domingo, 28 de novembro de 2010

Materiais do Futuro: tendências para materiais ecologicamente corretos em aparelhos eletrônicos

A tendência do século XXI é pensar mais na natureza, mas sem largar a tecnologia. Veja aqui como as empresas aliam os dois lados.

A tecnologia nos trouxe muitos avanços e muitas melhorias. Mas muita gente está criticando esse progresso, pois dizem que seu custo é muito alto: a nossa natureza. Produzimos muito material tóxico, não degradável e agressivo ao meio-ambiente. Grande parte dos nossos gadgets é feita com plástico, derivado do petróleo e não-degradável. Outra parte utiliza baterias com produtos tóxicos, como o cádmio. Chegamos a um ponto no qual ou resolvemos esse problema dos resíduos tecnológicos ou iremos nos afogar no nosso lixo.

Pensando nisso, muitas empresas começaram a desenvolver produtos ecologicamente corretos. De uma forma ou de outra, todos respeitam os três R’s da ecologia: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Podemos reduzir o consumo de materiais não ecológicos, fazer produtos mais resistentes ou não descartáveis para reutilizá-los e produzir menos lixo e reciclar os materiais – ao tornar novo algo que antes era velho ou se jogaria fora.

Fontes alternativas de energia

Outra forma de repensar a tecnologia é considerar outras fontes alternativas de energia. Talvez a maior fonte de poluentes seja justamente a produção de eletricidade ou energia para rodar nossos equipamentos. Desde as usinas hidroelétricas amplamente utilizadas no Brasil, com seu alto impacto ambiental, até as pilhas e baterias utilizadas nos celulares e aparelhos de MP3, essas fontes de energia acabam por prejudicar o ambiente.


No entanto, vários pesquisadores estão desenvolvendo fontes alternativas de energia justamente para evitar maiores problemas ambientais. Além das fontes mais comuns, como a energia solar ou a energia eólica, a base de ventos, pesquisadores da Universidade de Brigham Young desenvolveram uma bateria à base de glicose e carboidratos - em outras palavras, funciona à base de açúcar! Essa bateria tem uma taxa de conversão de 27%, tendo uma boa taxa de eficiência. Em média, as baterias têm um índice de rendimento médio de 25%.

Também foram pesquisadas outras formas mais leves de utilizar a energia solar. Até agora, as células solares precisavam ser muito grandes para produzir energia suficiente. Contudo, com o avanço tecnológico, já existem células portáteis, o suficiente para alimentar um celular ou até mesmo vários equipamentos eletrônicos, como é o caso da jaqueta com painel solar. Você liga seus equipamentos e ao andar ao sol carrega todos eles. Ou basta deixá-los conectados a uma bateria híbrida solar. Com uma hora de sol, uma hora de música é alimentada no seu MP3 player ou ainda 25 minutos de conversa no celular.



Reduzir uso de materiais tóxicos ou agressivos

Uma forma de pensar na natureza é o desenvolvimento de computadores e equipamentos com menos material tóxico. Uma das iniciativas veio da Intel em 2007 com a produção de chips com baixa utilização de chumbo. Essa proposta da Intel foi inclusive copiada por outras empresas, como a Sony, a qual passou a produzir também produtos sem o elemento.

O chumbo é bastante utilizado em vários microchips, porém, ele é bastante tóxico não só para o meio-ambiente, mas também para a nossa saúde: intoxicação por chumbo e mercúrio pode provocar degenerações neurológicas irreversíveis. Produzir equipamentos livres de chumbo ou de outros metais pesados evita, além de prevenir problemas de saúde, intoxicar também a natureza.

Matérias Primas renováveis

O petróleo e vários metais utilizados na produção de equipamentos eletrônicos possuem uma coisa em comum: não são renováveis. Em outras palavras, o material existe em quantidade finita na Terra. Por isso, eles são chamados de materiais não-renováveis. Diariamente são jogadas toneladas desses materiais no lixo, o que os torna cada vez mais escassos.

Para evitar o desperdício e diminuir a produção de lixo devem-se utilizar materiais renováveis. Basicamente eles são feitos de compostos orgânicos, principalmente de derivados de plantas ou vegetais. Uma boa forma para utilizá-los é substituir as capas metálicas e plásticas dos aparelhos por esses derivados.



