Devemos considerar que a Educação Ambiental para uma sustentabilidade efetiva, necessita de um processo contínuo de aprendizagem, baseado no respeito de todas as formas de vida, afirmando valores e muitas ações que contribuam para a formação social do homem e a preservação do meio ambiente. Cat
sábado, 30 de janeiro de 2010
INHAPIM, LIXÃO NUNCA MAIS
UM SALTO PARA O FUTURO
Um pouco da história. Inhapim, na década de 60 e 70 ainda uma cidade com pouco mais de 20.000 habitantes sendo aproximadamente 70% da população residente na zona rural onde sua economia predominava a agricultura e pecuária. A população urbana com aproximadamente 5.000 habitantes com hábitos diferentes de hoje, não produzia o volume de lixo per capta da atualidade. Lembrando aquele momento, onde o responsável pela coleta de lixo era somente o Sr. José Elias com sua carroça e a mula chamada avenida e que pelo hábito atendia tomos os seus comandos. Época áurea para o meio ambiente, o lixo era 90% de material orgânico que com facilidade o meio ambiente absorvia com pouco impacto ambiental. A cidade cresceu, e com ela os problemas.
O êxodo rural e o crescimento natural da população provocaram um salto no número de habitantes. Hoje a população de Inhapim, mesmo com a emancipação dos distritos de São Domingos das Dores e São Sebastião do Anta é de 24. 952 h. onde a população urbana conta com aproximadamente 15.000 habitantes, representando 60% da população total do município.
A modernidade e evolução da tecnologia criaram hábitos sociais que favoreceu o consumismo. No passado a opção das donas de casa era o uso das sacolas de tecidos para as compras, hoje a invasão das sacolas plásticas, a vilã da poluição, faz parte da rotina dos brasileiros. Os produtos descartáveis também, como: vasilhas plásticas, eletro eletrônicos celulares etc. também contribuem para o aumento significativo na produção do lixo urbano. O resultado de tudo isso é a produção do lixo doméstico em média de 500g per capita dia.
Hoje é comum as pessoas colocarem o lixo de suas residências para coleta, e depois que são retirados não imagina para onde o lixo foi e o problemão que causou para a administração e o meio ambiente. Portanto a necessidade de todos começarem a conhecer a realidade dos problemas e contribuírem com o poder público, ajudando com iniciativas simples como a diminuição do consumo de produtos descartáveis, principalmente as sacolas descartáveis. Já é um bom começo.
O lixão. Problemas e solução.
O lixão de Inhapim funcionou durante anos às margens do Rio Caratinga, precisamente no local denominado cachoeirão, período em que os problemas ambientais ainda não eram tratados com a devida importância que merecia. Em 2008 aproximadamente foi extinto aquele depósito e transferido para a vizinha Cidade de Ubaporanga às margens da BR 116 na propriedade particular do Sr. Mário Fialho que firmou convênio com o município alugando assim suma área de terra.
O lixão permaneceu ali por pouco tempo, a legislação ambiental da época já estabelecia distância mínima das rodovias. Por força da legislação foi transferido para outra área do mesmo proprietário, que acabou alugando também a mesma área para a Cidade de Ubaporanga, consorciando assim o depósito de lixo.
Em 01 de janeiro de 2008, primeiro dia da posse de Grimaldo Bicalho como Prefeito de Inhapim, se deparou com uma situação bastante incomoda e séria, onde colocar o lixo de Inhapim? O ministério público já havia comunicado a administração anterior para adequar a área do lixão à legislação pertinente, pois, se encontrava em situação deplorável. Diante da situação o Ministério Público felaborou um Termo de ajuste de conduta (TAC ) assinado pelo Ex-Prefeito, e que não foi cumprido, o que culminou em proibição de utilização da área e multa para o município.
A administração municipal, diante do problema, buscou o Ministério Público, que se sensibilizou com a situação, permitindo um prazo para adequação e a continuidade na utilização da área, até uma tomada de decisão definitiva. O compromisso foi cumprido, e a área recebeu o tratamento adequada. Sendo coberto todo lixo a céu aberto, feito a vala para aterro controlado, cerca de arame na área total e plantio de grama no locar aterrada.
Ainda em 2009, buscando uma solução definitiva o Prefeito procurou uma área que melhor enquadrasse na Legislação vigente. Foram verificadas várias localidades e analisadas criteriosamente cada uma. Considerando ainda a indisposição dos proprietários em vender ou alugar para os objetivos propostos. Quando em final de dezembro a administração recebeu a comunicação assinada pelo Prefeito de Ubaporanga que não mais permitiria a continuidade do município de Inhapim em depositar o seu lixo naquela área, sendo que o contrato de arrendamento da área havia vencido dia 31 de dezembro.
