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domingo, 23 de outubro de 2016

A Aceleração Da Subida Do Nível Dos Oceanos E As Ressacas Em Santos

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 A emissão de gases de efeito estufa provocam o aquecimento global que, por sua vez, provocam o degelo dos glaciares e acelera o ritmo de aumento do nível dos oceanos. Um artigo recente publicado na revista Nature avaliou a história da elevação do nível do mar e comprovou que o ritmo está se acelerando. Segundo o principal autor, João Fasullo (do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica) a taxa de aumento do nível do mar está aumentando.
Ele diz: “Este artigo mostra que a aceleração do aumento do nível do mar é real e permanente. É também um exemplo de como os modelos climáticos pode desempenhar um papel-chave na interpretação de observações e a previsão de clima futuro próximo”.
Os estudos mostram que entre 1900 e 2000, o nível dos oceanos subiu cerca de 14 centímetros como consequência do degelo das geleiras e glaciares. Artigo de Nicola Jones, no site e360 Yale, coloca com clareza as tendências mais recentes. Ela começa dizendo que 99% do gelo de água doce do planeta está preso nas calotas da Antártica e da Groenlândia e que o degelo, especialmente desta última, poderá fazer o nível do mar aumentar 1,8 metro no século XXI e muito mais no século XXII.
Mas antes mesmo deste cenário catastrófico do avanço inexorável das águas marinhas, a situação já está problemática. São inúmeros os exemplos de partes do litoral brasileiro que sofrem com a erosão e os prejuízos provocados pelas ondas e a invasão do mar.
No dia 27 de abril de 2016, uma forte ressaca atingiu várias cidades da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Parte das tradicionais muretas de contenção da orla da praia de Santos, consideradas um dos cartões-postais da cidade, ficaram destruídas por causa das ondas. A água do mar invadiu a pista sentido Ponta da Praia da avenida Bartolomeu de Gusmão. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos bloqueou diversas vias. Os fortes ventos também provocaram queda de árvores na avenida dos Bancários. O mau tempo paralisou completamente o serviço de transporte de balsas entre Santos e Guarujá por quase três horas. De acordo com a Base Aérea de Santos, os ventos na região chegaram a quase 90 km/h e as ondas provocadas pela ressaca ultrapassaram os 3 metros de altura.
Quatro meses depois, em 21 de agosto de 2016, uma frente fria chegou à Baixada Santista provocando inúmeros estragos na região, segundo o jornal Tribuna. Além da queda na temperatura, a mudança no tempo fez com que uma forte ressaca no mar destruísse novamente o Deck do Pescador na Ponta da Praia. A força do mar fez com que as ondas tomassem a avenida da praia, nos dois sentidos, e invadissem a garagem de diversos prédios no trecho entre os canais 6 e 7. Por segurança, o tráfego na avenida está bloqueado desde o início da tarde. Os fortes ventos também fizeram com que uma embarcação fosse arrastada da Ponta da Praia em direção às muretas de proteção da orla, além de paralisar a travessia das balsas e derrubar diversas árvores. Os prejuízos foram os maiores do ano.

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O jornal A Tribuna mostrou que no dia 15 de setembro de 2016 houve novas inundações em Santos. A elevação da maré e a ressaca causaram alagamentos em vários pontos da cidade. A água do mar invadiu parte da pista José Menino/Ponta da Praia na Avenida Almirante Saldanha da Gama, na altura do Deck do Pescador. Vias do Gonzaga e da Zona Noroeste também ficaram cheias d’água. Os dramas estão se repetindo com maior frequência. O sumiço da areia na Ponta da Praia não é novidade e o desaparecimento na maré alta deve ocorrer em pouco tempo.

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Reportagem de Mariane Rossi mostra que uma pousada foi arrastada e destruída pela água do mar durante uma ressaca que ocorreu durante o fim de semana (18 e 19 de setembro de 2016) em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo. A foto abaixo mostra a pousada ‘Filhas do Sol’ que foi destruída pela força das ondas. A água entrou e arrebentou o piso do imóvel, o que fez a pousada tombar para o lado e ficar inclinada. Segundo a Prefeitura de Ilha Comprida, além da Pousada, várias casas foram invadidas pela água, mas ninguém perdeu a vida e houve muitos danos materiais.

