VOCE É NOSSO VISITANTE N°

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises 4

Este é o quarto e último artigo com os resultados e análises da pesquisa online sobre os resíduos sólidos, educação ambiental e responsabilidade compartilhada realizada no segundo semestre/2015 pelo Cenatec e o Projeto Escolas Sustentáveis – O futuro está presente! uma ação coletiva de responsabilidade ambiental e social voltada à capacitação dos educadores e comunidades escolares para o ensino/aprendizagem e o desenvolvimento de projetos integrados e contextualizados de educação ambiental nestas comunidades (http://www.cenatecbrasil.blogspot.com.br/2013/12/escolas-sustentaveis.html). Foram 284 participantes de todas as regiões do Brasil. O primeiro, segundo e terceiro artigos publicado no Portal EcoDebate analisam as primeiras sete questões propostas que identificam a) os participantes; b) o percentual por regiões brasileiras respectivas; c) as perspectivas e ações dos participantes em relação aos resíduos do consumo diário e d) as perspectivas e ações dos participantes em relação aos catadores de materiais recicláveis/reutilizáveis e à coleta seletiva e estão disponíveis nos links ao final deste texto.
A oitava questão de livre escolha da pesquisa solicitou que os participantes indicassem “Quanto aos resíduos tecnológicos, desgastados e/ou obsoletos (celulares, computadores, TVs, impressoras, eletrodomésticos, pilhas, lâmpadas, etc), em sua opinião, qual deve ser a atitude dos consumidores ao final da vida útil”? Foram 282 respostas com duas abstenções e os seguintes resultados:
– Descartá-los imediatamente em qualquer espaço possível, sem critérios: nenhuma resposta com 0%;
– Descartá-los junto com os outros resíduos domésticos para serem recolhidos pelos sistemas de limpeza pública: 02 respostas com 0,71%;
– Descartá-los em locais adequados, implantados especialmente para este fim (eco pontos), visando uma destinação final ambientalmente adequada: 175 respostas com 62,06%;
– Devolvê-los nas lojas e/ou locais em que foram adquiridos, visando uma destinação ambientalmente adequada: 105 respostas com 37,23%.
A terceira alternativa com a proposição dos eco pontos com 62,06% foi justificada por alguns participantes em seus comentários como a melhor opção por serem muitos eletroeletrônicos adquiridos pela internet, o que dificultaria o descarte através de outros sistemas. Possivelmente, este foi um dos principais argumentos para que a maioria dos participantes optasse por esta resposta. A devolução nas lojas ou locais de aquisição com 37,23% também demonstra a preocupação dos participantes com o descarte ambientalmente adequado e a logística reversa dos resíduos tecnológicos.
A nona questão de livre escolha da pesquisa solicitou que os participantes indicassem sua opinião “Para a cooperação dos cidadãos quanto aos aspectos relacionados com os resíduos sólidos, o que considera mais eficiente”? Foram 283 respostas e uma abstenção e os seguintes resultados:
– Legislação, leis específicas, responsabilização dos geradores e regras para os consumidores: 63 respostas com 22,26%;
– Projetos, programas e ações de educação ambiental permanentes e/ou direcionados: 145 respostas com 51,24%;
– Campanhas voluntárias pontuais sobre problemas pré-existentes: 03 respostas com 1,06%;
– Uso da mídia (jornais, TVs, rádios, revistas) para alertar sobre aspectos ambientais relacionados aos resíduos sólidos: 72 respostas com 25,44%.
