VOCE É NOSSO VISITANTE N°

segunda-feira, 23 de março de 2015

As árvores tendem a ser ignoradas como parte da paisagem. A gente só procura uma se for para fugir do sol e do calor, ou quando há algum fruto saboroso a apanhar.

Porém, quando você começa a olhar de perto as árvores, percebe muita coisa estranha, como formas de comunicação entre elas e as maneiras letais que elas têm de sobreviver.

10. Árvores podem explodir

10-coisas-que-as-arvores-fazem-e-voce-nao-vai-acreditar-9
 
Bom, não a árvore, mas a semente. E não é uma árvore muito amigável, trata-se da açacu. Ela tem veneno em quase todas as partes, e não pense que você vai conseguir abraçá-la, pois ela também tem a casca coberta de espinhos enormes.
 
Mas são as frutas que são a parte mais danosa dessa planta. Elas explodem enviando sementes à espantosa velocidade de 240 km/h. E como se não bastasse isso, se você tentar comer uma delas, vai ter vômito e diarreia. Sem contar que, onde a seiva toca seu corpo, causa reações terríveis.

9. Elas têm guarda-costas

arvores surpreendentes 9
É um tanto óbvio que as árvores não podem fugir correndo quando surge uma ameaça. E o que elas fazem?

Uma solução encontrada pelas acácias é abrigar um exército de formigas. A árvore fornece abrigo e alimento, e a formiga faz a segurança. Mas tem uma pegadinha aí: a comida é embrulhada em uma enzima que impede que os insetos façam a digestão de proteínas. Menos a formiga que foi escolhida.

A única coisa que a formiga precisa fazer para ganhar abrigo e comida especial é atacar qualquer animal que tente colocar a acácia no cardápio do dia.

8. Elas cometem suicídio

arvores surpreendentes 8
Uma palmeira recentemente descoberta precisa se matar para poder procriar. A energia que ela gasta para atrair polinizadores é tanta que não sobra nada para ela depois que produz frutos.
A palmeira que tem este comportamento é gigante, com um tronco de 18 metros e folhas de 5 metros formando uma pirâmide. Mas, por maior que pareça, a floração é o fim da linha para esta gigante. Centenas de botões produzem uma quantidade enorme de néctar que atrai insetos e aves.

Cada uma das flores pode ser fertilizada, o que significa que a produção de frutas é imensa, e a palmeira dedica toda sua energia para produzir a próxima geração, não guardando nada para si.

7. Elas são praticamente imortais

arvores surpreendentes 7
Sabe os seres vivos mais velhos do planeta? São árvores. A árvore mais velha do mundo parece ser um abeto da Noruega, com 9.950 anos. Com cerca de 4 metros, ele vive há tanto tempo porque, sempre que seu tronco morre, um novo tronco se desenvolve a partir de suas raízes, que são a verdadeira parte longeva da árvore.
 
Outros veneráveis anciãos incluem um castanheiro no Monte Etna, com cerca de 4.000 anos que detém o recorde de maior circunferência, com 58 metros, e pinheiros com cerca de 5.000 anos da Califórnia.
Compare esta longevidade com a expectativa de vida de apenas 13 anos para as árvores plantadas em cidades.

6. Fazem seu próprio fertilizante

arvores surpreendentes 6
Em descoberta bizarra, alguns cientistas notaram que, mesmo depois que é derrubada, algumas árvores podem capturar nitrogênio e carbono da atmosfera, fixando-os no solo. Estes elementos a ajudam a se recuperar. Claro, não são todas as que conseguem fixar o nitrogênio, e as que podem nem sempre o fazem, mas uma região desflorestada se recupera mais rápido se entre os espécimes locais houver estas árvores.

5. Auto-amputação de partes

arvores surpreendentes 5

 Nem sempre um galho ferido pode ser recuperado ou, mesmo que possa, o custo para a árvore, em termos de nutrientes e água, pode ser muito alto. Nestes casos, ela pode simplesmente bloquear a circulação de seiva para o galho machucado e deixar ele morrer e cair. Claro, às vezes a amputação não é possível, mas quando é, forma-se uma região sem casca que vai ficando cada vez menor conforme os anos passam.

4. Sua angústia é audível

arvores surpreendentes 4
 
Pelo menos quando ela está sofrendo com a falta de água, dá para ouvir o barulho do estresse que a árvore está passando. Trata-se de um borbulhar que pode ser captado com microfones sensíveis.
Normalmente, a árvore absorve a água e transporta para todas as partes através do xilema, só que quando ela está em falta, a pressão necessária para transportar a água para as extremidades aumenta muito. E é aí que acontece a cavitação, ou formação de bolhas, que cria o barulho.
 
