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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os poluidores têm de pagar

poluição por petróleo - Nigéria
Foto: BBC


           Quando a BP e suas parceiras petrolíferas causaram o vazamento no poço Deepwater Horizon, no Golfo do México, em 2010, o governo dos EUA exigiu que a BP arcasse com os custos da limpeza, indenizasse as partes que tivessem sofrido danos e pagasse multas criminais pelas violações que causaram o desastre. A BP já reservou mais de US$ 20 bilhões para o saneamento ambiental e pagamento de multas. Com base em um acordo firmado na semana passada, a BP agora pagará a maior pena criminal na história dos Estados Unidos: US$ 4,5 bilhões (1).
 
Os mesmos padrões de limpeza ambiental precisam ser impostos a empresas multinacionais que operam nos países mais pobres, onde seu poder tem sido normalmente tão grande em relação ao de governos, que muitas delas atuam impunemente, causando estragos no ambiente e assumindo pouca ou nenhuma responsabilidade. Os poluidores têm de pagar, seja em países ricos ou pobres. As grandes companhias precisam aceitar a responsabilidade por suas ações.
 
A Nigéria foi a mais importante prova da impunidade ambiental empresarial. Durante décadas, importantes companhias petrolíferas como a Shell, a ExxonMobil e a Chevron vêm produzindo petróleo no delta do Níger, um ambiente ecologicamente frágil de florestas em pântanos de água doce, manguezais, florestas tropicais em várzeas e ilhas barreiras costeiras. Esse habitat rico suporta uma biodiversidade notável – ou suportava, antes que as companhias de petróleo lá chegassem – e mais de 30 milhões de habitantes locais que dependem dos ecossistemas locais que asseguram sua saúde e meios de subsistência.
 
A limpeza do delta do Níger constitui uma oportunidade ideal para que a Nigéria, a indústria petrolífera e a comunidade internacional mostrem de forma convincente que raiou uma nova era. O desenvolvimento sustentável não deve ser um mero slogan
 
Vinte anos atrás, a União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais classificou o delta do Níger como uma região de grande biodiversidade de flora e fauna marinha e costeira e por essa razão classificou-a como de prioridade muito alta para a conservação. No entanto, a União também observou que a biodiversidade da região está sob grande ameaça, com pouca ou nenhuma proteção.
 
As companhias multinacionais que operam no delta derramaram petróleo e queimaram gás natural durante décadas sem dar importância ao ambiente natural e às comunidades empobrecidas e envenenadas por suas atividades. Segundo uma estimativa (2), os vazamentos acumulados ao longo dos últimos 50 anos somam cerca de 10 milhões de barris – o dobro da dimensão do vazamento pelo qual a BP foi responsável.
 
Os dados são incertos: houve vários milhares de vazamentos durante esse período – muitas vezes mal documentados, com suas dimensões ocultas ou simplesmente não mensuradas, seja pelas empresas ou pelo governo. De fato, exatamente no momento em que a BP era alvo de novas penalidades criminais, a ExxonMobil anunciou mais um vazamento em um oleoduto no delta do Níger.
 
A destruição ambiental do delta faz parte de uma saga maior: companhias corruptas que operam em conluio com funcionários governamentais corruptos. As empresas rotineiramente subornam funcionários para obter concessões petrolíferas, mentir sobre volumes produzidos, sonegar impostos e esquivar-se à responsabilidade pelos danos que causam ao ambiente. Autoridades nigerianas tornaram-se fabulosamente ricas devido a décadas de pagamentos por parte de companhias internacionais que saquearam as riquezas naturais do delta. A Shell, maior operadora estrangeira no delta do Níger, foi criticada diversas vezes por suas práticas escandalosas e por evitar ser responsabilizada.
 
Enquanto isso, a população local continuou pobre e vitimada por doenças causadas por ar insalubre, água potável envenenada e por poluição da cadeia alimentar. Essa terra sem lei gerou guerras entre gangues e persistente acesso ilegal aos oleododutos para roubar petróleo, produzindo mais enormes vazamentos de petróleo e freqüentes explosões que matam dezenas de pessoas, inclusive inocentes.
 
Na era colonial, o objetivo oficial do poder imperial era extrair riqueza dos territórios administrados. No período pós-colonial, os métodos são mais disfarçados. Quando as empresas petrolíferas comportam-se mal na Nigéria ou em outros países, são protegidas pelo poder de seus países de origem. Não mexa com essas empresas, dizem os EUA e a Europa. De fato, um dos maiores subornos (supostamente, US$ 180 milhões) recentemente pagos na Nigéria saíram da Halliburton, uma empresa fortemente imbricada com o poder político americano.
 
No ano passado, o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP, sigla em inglês) publicou um relatório sobre Ogoniland (3), um importante berço étnico no delta do Níger, epicentro do conflito entre as comunidades locais e as companhias petrolíferas internacionais. O relatório foi tão contundente quanto claro. Apesar de muitas promessas de que uma limpeza seria empreendida, Ogoniland permanece em agonia ambiental, empobrecida e adoentada pela indústria petrolífera.
 
A UNEP também apresentou recomendações claras e detalhadas, entre elas medidas emergenciais para assegurar água potável; atividades de limpeza focadas nos manguezais e solos; estudos de saúde pública para identificar e neutralizar as consequências da poluição e um novo referencial regulamentador.
 
Governos em todo o mundo chegaram recentemente a um consenso em torno da adoção de um novo referencial para o desenvolvimento sustentável, declarando sua intenção de adotar Metas para um Desenvolvimento Sustentável (MDS) na Cúpula Rio+20 (4), realizada em junho. As MDSs proporcionam ao mundo uma oportunidade crucial para definir normas claras e convincentes para o comportamento governamental e empresarial.
 
A limpeza do delta do Níger constituiria o exemplo mais vigoroso possível de uma nova era de responsabilidade. Shell, Chevron, ExxonMobil e outras grandes companhias petrolíferas deveriam manifestar-se e ajudar a financiar a limpeza necessária, inaugurando uma nova era de responsabilidade.
 
A responsabilidade do próprio governo nigeriano está em jogo. É animador que vários senadores nigerianos tenham recentemente assumido a vanguarda dos esforços para fortalecer o império da lei sobre o setor petrolífero.
 
A limpeza do delta do Níger constitui uma oportunidade ideal para que a Nigéria, a indústria petrolífera e a comunidade internacional mostrem de forma convincente que raiou uma nova era. A partir de agora, o desenvolvimento sustentável não deve ser mais um mero slogan, mas sim uma abordagem operacional à governança e ao bem-estar mundial em um planeta estressado e superpovoado.
 
Referências:
Jeffrey D. Sachs é professor de economia e diretor do Instituto Terra, da Columbia University. É também assessor especial do secretário-geral das Nações Unidas no tema das Metas de Desenvolvimento do Milênio.
Artigo publicado no Valor Econômico e socializado pelo Jornal da Ciência / SBPC

Clima está mudando diante dos nossos olhos, alerta a Organização Meteorológica Mundial

Supertempestade Sandy é citado como exemplo de evento extremo que evidencia a mudança climática. Foto de satélite NASA/NOAA.

Supertempestade Sandy é citado como exemplo de evento extremo que evidencia a mudança climática. Foto de satélite NASA/NOAA.
De acordo com a WMO, 2012 deve ficar entre os anos mais quentes dos últimos tempos – O fato do gelo ártico ter derretido a um nível recorde neste ano mostra, assim como outros extremos climáticos, que a “mudança do clima está diante dos nossos olhos”, disse a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), uma das agência da ONU, nesta quarta-feira, 28. Matéria de Alister Doyle, da Reuters, em O Estado de S.Paulo.
 
Os primeiros dez meses de 2012 ficaram em nono lugar na lista dos períodos mais quentes desde que os registros começaram, em meados do século 19, mesmo com os meses iniciais ficando mais frios por causa do fenômeno “La Niña”, mostrou um relatório do WMO apresentado em Doha, durante a Convenção do Clima da ONU.
 
Várias regiões registraram secas, enchentes e ondas de calor extremos. O número de ciclones em todo o mundo ficou estável, mas alguns, como a Supertempestade Sandy, que atingiu o Caribe e os Estados Unidos, foram especialmente devastadores, avalia a WMO.
 
“A extensão do gelo no Ártico atingiu um tamanho mínimo recorde. A taxa alarmante do degelo neste ano destacou o alcance das mudanças que estão ocorrendo nos oceanos e na biosfera”, disse Michel Jarraud, chefe da base da WMO em Genebra, na Suíça.
 
“A mudança climática está bem diante dos nossos olhos e persistirá como resultado das concentrações dos gases de efeito estufa na atmosfera, que cresceu de forma constante e que atingiu um novo recorde”, disse Jarraud. Eventos naturais que costumam esfriar a temperatura, como a La Niña “não alteram a tendência de aumento de temperatura verificada como resultado das atividades do homem”, disse o representante da agência.
 