As ações permanentes e/ou direcionadas de educação ambiental com 51,24% foram a alternativa mais indicada pelos participantes. Esta é a questão em que os índices estiveram mais distribuídos, possivelmente por as alternativas não serem excludentes, sendo possível utilizá-las simultaneamente através de um planejamento adequado e integrado dos projetos de educação ambiental. Certamente a existência de legislação específica e a responsabilidade dos geradores com 22,26%, o uso de mídias com 25,44% e mesmo as campanhas pontuais com 1,06% são complementares aos projetos educativos permanentes e podem sinergicamente construir consciências pró ativas quanto à responsabilidade coletiva em relação aos resíduos sólidos. Alguns comentários dos participantes neste sentido confirmam esta
A décima questão, não utilizou-se da livre escolha, mas solicitou aos participantes que “Se desejar, deixe seus comentários e outras informações que considera importantes”. Foram 97 comentários como complementos às respostas, justificativas, descrição das realidades locais, sugestões, opiniões e observações relacionadas às diversas questões propostas. Alguns destes comentários foram selecionados e estão transcritos ao final de todos os artigos publicados com as análises e resultados desta pesquisa online sobre os resíduos sólidos, a responsabilidade compartilhada e a educação ambiental.
Alguns comentários dos participantes:
“Com relação ao lixo eletroeletrônico acredito que há mercado para empresas de coleta e destinação adequada deste tipo de lixo. Uma vez contratei uma empresa chamada Loop Logística Reversa em São Paulo e recebi uma proposta com valores nada altos […]. Eles emitiram nota fiscal de serviços e laudo de descarte correto e ainda laudo de economia ambiental. […]. Acho que pode ser uma solução, pois tentei retornar a lojas e fabricantes e embora tenham nos sites que fazem o serviço (alguns deles), na prática não fazem e tive que recorrer a esta empresa, e não me arrependo”. Participante nº 32, quinta feira, 23/07/2015, 12 h 21 min.
“Combater a máfia do lixo e obrigar as empresas a cumprirem com sua parte no ciclo”. Participante nº 28, quinta feira, 23/07/2015, 10 h 46 min.
“[…], a educação ambiental é um bom caminho. Porém sem cobrança devida dos órgãos do governo fica complicado, conversando com colegas de outros países vi que a melhoria em torno do assunto só ocorre por necessidade e porque mexe no bolso, paga quem não segrega, quem não tem a devida atitude”. Participante nº 54, terça feira, 11/08/2015, 18 h 08 min.
“Alguns itens adquiridos, na 8ª questão, são pela internet às vezes. Por isso optei pelos eco pontos”. Participante nº 55, quarta feira, 12/08/2015, 09 h 06 min.
“Na questão 9, considero o melhor e mais eficiente um planejamento que envolva as quatro alternativas”. Participante nº 193, sexta feira, 20/11/2015, 06 h 50 min.
“Foi um dos últimos projetos que realizamos em equipe em minha escola, depois aposentei. Separação dos materiais utilizados, em 2002…..” Participante nº 252, segunda feira, 12/12/2015, 17 h 41 min.
Observação: a inserção deste comentário é uma homenagem do Centro de Assessoria em Resíduos Sólidos e Educação Ambiental – Cenatec e Projeto Escolas Sustentáveis – O futuro está Presente! a todos os educadores ambientais do Brasil.
Antonio Silvio Hendges, Professor de Biologia e articulista no EcoDebate, Pós Graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em Educação Ambiental e Resíduos Sólidos –
http://www.cenatecbrasil.blogspot.com.br/
* Nota: Leiam, também, as partes anteriores da Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises:
Parte 1
Parte 2
Parte 3