Muita cavitação pode matar a árvore, e é aí que entra o trabalho dos cientistas: identificar este barulho é um alerta para quem está administrando a floresta para fazer uma irrigação, antes que comece a perder muitas árvores.

3. Elas têm memória molecular

arvores surpreendentes 3

 Cientistas cortaram várias mudas de um mesmo álamo e colocaram em duas populações diferentes, uma delas recebendo água normalmente e a outra simulando uma seca. Apesar de serem todas clones perfeitos, os dois grupos ativaram diferentes genes, o que indica que a árvore, de alguma forma, consegue “memorizar” o ambiente em que está.

2. A linguagem das folhas

arvores surpreendentes 2
“Folhas” aqui está errado. A linguagem, na verdade, é das raízes: todas as árvores estão conectadas com suas vizinhas e, a partir de alguns fungos simbiontes, trocam nutrientes, alimentando árvores mais novas para que cresçam fortes.

No meio de uma floresta, também podem ser encontradas verdadeiras árvores matriarcas, que estão conectadas com toda as outras árvores, e coordenam o compartilhamento dos nutrientes. Tão importantes são estas árvores que, quando cortadas, diminuem significativamente a expectativa de vida das outras árvores da floresta.

1. A vantagem competitiva dos incendiários

 
arvores surpreendentes 1
 
Conhecidos como “árvores gasolina”, os eucaliptos estão sempre preparando a floresta para um incêndio. Os pedaços de casca de árvore que ele perde o tempo todo se acumulam, e transformam as árvores no pesadelo de qualquer bombeiro. Em 1991, 3.000 casas e 25 vidas foram perdidas quando uma floresta de eucalipto foi destruída.

Mas toda esta destruição tem uma razão de ser: a semente do eucalipto resiste ao fogo melhor que as outras árvores, e ela também é a primeira a brotar depois de um incêndio. Nos dois anos seguintes, o crescimento das mudinhas de eucalipto supera o crescimento de todas as outras árvores da área. [Listverse]

Sistema gera energia a partir das ondas ao mesmo tempo em que produz água potável

Água potável e energia são dois grandes desafios da humanidade. Uma tecnologia desenvolvida pela empresa australiana Carnegie Wave Energy pode resolver esses dois problemas de uma só vez. O sistema, apelidado de CETO, transforma as ondas do mar em eletricidade, ao mesmo tempo em que dessaliniza a água.
 
Este projeto tem sido planejado desde 1999. Em 2003 a empresa desenvolveu o primeiro protótipo e em 2014 ela chegou à quinta versão já produzida e pronta para o uso. Durante esse tempo, o sistema, que produzia um quilowatt de energia, passou a produzir 240 kW por boia, e em 2017 já deve estar disponível um modelo que produzirá três megawatts.
 
Ao contrário de outros sistemas de energia a partir das ondas, não é necessário que as boias do CETO estejam na superfície. Os equipamentos usam o movimento gerado pelas ondas, mas no fundo do mar, aproveitando também as correntes que não podem ser vistas e evitando a exposição a tempestades.
 

Imagem: Divulgação
 
Cada boia usada no CETO 5 possui 11 metros de largura, é feita em aço e cheia com água do mar e espuma, o que proporciona uma densidade ligeiramente inferior à da água, para que eles flutuem. Assim, mesmo que estejam abaixo da superfície, o inchamento é suficiente para gerar energia.

Imagem: Divulgação
Além de aproveitarem o movimento das ondas, as boias estão conectadas a uma bomba, acoplada ao fundo do mar. Esta bomba empurra a água através de um tubo para uma central elétrica. Lá, a enorme pressão gira turbinas que movem os geradores. Esta mesma pressão tem um segundo uso: dessalinizar a água.

Imagem: Divulgação
 
O processo de retirada do sal da água é feito através de osmose reversa. Isso acontece quanta uma solução de sal e um corpo de água pura são separados por uma membrana, por onde passam as moléculas de água, mas não passam os íons de sal. Normalmente este processo requer muita energia para que seja possível alcançar a pressão ideal. Mas, aproveitando a pressão natural do oceano é descartada a necessidade de motores movidos a combustíveis fósseis.
 