Alguns dados
 
O levantamento mostrou que a temperatura das superfícies terrestre e oceânica dos primeiros nove meses de 2012 foi cerca de 0.45ºC superior ao período correspondente nos anos entre 1961 e 1990, que apresentam média de 14,2ºC.
 
Em todo o mundo, foi verificado que os ciclones tropicais ficaram próximos da média de 85 tempestades registradas entre 1991 e 2010, somando 81 eventos neste ano. O tufão Sanba, que atingiu as Filipinas, o Japão e a península coreana foi o mais forte.
 
A bacia atlântica teve uma temporada de furacões acima da média pelo terceiro ano consecutivo. O principal deles foi Sandy, que atingiu nações insulares no Caribe e os Estados Unidos.
 
As altas temperaturas afetaram principalmente a América do Norte, o sul da Europa, o oeste e o centro russo e o noroeste da Ásia, mostrou o levantamento da WMO. Ondas de calor atingiram boa parte dos Estados Unidos e a Europa entre março e maio.
 
Cerca de 15 mil recordes diários de calor foram quebrados por todos os Estados Unidos. Secas também atingiram várias partes dos Estados Unidos e parte da Rússia, Europa e China.
“Várias partes do oeste africano e da região do Sahel, incluindo Níger e Chade, sofreram com grandes enchentes entre julho e setembro por causa de uma monção bastante ativa”, revelou o levantamento EcoDebate

Relatório avalia os impactos das mudanças climáticas na Europa, confirmando necessidade urgente de adaptação



Relatório avalia os impactos das mudanças climáticas na Europa, confirmando necessidade urgente de adaptação


A mudança climática está afetando todas as regiões da Europa, causando uma série de impactos sobre a sociedade e o meio ambiente. Impactos são esperados no futuro, potencialmente causando custos elevados danos, de acordo com a última avaliação publicada pela Agência Européia do Ambiente.
 
O relatório “As mudanças climáticas, impactos e vulnerabilidade na Europa 2012” [Climate change, impacts and vulnerability in Europe 2012] indica que temperaturas médias mais elevadas foram observadas em toda a Europa, bem como diminuição da precipitação nas regiões no sul e aumento da precipitação no norte da Europa. A camada de gelo da Groenlândia, o gelo do mar Ártico e muitas geleiras em toda a Europa estão derretendo, a cobertura de neve diminuiu e a maioria dos solos permafrost estão descongelando.
 
Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações e secas causaram grandes danos, com custos crescentes, em toda a Europa nos últimos anos. Enquanto são necessárias mais provas para discernir o papel desempenhado pela mudança do clima nessa tendência crescente e avaliar a atividade humana em áreas sujeitas a risco tem sido um fator chave. Futuras alterações climáticas deverão potencializar essa vulnerabilidade, na medida em que eventos climáticos extremos devem se tornar mais intensos e freqüentes. Se as sociedades européias não se adaptarem, os custos dos danos também continuarão a crescer, de acordo com o relatório.
 
Algumas regiões serão menos capazes de se adaptar às mudanças climáticas do que outras, em parte devido a disparidades econômicas em toda a Europa, diz o relatório. Os efeitos da mudança climática poderiam aprofundar essas desigualdades.
 
Jacqueline McGlade, Diretora Executiva da AEA, disse: “A mudança climática é uma realidade em todo o mundo, e a extensão e a velocidade da mudança é cada vez mais evidente. Isto significa que todas as partes da economia, incluindo as famílias, precisam se adaptar, bem como reduzir as emissões.”
 
Observando a mudança do clima e projeções – as principais conclusões
 
A última década (2002-2011) foi a mais quente já registrada na Europa, com a temperatura do solo europeu 1,3° C mais quente do que a média no período pré-industrial. Várias projeções do modelo mostram que a Europa poderia ser de 2,5 a 4° C mais quente, ao final do século 21, em relação à média de 1961-1990.
 
As ondas de calor têm aumentado em freqüência e duração, causando dezenas de milhares de mortes ao longo da última década. O aumento projetado de ondas de calor pode aumentar o número de mortes nas próximas décadas, a menos que as sociedades se adaptem, diz o relatório. No entanto, mortes relacionadas ao frio devem diminuir em muitos países.
 
Enquanto que a precipitação está diminuindo nas regiões ao sul, ela é crescente no norte da Europa, de acordo com o relatório. As projeções indicam que estas tendências devem continuar. As projeções indicam que, em razão da mudança climática, devem aumentar as inundações, especialmente no norte da Europa, porque temperaturas mais altas devem intensificar o ciclo da água. No entanto, é difícil discernir a influência das alterações climáticas nas enchentes registradas no passado.
 
Por outro lado, as secas estão mais intensas e freqüentes no sul da Europa. As projeções indicam que as vazões dos rios devem diminuir significativamente durante o verão no sul da Europa, mas também em muitas outras partes da Europa em diferentes graus.
 
O Ártico está esquentando mais rápido do que outras regiões. O registro mais baixo do gelo no mar foi observado no Ártico em 2007, 2011 e 2012, caindo para cerca de metade da extensão mínima vista na década de 1980. O derretimento do gelo da Groenlândia dobrou desde a década de 1990, perdendo uma média de 250 bilhões de toneladas de massa a cada ano entre 2005 e 2009. As geleiras nos Alpes perderam cerca de dois terços do seu volume desde 1850 e estas tendências são projetadas para continuar.
 
O nível do mar está aumentando, potencializando o risco de inundações costeiras durante tempestades. O nível do mar, na média global, aumentou 1,7 milímetro por ano ao longo do século 20 e 3 milímetros por ano nas últimas décadas. As projeções futuras variam amplamente, mas é provável que, no século 21, o aumento do nível do mar será maior do que durante o século 20. No entanto, o aumento do nível do mar em costas européias varia muito, exigindo avaliações locais.
 
Além de impactos relacionados ao calor, outros efeitos importantes na saúde humana também são esperados, diz o relatório. A mudança climática tem um papel na transmissão de certas doenças. Por exemplo, isto permite que a espécie de carrapato Ixodes ricinus prospere mais a norte, enquanto que o aquecimento pode fazer com que parte da Europa torne-se mais adequada para vetores de doenças como os mosquitos. A temporada de pólen é maior e chega 10 dias mais cedo do que há 50 anos, também afetando a saúde humana.
 
Muitos estudos têm medido amplas mudanças nas características de adaptação de vegetais e animais. Por exemplo, as plantas estão florescendo mais cedo. Animais e plantas estão se movendo para o norte, na medida em que os habitats se aquecem. Uma vez que a taxa de migração de muitas espécies é insuficiente para manter o ritmo em relação à velocidade do aquecimento, muitas poderiam ser extintas por não terem tempo para adaptar-se às novas condições dos habitats.
 
Embora no sul da Europa possa haver menos água disponível para a agricultura, é possível que as condições de cultivo melhorem noutras zonas. Na Europa, o período de cultivo de várias culturas prolongou-se e essa tendência deverá manter-se, em paralelo com a expansão de culturas das estações quentes para latitudes mais setentrionais. Contudo, prevê-se uma redução de algumas culturas, devido às ondas de calor e a secas, no centro e no sul da Europa.
 
Com o aumento das temperaturas, a demanda por aquecimento caiu, economizando energia. No entanto, isso deve ser equilibrado com maiores demandas de energia para resfriamento durante os verões mais quentes.
Climate change, impacts and vulnerability in Europe 2012.pdf [32.0 MB] EcoDebate

Cerca de 85% dos brasileiros separariam o lixo caso serviço de coleta seletiva estivesse disponível

coleta seletiva


A maioria (85%) dos brasileiros que ainda não conta com coleta seletiva estaria disposta a separar o lixo em suas casas, caso o serviço fosse oferecido nos municípios, aponta pesquisa divulgada ontem (28) pelo Programa Água Brasil. Apenas 13% dos entrevistados declararam que não fariam a separação dos resíduos e 2% não sabem ou não responderam. O estudo, encomendado ao Ibope, entrevistou 2.002 pessoas em todas capitais e mais 73 municípios, em novembro do ano passado.
 
Apesar da disposição em contribuir para a destinação adequada dos resíduos sólidos, o percentual dos que não têm meios para o descarte sustentável chega a 64% dos entrevistados. A quantidade de pessoas que contam com coleta seletiva ou que têm algum local para deixar o material separado representa 35% da amostra.
 
Em relação aos produtos que costumam ser separados nessas casas, as latas de alumínios ficam em primeiro lugar, com 75%, seguidas pelos plásticos (68%), papéis e papelões (62%) e vidros (55%). Os eletrônicos, por outro lado, são separados por apenas 10% dos entrevistados. Cerca de 9% dos entrevistados não separam nenhum material mesmo que o serviço de coleta seletiva esteja implantado na sua região.
 
Dos que contam com o serviço de coleta seletiva, metade (50%) dos casos tem a prefeitura como responsável pelo trabalho. Catadores de rua (26%), cooperativas (12%) e local de entrega (9%) aparecem em seguida dentre os meios de coleta disponíveis.
 