EcoDebate,

Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises 3

Este é o terceiro artigo com os resultados e análises da pesquisa online sobre os resíduos sólidos, educação ambiental e responsabilidade compartilhada realizada no segundo semestre/2015 pelo Cenatec e o Projeto Escolas Sustentáveis – O futuro está presente! uma ação coletiva de responsabilidade ambiental e social voltada à capacitação dos educadores e comunidades escolares para o ensino/aprendizagem e o desenvolvimento de projetos integrados e contextualizados de educação ambiental nestas comunidades (http://www.cenatecbrasil.blogspot.com.br/2013/12/escolas-sustentaveis.html). Foram 284 participantes de todas as regiões do Brasil. O primeiro e o segundo artigos publicado no Portal EcoDebate analisam as primeiras cinco questões propostas que identificam a) os participantes; b) o percentual por regiões brasileiras respectivas e c) as perspectivas e ações dos participantes em relação aos resíduos do consumo diário e estão disponíveis nos links ao final deste texto.
A sexta questão de livre escolha da pesquisa solicitou que os participantes indicassem “Em relação aos catadores de materiais recicláveis, em sua opinião, qual alternativa descreve melhor as suas atividades”? Foram 283 respostas e uma abstenção com os seguintes resultados:
– Atrapalham o trânsito e a livre circulação, espalham os resíduos e não deve ser permitido este tipo de atividade: 04 respostas com 1,42%;
– Atrapalham o trânsito e a livre circulação, mas é uma atividade importante que deve ser permitida: nenhuma resposta com 0%;
– Realizam um trabalho importante, mas que muitas vezes atrapalha e resulta na dispersão dos resíduos. Devem ser mais eficientes e responsáveis: 31 respostas com 10,95%;
– Realizam um trabalho indispensável para a reciclagem e a reintrodução de diversas matérias primas nas cadeias produtivas. Devem ser capacitados, organizados em cooperativas/associações e incentivados em suas atividades: 248 respostas com 87,63%.
O reconhecimento da importância dos trabalhadores com materiais recicláveis e/ou reutilizáveis é amplo, com 87,63% das respostas indicando a quarta alternativa inclusive concordando com a capacitação e incentivos organizacionais que qualifiquem e profissionalizem as suas atividades. Se tomarmos como critério a importância, 98,58% dos participantes assim consideram esta atividade, embora existam ressalvas aos métodos pelos 10,95% que optaram pela segunda alternativa. Este resultado demonstra que o estabelecimento de políticas públicas de apoio e incentivo para estes trabalhadores, assim como a sua inserção nas cadeias de logística reversa pós-consumo, capacitação e profissionalização terão bons resultados com o apoio e adesão dos consumidores aos projetos e programas implantados.
A sétima questão de livre escolha da pesquisa solicitou aos participantes que indicassem “Quanto à coleta seletiva, se estiver disponível, qual sua opção”? Foram 282 respostas e duas abstenções com os seguintes resultados:
– Não mudar a forma como descarto meus resíduos: 01 resposta com 0,35%;
– Não mudar a forma como descarto meus resíduos, mas colaborar no que for possível e que não exija esforço: 01 resposta com 0,35%;
– Colaborar em parte, realizando uma separação básica dos resíduos mais volumosos e/ou pesados: 12 respostas com 4,26%;
– Colaborar de acordo com as orientações dos órgãos responsáveis, separando e acondicionando os resíduos corretamente, inclusive nos locais e horários adequados à coleta seletiva: 268 respostas com 95, 04%.
Na quarta alternativa apontada por 95,04% dos participantes está o índice mais alto de toda a pesquisa, indicando uma clara disposição dos consumidores para colaborarem com programas de coleta seletiva se estiverem disponíveis e organizados com instrumentos e regras adequadas ao descarte correto das embalagens pós-consumo e dos produtos obsoletos. Um índice que podemos considerar aproximado dos 87,63% – segundo maior índice da pesquisa – que na questão anterior consideraram indispensável às atividades e a profissionalização dos trabalhadores com materiais recicláveis.
A análise destas duas questões indica que ao menos no âmbito desta pesquisa, que não analisa os aspectos culturais e de formação dos participantes limitando-se às questões básicas propostas, há uma ampla possibilidade para a colaboração e apoio da sociedade a projetos que tenham a coleta seletiva e a reciclagem como base para a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos. O uso adequado de programas de educação ambiental direcionados às realidades específicas dos consumidores e cidadãos pode impulsionar e consolidar esta tendência identificada entre os participantes.
Alguns comentários dos participantes:
“[…]. São inúmeros os objetos descartados que dariam para reaproveitar e simplesmente são jogados fora. A quantidade de lixo é enorme e cresce cada vez mais, os aterros sanitários lotados e as pessoas não param de consumir. Ao meu ponto de vista é urgente a questão da conscientização, em larga escala”. Participante nº 212, segunda feira, 23/11/2015, 09 h 51 min.
“Na pergunta sobre os catadores, nenhuma reflete minha percepção. Eles ajudam sim, mas existem ferramentas melhores. Gostaria de ter respondido: nenhuma das alternativas listadas”. Participante nº 11, quarta feira, 24/06/2015, 19 h 12 min.
“1. O gerador inicial do lixo é, em grande parte a indústria e o distribuidor do produto embalado. 2. A creche, a escola, a universidade são locais onde se deve ensinar a administração da coleta do lixo”. Participante nº 130, quarta feira, 04/11/2015, 09 h 59 min.
Antonio Silvio Hendges, Professor de Biologia e articulista no EcoDebate, Pós Graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em Educação Ambiental e Resíduos Sólidos –
* Nota: Leiam, também, as partes anteriores da Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises:
Parte 1
Parte 2