A primeira central a utilizar o CETO 5 com a dupla função está em Garden Island, na Austrália, a três quilômetros da costa. As três boias usadas na estrutura estão conectadas a uma central  em terra, através de cabos subaquáticos. A possibilidade de gerar energia limpa ao mesmo tempo em que produz água potável é uma ótima alternativa para locais com escassez de recursos.
Redação CicloVivo

1 bilhão de pessoas viverão em cidades sem água suficiente até 2050, diz Banco Mundial


Segundo dados do Banco Mundial, até 2050, mais de um bilhão de pessoas viverão em cidades sem água suficiente. À medida que a população aumenta, também cresce a necessidade de abastecimento. O principal problema é que a quantidade de água no mundo não aumenta.
 
Nesse cenário, a América Latina desempenha um papel-chave, porque possui a maior quantidade de água doce do mundo. Segundo a Global Water Partnership (GWP), quase um terço dos recursos hídricos renováveis estão na América do Sul.
 
Na lista de países que contam com a maior quantidade de água, três representantes do continente estão entre os primeiros: Brasil (primeiro), Colômbia (terceiro) e Peru (oitavo).
 
Mas essa abundância de água não é suficiente para todos. Em cidades como Lima, São Paulo e Cidade do México, onde a demanda por esse recurso é muito elevada, grande parte da água potável é desperdiçada devido ao uso ineficiente e às instalações precárias, agravando assim a crise futura. São os bairros de maior renda que mais desperdiçam água em comparação aos bairros pobres, cujos habitantes sofrem com a escassez diária do recurso.
 
Os bairros periféricos são os mais prejudicados
 
No Peru, por exemplo, onde uma grande região do país é um enorme deserto, os que estão mais afastados obtêm água através de caminhões-pipa, poços artesianos, rios, valas ou nascentes. Muitas vezes a qualidade dessa água é inadequada e seu abastecimento não é seguro. A cobertura de saneamento no país já supera 90%, mas são justamente os que não têm acesso à rede que pagam mais pelo serviço.
 
A Superintendência Nacional de Serviços de Saneamento (SUNASS) indica que um metro cúbico de água para um usuário conectado à rede pública custa aproximadamente 30 centavos de dólar, enquanto a compra de água de caminhões-pipa pode chegar a custar mais de quatro dólares (12 reais) por metro cúbico, ou seja, 12 vezes mais.

Entenda o conceito de água virtual e calcule a sua pegada hídrica

 
Você já parou para pensar na quantidade de água que você consome diariamente? Ao contrário do que possa parecer, os gastos com água não estão ligados apenas ao tempo no banho, à lavagem do carro, garagem ou àquele copo de água que matou a sua sede. Existe também o conceito de água virtual que é a quantidade do recurso utilizada para produzir alimentos, roupas e outros utensílios.
 
Todas as escolhas, hábitos e consumos geram algum impacto ambiental. Assim como existem calculadoras que mensuram as emissões de gases de efeito estufa da rotina das pessoas, também é possível computar a quantidade de água gasta para realizar todas estas tarefas.
 
O conceito de água virtual é extremamente necessário para que esta somatória seja possível. Antes de fazer uma lista com os hábitos alimentares e de consumo, é preciso entender que, por trás de tudo isso, existe uma quantidade enorme de água usada e que não pode ser visualizada no produto final. Este pensamento pode ajudar a definir quais são as prioridades e os padrões de consumo aplicados.
A Water Footprint Network é a organização internacional responsável pela criação da calculadora que mede a pegada hídrica, seja ela individual ou de um grupo. Esta ferramenta ajuda a identificar os pontos mais críticos e aquilo que poderia ser melhorado.
 
O consumo de carne, por exemplo, é algo que eleva muito a pegada hídrica, por toda a quantidade de água necessária durante a sua produção. As análises também avaliam a quantidade de água gasta diretamente em sua forma natural, ou seja, quantos litros são gastos no banho, na escovação dos dentes, descarga, louça, limpeza do quintal, carro, entre outras coisas.
 
Clique aqui para fazer o teste e verificar o tamanho da sua pegada hídrica.

Campanha por desinvestimento em combustíveis fósseis ganha apoio das Nações Unidas

Secretariado da Convenção do Clima entra na mobilização, que pode ganhar força até a conferência de Paris
 
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) aderiu às mobilizações globais pelo desinvestimento em combustíveis fósseis. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a UNFCCC afirmou estar emprestando a sua “autoridade moral” para a campanha de desinvestimento porque compartilha da ambição por um acordo forte para combater o aquecimento global na Conferência do Clima de Paris, em dezembro.
 
A campanha pelo desinvestimento cobra de governos, empresas e instituições a retirada de recursos de combustíveis fósseis. Os ativistas argumentam que o investimento no setor é um perigo tanto para o clima quanto para o capital dos investidores.
 