O estudo aponta também que a proposta de uma tarifa relaciona ao lixo divide opiniões. A ideia de que quem produz mais resíduos deve pagar uma quantia maior é aprovada completamente por 13% dos entrevistados, 23% concordam parcialmente. Os que discordam completamente a respeito do pagamento da taxa somam 36%. Há ainda os que não concordam, nem discordam (16%) e os que discordam em parte, com 10%.
 
Na hora de consumir, práticas sustentáveis ainda são deixadas de lado. Preço, condições de pagamento, durabilidade do produto e marca lideram as preocupações do consumidor brasileiro. O valor do produto, por exemplo, é considerado um aspecto fundamental por 70% dos entrevistados. Características do produto ligadas à sustentabilidade, no entanto, como os meios utilizados na produção, o tempo que o produto leva para desaparecer na natureza e o fato de a embalagem ser reciclável, ficam em segundo plano.
 
Os entrevistados responderam ainda quais produtos devem ser menos usados em suas casas nos próximos três anos. O campeão foi a sacola plástica. O produto é comprado com frequência em 80% das residências, mas 34% dos entrevistados esperam reduzir o consumo. Em seguida aparecem os copos descartáveis (31%), bandejas de isopor (22%) e garrafas PET (21%). No fim da lista, entre os que devem permanecer com alto percentual de consumo, estão os produtos de limpeza perfumados. Apenas 9% estimam que irão reduzir o uso desses materiais.
 
O Programa Água Brasil é uma iniciativa do Banco do Brasil, da Fundação Banco do Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA) e da organização não governamental WWF-Brasil, com intuito de fomentar práticas sustentáveis no campo e na cidade.
Reportagem de Camila Maciel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate

Brasileiros preocupam-se mais com questões sociais, do que com meio ambiente

César Torres
A pesquisa abaixo apresentada, nos mostra como o brasileiro ainda não se conscientizou da importância vital da preservação ambiental para o futuro da vida na terra. Após a leitura da pesquisa, poderão entender por que tenho insistido em meus artigos, em mostrar a face negra do futuro da humanidade. O livro que publiquei 2200 NO LIMITE poderá ter suas sinistras projeções antecipadas. Espero que o meu trabalho e tantos outros que se preocupam com a crise ambiental em que vivemos, possa sensibilizar a sociedade enquanto temos tempo.
Leiam a matéria sobre a pesquisa.
As questões sociais preocupam bem mais o brasileiro do que as questões ambientais, aponta pesquisa do Programa Água Brasil, apresentada ontem (28) durante a Reviravolta Expocatadores 2012, na capital paulista. Temas como aquecimento global, acúmulo e descarte inapropriado de resíduos e contaminação de rio e mananciais são apontados como principais problemas por apenas 7% dos entrevistados. O estudo sobre o nível de consciência da população sobre práticas sustentáveis foi encomendado ao Ibope.
 
Quando questionados sobre os três principais problemas que afetam o país atualmente, os temas mais recorrentes aos entrevistados foram saúde (70%), desemprego (53%), fome (50%), corrupção (42%) e educação pública (39%). Temas relacionados ao meio ambiente ficaram em penúltimo lugar, perdendo apenas para o item economia global, que foi citado por 2% dos entrevistados. Participaram do estudo 2.002 pessoas em todas as capitais e mais 73 municípios, em novembro do ano passado.
 
Para o coordenador de Programa Educação para Cidades Sustentáveis da organização WWF Brasil, Fábio Cidrin Gama, os resultados indicam que será necessária uma grande sensibilização para mudar a atitude do brasileiro em relação ao tema, especialmente no momento em que o país se organiza para implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). “A pesquisa mostra que há esperança, mas para essa mudança. A gente vai ter que sensibilizar muito toda a sociedade para que as pessoas assumam [a destinação correta do lixo] como um hábito e um dever de cidadão”, destacou.
 
Gama aponta que um dos aspectos mais positivos da pesquisa é a disposição do brasileiro em participar da coleta seletiva. Por outro lado, ele lamenta que ainda haja muito desconhecimento sobre a destinação correta do lixo e sobre o papel que cada um deveria cumprir nesse processo. “Em relação ao símbolo da reciclagem, os brasileiros acham simplesmente que tendo aquele símbolo o material vai ser reciclado”, declarou. O coordenador destaca que para haver o reaproveitamento do resíduo ainda são necessárias muitas etapas, como a própria separação a ser feita pelo consumidor.
 
A pesquisa mostra também que o brasileiro está disposto a assumir outras atitudes sustentáveis, além da coleta seletiva. Cerca de 34% dos entrevistados declararam que abririam mão de determinados produtos mesmo que interferisse na sua comodidade. Percentual semelhante (33%) passaria a exigir aos fabricantes soluções com intuito de que o produto tivesse menor impacto no meio ambiente. Ainda é baixo, no entanto, a quantidade de pessoas (23%) que não comprariam materiais que não fossem recicláveis ou reutilizáveis.
 
Para Severino Lima Júnior, membro do Movimento Nacional de Catadores de Rua (MNCR), a pesquisa destaca o papel do catador de rua na cadeia de reciclagem no Brasil, já que 26% dos entrevistados apontam que eles são os responsáveis pela coleta seletiva. Para metade (50%), ela é feita pelas prefeituras e 12% apontam as cooperativas. “Isso mostra que o modelo adotado no país tem potencial para ser mais exitoso do que outros formatos faraônicos, defendidos por alguns, como a participação de grandes empresas de reciclagem”, defende.
Reportagem de Camila Maciel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate

Salvar o planeta de nos mesmos.

Publicado Diário das Gerais 29/11/2012 - PG 7

O Planeta terra a caminho da extinção da vida. Uma afirmativa que mostra nossa realidade, ou apenas uma farsa para criação de outros nichos de mercado? Ou uma investida dos loucos que não tem algo mais importante para fazer? As pessoas não dão a importância que a situação requer. Somente diante de alguma fatalidade, quando as catástrofes ocorrem à nossa volta ou nos atinge diretamente é que a ficha cai. Assim você começa a entender o quanto é importante dar atenção a esses assuntos.

Podemos verificar que inúmeros movimentos são iniciados somente diante de eventos que causam comoção social, assim nascem ONGs, fundações etc. Por que não iniciarmos esses movimentos antes de sofrermos os efeitos com maior intensidade? Porque não começamos agora mesmo a ver nosso planeta com outro olhar?

Infelizmente a sociedade funciona assim, somente com a dor e não apenas por amor. Deveria dar importância e visualizar um futuro diante das evidências, ainda que distante. Agir sem necessariamente começar porque estamos em situação emergencial, mas sim acreditar que os cientistas afirmam que a questão climática já é uma questão emergencial, e não achar que o aquecimento global e derretimento das calotas polares estão afetando somente a sobrevivência dos ursos polares. E que a poluição dos rios e do ar está afetando somente os centros urbanos industrializados e de maior concentração populacional. E que os efeitos não estão atingindo  todo planeta.

Quando falamos, “salvar o planeta de nós mesmos”, é afirmando diante das evidências, que nós humanos, sugamos do planeta mais do que ele pode suportar. São muitas as ações que foram cruciais para chegar ao limite de degradação que estamos, mas, um dos fatores do crescimento acelerado de degradação está em nosso modo de vida e dos conceitos da modernidade. A palavra chave é o “Consumismo”.

Existe um crescente desenvolvimento de novas tecnologias que se pautam na ecoeficiência, de forma a gerar recursos ambientais e produtos com o menor impacto ambiental. Mas mesmo este esforço ainda é muito tímido em relação ao tamanho do problema, e exigiria muito mais investimento e apoio das instituições oficiais. São muitos os trabalhos apresentados com inúmeras fórmulas e iniciativas variadas de Órgãos Públicos e ONGs buscando diminuir os impactos ambientais. Tudo que é feito, não atinge os seus objetivos, é insuficiente, o povo está surdo e cego, não dão a menor importância às evidências, como se tudo fizesse parte de um processo natural. Não estamos recuperando o planeta na mesma velocidade do consumo e degradação, e assim reverter a crise ambiental apresentada, e o problema só aumenta.

A relação de crescimento econômico e consumo se tornou um antagonismo, que, o equacionamento desta fórmula impõe uma mudança comportamental importante, ou seja, equilibrar o consumo. Esta relação é apenas um dos indicativos de que se fala muito para salvar o planeta. Mas pouco é o foco sobre esse, que é problema crônico da humanidade, consumismo.

          Os relatórios apresentados por diversas organizações internacionais vêm alertando para o fato de que, se toda a população humana tivesse o mesmo nível de consumo que a população dos países desenvolvidos, seria necessários recursos ambientais equivalentes a cerca de 4 a 5 planetas, ou seja, é evidente que não há como dar este mesmo conforto a todos os atuais habitantes da Terra.