EcoDebate,

Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises 2

Este é o segundo artigo com os resultados e análises da pesquisa online sobre os resíduos sólidos, educação ambiental e responsabilidade compartilhada realizada no segundo semestre/2015 pelo Cenatec e o Projeto Escolas Sustentáveis – O futuro está presente! uma ação coletiva de responsabilidade ambiental e sócia voltada à capacitação dos educadores e comunidades escolares para o ensino/aprendizagem e o desenvolvimento de projetos integrados e contextualizados de educação ambiental nestas comunidades (http://www.cenatecbrasil.blogspot.com.br/2013/12/escolas-sustentaveis.html). Foram 284 participantes de todas as regiões do Brasil. O primeiro artigo publicado no Portal EcoDebate identifica a) os participantes e b) o percentual por regiões brasileiras respectivas e está disponível no link ao final deste texto.
A terceira questão de livre escolha da pesquisa solicitou que os participantes apontassem “Das alternativas, qual descreve melhor os resíduos do seu consumo diário?”. Foram 284 respostas com todos os participantes respondendo esta questão e os seguintes resultados:
– Lixo sem utilidade ou valor que precisa de descarte imediato e sem critérios: 03 respostas com 1,06%;
– Lixo sem utilidade em sua maioria, mas que contém alguns materiais que podem ser reciclados e/ou reaproveitados: 50 respostas com 17,61%;
– Resíduos compostos por materiais que podem ser reciclados, mas que não apresentam valor que torne viável este procedimento: 13 respostas com 4,58%;
– Resíduos que podem ser valorizados através da classificação e separação dos materiais, possibilitando a reutilização e/ou reciclagem e a fabricação de novos produtos: 218 respostas com 76,76%.
Nesta questão destaca-se a opção majoritária pela alternativa que citou a reutilização e a reciclagem dos resíduos do consumo diário, com 76,76% dos participantes identificando esta possibilidade como viável. Em oposição, os participantes que não identificaram estas possibilidades ou não consideraram viáveis foram 5,64% conforme identificados na primeira e terceira opções. Na segunda opção com 17,61% embora os participantes identifiquem alguns materiais como úteis, consideram sem utilidade a maioria dos seus resíduos. Nesta pesquisa não se consideram os hábitos de consumo e outros aspectos econômicos e culturais, que evidentemente estão relacionados às respostas individuais.
A quarta questão de livre escolha da pesquisa solicitou que os participantes indicassem “Como você descarta os seus resíduos?”. Foram 282 respostas com duas abstenções e os seguintes resultados:
– Todos misturados. Não adianta separar para a coleta, o destino de todos é o mesmo: 52 respostas com 18,44%;
– Todos misturados. Não é necessário separar o lixo orgânico dos papéis, plásticos, vidros, metais e outros materiais: 04 respostas com 1,42%;
– Separados em duas frações: resíduos orgânicos e secos: 175 respostas com 62,06%;
– Separados em todas as suas frações: orgânicos, papéis e papelões, plásticos, vidros, metais, etc.: 51 respostas com 18,09%.