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Os desastres de Santos são apenas um pequeno exemplo do que está acontecendo no Brasil e no mundo. A tendência é que estes eventos se multipliquem nos próximos anos e décadas. No fim e ao cabo, todas as áreas litorâneas baixas podem ficar debaixo d’água, gerando grandes danos materiais e humanos, conforme pode ser visto no link do vídeo abaixo.
Resultado do estudo “Uma estrutura integrada para analisar tomada de decisão local e capacidade adaptativa para mudança ambiental de grande escala: estudos de casos de comunidades no Brasil, Reino Unido e Estados Unidos”, apoiado pela FAPESP, estima que o nível do mar na cidade pode aumentar entre 18 e 30 centímetros até 2050 e entre 36 centímetros e 1 metro até 2100. A combinação dessa elevação com uma sobrelevação causada por uma ressaca forte (ondas elevadas e maré meteorológica) e numa fase de maré de sigízia (maré astronômica de maior amplitude, que ocorre durante as luas cheia e nova, quando o Sol e a Lua estão alinhados em relação à Terra e há maior atração gravitacional), pode resultar em grandes inundações e enormes prejuízos, poios a planície costeira de Santos apresenta declividades muito baixas e altimetrias inferiores a 3 metros. Além disso, o nível do lençol freático da cidade é muito raso, o que a torna muito suscetível a inundações provocadas pelo mar e alagamentos devido às chuvas intensas.
As mudanças climáticas fazem crescer os perigos da “sociedade de risco”. Todos os desastres contemporâneos devem ser encarados como um alerta. A humanidade precisa reduzir sua pegada ecológica e respeitar as fronteiras planetárias. Só com decrescimento das atividades antrópicas será possível respeitar a capacidade de carga do Planeta e minimizar os acidentes ecológicos.
Não dá mais para manter o crescimento demoeconômico dos últimos 250 anos. A sociedade deve seguir o caminho da simplicidade voluntária, ampliar as áreas anecúmenas e restaurar a capacidade de recuperação dos ecossistemas.
Referências:
J. T. Fasullo, R. S. Nerem & B. Hamlington. Is the detection of accelerated sea level rise imminent? Nature, 10/08/2016

Nicola Jones. Abrupt Sea Level Rise Looms, e360 Yale, 05 May 2016
Mar avançou em direção a edifícios localizados na avenida da praia. Deck do Pescador também foi destruído, Tribuna On-Line, 21/08/2016
Mariane R. Ressaca destrói pousada e paisagem é modificada em SP, G1 Santos, 19/09/2016
Jose Antonio Marengo Orsin. Uma estrutura integrada para analisar tomada de decisão local e capacidade adaptativa para mudança ambiental de grande escala: estudos de caso de comunidades no Brasil, Reino Unido e Estados Unidos, FAPESP, 2016
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate

Sustentabilidade, Um Novo Paradigma

sustentabilidade

Nem à esquerda, nem à direita, rumo à sustentabilidade. Essa nova teoria política responde às necessidades do século XXI, o da crise climática e das metrópoles urbanas, se distinguindo das receitas do neoliberalismo e do estatismo.
O neoliberalismo, que sacraliza o livre mercado acompanhado de um “Estado mínimo”, não atende às necessidades de preservação nem do patrimônio natural, nem do patrimônio humano, social e econômico das sociedades contemporâneas. Na crise financeira global de 2008, a economia internacional teve de ser salva por intervenções estatais, com destaque para o governo americano que aumentou seu poder de endividamento para socorrer o sistema financeiro.
O estatismo, por outro lado, já evidenciou seus limites nas últimas décadas desde a derrocada da União Soviética, do leste europeu, de Cuba e da tragédia social vivida atualmente na Venezuela. O único regime político estatizado que vingou economicamente foi a China e para isso ela se flexibilizou para o mercado, assumindo característica peculiares e se encontrando ainda em evolução.
As democracias ocidentais usam sustentabilidade na retórica, mas não inibem o desmatamento nem a exclusão social. Com a globalização da economia, na Era do Capitalismo Financeiro, esse se caracteriza pela volatilidade e o imediatismo, ou seja, o mercado vai atrás do lucro instantâneo onde ele estiver. Projetos que desmatam a Amazônia para plantar cana, mais a soja e a pecuária lá, agravam a crise climática.
Também nenhum modelo de estatismo teve compromissos com a sustentabilidade, em suas dimensões econômica, social, ambiental, cultural, ética, política ou estética. Um dos “gargalos” do crescimento chinês (tal como ocorrera com os europeus) é o esgotamento dos seus recursos naturais, incluindo a crise hídrica.
Um novo paradigma para o século XXI requer um novo papel do Estado e do “mercado”, não como antagonistas, mas como complementares, bem como o protagonismo dos organismos internacionais como ONU, Unesco, OMC. Um exemplo “sustentabilista” foi dado por Barack Obama e Xi Jinping, presidente americano e secretário geral do PC chinês, ao assinarem esse ano um acordo de cooperação para reduzir a emissão de carbono na atmosfera. Nesse acordo sino-americano não há supremacia nem do “mercado” que move a economia americana nem da “economia estatal” chinesa.
O terceiro setor e a sociedade civil são importantes nesse novo modelo de desenvolvimento, que não tem um Estado mínimo nem máximo, mas necessário. Um Estado não meramente “indutor” do desenvolvimento, mas que emana da própria sociedade e responde às necessidades de planejamento com visão estratégica para dar respostas às questões do século XXI.
Montserrat Martins, Colunista do Portal EcoDebate, é médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e ex-presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade.