Considerando a equidade aos habitantes, e que vem sendo apregoada pelos direitos humanos, de que todos tem o direito de usufruir igualmente dos benefícios de um mundo moderno e evoluído. Na tentativa de redução desta desigualdade, vem sendo criados alguns mecanismos de compensação que, mesmo resultando em algum ganho sobre os impactos ambientais globais, tem mais efeito no abrandamento da crise de consciência dos grandes consumidores, como por exemplo, a compra de créditos de carbono. Se paga aos pobres para se ter o direito de poluir mais que eles e manter sua confortável vida e seu consumismo, com a consciência limpa.

            O aumento do consumo também nos países em desenvolvimento está relacionado ao aumento populacional, a inovação tecnológica em uma velocidade alucinante, e o crescimento econômico. A mídia estimula as pessoas de forma massificante, mostrando que a felicidade está em ter, e não em ser. O melhor carro, o novo modelo de computador, o celular mais moderno, uma roupa de grife, etc. e outros produtos que são adquiridos e servem somente para entulhar os porões das casas, sem a menor utilidade. Considerando ainda que a maioria dos produtos é fabricada para durar pouco, o que pressiona ainda mais o consumo de recursos naturais.

          Esta demanda cada vez maior por recursos ambientais, além de impactar os ecossistemas, aumenta a produção de resíduos, a poluição atmosférica e das águas, em níveis que já ultrapassam a capacidade de autorregeneração do planeta. Como consequência, tem-se o aquecimento global, as alterações climáticas, a redução dos recursos pesqueiros, a desertificação de áreas importantes, extinção de espécies da fauna e da flora e muitos outros efeitos de ordem planetária ainda pouco conhecidos.

              O “desenvolvimento sustentável” tão apregoado por todos, infelizmente  se transformou em um conceito apenas para propaganda e não um princípio. Diante do quadro catastrófico anunciado surgem diariamente inúmeros grupos de salvadores do planeta, principalmente nos países desenvolvidos, mas nenhum dos atores abre mão do seu conforto. Perguntamos; quem vai salvar nosso planeta? Diante do quadro atual temos a resposta, ninguém!

            A sociedade deveria deixar a hipocrisia e não olhar apenas para o próprio umbigo pensando em si próprio. Sabemos que quando se fala em temas importantes para diminuição da degradação ambiental, muitos se sentem incomodados, a exemplo do controle de natalidade de forma institucional. Sabendo que a população do planeta já atingiu a marca de sete bilhões e o consumo já supera em muito a capacidade de regeneração. É um tema proibitivo, ninguém ousa se levantar em defesa. São muitos os grupos sociais que impedem essa prática.

             A população tem que entender que a terra é como qualquer espaço possui o seu limite de ocupação. O limite de habitantes tem que ser considerado para o consumo de recursos naturais e para a geração de impactos sobre os ecossistemas. Na próxima coluna daremos alguns exemplos de como cada cidadão pode contribuir para o planeta, e deixando um pouco a hipocrisia de lado e partindo para prática de fato.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Reutilização local de água é mais eficiente que a realizada em estações de tratamento de grande porte

                                            escassez de água



 Na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP foi desenvolvido um modelo de gestão integrada de drenagem e aproveitamento da água proveniente de chuvas e do reúso do esgoto sanitário. Para a elaboração do modelo, o tecnólogo em saneamento Ricardo Camilo Galavoti avaliou três tipos de cobertura — telhado de zinco, Cobertura Verde Leve (CVL) e Tetra Pak. Já para o esgoto sanitário tratado, a pesquisa propôs modificações para um sistema de biodigestão desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), visando seu reúso em escala de lote domiciliar. “Precisamos começar a pensar em reutilização local, pois isso é muito mais viável que pensar em um sistema de reaproveitamento de grande porte”, diz Galavoti.
 
Um dos principais objetivos foi verificar a influência que o material de cobertura de telhados exerce sobre a qualidade da água da chuva. A gestão integrada consiste em elaborar um modelo que culmine na racionalização do uso de água, com o reaproveitamento da água proveniente da chuva. Os testes foram realizados em escaladas de lote residencial, que no caso da cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, tem o padrão com áreas de 250 metros quadrados (m²). Os testes foram realizados em um lote experimental, montado no campus da USP, em São Carlos.
 
“Queríamos ver a influência que o tipo de material tinha sobre a qualidade da água da chuva armazenada e, para isso, avaliamos os prós e contras de cada sistema”, diz ele. Uma das coberturas, chamada de Cobertura Verde Leve (CVL) retém uma grande quantidade de águas pluviais, enquanto as demais favorecem o escoamento das águas com um melhor padrão de qualidade. Em todos os sistemas de água foram feitas instalações hidráulicas e mecânicas.
 
Dentre as diversas sugestões feita por Galavoti para o tratamento de esgoto sanitário está a melhoria do sistema de desinfecção por raios ultravioleta e, se necessário, associar essa tecnologia à desinfecção com cloro em pastilhas, mecanismo de baixo custo que pode ser usado tanto para tratamento de esgoto sanitário quanto para tratamento de águas pluviais.
 
Reaproveitamento local

A inovação não foi no campo dos materiais utilizados, pois eles podem ser encontrados em lojas especializadas. O fator que trouxe novidade para o trabalho foi a concepção e as possíveis propostas que podem decorrer dela. “A primeira questão é que não tem muitos sistemas montados. Não se trata de um sistema tão difundido. No nosso caso, criamos um tratamento em lócus, ou seja, no local. A partir disso desenvolvemos um estudo de qualidade com diversos parâmetros. Isso foi inovador”, avalia o pesquisador.
 
A tese de doutorado Proposta de um modelo de gestão integrada de águas urbanas em escala de lote residencial: alcances e limitações foi orientada pelo professor Eduardo Mario Mendiondo. Em seu estudo, Galavoti conseguiu mostrar quais metais inviabilizam o uso das águas pluviais para uso potável. Isso permite que se faça um tratamento local da água, em contraponto aos grandes sistemas de tratamento.
 
Segundo o tecnólogo, o foco da pesquisa foi o de fomentar uma nova abordagem para a política de águas urbanas no Brasil, que possa ser gerida a partir de uma escala de microdrenagem, ou seja, a partir de lotes residenciais. “É preciso pensar em reutilizar em pequeno porte, priorizando a questão da qualidade da água e também a prevenção de desastres naturais, como enchentes e inundações”.
Mais informações: email galavoti@sc.usp.br
Matéria de Paloma Rodrigues, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate

Maior acidez do mar dissolve concha de criaturas marinhas, diz estudo

Limacina helicina antarctica. Imagem: British Antarctic Survey
Limacina helicina antarctica. Imagem: British Antarctic Survey


Borboletas-do-mar* que vivem na Antártida estão sendo afetadas pelo alto nível de acidez das águas marinhas, segundo uma nova pesquisa científica.
 
Uma equipe internacional de cientistas descobriu que a concha das borboletas-do-mar está sendo corroída pela água do mar.
 
Segundo especialistas, a descoberta é importante para se determinar o impacto da acidificação do oceano na vida marinha. Os resultados [Extensive dissolution of live pteropods in the Southern Ocean] foram publicados na revista científica Nature Geoscience.
 
Ecossistemas
 
As borboletas-do-mar são importantes na cadeia dos alimentos dos oceanos. Além disso, elas são um bom indicador de quão saudável está o ecossistema.
 
“Eles são um item importante para diversos predadores – como plânctons maiores, peixes, pássaros, baleias”, diz Geraint Tarling, que é coautor do estudo e diretor de Ecossistemas Oceânicos da entidade britânica de pesquisas British Antarctic Survey.
 
O estudo foi um projeto de pesquisadores da BAS, da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a US Woods Hole Oceanographic Institution e da faculdade de ciências ambientais da Universidade de East Anglia.
 
A acidificação do oceano ocorre devido à queima de combustíveis fósseis. Parte do dióxido de carbono que está na atmosfera é absorvido pelo oceano. Esse processo altera a composição química da água, que fica mais ácida.
 
Os dados foram coletados em uma expedição do barco Southern Ocean, em 2008. Os cientistas analisaram o que acontece quando a água marinha do fundo é empurrada para a superfície por ventos.
Essa água é mais ácida e acaba corroendo a aragonita – a substância que forma as conchas das lesmas-do-mar.
 
“As borboletas-do-mar não necessariamente morrem por conta da corrosão nas suas conchas, mas isso as deixa mais vulneráveis a predadores e a infecções, o que tem consequências no resto da cadeia de alimentação.”
 
Tarling disse que o estudo ainda é um piloto para outras pesquisas que virão, mas que ele já forneceu dados importantes sobre como o ecossistema reagirá a mudanças futuras no oceano.
 