Uma iniciativa é a produção de celulares de madeira: é utilizada uma madeira resistente para evitar o uso de plástico. A empresa japonesa NTT Docomo já produziu seu modelo. Ele é feito de madeira de cipreste de áreas de reflorestamento do Japão, moldado com uma tecnologia elaborada pela Olympus, uma de suas parceiras. Esse aparelho não usa corantes nem tintas artificiais e a madeira mantém a propriedade natural de resistência a chuva e insetos.

Outra iniciativa é substituir o plástico que envolve laptops e monitores por bambu - material natural, leve e resistente. A ASUS já criou uma linha ecológica e a batizou de EcoBooks. A ideia é utilizar esse material renovável, de rápido crescimento e com baixo impacto ambiental. A grande vantagem é a possibilidade de reciclar a embalagem em caso de dano.

Talvez a maior revolução nessa área seja a criação do bioplástico. Visualmente ele é idêntico ao plástico tradicional de petróleo, no entanto, é inteiro feito a partir de materiais naturais derivados de plantas, como o milho. A Samsung desenvolveu seu primeiro celular com bioplástico de milho, o Reclaim. Além da capa ecologicaidmente correta, ele possui todas as características de um bom smartphone, como câmera e teclado QWERTY. E para completar, até sua embalagem é feita com materiais 70% reciclados e tinta à base de soja



Materiais recicláveis e reciclados

O grande segredo para o futuro estará na utilização de materiais reciclados. Isso quer dizer que, ao invés de utilizarmos matérias primas direto da natureza, utilizaremos produtos jogados no lixo. Por exemplo, podem-se fazer os manuais de instrução, certificados de garantia ou até mesmo as embalagens dos produtos a partir de papel reciclado ou bioplástico. Podem-se reaproveitar vidros ou componentes metálicos em outros projetos. E ainda é possível reciclar outros produtos, como garrafas PET e latinhas de refrigerante, para serem utilizados como fontes de plástico e alumínio para computadores e outros aparelhos eletrônicos.

Pensando mais adiante, no nosso futuro

Grande parte dos filmes de ficção científica mostra o futuro repleto de materiais metálicos, brilhantes e cromados. Ou então mostram produtos à base de plástico ou acrílico, mais leves e moldáveis que o metal. Acontece que esses materiais não são renováveis e produzem muito lixo. Corremos o risco de termos em breve mais lixo do que produtos úteis.



Talvez precisemos repensar nosso futuro e passar a incluir materiais reciclados e reutilizáveis. Ao invés de produzirmos celulares e peças descartáveis para computador, podemos produzir componentes mais resistentes. Ou se é para serem descartáveis, que ao menos sejam recicláveis. Assim, diminuiremos a quantidade de lixo disponível.

Além disso, produtos ecologicamente corretos são valorizados entre os consumidores. Muitas empresas dizem ter calculado lucros maiores após investir nesses produtos pois, preocupados com o meio-ambiente, os consumidores preferem comprar de empresas que compartilham desse mesmo interesse.

Talvez os cenários do futuro precisem ser diferentes. A ideia de um mundo futurista artificial pode ser alcançada à custa de muito prejuízo à natureza. A produção de alumínio, plástico, baterias, células elétricas e vários outros componentes típicos da tecnologia tradicional produzem resíduos tóxicos ou consomem muita energia.

Quem sabe agora seja a hora de pensarmos em ambientações diferentes para as nossas histórias e fantasias. Podemos começar a pensar em utilizar materiais renováveis ou desenvolver tecnologia de reciclagem de produtos até então não-biodegradáveis, como o plástico.


Vivendo agora, o nosso presente

Independente de como pode ser o nosso futuro e de como podemos pensá-lo, é bom saber que existem empresas e pessoas preocupadas com o nosso presente. Pensar em alternativas ecologicamente corretas hoje garante a saúde do planeta no futuro. No entanto, os produtos apresentados aqui não são as únicas alternativas possíveis.

Podemos e devemos pensar em mais fontes alternativas de energia, em mais produtos reciclados e recicláveis e em menos produção de lixo, não só do que usamos, mas principalmente do lixo industrial - resto do processo de fabricação. É bom ficar de olho e conferir sempre as novidades e tendências nessa área!

O que você achou dos produtos ecologicamente corretos? Você acredita que essa seja a tendência para o futuro? Já usou algo assim ou pensou em algum produto feito de material reciclado? Comente abaixo, deixe sua opinião e nos ajude a pensar no nosso futuro

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César Torres