Nesta questão solicita-se que os participantes identifiquem as suas atitudes e ações em relação aos resíduos do seu consumo, assim como as possíveis políticas públicas ou programas de educação ambiental que possam estar vinculados com estas ações justificando-as. Um exemplo é a primeira opção com 18,44% em que os participantes afirmam que não adianta separarem os resíduos visto que todos tem o mesmo destino, provavelmente lixões ou aterros (des)controlados, evidenciando ausência de políticas públicas responsáveis. A separação em duas frações, orgânicos e secos, com 62,06% demonstra que existe uma preocupação básica com os resíduos pós consumo, mesmo que em muitos casos provavelmente inexistam políticas públicas adequadas. A educação ambiental, formal ou não formal, possivelmente tenha influência nesta decisão. A separação em todas as suas frações, com 18,09% evidencia políticas públicas relacionadas, projetos e programas de educação ambiental e responsabilidade coletiva na gestão e gerenciamento dos resíduos pós consumo. Uma minoria de 1,42 não identificou a necessidade da separação básica, das relações externas e/ou relacionadas.
A quinta questão de livre escolha da pesquisa solicitou aos participantes que identificassem “Quem você considera responsável pelo destino dos resíduos e para onde devem ser enviados?”. Foram 282 respostas com duas abstenções e os seguintes resultados:
– A prefeitura que deve recolher e enviar para os lixões ou aterros sanitários: 02 respostas com 0,71%;
– A prefeitura, que deve recolher, separar o que pode ser reaproveitado e enviar os rejeitos para aterros sanitários: 17 respostas com 6,03%;
– Os consumidores que devem descartar de modo correto para a coleta seletiva e a reciclagem adequada: 33 respostas com 11,70%;
– Os fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores e poderes públicos são igualmente responsáveis pelo descarte e destino adequado dos resíduos, possibilitando seu retorno às cadeias produtivas e destinação final ambientalmente adequada: 230 respostas com 81,56%.
A última alternativa que aponta para a responsabilidade compartilhada entre os diversos agentes econômicos e a logística reversa pós consumo e/ou obsolescência com 81,56% demonstra que os participantes em ampla maioria tem consciência das suas responsabilidades e das possibilidades de descarte adequado. Se somados aos 11,70% da alternativa anterior que se responsabilizam individualmente desde que existam programas de coleta seletiva e reciclagem, temos um percentual de 93,26% de participantes dispostos a colaborarem ativamente, se estiverem disponíveis políticas públicas adequadas de gestão e compromissos assumidos pelos agentes econômicos para a cadeia reversa pós consumo.
Alguns comentários dos participantes:
“O prazo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para o descarte adequado já se cumpriu, no entanto, grande parte dos municípios não possui aterro adequado para esse fim, utilizando os lixões, além de não realizarem campanhas informando a forma certa de descartar, reutilizar e reciclar. […], vale fazer ao menos uma campanha que oriente separar lixo orgânico e lixo seco, pois esse material é recolhido por muitos catadores e seria uma forma de facilitar esse trabalho que contribui muito com o meio ambiente”. Participante nº 238, sábado, 5/12/2015, 20 h 43 min.
“Lamentavelmente meu lixo é misturado, pois em minha cidade não existe nenhum programa de coleta seletiva e o fim dado ao lixo orgânico é o mesmo dos demais. Portanto não adiantaria eu separar o lixo sendo que os responsáveis pelo destino dado a eles os misturam dentro do mesmo caminhão”. Participante nº 227, quarta feira, 25/11/2015, 12 h 53 min.
“Essa pesquisa é ótima, quando sair o resultado terá uma dimensão de ideia do que as pessoas pensam e do conhecimento em relação a esse assunto, o que possibilita criar políticas públicas”. Participante nº 213, segunda feira, 23 /11/2015, 10 h 45 min.
Antonio Silvio Hendges, Professor de Biologia e Articulista no EcoDebate, Pós Graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em Educação Ambiental e Resíduos Sólidos –
www.cenatecbrasil.blogspot.com.br