Diante do exposto o processo de construção de um aterro controlado foi acelerado, e a Administração alugou uma área que atendia todas as especificações técnicas exigidas na Deliberação Normativa do COPAM 118 de julho de 2008 descrita abaixo.
O que é o Aterro Controlado?
São técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e a à segurança,minimizando os impactos ambientais.
Requisitos Básicos da DN 118/2008.
I – a localização da área não poderá ocorrer, em nenhuma hipótese, em áreas erodidas, em especial em voçorocas, em áreas cársticas ou em Áreas de Preservação Permanente – APP;
II – localização em área com solo de baixa permeabilidade e com declividade média inferior a 30%;
III – localização em área não sujeita a eventos de inundação, situada a uma distância mínima de 300 metros de cursos d’água ou qualquer coleção hídrica.
IV – localização em área situada a uma distância mínima de 500 metros de núcleos populacionais;
V – localização em área com distância mínima de 100 metros de rodovias e estradas, a partir da faixa de domínio estabelecida pelos órgãos competentes;
VI – implantação de sistema de drenagem pluvial em todo o terreno, de modo a minimizar o ingresso das águas de chuva na massa de lixo aterrado e encaminhamento das águas coletadas para lançamento em estruturas de dissipação e sedimentação;
VII – realização de recobrimento do lixo com terra, de acordo com a
freqüência abaixo:
• municípios com população urbana entre 10.000 e 30.000 habitantes– no mínimo três vezes por semana;
VIII - manutenção de boas condições de acesso à área do depósito de lixo;
IX – a área do depósito de lixo deverá ser isolada com cerca, preferencialmente complementada por arbustos ou árvores, e possuir portão na entrada, de forma a dificultar o acesso de pessoas e animais, além de possuir placa de identificação e placa de proibição de entrada e permanência de pessoas estranhas;
X - proibição da permanência de pessoas no local para fins de catação de materiais recicláveis, recomendando-se que a Prefeitura Municipal crie alternativas adequadas sob os aspectos técnicos, sanitários e ambientais para a realização das atividades de triagem de materiais, de forma a propiciar a manutenção de renda para as pessoas que sobrevivem dessa atividade, prioritariamente, pela implantação de programa de coleta seletiva em parceria com os catadores;
XI – Proibição de disposição no deposito de resíduos sólidos urbanos de pneumáticos e baterias;
XII - Proibição de uso de fogo em deposito de resíduos sólidos urbanos.
Os procedimentos estabelecidos em Lei estão sendo adequados criteriosamente para um aterro controlado. A população de Inhapim pode se alegrar, pois o Prefeito de Inhapim, não só está cumprindo a legislação do Aterro Controlado como também já instalando o processo de triagem e compostagem do lixo, o que irá diminuir em até 70% o volume do aterro. Atitude essa que refletirá em transformar o lixo em receita e diminuir em 70% o impacto ambiental causado no descarte de resíduos sólidos.
Essa afirmativa se dá em função do empenho da administração em buscar o melhor.E para coroar de êxito, ainda mais esse importante empreendimento, recebemos a visita do representante da FEAM, que permaneceu no local toda tarde de quinta-feira dia 28/01, examinando detalhadamente todos os procedimentos e critérios estabelecidos na legislação. Concluindo com a elaboração de um relatório com aprovação integral do empreendimento e colocando a Cidade de Inhapim entre os municípios mineiros que ERRADICARAM O LIXÃO e adotaram o ATERRO CONTROLADO como medida de redução do impacto ambiental.
Esta matéria é importante, principalmente para as pessoas que desconhecem as dificuldades de execução de projetos dessa envergadura e não conseguem perceber a diferença entre administradores sérios e comprometidos com outros que não tiveram sequer respeito pelos compromissos assumidos em juízo.Que fazer terrorismo com população por desconhecimento ou informações erradas e tendenciosas, para satisfação pessoal ou para alimentar um pasquim criado com objetivos escusos, não exime de responsabilidade de falsidade todos os envolvidos. E que atirar pedras é mais cômodo do que arregaçar as mangas e ajudar na busca de soluções, lembrando que o problema lixo hoje é um problema não só da administração, mas também de todos nós.
Parabéns Inhapim, parabéns administração.
César A. Torres
Caro Cesar;
ResponderExcluirTudo Bem?