Em 15 de fevereiro, a ação no chamado “Dia Mundial do Desinvestimento” contou com manifestações em países como Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Vietnã, Austrália, Nova Zelândia e Noruega. Os responsáveis pela mobilização são os membros da 350.org, organização que atua pela diminuição das mudanças climáticas e seus impactos. De acordo com a 350.org, a campanha de desinvestimento está em mais de 60 países. O Brasil não está entre eles.
 
O porta-voz da UNFCCC, Nick Nuttall, falou ao Observatório do Clima sobre a importância da campanha. “Na verdade, a ciência é clara: é preciso encontrar o equilíbrio de como podemos gerar, produzir e utilizar energia, a fim de ter mais energia limpa e eficiência energética e menos combustíveis fósseis, especialmente o carvão.”
 
Ele afirma que a campanha não é a única resposta, ou o que chamou de “bala de prata”, mas parte da compreensão de que medidas urgentes são necessárias para evitar consequências ainda mais trágicas das mudanças climáticas.
 
Após os atos de 15 de fevereiro, a 350.org divulgou alguns resultados da campanha. De acordo com nota da equipe do Dia Mundial de Desinvestimento, em todo o mundo, mais de 200 cidades, universidades e instituições se comprometeram em desinvestir, retirando cerca de US$ 50 bilhões em recursos para os combustíveis fósseis.
 
Nuttall comemora a o desinvestimento e adesão por parte das instituições e governos de algumas cidades pelo mundo. “É um sinal de que podemos mover o mundo em direção a um futuro de baixo carbono, com cada vez menos queima de combustíveis fósseis.”
 
A campanha tem recebido respostas e críticas pontuais do setor que pode ser impactado com a diminuição de recursos. Ao Guardian, Benjamin Sporton, executivo-chefe da Associação Mundial do Carvão, argumentou que a demanda por carvão não vai desaparecer e que a campanha por desinvestimento preocupa. “O desinvestimento nos combustíveis fósseis – e em particular o carvão – vem com riscos significativos a outras dimensões econômicas e sociais não menos importantes, quando 1,3 bilhão de pessoas ainda estão sem acesso à eletricidade.” Ele defende o incentivo a tecnologias de carvão limpo.
Matéria do Observatório do Clima, reproduzida pelo Portal EcoDebate

Técnicas para armazenar água e produzir alimentos ajudam a convivência com o semiárido

Nova Russas – Moradores convivem com período de seca na comunidade rural de Irapuá. Na foto, a plantação do agricultor João Pinto, 52 anos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
 A solução para reduzir os impactos negativos da seca está no próprio Semiárido. É o que demonstram diversas famílias e comunidades cearenses que conseguem fazer bom uso dos recursos que ficam escassos nos meses de estiagem. E muita coisa é feita ali, ao lado das casas. O agricultor João Firmino, 85 anos, desceu a serra de Baturité, no centro-norte do Ceará, na década de 1950 para viver no Sertão Central (historicamente considerada a área mais árida do estado) e conta que, naquela época, não faltava serviço. Para ter água em casa, entretanto, era preciso sair às duas da madrugada em direção a um açude.
Firmino vive na comunidade de Bom Jardim, em Quixadá, há 25 anos. Hoje, ao lado da cisterna-calçadão (que capta água por meio de um “calçadão” construído ao lado do reservatório), ele fica admirado quando a filha Lourdes, 41 anos, pega um balde e retira água de uma pequena abertura. “É muita água, graças a Deus.” As chuvas que caíram em Quixadá entre o final de fevereiro e o início de março praticamente encheram a cisterna de 52 mil litros, cuja água é utilizada para irrigar a produção de frutas, hortaliças e grãos. Na frente da casa, outra cisterna capta água da chuva pelas calhas para consumo familiar.
A agricultora Lourdes Lopes Alves seguiu os passos dos pais e é quem hoje mantém o quintal produtivo da família. De lá, saem não só os alimentos que a família consome. Ela reúne o excedente para vender na feira em Quixadá. Além disso, produz e vende um bolo feito com o milho colhido em casa.
A segurança hídrica é apenas um dos muitos pontos importantes da convivência com o Semiárido. Odaléa Severo, integrante da coordenação estadual da Articulação no Semiárido (ASA), defende que o acesso à terra e a estocagem de alimentos para as pessoas e para os animais são outros meios de manter as famílias sertanejas em suas terras.