Nota: Leiam, também, a primeira parte da análise:
Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises 1

EcoDebate,

Pesquisa sobre os Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Responsabilidade Compartilhada – Resultados e análises 1

O Centro de Assessoria em Resíduos Sólidos e Educação Ambiental – Cenatec Ltda. coordena uma ação coletiva de responsabilidade ambiental e social – Projeto Escolas Sustentáveis, o futuro está presente! voltada à capacitação das comunidades escolares para o ensino/aprendizagem contextualizado da educação ambiental, o diálogo e a colaboração entre a educação ambiental formal e não formal conforme estabelecido na Lei 9.795/1999 que constitui a Política Nacional de Educação Ambiental.
Um dos objetivos deste projeto é o desenvolvimento de pesquisas que possibilitem o desenvolvimento de projetos integrados à cidadania e responsabilidade socioambiental, estabelecendo metodologias pedagógicas que respeitem e estimulem as representações sociais positivas sobre o meio ambiente, seja nas comunidades escolares ou na sociedade, contribuindo para a construção de um país sustentável, com livre iniciativa de ações e pensamentos, diálogo e colaboração permanente entre a educação pública e o conjunto dos atores sociais e econômicos, todos legalmente responsáveis pelo desenvolvimento da educação ambiental no Brasil.
No segundo semestre/2015, o Cenatec e Projeto Escolas Sustentáveis realizaram uma pesquisa sobre os resíduos sólidos, a educação ambiental e a responsabilidade compartilhada pós consumo. Este é o primeiro artigo com análises e avaliações dos resultados obtidos. Ao final deste e dos próximos artigos, estarão inseridos alguns comentários dos participantes da pesquisa considerados relevantes como informações adicionais. Para a captação das respostas utilizou-se um serviço especializado em questionários online para acesso às dez questões, sendo nove de múltipla escolha e uma opcional e descritiva para informações e comentários complementares considerados importantes pelos participantes. O período de realização foi de 23 de junho a 22 de dezembro de 2015, com 284 participantes dos quais 97 deixaram comentários e observações.
A primeira questão de múltipla escolha solicitou que os participantes se identificassem como segmento consumidor com as seguintes opções: Cidadã/cidadão; Empresa; ONG/Oscip; Associação/cooperativa/sindicato; Órgão público; Escola pública/comunitária/privada. Nesta questão, foram 282 respostas com 02 participantes que não responderam, com os seguintes resultados:
– Cidadã/cidadão: 221 respostas com 78,37%;
– Empresa: 16 respostas com 5,67%;
– ONG/Oscip: 08 respostas com 2,84%;
– Associação/cooperativa/sindicato: 05 respostas com 1,77%;
– Órgão público: 17 respostas com 6,03%;
– Escola pública/comunitária/privada: 15 respostas com 5,32%.
Portanto, os participantes optaram majoritariamente por responderem à pesquisa individualmente como cidadãos com 78,37% das respostas identificadas com esta alternativa. Uma opção que poderia ter sido acrescentada são os condomínios, considerando que aproximadamente 10% da população brasileira vivem nestes espaços de acordo com o Censo Demográfico 2010 do IBGE, mas provavelmente isso não alteraria significativamente os resultados.
A segunda questão de múltipla escolha solicitou que os participantes identificassem a região geográfica brasileira em que estavam localizados. Foram 283 respostas com 01 participante que não respondeu e os seguintes resultados:
– Centro Oeste: 31 respostas com 10,95%;
– Nordeste: 37 respostas com 13,07%;
– Norte: 14 respostas com 4,95%;
– Sudeste: 119 respostas com 42,05%;
– Sul: 82 respostas com 28,98%.
A Região Sudeste destaca-se com um número bem superior de participantes em relação às outras regiões com 119 respostas e 42,05%. A Região Sul em segundo lugar com 82 respostas e 28,98% obteve o mesmo número de participantes das outras três regiões, Centro Oeste, Nordeste e Norte, que juntas obtiveram também 82 respostas e o mesmo índice percentual. Estas diferenças regionais estão relacionadas com os aspectos econômicos, acesso às tecnologias digitais, quantidade de equipamentos disponíveis, qualidade das conexões de internet, projetos de inclusão digital, formação e capacitação dos recursos humanos, deficiências de infra estrutura, evidenciando uma acentuada diferença de acesso e disponibilidade às informações em uma ampla área do Brasil.
Alguns comentários dos participantes:
“Trabalhar a Educação Ambiental é um item essencial para o mundo em que vivemos, temos que atingir o público de maneira fácil e direta. […] ter a capacidade de pelo menos ajudarmos com a separação em casa, ajudando assim todo o processo e tornar dessa atividade uma coisa rotineira enquadrando de vez isso em nossas vidas”. Participante nº 31, quinta feira, 23 de julho de 2015, 11 h 39 min.
“Educação Ambiental em todos os níveis e o cumprimento da PNRS”. Participante nº 36, quinta feira, 23 de julho de 2015, 20 h 21 min.
“Campanhas educativas massivas que estimulem a compreensão dos 3R, redução, reutilização e reciclagem; normatização e difusão da legislação sobre logística reversa e responsabilidade com a mesma”. Participante nº 47, quarta feira, 29 de julho de 2015, 15 h 45 min.
Antonio Silvio Hendges, Professor de Biologia e articulista no EcoDebate, pós graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em educação ambiental e resíduos sólidos
www.cenatecbrasil.blogspot.com.br


EcoDebate,
.