Temo que uma visita pessoal ao local alugado que você intitula "área que atendia todas as especificações técnicas exigidas " deva contrariar suas expectativas. Há sim no local em comento um curso de água, que abastece todo o município de Inhapim, que pode/está sendo afetado pela obra em comento. O local em que houve a retirada de terra é um topo de uma encosta onde a cobertura vegetal é demasiada frágil.
Não houve qualquer respaldo aos proprietários de terras circunvizinhas acerca da sustentabilidade ou regularidade de tal obra. Tal adminstração, tão elogiável, não procurou os interessados para esclarece-los acerca da possibilidade ou não de danos irreparáveis em seus terrenos se tal obra não tiver os devidos cuidados afetando o solo e agua que dispoem tais instancias( as pastagens e lençois freáticos podem ser contaminadas pelo xorume, por exemplo. Será que isso foi levado em conta pelo engenheiro ambiental, devidamente habilitado, que deveria coordenar os trabalhos? ).
É claro que o mérito administrativo não pode ser questionado, o manejo da conveniência e oportunidade na feitura de uma obra pública mostra que são os grandes administradores. Porém, um compromisso maior do ato administrativo que chancela uma obra dessa periculosidade é com a legalidade, moralidade e PUBLICIDADE.
Gostaria de saber se você sabe DE FATO o que está ocorrendo no local e sobre a efetiva regularidade de tal obra.
Aguardo resposta e parabéns pelo trabalho
Caro Anônimo
ResponderExcluirSua preocupação é compreensível, considerando os impactos causados por resíduos sólidos sem os tratamentos adequados. Quando afirmamos que a “’área atendia todas as especificações técnicas exigidas” de fato são reais e certamente não irão contrariar as expectativas e esclarecemos melhor nossa posição:
1º. O curso de água que abastece o município está distante do aterro aproximadamente 1000mt (mil) metros, considerando que a distância mínima exigida é de 300 metros tolerando até mesmo 200 metros na impossibilidade de outro local. O único curso de água próximo que corta a propriedade também está a mais de 500 metros do local. Quanto ao lençol freático onde a medida de segurança é de três metros, a perfuração no fundo da vala não detectou a existência de água nessa profundidade. O risco será zero, considerando os cuidados que estão sendo tomado na execução da obra.
2º. O topo da encosta do empreendimento onde foi retirada a terra era uma área de pastagem de Capim-Braquiária com uma reserva de mata nos fundos e que torna positivo para ajudar a diminuir o impacto ambiental, e que as outras laterais já estão sendo arborizadas com o mesmo objetivo.
3º. Quanto aos visinhos, sei que a preocupação da possibilidade de danos irreparáveis são grande, mas, continuo afirmando que não existe motivo de preocupação e terão a oportunidade de conhecer com detalhes em loco, todos os passos da execução. Podemos afirmar isso porque, o que está sendo feito na verdade, é um aterro controlado com triagem e compostagem do lixo orgânico, conclusão, o lixo que deverá ser aterrado não passará de 30% de todo lixo produzido. Com compostagem de todo lixo orgânico responsável pela produção do chorume nos dá a certeza que o empreendimento não será de alta periculosidade.
4º. Outra certeza é que Inhapim desde 2009 terceirizou a coleta do lixo de saúde que é levado para Belo Horizonte onde é esterilizado e incinerado por empresa certificada.
5º. E para ratificar nossa afirmativa, na última quinta-feira, tivemos a visita de um representante da FEAM, que veio fiscalizar a construção do aterro, bem como todos os possíveis impactos na área e no entorno. Permaneceu no local toda tarde de quinta-feira analisando todos os aspectos ambientais do local e entorno, aprovando integralmente o empreendimento em um relatório de duas páginas, onde as observações foram só complementares. Hoje Inhapim já está com registro em Minas Gerais como municio que erradicou o lixão.
Espero ter clareado um pouco mais sua visão e diminuído os seus temores e aproveito para fazer um convite para uma visita em loco e ter uma melhor idéia de nossas afirmativas.
Obrigado pelos questionamentos!
Abraços.
Prezado Senhor,
ResponderExcluirNa intenção de um melhor entendimento a respeito da matéria publicada por V.S, gostaria que se possível nos informasse:
- Qual classe se situa o empreendimento segundo a IN074/2004?.
- Foi elaborado e encaminhado aos orgãos competentes o FCE? Foi gerado o FOB pela SUPRAN?
- A alteração de uso de solo obedeceu ao disposto nos art. 37-49 da Lei 14309?
- O empreendimento já recebeu a autorização ambiental de funcionamento(AAF)?
- Foi apresentado Plano de Controle Ambiental?