Programa Produtor De Água Estimula Produtores Rurais A Adotar Boas Práticas Para Melhorar Qualidade Da Água

Voluntários integram programa de preservação de rios e nascentes
Foto: Agência Brasil
Entre os programas do governo federal para promover a segurança hídrica do País, o Programa Produtor de Água, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA), tem ganhado destaque.
O programa funciona por meio de adesão voluntária de produtores rurais que se proponham a adotar práticas e manejos conservacionistas em suas terras para conservação de solo e água. Atualmente, são 38 projetos em execução, abrangendo área de 400 mil hectares, dos quais 40 mil já recuperados.
Com o objetivo de reduzir a erosão e o assoreamento de mananciais no meio rural, a iniciativa propicia a melhoria da qualidade da água e o aumento das vazões médias dos rios em bacias hidrográficas de importância estratégica para o País.
O programa também presta apoio técnico e financeiro à montagem dos arranjos de pagamento por serviços ambientais e para a execução das ações de conservação de solo e água nos diversos projetos existentes.
Execução
De acordo com a ANA, a metodologia do programa foi criada em 2001, mas a primeira experiência prática foi implementada em 2006, na cidade Extrema, em Minas Gerais.
Ao todo, 42 projetos foram criados até hoje. Minas Gerais e São Paulo possuem cerca de 70% dos projetos Produtores de Água. Os demais estão no Acre (1), Bahia (1), Distrito Federal (1), Goiás (2), Mato Grosso (3), Mato Grosso do Sul (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (2), Rio Grande do Sul (1), Santa Catarina (1), Sergipe (1) e Tocantins (1).
Como funciona
Ao aderir ao programa, o produtor passa a ser o principal ator na equação de produção de serviços ambientais. Ele se dispõe a liberar as áreas que precisam ser revegetadas, transforma-se no guardião de todas as ações executadas na sua propriedade, zelando pelo sucesso delas.
A ANA apoia tecnicamente todo o processo para estabelecer parcerias que garantam o pagamento pelos serviços ambientais, o fornecimento de assistência técnica e recursos para a realização das ações. Financia, também, as ações para as quais não se identificou parceiro capaz suprir essa necessidade.
Os benefícios dessas práticas ultrapassam as fronteiras das propriedades rurais e chegam aos demais usuários da bacia, por esse motivo o programa prevê a remuneração dos produtores participantes.
Segundo Flávio Hermínio de Carvalho, especialista em recursos hídricos da ANA, os pagamentos aos produtores rurais geralmente são semestrais ou anuais e concretizam-se por depósito em conta. Os valores atualmente variam entre R$ 120,00 e R$ 800,00 por hectare por ano a depender da área e do serviço ambiental prestado. As fontes pagadoras mais comuns são prefeituras e empresas de saneamento.
Investimentos futuros
A Agência Nacional de Águas destaca que o Produtor de Água é o maior e mais bem sucedido programa de pagamentos por serviços ambientais no Brasil. Trata-se de um enorme laboratório para teste de metodologias de valoração, pagamento e implementação de práticas em campo.
O governo tem adotado o Produtor de Água como modelo para futuros projetos ambientais e da forma como valorizar o trabalho do produtor rural.
Há previsão de investimentos de R$ 30 milhões em novos projetos produtores de água até o final de 2019.
Para participar do Programa Produtor de Água, é necessário ficar atento aos editais lançados pela ANA. As informações podem ser acompanhadas pelo site http://produtordeagua.ana.gov.br/.
Fonte: Portal Brasil, com informações da ANA e do Ministério do Meio Ambiente