“Foram necessários vários anos para que desenvolvêssemos uma técnica sensível o suficiente para que analisássemos o exterior das conchas, com auxílio de microscópios de alta potência, já que as conchas são muito finas e os padrões de dissolução são muito súteis”, afirmou o pesquisador.
Extensive dissolution of live pteropods in the Southern Ocean
Nature Geoscience (2012) doi:10.1038/ngeo1635
http://www.nature.com/ngeo/journal/vaop/ncurrent/full/ngeo1635.html

Especialistas dizem que o Brasil não está preparado para os impactos das mudanças climáticas

                      Nova Friburgo, deslizamento de encosta


Especialistas dizem que país não tem planejamento estratégico para minimizar os efeitos em setores como agricultura, energia e migração regional. Pesquisa mostra o Brasil como o 58º em vulnerabilidade.
 
As imagens dos deslizamentos de terra causados por fortes chuvas e que deixaram centenas de mortos na região serrana do Rio de Janeiro, no início de 2011, ou dos refugiados da seca no Nordeste estão firmes na cabeça de muitos brasileiros. Mas esses são apenas dois dos vários exemplos dos impactos das mudanças climáticas no Brasil. Muitas vezes, os efeitos delas são ainda piores por causa da falta de estrutura das cidades brasileiras.
 
“O Brasil não está totalmente preparado para as mudanças climáticas e seus impactos. Os pontos fracos do Brasil estão relacionados à sua infraestrutura e ao fato de ser um país de enorme extensão e com uma grande população pobre”, frisa o cientista-chefe do Instituto de Adaptação Global (GAIN, em inglês), Ian Noble. Uma recente pesquisa do instituto mostrou que, no quesito vulnerabilidade, o Brasil está na 58ª posição entre 176 países.
 
Segundo os cientistas, cada região brasileira sofre de forma diferente com os impactos das mudanças climáticas. No Sul e no Sudeste, o maior problema são as chuvas cada vez mais intensas – e, com elas, os perigos cada vez maiores para as pessoas que vivem em encostas. Já o Centro-Oeste e principalmente o Nordeste vão passar por secas cada vez mais frequentes. No Centro-Oeste, algumas regiões de savana deverão virar caatinga. Já partes da floresta tropical úmida da Amazônia deverão se converter em serrado e savana.
 
Agricultura, energia e migração
 
A agricultura é o setor econômico mais vulnerável às condições climáticas. As temperaturas mais altas e a variação do regime de chuvas podem obrigar uma série de culturas – como arroz, café, soja e milho – a se deslocar para áreas onde as condições climáticas sejam mais favoráveis. “Isso gera transtornos para a economia e o setor agrícola”, comenta Saulo Rodrigues Filho, diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB).
 
O setor energético brasileiro também é vulnerável, pois depende do regime de chuvas e das hidrelétricas. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível dos reservatórios é o menor em dez anos e caiu para menos da metade nas principais hidrelétricas do país, o que cria o risco de apagões.
 
O governo federal responde com medidas de curto prazo, como a queima de petróleo para produzir eletricidade. “O governo brasileiro não entende o atual problema como uma vulnerabilidade do setor energético diante das mudanças climáticas”, afirma Cláudio Szlafszstein, do núcleo de meio ambiente da Universidade Federal do Pará (UFPA).
 
Quanto à migração regional, o agravamento das adversidades climáticas poderá fazer ressurgir os refugiados do clima, principalmente na região Nordeste. “As condições climáticas do semiárido nordestino poderão ficar mais adversas e, com isso, deve haver um grande fluxo migratório”, afirmou Saulo Filho.
 
Szlafszstein lembra que o Brasil vivencia o problema da migração interna da população por fatores climáticos há muito tempo, principalmente a nordestina por causa da seca. “Enquanto estudiosos e a ONU usam o termo ‘migrações climáticas’, no Brasil a seca e seus impactos são tidos como problemas crônicos”, comenta.
 
Avanços?
O pesquisador Saulo Filho, da UnB, avalia que o governo brasileiro avançou no combate às mudanças climáticas com a adoção de medidas e de políticas em sintonia com o que a ciência diz ser necessário para minimizar os impactos. Um passo importante foi o fato de o Brasil ter apresentado uma redução voluntária na emissão de gases do efeito estufa, não prevista no protocolo de Kyoto, na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas realizada em 2009 em Copenhage.
 
Outra ação importante foi implementada também em 2009, com a criação da Política Nacional de Mudanças Climáticas, que visa elaborar planos contra os impactos das mudanças climáticas para diversos setores da economia.
 
“São avanços importantes, o Brasil caminhou na direção certa. Mas seria preciso muito mais do que isso no que diz respeito à adaptação e ao combate à vulnerabilidade. Nesses pontos, ainda temos muito por fazer”, afirma Saulo Filho.
 
Szlafszstein diz que o governo brasileiro não tem um planejamento estratégico para diminuir os impactos das mudanças climáticas. “Há numerosas intenções e propostas, mas elas se destacam por serem isoladas, com escasso nível de implementação, e por serem orientadas para diminuir as emissões de gases-estufa, com pouca atenção para a adaptação aos impactos das mudanças climáticas.”
 
Além disso, o discurso de preocupação com as questões ambientais é acompanhado por políticas que vão no sentido contrário, como o incentivo à produção de automóveis e à extração de petróleo.
Sistema de alerta
 
A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, é considerado o maior desastre climático do Brasil. Na época, mais de 900 pessoas morreram por causa dos deslizamentos, que deixaram milhares de desabrigados.
 
Para evitar novas tragédias, o governo federal criou em dezembro de 2011 o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). O objetivo do centro de pesquisa é alertar, com até duas horas de antecedência, sobre o risco de deslizamentos de encostas.
 
De acordo com Carlos Nobre, secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o governo tem a meta – ambiciosa, segundo ele – de diminuir o número de mortos, feridos, desabrigados e desalojados em 80% nos próximos anos. “Com o sistema de alerta, a Defesa Civil pode conduzir um processo organizado de evacuação dos moradores, que podem ir para um lugar seguro. O sistema elabora, diariamente, alertas para todo o país”, diz Nobre.
 
Pensar de forma preventiva
 
Segundo Saulo Filho, é importante agir de forma preventiva e não apenas remediar os erros. Ele cita um estudo do professor britânico Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, segundo o qual ações preventivas são cinco vezes mais econômicas.
 
Saulo Filho afirma que governantes, políticos e até mesmo alguns setores da sociedade ainda resistem em aceitar o tema como prioritário na hora de elaborar políticas e adotar medidas.
“O ser humano quer ter 100% de certeza de que tudo que está ocorrendo com o clima se deve à ação humana. Mas a complexidade do sistema não permite fazer interpretações tão exatas e tão precisas. Isso torna mais difícil convencer os políticos, e essa é uma das barreiras a serem quebradas nos próximos anos”, afirma.
Autor: Fernando Caulyt
Revisão: Alexandre Schossler
Matéria da Agência Deutsche Welle, DW, publicada pelo EcoDebate
 

COP18: Fracasso na prorrogação do Protocolo de Kyoto enfraquece busca por novo acordo climático

                                    COP18



 Pessimismo marca abertura de reunião climática da ONU. Apesar do crescente alarme sobre a mudança climática, quase 200 nações reunidas a partir desta segunda-feira, 26, em Doha pouco terão a oferecer além de palavras sobre a necessidade de conter as emissões de gases do efeito estufa. Reportagem de Alister Doyle e Regan Doherty, da Reuters, em O Estado de S.Paulo.
 
O provável fracasso na definição de uma prorrogação significativa do Protocolo de Kyoto – tratado que obriga nações desenvolvidas a reduzirem suas emissões – deve também enfraquecer a busca por um novo acordo que junte países ricos e pobres na luta contra o aquecimento global a partir de 2020.
“A situação é muito urgente… Não podemos mais dizer que a mudança climática é um problema para amanhã”, disse Andrew Steer, presidente do Instituto dos Recursos Mundiais, de Washington.
 
Há dois anos, numa conferência semelhante, os países da ONU decidiram limitar o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Mas as emissões de gases do efeito estufa bateram um novo recorde em 2011, apesar da desaceleração da economia global.
 
Na semana passada, um estudo divulgado pela ONU mostrou que o mundo se encaminha para um aumento de 3ºC a 5ºC nas suas temperaturas médias, o que pode causar mais inundações, secas, ondas de calor e elevação dos níveis dos mares.
 
“Uma resposta mais rápida à mudança climática é necessária e possível”, disse Christiana Figueres, diretora do Secretariado de Mudança Climática da ONU, em nota na qual delineou as expectativas para o encontro, que vai até 7 de dezembro.
 
A reunião acontece num amplo centro de convenções do Catar — primeiro país da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a receber a conferência climática anual, e a nação do mundo com a maior taxa per capita de emissões de gases do efeito estufa, quase o triplo da média norte-americana.
 
Para manter alguma ação climática em vigor, a maioria dos países é favorável à prorrogação do Protocolo de Kyoto, que foi adotado em 1997 e expira no final de 2012. Esse tratado obrigava as nações desenvolvidas a reduzirem suas emissões num volume médio de 5,2% em relação aos níveis de 1990.
 
