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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Aquecimento Global: Tarde demais para 3º C?

As diversas projeções de aumento das temperaturas médias superficiais terrestres e marítimas combinadas até 2100 (em relação ao período pré-industrial) confluem, com pequenas discrepâncias, para quatro cenários.
(1) Cenário de base, segundo o IPCC AR5 Working Group III (2014). Mantido o nível atual das emissões de CO2-eq (53,4 bilhões de toneladas ou Gt em 2016), atingiremos em 2100 um aquecimento médio global superficial entre 4,1º C e 4,8º C. Um cenário de aquecimento médio de 4º C leva o planeta à maior temperatura em trinta milhões de anos, aumentos de 6º C ou mais nas médias mensais no verão em algumas regiões do planeta, ondas de calor extremo em quase todos os verões em muitas regiões, secas em 40% da superfície habitada da Terra e extinção de metade das espécies conhecidas. Trata-se de um aquecimento considerado “além da adaptação”, com indubitáveis ameaças existenciais à espécie humana [1].
(2) Cenário resultante das políticas atuais de redução dessas emissões, ainda muito aquém do que foi prometido pelos signatários do Acordo de Paris. Este cenário conduz a um aquecimento médio global de 3,4º C (3,1º C a 3,7º C).
(3) Cenário resultante do cumprimento das promessas nacionais de redução das emissões (NDCs) firmadas em Paris. Se cumpridas nos termos atuais, essas promessas implicam um aquecimento médio global de 2,6º C a 3,2º C.
Os cenários 2 e 3 situam o aquecimento médio superficial do planeta entre 2,6º C e 3,7º C acima do período pré-industrial. Um aquecimento maior que 3o C é em geral definido como “catastrófico” [2]. Segundo o que se depreende da paleoclimatologia do Plioceno (5 a 2 milhões de anos AP) e em conformidade com os modelos climáticos, um aquecimento global médio em torno de 3o C implica uma elevação média de 25 a 35 metros do nível do mar e, possivelmente, um estado de permanente El Niño [3]. Implica ainda o desaparecimento das florestas tropicais e a conversão em savana do que resta da floresta amazônica, pela ação conjugada de secas e incêndios, com liberação suplementar de CO2 na atmosfera. Além disso, +3º C circa nos leva, provavelmente, segundo as palavras de James Hansen em 2007, ao “precipício de um grande ponto crítico”, além do qual há alta probabilidade de uma transição para temperaturas médias ainda mais elevadas, por força de mecanismos de retroalimentação independentes da ação humana [4].
(4) Finalmente, o cenário consistente com aumentos inferiores a 2o C supõe não apenas sucessivos aumentos das ambições do Acordo de Paris, mas também emissões negativas graças a alguma forma (ainda não testada em escala e com efeitos colaterais imponderáveis) de engenharia de sequestro de carbono da atmosfera.
A figura 1 sintetiza esses quatro cenários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de seus respectivos impactos na evolução do aquecimento médio global até 2100.
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Figura 1 – Histórico e projeções de aquecimento médio global superficial até 2100 | Fonte: Climate Action Tracker
Deixo de fora o primeiro cenário, diante do qual nada restaria a fazer. Excluo também o segundo, na esperança de que as próximas COPs, e sobretudo a pressão popular, conseguirão obter avanços, por insuficientes que sejam, no cumprimento das promessas feitas em Paris. Trataremos aqui apenas do terceiro e do quarto cenários.
Comecemos por indagar se o terceiro cenário – um aquecimento médio planetário entre 2,6º C e 3,2º C – pode ser ainda considerado como realista. Uma resposta positiva pressupõe duas condições, ambas não satisfeitas: (1) a colaboração ativa dos EUA, o segundo maior poluidor do planeta (14,4% das emissões mundiais em 2016), no Acordo de Paris; (2) o cumprimento das reduções prometidas pelas demais 9 Partes mais poluidoras, responsáveis por quase 75% das emissões mundiais: China (27%), União Europeia (9,7%), Índia (6,6%), Rússia (5%), Japão (3,1%), Brasil (2,3%), Indonésia (1,7%), Canadá (1,7%) e México (1,7%) [5].
Se os EUA não retornarem ao Acordo de Paris em 2020 e se a Rússia e demais grandes países petroleiros, como o Iraque, o Irã e o Kuwait, não o ratificarem, manter o aquecimento médio global abaixo de 3o C tornar-se-á, com toda a probabilidade, uma meta inatingível nos prazos draconianos impostos pelas dinâmicas em aceleração do aquecimento global. Mesmo assim, não é ainda o caso de avançar uma resposta definitivamente negativa para essa questão. Tudo ainda depende do volume de gases de efeito estufa lançados na atmosfera nos próximos anos. Em outras palavras, a resposta a essa questão depende do comportamento futuro, sempre imprevisível, das sociedades.
Passemos ao quarto cenário, que implica um aquecimento médio global inferior a 2º C. Se é ainda impossível avançar uma resposta segura sobre a plausibilidade do terceiro cenário (+3º C), é possível já excluir um aquecimento médio global inferior a 2º C. Em primeiro lugar porque já estamos condenados a esse nível de aquecimento. Mesmo que não emitíssemos mais nenhum grama de gases de efeito estufa a partir de hoje, as emissões passadas já desencadearam um aquecimento inercial futuro, capaz por si só de nos conduzir ao limiar dos 2o C acima do período pré-industrial [6]. Além disso, a figura abaixo, já por mim reportada num artigo do Jornal da Unicamp de 25 de setembro passado [7], mostra quão radical deve ser doravante a redução das emissões antropogênicas de GEE para se manter um aquecimento médio global inferior a 2o C até 2100.