Brasil E O Protocolo De Nagoya Sobre Biodiversidade

O protocolo de Nagoya foi aprovado na décima Conferência das Partes (COP-10) do Convenio de Diversidade Biológica (CDB) e trata-se de um acordo internacional “sobre uso dos recursos genéticos e participação justa e equitativa nos benefícios derivados de sua utilização”, que entrou em vigor em 2014. O protocolo estabelece um reconhecimento internacional da soberania dos Estados nacionais, sobre os recursos genéticos existentes em seu território.
A atividade de recolhimento, produção, transformação e comercialização da biodiversidade nativa (biocomércio) movimenta hoje mais de 4,5 bilhões de dólares no mundo, segundo dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD). O Brasil possui um grande potencial em biodiversidade e recursos genéticos e foi um dos signatários do acordo finalizado em 2010 em Nagoya – Japão, que passou a vigorar em 2014.
Ocorre que até agora o país ainda não ratificou o Protocolo que necessita ser aprovado pelo Congresso, correndo o risco de perder o acesso aos recursos genéticos fundamentais para o desenvolvimento da agropecuária e de limitar a pesquisa sobre a sua biodiversidade e a descoberta de novos medicamentos e mais ainda, de se ver impossibilitado de se defender da biopirataria.
O Protocolo de Nagoya é importante porque regula o acesso e a participação nos benefícios da exploração de recursos genéticos originários de um determinado país, vinculando o consentimento prévio e fundamentado para sua exploração e produção legal.
O acordo compreende utilizar adequadamente esses recursos, garantir uma transferência apropriada das tecnologias relacionadas, levando em conta todos os direitos sobre eles, incluindo o financiamento adequado, contribuindo deste modo para a conservação da diversidade biológica e a utilização sustentável de seus componentes.
O Protocolo oferece um marco legal para garantir a utilização dos recursos genéticos originados de plantas, animais, bactérias ou outros organismos para comércio, pesquisa e outros fins. Os benefícios recebidos em troca dos recursos genéticos podem ser monetários ou não, como por exemplo, a transferência de tecnologia, as atividades de pesquisa ou de criação de capacidades conjuntas. Ainda inclui questões relacionadas com a participação nos benefícios da utilização de conhecimentos associados a recursos genéticos que possuem as comunidades indígenas e tradicionais locais.
Por isso, os países devem adotar medidas para garantir o consentimento prévio e a distribuição justa e equitativa de benefícios para estas comunidades, respeitando seus usos e costumes. Além disso, O Protocolo representa a oportunidade de desenvolver uma economia que seja mais sustentável e na qual se reconheça realmente o valor dos recursos naturais.
Particularmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde há um enorme potencial de plantas e animais, que se forem manejados adequadamente em seu habitat pelas comunidades locais, podem ser mantidos benefícios, melhorar a qualidade de vida e abrir oportunidades de desenvolvimento contribuindo para a diminuição da desigualdade.
Um dos fatores que contribui para a manutenção das desigualdades é o pouco conhecimento que as comunidades possuem sobre o manejo adequado da biodiversidade que as cerca. Nesse sentido é importante que haja integração entre governos, setor privado, universidades e ONGs em trabalho conjunto e coordenado, buscando compatibilizar as necessidades locais e globais.
O uso adequado da biodiversidade regulada por acordos internacionais como o Protocolo de Nagoya oferece uma grande oportunidade para o Brasil compatibilizar crescimento com sustentabilidade. Daí a necessidade da urgente ratificação pelo Congresso!
Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Doutor em Ciências Sociais e Mestre em Ciência Política pela Unicamp. É especialista em Ciências Ambientais.
EcoDebate

