sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Parábola do saquinho de supermercado.

Foto: Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

DÊ A PRIMEIRA ESTILINGADA QUEM NÃO TIVER TELHADO DE VIDRO…
Somos especialistas em julgar a conduta do próximo e nos sentimos imunes ao julgamento alheio – medimos a gravidade dos delitos conforme nos interessa, em cada momento; para anestesiar nossas consciências abusando das desculpas e das justificativas. Nessa tônica do álibi para nossas ações cotidianas pouco éticas, vou usar uma dica que recebi de um paciente amigo que se utiliza do saquinho de supermercado para mostrar em suas palestras nossa miopia quando se trata de ver o cisco no olho do outro e não enxergar a trave no nosso.

Quando Jesus nos brindou no sermão da montanha com as “Bem Aventuranças” nos deixou um legado simples, um caminho que fatalmente levará ao progresso de forma calma e prazerosa. Na parábola do meu amigo a respeito do saquinho de supermercado; vou centrá-la basicamente na fala do Mestre Jesus: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça” – ou de forma mais moderna os que lutam para que a justiça dos homens se aproxime da Natural – pois, Ele deixou em aberto a avaliação do conceito da nossa justiça – Outro detalhe: antes de pedir a Deus que seja feita justiça é preciso que a pratiquemos nas ações mais miúdas.

Se nos expusermos á mídia sem cautela e bom senso; todos os dias nossa paz de espírito é assaltada por notícias a respeito de injustiças promovidas por governos e corporações; e da improbidade praticada por pessoas que teoricamente deveriam zelar pela aplicação da justiça, da paz social e do progresso – ao tomarmos conhecimento desses fatos, brotam todas as “cacas íntimas” como a intolerância, a impaciência, a raiva, a inveja, agressividade – e transformamos os em torno em “penicos psicológicos” (ninguém merece) – Mas, como tudo pode ser reciclado, para os viciados em noticiários, nada como manter caderno e lápis para anotar nossas reações a determinados fatos e analisar a projeção – Dia destes vamos falar sobre esse efeito espelho – por exemplo, fiquei revoltado com o sujeito que desviou milhões – Será que não foi inveja? – Será que eu não gostaria de estar no lugar dele?

Na vida moderna, campeia a corrupção – mas, ela sempre foi bem terráquea; hoje mais em destaque, talvez apenas porque fica mais exposta pela mídia; mesmo que muitos dos que vivem á sombra do poder tentem cercear a liberdade de imprensa através de liminares oferecidas por prepostos.

O fato é que todos os dias somos defrontados com notícias de má aplicação da justiça; e sempre ganha mais destaque a notícia de grandes desvios do dinheiro público para a conta bancária de alguns, sua prole e amigos alaranjados ou não. Nessa ocasião o instinto de julgar do telespectador, do leitor de jornal ou de revista, vem com tudo – mas, um fato que me intriga; me deixa admirado mesmo; é que, os campeões de notícias de crimes hediondos contra a economia popular e suas famílias não sejam vítimas das pragas lançadas pelos cidadãos comuns e de “bem” – O que os torna imunes? Já que praga e “trabalhos” feitos pegam? – Eles estão “vacinados” pelo mecanismo da ressonância e da sintonia como veremos adiante.

Que os crimes de prevaricação, corrupção, propina, são hediondos perante a justiça Natural ou Divina é inquestionável; apenas os interessados não querem enxergar – pois, quando parte importante do bem público é prevaricado; a população vai sentir falta de condições de saúde, saneamento, educação, prevenção de enchentes, enfim todas essas “ninharias” que incomodam e põem até levar á morte o cidadão comum.

Mas, voltando ao nosso foco; boa parte dos ferozes críticos dos prevaricadores, na essência, é igual, apenas diferem na escala – quando vai ao supermercado fazer compras; tudo o que caberia em 2 sacos de plástico é colocado em 5ou 6 para que sejam usados como saco de lixo – a maioria não considera isso roubo; mas, é – as desculpas e justificativas são as mais sem noção.

Há outro detalhe: é grave crime ambiental; pois um saco de lixo de plástico leva em torno de 400 anos para se degradar; pior quando esses sacos vão parar nos oceanos e levam á morte peixes e animais que irão comê-los.