Mas os EUA nunca concluíram sua adesão ao tratado, enquanto Rússia, Japão e Canadá se desvincularam nos últimos anos. Assim, restaram como principais aderentes União Europeia e Austrália, que representam apenas 14 por cento das emissões mundiais.
 
As nações não-participantes dizem que não faz sentido prorrogar o Protocolo de Kyoto se grandes nações em desenvolvimento, como China, Índia, Brasil e África do Sul, não sofrerem restrições legais ao aumento das suas emissões.
 
Os países em desenvolvimento e os apoiadores de Kyoto dizem que os países desenvolvidos precisam liderar o movimento rumo a um novo acordo global, a ser negociado até o final de 2015, para entrar em vigor em 2020 EcoDebate

Integração de normas sócio-ambientais

cuidado ambiental


                O planeta esta passando por grandes modificações no que se refere ao meio ambiente. Estas mudanças ocorrem não só com o meio ambiente, mas também com as pessoas. O mercado mundial de produtos está sendo agressivo ao meio ambiente, isto está acontecendo devido ao aumento do numero da população mundial, de sua distribuição desta população no espaço urbano e rural.
 
               O grande desafio para o próximo século para as organizações e enfrentar a concorrência mundial em vários campos da campos da competição, sendo um dos campos o ambiental. No contexto mundial de evolução dos modelos de gestão das empresas de manufatura teve seu inicio no século XX totalmente voltado para o mundo da produtividade, depois veio o mundo dos custos, a inovação e a Engenharia.
 
                A entrega passou a ser uma diferencial onde as empresas de hoje estão voltadas para as suas cadeias de valor. Um grande diferencial para o futuro é a proteção ambiental visto que os ecossistemas mundiais esta sob pressão principalmente dos países desenvolvidos.
 
                Diante das profundas mudanças na conjuntura econômica, as empresas vêm sendo pressionadas a alterar seus sistemas internos de gestão e, conseqüentemente, seus processos de produção no sentido de reduzir custos e adequar seus produtos às condições e às necessidades do mercado. É neste cenário que os sistemas de gestão da qualidade, gestão ambiental, gestão da segurança e da gestão da responsabilidade social têm sido cada vez mais objeto da atenção dos gestores, que os têm adotado como forma de gerar vantagem competitiva em relação à concorrência.
Muitas organizações têm buscado mudar sua visão empreendedora, não só olhando para com seus Indicadores Econômicos mas também para os Indicadores Ambientais.
 
                  Para Santos (2006), a conscientização ambiental empresarial pode ser avaliada à luz de diversos estágios evolutivos, que se constituem a partir da proposição de importantes autores e que formam uma grande pluralidade de níveis de maturidade para a análise da gestão ambiental na organização.
 
                 As empresas para serem competitivas devem e terão de desenvolver cada vez mais produtos customizados e ambientalmente sustentáveis. Slack (2002) descreve que a magnitude do impacto ambiental está diretamente relacionada à quantidade da população consumidora e ao impacto ambiental do processo produtivo ou do produto consumido por essa população.
 
SANTOS, F.C.A, JABBOM, C.J.C., Evolução da Gestão Ambiental na empresa: uma Taxonomia integrada a gestão da produção e de recursos humanos, Gestão e Produção, 2006, v.13 pag. 435-448
SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A., JOHNSTON, R. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2002. Dr. Roberto Naime, Colunista do Porta EcoDebate

Fumar “apodrece” o cérebro


Segundo um novo estudo da King’s College London (Reino Unido), fumar “apodrece” o cérebro, danificando seus centros de aprendizagem, memória e raciocínio.
Os pesquisadores queriam investigar a ligação entre a probabilidade de um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (derrame) e o estado do cérebro. Para tanto, a saúde de 8.800 pessoas com mais de 50 anos foi analisada.
Além de informações de estilo de vida, os participantes tiveram que fazer testes para o cérebro, como aprender quantas novas palavras ou nomes conseguissem em um minuto. Todos foram testados três vezes: no momento do estudo, quatro anos depois e oito anos depois.
Os resultados mostraram que o risco geral de um ataque cardíaco ou derrame estava significativamente associado com o declínio cognitivo. As pessoas que apresentaram maior risco tinham o maior declínio em capacidade mental.
Houve uma “associação coerente” entre o fumo e a menor pontuação nos testes. Além do tabaco, pressão arterial elevada e/ou estar acima do peso também pareceu afetar o cérebro, mas em menor grau.
Segundo os pesquisadores, as pessoas precisam estar cientes de que seus estilos de vida podem danificar não só seu corpo, mas também sua mente.
“O declínio cognitivo se torna mais comum com o envelhecimento e pode interferir com o funcionamento diário e bem-estar de muitas pessoas. Identificamos certo número de fatores de risco que podem ser associados com o declínio cognitivo acelerado, e todos podem ser modificáveis”, explica o Dr. Alex Dregan, um dos autores do estudo.
Isso significa que as pessoas podem fazer mudanças em seu estilo de vida para diminuir seu risco de declínio cognitivo, levando uma vida melhor por mais tempo. Muitas pesquisas indicam repetidamente que fumo e pressão arterial elevada aumentam o risco de declínio cognitivo e demência, e esse estudo é mais uma evidência para alertar as pessoas.
“Nós todos sabemos que o tabagismo, pressão arterial alta, colesterol elevado e um alto IMC [índice de massa corporal] são ruins para o nosso coração. Esta pesquisa contribui para a enorme quantidade de evidências que sugere que também podem ser ruins para a nossa cabeça”, informa a Sociedade Britânica de Alzheimer.
Entre as recomendações dos especialistas para manter uma boa saúde mental estão: comer uma dieta equilibrada, manter um peso saudável, fazer exercícios regularmente, checar sua pressão arterial e colesterol e não fumar.[BBC, Examiner, Foto]

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Gerando energia elétrica nas alturas: sistema de pipas pode substituir turbinas eólicas

Engenheiros alemães se aproveitaram de um simples fenômeno para criar eletricidade: uma pipa ao vento.
 
A ideia veio de uma empresa de energia eólica, a NTS GmbH, que fica em Berlim. A companhia fez uma parceria com o Instituto de Engenharia Industrial e Automação, que também fica na Alemanha, em Stuttgart, para criar um sistema de pipas que gerasse energia elétrica de forma parecida com as turbinas eólicas.
 
Os pesquisadores criaram um sistema usando pipas esportivas não tripuladas, que lembram “paragliders”, e produzem grandes quantidades de eletricidade.
 
A ideia é de que o vento que sopra na superfície não é confiável e é geralmente insignificante, mas em altitudes mais elevadas torna-se mais forte e mais consistente. A pipa, é claro, pode chegar a essas altitudes, enquanto as turbinas não.

A mecânica da pipa

O vento transfere energia mecânica para as pipas. Para aproveitá-la, os pesquisadores precisavam transformá-la em energia elétrica. E como eles fizeram isso?
 
Conectaram as pipas a um trem. 700 metros de cabos saem das pipas para um veículo sobre trilhos. O movimento das pipas puxa o veículo, e esse movimento é ligado a um gerador.
 
O gerador pode produzir 100 kw de potência, normalmente o suficiente para satisfazer as demandas de várias casas com consumo médio.
 
A parte mais difícil do sistema é controlar as pipas. Os cabos estão ligados a um mecanismo de guincho, e uma unidade de comando no veículo mede a atividade e envia os sinais para controlar a pipa.
 
Nos testes atuais, os engenheiros utilizaram um dispositivo de controle remoto, semelhante ao que pilotos de aviões modelos usam, para controlar as pipas. Eventualmente, eles querem tornar todo o sistema computadorizado.

Sistema de pipas x turbinas eólicas

Um gerador sobre trilhos, acionado por uma pipa, é um sistema mais barato, mais simples de se construir e instalar e mais fácil de manter do que turbinas eólicas.
Mas a principal vantagem desse sistema é que as pipas podem aproveitar os ventos de altitude, muito mais fortes do que os ventos superficiais que impulsionam as turbinas eólicas.
Turbinas eólicas comuns ficam a cerca de 182 metros de altura. De acordo com Joachim Montnacher, um engenheiro da pesquisa, as pipas do estudo voam a cerca de 300 metros e podem ir mais longe. Sendo assim, a energia produzida excede a gerada por uma turbina eólica.
O vento também é mais estável quanto mais alto você vai. É outra vantagem do sistema: porque pode ir tão alto, não só gera mais energia, como pode ser implantado em praticamente qualquer lugar. Turbinas eólicas atuais precisam ser colocadas em locais onde o vento é forte, constante e baixo.
A uma altitude de 10 metros, a probabilidade de que os ventos alcancem 5 metros por segundo (m/s) é de 35%. A 500 metros, a altitude em que as pipas deverão poder voar, a chance sobre para 70%.
Além disso, o ganho em energia é muito maior. O rendimento energético de uma pipa supera largamente o de uma turbina eólica, que roda a uma altitude máxima de 200 metros. Dobrar a velocidade do vento resulta em 8 vezes mais energia.
“Dependendo das condições de vento, 8 pipas ocupando uma área superficial de até 300 metros quadrados podem equivaler a 20 turbinas eólicas convencionais de 1 megawatt cada uma”, calcula Montnacher.

