as informações disponíveis no site da empresa elétrica do país (UTE).
No fim do ano passado, foram instalados mais parques eólicos que permitiram ao país alcançar e se aproximar ainda mais das metas propostas para 2020 em energias renováveis, estabelecidas na Política Energética (2005 a 2030) da nação. Hoje, o Uruguai possui 43 centrais de geração, capazes de abastecer mais de 35% da população.
Em uma década, o Uruguai tornou-se o país com maior proporção de eletricidade gerada a partir da energia eólica na América Latina e quarto no mundo, segundo o relatório “Renovable 2017: Report Global”, elaborado pela REN 21 (Veja p. 89, na figura 29: http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2017/06/17-8399_GSR_2017_Full_Report_0621_Opt.pdf).
Com isso, o país reduziu sua vulnerabilidade às mudanças climáticas e às crescentes secas que afetam as hidroelétricas, bem como reduzir os custos de geração e cumprir os compromissos firmados em fóruns internacionais como Paris e Marrocos.
Hoje, mais de 95% do país é abastecido com energias renováveis: hidroelétrica, solar, biomassa e eólica. Para alcançá-lo, foram investidos US $ 2.700 bilhões na mudança da matriz energética, dos quais US $ 1.800 bilhões foram destinados a infraestrutura para energia eólica.
O progresso da energia eólica no Uruguai foi feito graças a um conjunto de medidas e condições favoráveis: um esquema de benefícios fiscais, a disponibilidade de recurso eólico, processos competitivos de contratação transparentes, forte rede de infraestrutura viária, portuária e eletricidade, e fundamentalmente, um consenso político-social que garanta a continuidade e solidez do desenvolvimento energético como prioridade do Estado.
Colaboração de Fernanda Bertin, in EcoDebate

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César Torres