- è possivel informar o nome e crea do responsável técnico pelo empreendimento?
Desde já agradecemos.
Prezado Anônimo,
ResponderExcluirInformamos que o FCE foi protocolado dia 22/01/2010 sendo gerado o FOBI com exigencia inúmeras, inclusive as solicitadas por V.S,e estão sendo providenciados para conclusão do processo.
Cesar vc disse que o local é um topo, foi olhado se o local é ou nao APP?
ResponderExcluircesar onde voce arrumou aquelas fotos bacana
ResponderExcluirdeste aterro sanitario,pois nao e onde e o lixao hoje! pois eu estive la ontem e Deus me livre nao tem nada a ver com estas tuas fotos.
Anonimo
ResponderExcluirComo forma de melhor esclarecer resolvi postar uma matéria melhor esclarecedora sobre APP. Espero ter assima atendido suas dúvidas.
Lana.
Quanto as fotos do aterro contralado são ilustrativas, razão de não mencionar o nome de Inhapim nas mesmas, como pode ver em sua visita no aterro, o mesmo está em obras, após as conclusões iremos colocar fotos reais dos resultados. Quanto a foto do lixão foi tirado em janeiro de 2009 em Ubaporanga.
César fala a verdade voces nao tem autorização para fazer o empreendimento?
ResponderExcluirPrezado Anônimo.
ResponderExcluirSem querer ser deselegante, gostaria que suas perguntas fossem mais bem estudadas.
Digo isso, porque desde as minhas colocações iniciais foram mostrando as iniciativas do processo de licenciamento. O protocolo do FCE que gerou o FOB e que todo processo está em andamento. Salientando ainda que qualquer licenciamento para um empreendimento deste porte mesmo sendo classificado como classe 1 . possui um tempo médio de 90 dias. Concluindo que o município jamais poderia esperar a conclusão do processo para dar início a obra ou a atividade do aterro. Considerando ainda que o contrato do LIXÃO, onde era depositado o lixo de Inhapim, não foi renovado, findando em 31/12/2008.
Cesár se o município sabia que o contrato do lixão ia terminar no dia 31/12/09, pq ele nao providenciou uma área e fez todo este procedimento, evitando assim esta polemica?
ResponderExcluirPrezado Anônimo.
ResponderExcluirAs razões são inúmeras, e passo a esclarecê-las:
Quando em 2008 Grimaldo assumiu a prefeitura em uma mudança política, os problemas a serem contornados foram inúmeros, um deles era exatamente o lixão , situação que esclareço na matéria. Os problemas de início de governo foram estratosféricos. Carros todos estragados, sem nenhum pneu, nenhuma máquina funcionando, 70% das escolas em estado de calamidade, sem contar que a prefeitura só pôde ser aberta em início de março, porque a adm anterior só entregou a contabilidade em fevereiro etc. etc....
As chuvas foram excessiva permanecendo durante 4 meses quase ininterruptas ocasionando uma enchente na cidade, a derrubada de 30 pontes rurais e destruição de 100% das estradas que já se encontravam em estado de abandono. E para agravar ainda mais, houve uma queda de receita em relação ao ano anterior na ordem de 30%. O contrato de arrendamento do terreno era renovado todo ano, a mais de dez anos, não seria este o motivo principal de nossa preocupação e sim a solução definitiva do aterro.
Contudo em 2008 começamos a estudar no entorno uma área que atendesse as especificações técnicas exigidas na legislação e sempre encontrando alguma barreira como; a proximidade de área urbana inferior a 2km, e passível de expansão urbana nos próximos anos, o valor das terras, a resistência dos proprietários em querer vender para os objetivos propostos e o principal, a falta de recursos financeiros diante da queda de receita e tantas necessidades inadiáveis como estradas pontes escolas, veículos etc. que a compra ou desapropriação de um terreno dependeria de recurso financeiro em cash motivo para forçosamente adiar o processo para 2009, o que culminou em um ofício do Prefeito de Ubaporanga proibindo definitivamente o consórcio no lixão e a não prorrogação do contrato. Nos criando um estado de emergência e felizmente encontramos alguém que se dispôs a ceder o terreno e que já foi vistoriado pela FEAM aprovando o local.
Quero afirmar novamente, após a conclusão das obras, o aterro controlado, a triagem e compostagem do nosso lixo, será modelo na região, e o risco de contaminação será zero.
Quando não estamos dentro do problema, se torna difícil entender a complexidade de uma administração, uma vêz que a opnião pública às vêzes ao focar um prblema se esquece de uma visão do todo.
Espero ter respondido suas dúvidas.