Futuro do sistema de pipas

O principal objetivo da pesquisa é criar um complexo de 24 pipas que gerariam 120 gigawatts-hora por ano (GWh/ano). Isso é capaz de substituir 30 turbinas eólicas e alimentar 30.000 casas com energia.
 
Apesar de achar que o sistema pode funcionar, alguns especialistas têm ressalvas. Revis James, do Instituo de Pesquisa em Poder Elétrico em Washington (EUA), levantou duas preocupações sobre o projeto.
 
Primeiro, que o uso de pipas para gerar eletricidade pode ser inconsistente e requerer um sistema de backup. Depois, que a energia pode ser perdida em alguma das duas transições, na da pipa para o veículo ou na do veículo para energia elétrica.
 
“É difícil de acreditar que essas duas etapas são tão eficientes quanto um gerador de turbina fixa”, opina James.
 
Já Montnacher está mais confiante. O engenheiro afirmou já ter investidores e disse que em dois anos produzirá uma versão comercial do sistema.[LiveScience

Consciência Ambiental para o Brasil

Publicado Diário das Gerais - 23/11/12 PG/9
A Revolução industrial foi responsável por um conjunto de mudanças que aconteceram inicialmente na Europa nos séculos XVIII e XIX, com a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo.

Durante o período da chamada Revolução Industrial não havia preocupação com a questão ambiental. Os recursos naturais eram abundantes, e a poluição não era foco da atenção da sociedade industrial e intelectual da época.

A escassez dos recursos naturais, somado ao crescimento desordenado da população no Brasil e no mundo, houve assim a intensificação dos impactos ambientais, criou-se, portanto um conflito entre o crescimento econômico e a sustentabilidade, tornando o tema meio ambiente estratégico e urgente para sobrevivência da vida no planeta. O homem começa a entender a importância da natureza e sua preservação como um fator vital.

A humanidade hoje consome 20% a mais de recursos naturais além do que o planeta é capaz de repor. Situação que está comprometendo grandemente a vida das futuras gerações. O grande desafio da humanidade é promover o desenvolvimento sustentável de forma rápida e eficiente.

O Brasil vem desenvolvendo programas de grande importância no sentido de reduzir a emissão dos principais Gases de Efeito Estufa, como o gás carbônico, metano e óxido nitroso. O Projeto Agricultura de Baixo Carbono (ABC) lançado em 2010, pelo Ministério da Agricultura é um exemplo de iniciativa e técnicas que podem ajudar se difundida de forma global. A técnica se baseia no plantio direto na palha, a recuperação de áreas degrada a integração lavoura-pecuária-florestas, plantio de florestas comerciais, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de resíduos animais.

O paradoxo é que, entendemos a urgência que temos em realizar ações que mudem a atual conjuntura, mas apesar de algumas iniciativas que nos mostra a possibilidade de recursos tecnológicos e experimentos positivos, tudo ocorre de forma tão limitada e discreta que se perde na vontade e esbarra em outros interesses considerados mais importantes pelos políticos ou capitalistas.

Sempre que tenho a oportunidade dou como exemplo a história da rã posta na água fervente, que saltará rapidamente para fora, mas se a água for aquecida gradualmente, ela não se dará conta do aumento  gradativo da temperatura, deixando a água ferver até morrer. Estamos vivendo da mesma forma, o aquecimento global para muitos, não passa de especulação ou imagina que a inteligência do homem consegue solução para tudo. Hoje, a maior parte da sociedade vive como meros espectadores dos fatos, esquecem de que somos todos responsáveis pelo futuro que estamos desenhando.

A conscientização ambiental  global, só será possível com o entendimento do real valor do meio ambiente natural em nossas vidas, levando em conta que somos parte integrante do mesmo. O meio ambiente natural não pode ser visto apenas como produto de sustentação da economia e riqueza. Parece utopia, mas um entendimento global da importância do meio ambiente para a permanência da vida na terra eliminará inúmeras ações onerosas de imposição para preservação. A sociedade já terá entendido que preservar o meio ambiente é preservar a própria vida, ao contrário estará contribuindo para os males que enfrentamos em todo planeta, como: a seca, a queda na produtividade, epidemias, fome e eventos naturais de grande porte.

         Não lembro mais quantos artigos já postei em meu blog falando da conscientização ambiental, mesmo assim não me canso, continuarei levando a minha mensagem insistentemente na esperança de motivar outras pessoas a entrarem nesta luta que é de todos. Nossa geração possui todo material disponível para um  entendimento da crise ambiental que vivemos, bem como as informações necessária para contribuir com esse processo de diminuição da degradação dos recursos naturais. Junte-se a nós!

sábado, 24 de novembro de 2012

10 ANIMAIS ESTRANHOS DO BRASIL


Nosso país é mesmo um país de diversidade, não só no que diz respeito a diferentes etnias humanas, mas também de animais dos mais variados (e estranhos) possíveis.

Confira alguns deles:


10 – Preguiça

A preguiça não é tão estranha no sentido de estarmos acostumados à sua existência, mas, certamente, se repararmos direito nela, é um bicho bastante bizarro.

Aparência esquisita, movimentos lentos e sem energia são suas principais características. Vivendo “de boa” pendurada nas copas das árvores copa do Brasil, Nicarágua e Peru, a preguiça tem dedos com garras curvas gigantes que parecem ganchos. O animal pode usá-las para se defender, mas por ser tão pacato, geralmente só as usa para ficar parecendo uma rede em um galho de árvore.
 
O cultivo de algas em sua pele (o revestimento exterior de sua pele tem grandes sulcos que recolhem e crescem algas) lhe dá uma cor verde que funciona como camuflagem. Então, o que às vezes pode parecer um amontoado de folhas gigante pendurado em um galho é na verdade uma preguiça.
 
Frutos, folhas secas e galhos compõem a dieta de uma preguiça. Elas fazem tudo de cabeça para baixo, incluindo comer e acasalar. As fêmeas tendem a ficar juntas, enquanto os machos são solitários e só aparecem para acasalar.
 
Se tiver que caminhar sobre a terra, a preguiça vai usar suas garras (se andasse ereta, pareceria o Pé Grande). Ela tem que rastejar a barriga e usar as garras para se impulsionar. Não admira que prefira se pendurar nas árvores (só desce cerca de uma vez por semana para urinar e defecar).
 

No entanto, a preguiça pode nadar muito bem. Também pode virar a cabeça em 270 graus e mantê-la quase em linha reta virada para cima enquanto seu corpo está pendurado de cabeça para baixo.

9 – Capivara

Em que outro país haveria um animal que mais parece um rato gigantesco em cada zoológico? A capivara é uma visão conhecida em diversas cidades brasileiras. Não deixa de ser um roedor muito estranho, no entanto – e também o maior deles.
 
A capivara pode ser encontrada em diversas regiões da América do Sul e Central. Ela costuma viver em regiões às margens de rios e lagos. Utiliza a água como refúgio dos predadores, pois consegue ficar submersa por alguns minutos e possui uma grande agilidade para nadar.
 
Uma fêmea costuma gerar de 2 a 8 filhotes por gravidez. A capivara alimenta-se de capim, ervas e outros tipos de vegetação encontrados nas beiras de rios e lagos.
 
Um animal adulto pesa em média 80 kg, e alcança 1,20 metros. Elas vivem de 15 a 20 anos e, como boa roedora, possui dentes incisivos que podem chegar a 7 centímetros.
De roedores estranhos o Brasil entende, como confirmam esses outros “ratos gigantes”, a paca e a cotia.
 
8 – Anta
 

























A família Tapiridae é um grupo de mamíferos da ordem Perissodactyla que habita a América Central, a América do Sul e o sul da Ásia, conhecidos popularmente como “anta”. São os maiores mamíferos da América do Sul, e pertencem a mesma ordem dos cavalos, embora possuam um parentesco mais próximo aos rinocerontes.
 
A anta chega a pesar trezentos quilogramas. Tem três dedos nos pés traseiros e um adicional, bem menor, nos dianteiros. Tem uma tromba flexível, que sente cheiros e umidade. Vive perto de florestas úmidas e rios, e toma frequentemente banhos de água e lama para se livrar de carrapatos, moscas e outros parasitas.
 
As antas comem folhas, frutos, brotos, ramos, plantas aquáticas, grama e pasto. Também podem se alimentar em plantações de cana-de-açúcar, arroz, milho, cacau e melão. Para manter seus 300 quilinhos, passa quase dez horas por dia forrageando em busca de alimento.
Esses animais têm hábitos noturnos e solitários. De dia, escondem-se na mata, e só se reúnem durante o acasalamento e a amamentação. A fêmea tem geralmente apenas um filhote, e o casal se separa logo após o acasalamento.
 