Concentração De CO² Na Atmosfera Atinge Seu Mais Alto Nível Em Milhões De Anos, Alerta ONU

Citando os graves impactos que os recordes de emissões CO² causaram no mês de setembro, o Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR) pediu que países aumentem o compromisso com a redução da emissão dos gases de efeito estufa.
“É profundamente perturbador saber que os níveis globais das 400 partes por milhão (ppm) já tenham sido alcançados no mês de setembro pela primeira vez”, disse o diretor da agência da ONU, Robert Glasser.
Para o diretor-executivo do PNUMA, Achim Steiner, a América Latina e o Caribe estão na “vanguarda” da luta contra o efeito estufa, buscando fontes renováveis de energia para alcançar o desenvolvimento sustentável
 Foto: PNUMA
Citando os graves impactos que os recordes – em 15 a 20 milhões de anos – de emissões CO² causaram no mês de setembro, o Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR) pediu na semana passada (30) que os governos aumentem o compromisso com a redução da emissão dos gases de efeito estufa.
“É profundamente perturbador saber que os níveis globais das 400 partes por milhão (ppm) já tenham sido alcançados no mês de setembro pela primeira vez”, disse o diretor da agência da ONU, Robert Glasser, em comunicado à imprensa.
“A última vez que os níveis de dióxido de carbono atingiram esse patamar foi há 15 a 20 milhões de anos”, acrescentou.
Segundo Robert Glasser, os níveis mais baixos são geralmente registrados em setembro, o que traduz a improbabilidade de se ver níveis menores que das 400 partes por milhão (ppm) no futuro.
“Estamos elevando sistematicamente os níveis de risco de desastres para as gerações futuras. É possível que eventos climáticos mais severos aconteçam nos próximos anos”, sublinhou Glasser.
Catástrofes climáticas já são responsáveis por 90% de todas as devastações causadas por desastres naturais. Esses desastres são potencialmente prejudiciais, especialmente para os países de baixa e média renda que contribuem pouco paras as emissões de gases de efeitos estufa, mas têm grandes populações expostas a secas, inundações e tempestades.
“Uma ação muito mais vigorosa é necessária para uma razoável chance de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius, embora o Acordo de Paris reconheça que limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança climática”, frisou Glasser.
A UNISDR é o ponto focal entre as Nações Unidas e das organizações regionais para a coordenação da redução de desastres.
Da ONU Brasil, in EcoDebate

Mudanças Climáticas Terão Forte Efeito Sobre Chuvas No Brasil E Na América Latina, Diz FAO

O clima e a agricultura na região da América Latina e do Caribe não serão mais os mesmos com os efeitos das mudanças climáticas: os prognósticos indicam que no fim do século 21 haverá uma grande variação no nível de precipitações na América do Sul, com mudanças heterogêneas — enquanto no Nordeste brasileiro estima-se que haverá uma redução de 22% das chuvas, em áreas do sul-oriente da América do Sul se espera um aumento de 25%.
 
Mudanças climáticas devem provocar importantes alterações no padrão da chuva em países latino-americanos, disse a FAO. Foto: EBC
 O clima e a agricultura na região da América Latina e do Caribe não serão mais os mesmos com os efeitos das mudanças climáticas: os prognósticos indicam que no fim do século 21 haverá uma grande variação no nível de precipitações na América do Sul, com mudanças heterogêneas — enquanto no Nordeste brasileiro estima-se que haverá uma redução de 22% das chuvas, em áreas do sul-oriente da América do Sul se espera um aumento de 25%.
A conclusão consta nos relatórios “O Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação (SOFA, na sigla em inglês)” e “Mudanças Climáticas e Segurança Alimentar e Nutricional da América Latina e Caribe”, publicados na segunda-feira (17) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Segundo a FAO, as alterações no padrão das chuvas terá importantes efeitos sobre a agricultura latino-americana e caribenha, e será cada vez mais difícil realizar colheitas, criar animais, gerir florestas e pescar nos mesmos locais e da mesma forma que anteriormente.
“Dado que a mudança climática altera os padrões das chuvas e a disponibilidade de água, a capacidade para enfrentar a escassez ou os excedentes de água será fundamental nos esforços para melhorar a produtividade de forma sustentável”, disse o relatório.
O relatório destacou o risco de perda de superfície das florestas da região, que se transformarão em savanas, destacando que a Amazônia enfrentará risco de incêndios frequentes. Na América Central, as mudanças climáticas colocam 40% das espécies de manguezais em ameaça de extinção.

