sábado, 12 de fevereiro de 2011

Fernando ‘Incinerando’ Gabeira.


“Na natureza nada se cria tudo se transforma – sou fã incondicional da teoria do Lavoisier. Nada pode ser deletado. Sou contra qualquer tipo de incineração. Não adianta incinerar o lixo: é preciso educar, conscientizar”. Américo Canhoto, médico, educador, autor dos livros “Saúde ou doença: a escolha é sua”, “Quem ama cuida”, “Educar para um mundo novo”, “Pequenos descuidos grandes problemas”, entre outros.

No primeiro mundo, o incinerador de resíduos virou obsoleto devido à sua comprovada letalidade. Com isso, os donos desse maquinário querem implantá-lo no Brasil e demais países sul-americanos.

Mas tais empresas omitem que a queima não destrói os resíduos; apenas os transforma em cinzas e vapores tóxicos, cancerígenos, que são lançados no meio ambiente, tais como:

- compostos nitrogenados, sulforados, metais pesados (chumbo, cádmio, mercúrio, …);

- emissão de gases com dioxinas e furanos, que se espalham na atmofera. Não tem como segurá-los. Isso é o tal do “agente laranja”, que os EUA usaram na guerra contra o Vietnã, nos anos 70.

Já restou comprovado que todos os produtos e subprodutos químicos (efluentes) emitidos por incineradores provocam também danos neurológicos.

Além da poluição tóxica, a incineração contribui para o aquecimento global, um discurso mais fácil de ser assimilado porque está na mídia diariamente.

Enfim, atinge diretamente a sadia qualidade de vida e a saúde de todos, da presente e das futuras gerações.

Mas, no Brasil, o marketing falacioso do ‘no health impact’ está de braços dados com os interesses politiqueiros. O deputado verde Fernando Gabeira, por exemplo, é um dos apoiadores dessa farsa. Acha que vai resolver o problema do lixo no Brasil incentivando a implantação de usinas de geração de energia que utilizam resíduos como combustíveis.

Usina de bioenergia, de energia alternativa, de biomassa… Ora, não importa o nome que é dado à rosa, gente! Isso nada mais é do que um processo de incineração – com todos os malefícios que expus acima. Mas os marqueteiros criaram um rótulo mais adequado à era do desenvolvimento sustentável e à postura ambientalmente correta das empresas..

Entenderam a jogada? Um incinerador expulso do primeiro mundo ainda é uma mina de ouro (para o empresário) nesse nosso Brasil da Impunidade.

Esta é a política homicida aplicada ao terceiro e quarto mundo. Pensando bem, ela pode ser rotulada de verde se a atrelarmos às políticas de controle populacional.

Se você sabe de alguma empresa que queira implantar um incinerador na sua cidade, diga ‘não’. Saia pras ruas, bata panelas, bata bumbo, chame a Globo e a Record, peça socorro pra Polícia Ambiental, Polícia Federal, Ministério Público da sua cidade… Enfim, pressione os cretinos que se acham donos do Brasil. A proteção ambiental é um dever de todos. E deve se sobrepor ao interesse econômico individual.

Ah! Por favor, entenda que a incineração de resíduos é uma atividade altamente perigosa e letal para o meio ambiente e para a saúde da população.

Ana Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente do Instituto Eco&Ação e da Academia Livre das Água, e-mail: ana{at}ecoeacao.com.br, websites: http://www.ecoeacao.com.br e http://institutoeccos.blog.terra.com.br/.
EcoDebate, 28/09/2009

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César Torres