Saiba Mais

“Seca não se combate. É preciso criar mecanismos para viver bem no Semiárido. Experiências como essa mostram que isso é possível. Estamos rompendo com um paradigma de combate à seca que foi repercutido ao longo da história.”


Nova Russas – Moradores convivem com período de seca na comunidade rural de Irapuá. O agricultor João Pinto, 52 anos, mantém uma plantação e cria galinhas para sustento da família. Foto de Fernando Frazão/Agência Brasil


Em Nova Russas, na região dos Inhamuns (a 239 quilômetros de Quixadá), a comunidade Irapuá é uma demonstração do potencial do Semiárido. Lá, os produtores se reuniram em associações para organizar o trabalho, que envolve a produção de frutas e hortaliças, de artesanato, de aves e de mel de abelha. O próximo passo da comunidade é conseguir um selo que comprove a excelência do trabalho na produção orgânica de mel. Além disso, os apicultores aguardam a próxima florada, resultado das chuvas recentes, para colocar em funcionamento o novo entreposto – local em que o mel é beneficiado para chegar ao consumidor.
 
A expectativa para as primeiras produções no novo local é um pouco menor. Antes das chuvas, quando a água estava escassa e a temperatura era alta, as abelhas deixaram mais da metade das 320 colmeias de Irapuá. Atualmente, os apicultores contam com, aproximadamente, 150 colmeias. Mesmo assim, o presidente da Associação Agroecológica de Certificação Participativa dos Inhamuns (Acep), Vicente Pinto de Carvalho Neto, está otimista. Ele estima que, em abril, já haverá mel e que o número de colmeias voltará a crescer. “Como choveu, as abelhas que foram embora voltam, trazem outras e se reproduzem.”
 
Com as chuvas de fevereiro e março, a cisterna de enxurrada (que capta água diretamente do solo e faz duas filtragens antes de ser armazenada) do quintal do agricultor João Pinto, 52 anos, ficou praticamente cheia. Mesmo assim, ele não deixou de ficar atento ao bom uso da água. Uma tecnologia que ajuda no uso sustentável do recurso é o chamado canteiro econômico. Trata-se de um espaço de nove metros quadrados onde a irrigação se dá de baixo para cima, por meio de uma tubulação com furos que passa por baixo da terra. A água é colocada por uma abertura e distribuída na terra pelos furos. João estima que o canteiro precise de dez litros de água, enquanto espaços convencionais cheguem a consumir até 40 litros de água.
 
Na comunidade de Irapuá, a produção de algodão agroecológico é a principal fonte de renda dos agricultores que trabalham com o manejo ecológico, segundo o presidente da Associação dos Produtores da Agricultura Familiar (Apaf), Antônio Giovane Pinto de Carvalho. No quintal de João Pinto, as primeiras sementes já foram plantadas e as plumas devem ser colhidas entre junho e julho. Uma empresa estrangeira com sede no Brasil adquire a produção orgânica cearense e já apresentou aos agricultores a meta de comprar 4 mil quilos de pluma de algodão. Um grande desafio para Irapuá, que produziu no ano passado 400 quilos. Além dos agricultores da comunidade, segundo o presidente da Apaf, há cerca de 60 trabalhadores na região dos Inhamuns certificados para produzir algodão agroecológico e mais 50 interessados em trabalhar dentro dessa perspectiva.
 
Com autonomia para decidir o que plantar e acompanhamento para saber trabalhar com recursos escassos em momentos de seca, o sertanejo não precisa sair de sua terra, avalia o técnico agrícola da Cáritas de Crateús, Edmar Filho. Para ele, o Poder Público tem muito o que aprender com os sertanejos.
 
“Existe uma troca de conhecimentos, de técnicas de convivência com o semiárido, entre nós, técnicos, e as comunidades que ainda não usam essas técnicas. Elas [as técnicas] são bastante disseminadas entre as entidades que acompanham as comunidades e esperamos que sejam mais disseminadas ainda entre os governos. O Poder Público tem que vir no campo e ver o que os agricultores estão fazendo”, defende.
Por Edwirges Nogueira, da Agência Brasil/EBC

Siga-me

Seguidores

Literatura Brasileira

PALESTRAS.

Meio Ambiente:


*Educação Ambiental
*Desenvolvimento Sustentável
*Reciclagem e Energia Renovável
*Esgotamento Sanitário e Reuso da Água
*Novo Código Florestal

Poderão ser sugeridos temas considerando o público alvo.
CONTATO: cesaratorres@gmail.com
Telefones: (33) 8862.7915 / 3315.1683