Conversão de florestas

O documento da agência da ONU alertou também para a crescente conversão de florestas latino-americanas e caribenhas em terras para a agricultura ou pecuária, o que representa a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa na região.
A redução do desmatamento é a principal frente de combate às mudanças climáticas na América Latina, enquanto a pecuária e a agricultura são os setores que mais degradam as florestas da região, contribuindo para a emissão de gases do efeito estuda, segundo a organização.
Segundo o relatório, as três principais fontes de emissões de gases de efeito estufa da agricultura em 2014 na América Latina e no Caribe foram a fermentação entérica (58%) — o gás produzido nos sistemas digestivos dos ruminantes —, o estrume deixado nas pastagens (23%) e os fertilizantes sintéticos (6%).
Por esse motivo, a FAO faz um chamado global para que os governos implementem transformações rápidas nos sistemas alimentares e agrícolas para lidar com as mudanças climáticas. A agência da ONU também recomendou avançar em estabelecer compromissos nacionais de erradicação da fome e da pobreza.
De acordo com a FAO, essas transformações incluem práticas como o uso eficiente dos fertilizantes, a promoção de dietas que não estejam baseadas em produtos de origem animal, pois sua produção exerce uma forte pressão sobre os recursos naturais, a redução das perdas e desperdícios de alimentos e o apoio aos pequenos agricultores.

Efeitos na agricultura

O relatório apontou que as mudanças climáticas vão afetar os cultivos e a pecuária da região de diferentes maneiras. Também se verificará maiores secas dos solos e aumento da temperatura vai reduzir as produtividades nas regiões tropicais e subtropicais.
Além disso, se espera uma maior salinização e desertificação em áreas áridas do Chile e do Brasil, enquanto a agricultura de sequeiro em áreas semiáridas vai enfrentar perdas de colheitas.
A FAO também faz o prognóstico de que as mudanças climáticas vão provocar a diminuição da produção primária no Pacífico tropical e algumas espécies de peixes vão se trasladar em direção ao sul. A maior frequência das tempestades, furacões e ciclones vão prejudicar a aquicultura e a pesca do Caribe, e as mudanças na temperatura podem alterar a fisiologia das espécies de peixes de água doce e gerar o afundamento dos sistemas dos arrecifes de corais.

Ameaças à luta contra a fome

Um relatório complementar ao SOFA, denominado “Mudanças Climáticas e Segurança Alimentar e Nutricional da América Latina e Caribe”, publicado na segunda-feira (17) pelo Escritório Regional para América Latina e Caribe da FAO, apontou que as mudanças climáticas podem afetar as quatro dimensões da segurança alimentar e ameaçar as grandes conquistas que a região vem alcançando na luta contra a fome e a pobreza.
As mudanças climáticas podem afetar a estabilidade da segurança alimentar devido a uma maior incerteza em relação ao desempenho produtivo das atividades agrícolas, a renda das famílias e os preços dos alimentos.
No caso da disponibilidade, as mudanças climáticas podem afetar diretamente a produção alimentar, com a possível diminuição da quantidade física e variedade de alimentos disponíveis. Choques climáticos em grandes áreas produtoras poderiam ter severas implicações no comércio, chegando a afetar a oferta internacional de alimentos.
Além disso, as mudanças climáticas podem incidir na dimensão de acesso da segurança alimentar e nutricional, com variações bruscas da renda das famílias dependentes do setor agrícola ou no caso de uma redução da demanda de mão de obra assalariada para as tarefas agrícolas, repercutindo em sua capacidade de comprar alimentos.
As alterações no clima podem ainda incidir na dimensão de utilização, gerando mudanças importantes nas dietas da população, por uma oferta e ingestão alimentar pouco variada e afastada de padrões alimentares saudáveis, o que levaria a consequências negativas na nutrição.
Da ONU Brasil, in EcoDebate

Incentivar A Interação Das Crianças Com Plantas, Animais E Meio Ambiente Contribui Para A Conscientização



A maioria da população mundial mora em centros urbanos, onde o estilo de vida torna o contato com a natureza cada vez mais escasso. Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 84% dos brasileiros moram em cidades. Isso reflete no comportamento das novas gerações, que brincam cada vez menos ao ar livre e consequentemente criam menos vínculos com a natureza.
Reserva Natural Salto Morato. Foto: Adrian Moss/Fundação Grupo Boticário.