Agrotóxicos sempre trazem riscos I

Luis Schiesari reflete que apesar de existirem avanços na indústria, com produtos menos tóxicos e menos persistentes, uma coisa não muda em relação aos agrotóxicos, são produtos formulados para matar organismos vivos indesejáveis para o cultivo, ou seja, são venenos.
Essa explicação, do biólogo Luis Schiesari, professor de Gestão Ambiental da Universidade de São Paulo, é um dos motivos para o lançamento do manual “Defensivos agrícolas: Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente”, lançado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e do qual é o autor.
Nesta entrevista, Schiesari aborda também como a transformação da paisagem na região das cabeceiras do rio Xingu, importante área produtora de soja do estado do Mato Grosso e a influência na biodiversidade de águas paradas como poças e brejos, a partir de pesquisa realizada em parceria pelo IPAM, Universidade de São Paulo e Universidade de Medicina Veterinária de Viena, Áustria.
Indagado sobre os riscos do uso de agrotóxicos para a saúde humana e para o meio ambiente, manifestou “os agrotóxicos são extremamente diversos, com centenas de ingredientes ativos disponíveis, que podem ser usados em muitos mais produtos comerciais. São compostos químicos planejados para matar organismos tão diferentes quanto plantas, ratos, ácaros etc. Entre eles, há diferentes comportamentos no ambiente e modos de ação. Além disso, é obvio que existiram inúmeros avanços na indústria, com produtos menos tóxicos e menos persistentes, mas uma coisa não muda: são produtos formulados para matar organismos vivos indesejáveis para o cultivo, são venenos. Portanto, existem riscos variados. Alguns desses componentes acabam em lugares que não são o alvo, ou seja, as áreas de lavoura. Há riscos concretos de contaminação de águas subterrâneas, açudes, rios, florestas. Também podem contaminar os alimentos produzidos e isso chegar às pessoas que os consomem”.
Ele prossegue “no geral, há duas classes de efeitos, os letais e os sub-letais. Os letais são causados por intoxicação, em geral, pelo consumo intencional, suicídios desse tipo acontecem no meio rural, ou acidental, quando os pesticidas são guardados de forma inadequada. Já os efeitos sub-letais causam danos variados que se manifestam ao longo do tempo aos sistemas nervoso, hormonal, imunológico, além de malformação fetal e câncer. São problemas de médio e longo prazos já bem documentados, sobretudo no caso de agricultores que trabalham diretamente na aplicação dos produtos. Na cartilha, damos exemplos de compostos usados nas culturas de soja que causam cada tipo de dano. Mas é importante lembrar que tudo o que se aplica às pessoas, também se aplica aos animais: peixes, insetos, macacos ou onças-pintadas. O nível de funcionamento celular e molecular dos organismos são parecidos. Além disso, os organismos estão inseridos dentro de teias alimentares e esses efeitos podem ser transmutados para organismos que não têm nada a ver com a área agrícola. Se uma espécie é afetada, seus predadores também serão”.
Perguntado sobre em que situação os defensivos são importantes e se seria possível evitá-los, reflete ele, “o uso de agrotóxico é peça chave para o modelo de produção agrícola industrial. Nele, o uso desses produtos é crítico para conseguir a produtividade necessária. Por outro lado, a utilização de monoculturas, como a de soja, só aumenta a incidência de pragas e, quanto maior o campo agrícola, maior o risco. Nesse caso, o uso de agroquímico é uma solução para eliminar ou reduzir as pragas. Para eliminar o uso dos pesticidas, seria necessário adotar um modelo alternativo, como a agricultura orgânica”.
Continua manifestando que “no entanto, há espaço para melhorias mesmo na produção industrial, como o manejo integrado de pragas, com a utilização de vários mecanismos de controle, como rotatividade de culturas, controle biológico, armadilhas e monitoramento de populações de pragas, que fariam que o uso só se desse quando realmente necessário. Pode-se também usar compostos menos danosos e persistentes. Hoje, porém, há quem use de forma profilática. Outro ponto crítico é a falta de educação e informação. Um estudo que realizamos sobre o uso de pesticidas por pequenos e grandes produtores na frente agrícola amazônica mostrou que, sobretudo entre os pequenos, faltava conhecimento técnico para o manejo tanto sobre a quantidade a ser usada como o uso de compostos inadequados”.
Finalizando, provocado a descrever quais os principais cuidados que devem ser tomados para o uso de agrotóxicos aduziu que “entre as medidas para reduzir o risco, estão cuidados com o armazenamento, que deve ser em local fechado e isolado, e o descarte correto, com o modo certo de fazer a lavagem. Também é importante a aplicação em condições adequadas. Aplicar em dia seco e quente, por exemplo, acaba gerando uma porcentagem muito grande de perda por evaporação. Também é importante a preservação das matas ciliares, que protegem os corpos d’água da chegada dos pesticidas”.
Referência: Luis Schiesari: Agrotoxicos sempre trazem riscos a saúde e ao ambiente, IPAM Revista
* No EcoDebate, a tag Agrotóxicos - Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate

Cientistas buscam reconhecimento do Antropoceno como nova era geológica

O impacto da atividade humana e a poluição podem ser medidos nos sedimentos estudados pelos pesquisadores

Uma equipe de cientistas apresentou, na revista Science, um estudo no qual se indica que a Terra ingressou em uma nova era geológica, que pode ser chamada Antropoceno, uma era em que os humanos teriam uma influência muito importante. Entretanto, o termo Antropoceno não foi aceito pela comunidade científica. Alguns pesquisadores indicam que as eras geológicas são utilizadas para referenciar unidades de tempo que vão de dezenas a centenas de milhões de anos, e, neste caso, o termo não se aplicaria. O debate em torno do nome continua, mas as evidências sobre o impacto da poluição gerada pelo homem são contundentes.
O documento apresentado na revista Science indica que os humanos alteraram o planeta, “incluindo os processos geológicos globais em longo prazo”, em um nível crescente. A influência dos humanos pode relacionar-se, inclusive, com o início da agricultura e do desmatamento, a Revolução Industrial e o grande crescimento da população e da industrialização.
As pesquisas dos geólogos permitiram identificar novos depósitos de minerais e tipos de rochas que demonstram que muitos materiais, como o concreto, alumínio e plásticos, se dispersaram pelo planeta e seus resíduos estão presentes nos sedimentos analisados. Por exemplo, registra-se que o uso de combustíveis fósseis aumentou, desde 1950, a poluição por partículas de carbono em todo o planeta.
O documento aponta que poluentes como os resíduos de pesticidas, os bifenilos policlorados e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, assim como os resíduos de chumbo provenientes da gasolina, aumentaram a partir de uma data próxima a 1945. Os pesquisadores destacam que as concentrações de nitrogênio e fósforo, utilizados na agricultura, duplicaram no século passado, deixando marcas nas amostras tomadas na Groelândia, com níveis maiores aos registrados nos 100 mil anos anteriores.
Os testes atômicos realizados desde 1945 também têm deixado uma marca no planeta. De acordo com o estudo, registrou-se um aumento de Carbono 14, Plutônio 239 e outros radionuclídeos artificiais, que alcançaram um pico em 1964.
Os pesquisadores indicaram que as taxas de extinção de espécies aumentaram desde 1500, e a tendência tem aumentado desde o século XIX. As mudanças associadas à pecuária e à pesca destacam-se como uma das causas.
O uso do termo Antropoceno ainda não foi adotado pela comunidade científica, mas já se emprega desde inícios dos anos 80, como proposta do biólogo Eugene Stoermer. As pesquisas recentes determinaram que a atividade do homem influencia globalmente múltiplos aspectos do clima. Metais, pesticidas, plásticos e outros poluentes encontrados nos sedimentos da Groelândia demonstram a influência do consumo humano sobre o planeta.
Os estudantes da área ambiental da FUNIBER pesquisam constantemente sobre o impacto da atividade humana na Terra para identificar as mudanças que podem ocorrer em determinadas regiões e mitigar o impacto da mudança climática.
Foto: Nasa

Siga-me

Seguidores

Literatura Brasileira

PALESTRAS.

Meio Ambiente:


*Educação Ambiental
*Desenvolvimento Sustentável
*Reciclagem e Energia Renovável
*Esgotamento Sanitário e Reuso da Água
*Novo Código Florestal

Poderão ser sugeridos temas considerando o público alvo.
CONTATO: cesaratorres@gmail.com
Telefones: (33) 8862.7915 / 3315.1683