Em sociedades culturalmente mais despertas para uma postura ecológica mais consciente, nos supermercados não se encontram mais esses nefastos objetos; sacolas biodegradáveis e reutilizáveis são oferecidas ás pessoas; mas, apenas trocadas quando se deterioraram; embalagens descartáveis estão sendo deixada de lado – a prioridade é o retornável.

Estamos em ressonância social; pois funcionamos como uma estação de rádio ou TV – pois, pensamos, sentimos e agimos até durante o sono – e cada um de nós emite uma freqüência particularizada, sempre diferente do outro; embora ás vezes semelhante.

Exemplo:
“Cada onda de rádio e TV que viaja pelo espaço tem uma freqüência característica de vibração. E a onda de cada emissora tem uma freqüência própria, diferente da freqüência das demais emissoras. Os rádios antigos tinham um botão – o dial – para “sintonizar” as emissoras (urna de voto). Hoje, com tudo virando digital, os botões não são de girar – são de apertar (urna eletrônica)). Sintonizar uma emissora (votar num candidato) significa fazer seu receptor de rádio ou TV entrar em ressonância com a onda da emissora. Girando, ou apertando, o botão você modifica, de algum modo, a freqüência natural de vibração do circuito eletrônico de seu receptor (melhorando nossa freqüência mental e atitudes, sintonizaremos candidatos mais íntegros). Essa vibração não é mecânica, como nas molas, mas uma rápida variação nas correntes elétricas que percorrem o circuito. Na ressonância, o receptor “capta” energia da onda de rádio ou TV com eficiência máxima e o sinal da emissora é reproduzido pelo receptor. As ondas das outras emissoras, com freqüências diferentes, não estão em ressonância com o receptor e passam batidas, sem interagir com ele” – aprenda a cobrar apenas dos candidatos em que votou.

Usando o conceito de ressonância fica fácil descobrir a razão que nos leva a elegermos tantas pessoas que prevaricam quando em cargos públicos: como sociedade, nós estamos em ressonância de valores éticos, posturas culturais e educacionais.

Quanto á questão da aplicação da Justiça Divina; cuidado com o que pede a Deus, pois Ele nos atende muito rápido – exemplo, não peça paciência, pois Ele vai brindá-lo com muitas ferramentas para adquiri-la: complicações, dificuldades, malas sem alça para carregar, doenças, etc. Não caia na besteira de pedir a Deus justiça contra outros réus; pois, Ele o atenderá em primeiro lugar; simples assim; quem pede primeiro tem preferência.

Alerta: quando a justiça natural começar a ser aplicada nas pessoas expostas ao seu olhar crítico; se sentir prazer nisso, mesmo que não verbalize; sua situação é emergencial para este final de ciclo planetário – você ainda é uma pessoa má, vingativa, até cruel.

Ser simples é um dos quesitos que mais nos aproxima de Deus – Daí a sugestão: 2010 é o ano de resolver coisas simples, de ouvir muita música, dançar, rir bastante e especialmente de nós mesmos – época de colocar a casa íntima em ordem; consciência tranqüila, clareza de intenções – para os já mais treinados devolver o troco dado a mais – entregar todos os achados e perdidos – Vamos nos preocupar em tirar o cisco de nossos olhos e deixar prá lá as traves dos olhos do próximo – A mudança de postura é emergencial; pois neste fim de Era muitas barreiras de contenção de nossos álibis íntimos vão ruir e vamos ficar soterrados na própria falta de transparência; mantenha os amigos sempre por perto; pois, nunca se sabe quando vamos precisar de uma mão amiga – muita água vai rolar de nossos olhos, quem sabe para inundar nosso coração de amor ao próximo e ao planeta; então aprenda a chorar por boas emoções, emocione-se; antecipe-se na desobstrução dos canais lacrimais.

Até.

Ops. Quase me esquecia; quando for de novo ao mercado lembre-se de levar uma sacola para carregar as compras – sem desculpas de vida corrida e prática; hoje já as há dobráveis e fáceis de carregar até no bolso.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 07/01/2010

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César Torres