“A natureza é nosso habitat, nosso mundo, o ser humano faz parte desse todo. É importante as crianças entenderem isso e aprenderem como algumas ações podem ajudar na conservação do meio em que vivem”, afirma Marion Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
“A consciência desenvolvida nas primeiras fases da criança faz com que, quando adulta, ela tenha uma noção plena de sua participação na construção de um mundo melhor. Um excelente presente que você pode dar ao seu filho é ensiná-lo a dar valor à natureza”, completa Marion, que tem uma filha de 10 anos.
Confira seis dicas para estimular as crianças a terem consciência da importância da natureza.
1. Promova passeios e brincadeiras em parques e reservas naturais
É importante fazer com que a criança interaja com a natureza. Vá a um parque urbano e estimule-a a despertar sua criatividade, andar descalço, sentir a textura da grama e da terra nos pés. Promova brincadeiras como coletar folhas secas no chão e compará-las. Isso fará com que elas observem o ambiente com mais atenção.
Sair das cidades também é uma opção. “Mostrar a grandiosidade da natureza em áreas conservadas deixa as crianças empolgadas. Já levei minha filha na Reserva Natural do Salto Morato (PR), ao Parque Estadual do Pico Marumbi (PR), no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), entre outros, e ela adora o contato com a natureza”, afirma Marion.
Quer promover uma expedição de exploração com os pequenos? Uma boa dica para ajudar na escolha do roteiro do próximo passeio é o siteWikiparques, uma plataforma da Fundação Grupo Boticário e da Associação O ECO que reúne parques e reservas ao redor do Brasil.
2. Tenhas plantas em casa
Distribua vasos com mudas pela casa: isso tornará o contato da criança com a natureza mais corriqueiro. Ensine-a a importância de regar as mudas e acompanhe as diversas fases de crescimento da planta. Sempre que possível, dê preferência às espécies nativas da sua região, pois elas se adaptam melhor ao ambiente.
3. Cultive uma horta em casa
Mesmo em apartamentos é possível ter um vaso com temperos, como hortelã, cebolinha e salsinha, ou ainda com frutas como morango. Mostre para a criança o ciclo da natureza e como dependemos dela para nos alimentarmos do que ela fornece.
4. A chuva tem importância para o ciclo da vida
É importante a criança entender que os dias chuvosos têm valor, pois as plantas e os animais silvestres dependem dela para viver. Leve seu filho para sentir na pele as gotas caindo do céu e explique os estágios da água (sólido, líquido e gasoso).
Comente também sobre a importância de áreas verdes. Elas protegem o solo, segurando a água da chuva para que ela se infiltre lentamente até chegar aos lençóis freáticos, que alimentam as nascentes, e a partir daí os rios. Nas grandes cidades, o excesso de asfalto, concreto e outros solos não permeáveis impedem que a chuva se infiltre no solo, fazendo com que essa água escorra rapidamente para o leito dos rios, aumentando a possibilidade de enchentes.
5. Demonstre amor pelos seres da natureza
Trate os animais com amor e carinho, ensinando às crianças que todos devem ser bem cuidados. Mostre os pássaros que cantam nas árvores, as minhocas na terra e os insetos, valorize os animais em vida livre. Todos os seres têm uma função importante no ciclo da natureza e podem conviver em harmonia mesmo em áreas urbanas.
6. Pequenas atitudes sustentáveis
Algumas atitudes no dia a dia podem fazer a diferença para o planeta. Explique, por exemplo, o porquê de separar os materiais que podem ser reciclados. Mostre que quanto mais papel for reciclado, menos árvores são cortadas.
Mostre que atitudes, como um banho mais curto e fechar a torneira enquanto escova os dentes, podem ajudar a economizar água, elemento cada dia mais escasso.
Economizar luz também é importante. Dê exemplo e, ao sair de um ambiente, apague a luz. Fale como se produz energia (hidrelétrica, eólica, nuclear, solar, etc.) e mostre o trajeto necessário para que ela chegue até a tomada de sua casa.

Colaboração de Bruna Habinoski, in EcoDebate

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