Quando ameaçadas, as antas mergulham na água ou se escondem na mata. Ao galopar, derrubam pequenas árvores, fazendo muito barulho.
 
Se alguém souber por que os seres humanos usam a palavra “anta” com sentido pejorativo, favor me avisar. Aparentemente, esses animais não são nada bobos, e se domesticados, podem aprender muitas coisas, como girar uma maçaneta para abrir uma porta ou beber água numa garrafa de refrigerante.
 

7 – Tamanduá

O tamanduá-bandeira, também conhecido como papa-formigas, é um mamífero quadrúpede desdentado. Com aspecto bizarro, solitário, pacífico e cauteloso, ele pode ser encontrado na América Central e do Sul.
 
O animal tem uma pelagem espessa que se torna maior na cauda. Seu focinho tem formato cilíndrico. Sua visão é fraca, mas sua capacidade de olfato é aguçada (cerca de 40 vezes maior que a do homem). É assim que ele procura formigueiros ou cupinzeiros para se alimentar.
 
O peso de um adulto desta espécie chega a 40 kg, seu comprimento pode chegar até 2 metros (incluindo a cauda) e sua altura pode chegar a 60 centímetros. Eles têm uma coloração acinzentada, com faixas diagonais pretas com as bordas brancas.
 
O tamanduá tem fortes longas garras dianteiras com as quais escava os formigueiros e cupinzeiros onde, em seguida, introduz sua língua, pegajosa e longa (aproximadamente 60 centímetros!), para explorar o local e levar os insetos à boca.
 
O tamanduá-bandeira é capaz de ingerir até 30.000 insetos por dia.

Suas garras também são utilizadas para se defender dos predadores: ele abraça seu inimigo para cravar-lhe as longas garras. Daí que surgiu a expressão popular “abraço de tamanduá”.
 
O tamanduá-bandeira está ameaçado de extinção devido à destruição de seu habitat. Os fatores que têm contribuído para isso são caça indiscriminada, queimadas (seu pelo é extremamente inflamável) e o avanço da agropecuária no cerrado (ecossistema que, por ser bem aberto, não possui lugares onde o tamanduá-bandeira possa se esconder).
 

 
 
6 – Uacari

 
O Uacari (Cacajao calvus) é uma espécie raríssima que vive nas florestas ao norte da Amazônia. Esse animal estranho encontrado no Brasil e no Peru está listado como uma espécie em extinção; ele é especialmente vulnerável devido à perda de seu habitat, e por ser caçado para a alimentação.
 
Os uacaris pesam cerca de 2 a 3 kg e possuem 35 a 60 centímetros de comprimento. Sua cauda possui cerca de 15 centímetros de comprimento. Apesar de terem a cara vermelha, a cor da sua pele pode variar entre quase branco a um castanho avermelhado muito escuro.
 
A razão para sua face colorida pode ser pelos mesmos motivos que as aves são coloridas: para facilitar a detecção de semelhantes na floresta espessa e densa. Eles não vivem muito bem em cativeiro.
 
Os uacaris se alimentam de insetos, sementes, nozes, frutas, néctar e similares. Convivem em grupos de 10 e 40 indivíduos. Há relatos de grupos com mais de 100.
 
Essas criaturas ágeis balançam entre as árvores pendurando-se pela sua cauda e raramente descem ao chão. Eles são capazes de saltar 20 metros ou mais entre diferentes árvores.
5 – Mataco (tatu-bola)

O mataco é uma espécie de tatu-bola, animal brasileiro que não poderíamos deixar de falar, já que o mascote da Copa do Mundo de 2014 será o tatu-bola.
 
Esse apelido vem do método extremamente original de proteção desses animais: eles não correm, camuflam-se ou lutam, apenas se enrolam em uma bola “blindada” graças a sua “armadura” esquisita.
 
O mataco vive na Bolívia, na região central do Brasil, no Paraguai e na Argentina. Esta classe de tatu não cava sua própria tocas, mas sim aproveita tocas de tamanduá abandonadas. Eles gostam de áreas gramadas ou pantanosas perto de florestas.
 
Estes tatus castanho-escuros são as únicas espécies que podem se enrolar e proteger completamente seus corpos inteiros dentro de sua concha. A frente desconectada das porções traseiras do escudo é o que permite esta façanha.
 

As garras em suas patas da frente são extremamente poderosas, e o tatu caminha e corre na ponta destas garras. Eles caçam para se alimentar cavando ninhos subterrâneos e sob vegetação em decomposição. Larvas de besouro são o seu principal alimento, mas também comem formigas, cupins, outros insetos e frutas.
 
O mataco é considerado uma espécie em extinção. Mineração e desenvolvimento agrícola ameaçam sua existência, além do animal ser extremamente fácil de ser capturado ou caçado.
 
4 – Boto

O boto, especialmente o boto cor de rosa, é um animal brasileiro cercado de muitas lendas. A mais famosa delas é que essa criatura do mar adora se transformar em um homem bonito que seduz as moças, ou uma mulher bonita que leva os homens jovens para a água. Aqueles que entram em suas garras são afogados e seus espíritos se tornam golfinhos. Os nativos da Amazônia acreditam que este animal é um presságio de má sorte.
 
Mas não se assuste se encontrar com um. Ele não vai hipnotizá-lo e levá-lo para o fundo do mar, mas provavelmente vai querer brincar. Botos são criaturas muito curiosas, que gostam de interagir com barqueiros e nadadores.

O boto é o maior de todos os golfinhos de rio. Pode pesar até 180 kg e mora nas porções profundas de rios perto de bancos de areia e outras formações naturais que causam piscinas de águas profundas.
 
O golfinho respira através de um bico localizado na parte superior de sua cabeça, e precisa sair da água uma a duas vezes por minuto para tanto. Sua incrível flexibilidade lhe permite nadar ao redor de árvores e através das florestas que inundam durante a estação chuvosa.
 
Construções hidrelétricas são a maior ameaça que o boto sofre em estado selvagem. Represas são a principal causa de mudança do fluxo dos rios, que, por sua vez, perturbam a configuração natural dos bancos de areia que os botos dependem para profundidade adequada de água. Também afetam os ciclos naturais de reprodução de peixes, que o boto depende para sua fonte de alimento. Embora esses elementos causem problemas para eles, os botos têm uma sobrevida maior do que muitos de seus primos.
 
3 – Urso-de-óculos
 
Achou que não havia ursos no Brasil? Bom, se você ver um, vai ser o urso-de-óculos. Foram as manchas brancas que marcam seus olhos que lhe renderam esse apelido bizarro. Essa é a única espécie de urso que vive na América do Sul, mas não se preocupe; é raro ver uma dessas criaturas. Existem apenas 18.000 vivos atualmente.

O urso-de-óculos é mais frequentemente encontrado nas florestas profundas da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Brasil, mas também pode habitar florestas tropicais, estepes e desertos.


Eles podem ser de qualquer cor do preto ao castanho, ou avermelhados. O urso adulto tem cerca de 150 a 180 centímetros e pesa 100 a 155 kg. O macho é muitas vezes maior e mais pesado que a fêmea.
 
Esses ursos comem vegetação, pequenos animais, incluindo ratos, coelhos e aves, bulbos de orquídeas, folhas e frutas. As frutas são, de longe, sua comida favorita.
 
Diferentemente da maioria dos ursos, o urso-de-óculos é noturno. Ele come e passeia à noite. Quando o amanhecer chega, o animal sobe em uma árvore, se recolhendo ao seu “ninho” ou plataforma que ele construiu para dormir. Muitos ursos sobem em árvores, mas a maioria prefere dormir em cavernas e tocas.
 
2 – Sagui pigmeu

O sagui pigmeu (Callithrix pygmaea) é um macaco encontrado no oeste do Brasil, no Peru e no Equador Oriental e no sudeste da Colômbia. É o menor macaco do mundo, com um comprimento de corpo de 14 a 16 centímetros, excluindo a cauda.
Essa coisinha fofa alimenta-se de frutas, folhas, insetos e pequenos répteis.

                     
1 – Candiru
Nenhuma lista sobre animais estranhos brasileiros está completa sem o candiru. Esse peixe amazônico fino, pequeno e quase transparente está entre os poucos vertebrados hematófagos, que se alimentam do sangue de outros peixes. Os candirus fazem isso se ancorando a eles com uma série de espinhos em forma de gancho. Uma infestação severa pode enfraquecer e, eventualmente, matar uma vítima infeliz. Eles também se alimentam de peixes mortos, comendo-os de dentro para fora.
 
Em alguns casos, eles podem nadar para dentro da uretra ou do ânus de homens e mulheres, e ficar preso lá por causa de seus espinhos. Isso é muito doloroso e potencialmente mortal, porque quando a vítima humana deixa a água, o peixe morre e seu corpo começa a apodrecer. A infecção resultante pode causar morte. Somente um delicado processo cirúrgico pode remover o peixe dos órgãos genitais. Moral da história: não faça xixi na Amazônia.
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