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Figura 2 – Datas iniciais e finais de redução a zero das emissões atmosféricas de CO2 | Fonte: Christiana Figueres, Hans Joachim Schellnhuber, Gail Whiteman, Johan Rockström, Anthony Hobley & Stefan Rahmstorf, “Three years to safeguard our climate”, Nature, 28/VI/2017, a partir de dados do The Global Carbon Project.
Um aquecimento abaixo de 2º C suporia, dependendo da probabilidade escolhida, emissões futuras limitadas a uma faixa entre 150 e 1.050 GtCO2. Os autores desse gráfico [8] trabalham com a média aritmética desses dois valores (600 GtCO2). Como se vê, atingido esse teto, as emissões sucessivas deveriam estar e permanecer zeradas. Assim, se tivéssemos iniciado a curva de redução em 2016, teríamos até 2045 para zerá-las definitivamente. Se iniciarmos o lado declinante dessa curva em 2020, nosso prazo se encurta para 2040. E se iniciarmos a queda em 2025, a data limite torna-se 2035.
Uma impossibilidade sociofísica
Segundo um trabalho recente, manter o aquecimento planetário abaixo de 2º C não seria ainda uma “impossibilidade geofísica” [9]. Se essa tese estiver correta, ela significa que, na dinâmica do aquecimento global, os mecanismos de retroalimentação positiva não se tornaram ainda decisivos, o que significa que a ação mitigatória humana é ainda mestra do jogo. Essa é a boa notícia.
A má notícia é que, dado o poder atual das corporações de impor à humanidade seus paradigmas, visão do mundo e planos de negócios, um aquecimento médio global inferior a 2º C é uma impossibilidade sociofísica. Uma conversão à sustentabilidade na escala e rapidez necessária requereria a desmontagem imediata dos paradigmas fundamentais de energia, mobilidade e alimentação sobre os quais se assenta nossa civilização termo-fóssil. Concretamente, isso suporia: cessar toda exploração de combustíveis fósseis, descontinuar a produção de veículos não elétricos, devolver aos rios seu fluxo natural, atingir o desmatamento zero, restaurar em grande escala as florestas com espécies nativas, descontinuar a produção de plástico, inclusive como parte de uma estratégia de proteção das espécies marítimas, diminuir de modo radical o carnivorismo (mantido apenas nas comunidades tradicionais que dependem do gado para a subsistência), descontinuar o uso de agrotóxicos e de fertilizantes químicos, protegendo da crescente intoxicação química dos organismos os solos, a água e a biosfera em geral, diminuir ao máximo o comércio global, em particular diminuir a distância entre a produção e o consumo de produtos agrícolas. E tudo isso no intervalo máximo de duas décadas.
Esse conjunto de medidas, malgrado parecerem inexequíveis e absurdas à ideologia suicida que governa o mundo, trariam benefícios duradouros para a humanidade e para a biosfera em geral. E embora impliquem diminuir drasticamente os padrões atuais de consumo das classes com maior acesso ao mercado global, evitariam ou amenizariam males incomparavelmente maiores, inclusive para essas classes.
Mas na ausência de forças sociais e políticas capazes de criar consenso sobre a necessidade imperiosa e impreterível de uma tal ruptura civilizacional, as tendências observadas apontam para outra direção num futuro previsível. Segundo estimativas do The Global Carbon Project (GCP), em 2017 as emissões atmosféricas exclusivamente de CO2 (sem contabilizar os demais GEE) devem ainda aumentar em 2% (+0,8% a +3%) em relação a 2016[10]. A figura 3 mostra que esse aumento se integra perfeitamente na linha ascendente quase ininterrupta das emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis desde 1959.
 1959.
Foto: Reprodução
Figura 3 – Emissões globais de CO2 a partir apenas da queima de combustíveis fósseis (1959-2017), segundo dados do Global Carbon Budget | Fonte: Gráfico de Damian Carrington, “Fossil fuel burning set to hit record high in 2017, scientists warn”. The Guardian, 13/XI/2017
Outro parâmetro que permite avaliar quão distantes estamos das metas climáticas é o aumento requerido do fornecimento de energia elétrica por fontes renováveis. Para atingi-las, os países ricos deveriam doravante acrescentar 300 kWh/ano per capita todos os anos em energias renováveis. A Suécia e Dinamarca estão acrescentando pouco mais de 50%, os demais países ricos, apenas entre 40% (Portugal, Espanha e Alemanha) e 20% (Reino Unido, EUA, França e Japão) desse montante, como mostra a figura 4.
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Figura 4 – Aumento médio anual da geração de energia elétrica (kWh/ano per capita) por fontes renováveis | Fonte: Michael Le Page, “The Green revolution is stalling”. New Scientist, 5/VIII/2017, pp. 22-23.
A contribuição do Brasil para a aceleração da trajetória de colapso
O presente ano será, provavelmente, o ano sem o efeito El Niño mais quente dos registros históricos e está entre os três mais quentes no que se refere às temperaturas oceânicas superficiais. A Organização Meteorológica Mundial informa também que em 2017 partes da Europa meridional, incluindo a Itália, a África do Norte e porções ao leste e ao sul deste continente, bem como a parte asiática da Rússia atingiram as temperaturas mais elevadas até hoje registradas. Além disso, o gelo do Oceano Ártico atingiu o recorde histórico de encolhimento nos primeiros quatro meses do presente ano.
É claro, o fato mais espetacular de 2017 no âmbito socioambiental ocorreu em 1º de junho, quando os EUA declararam sua intenção de se retirar do Acordo de Paris, inviabilizando a plena implementação de suas metas. Os demais grandes poluidores não parecem capazes de compensar a defecção dos EUA. A China, por exemplo, aumentou suas emissões de CO2em 3,5% em 2017 em relação a 2016. A Alemanha, anfitriã da COP23 e maior emissora da Europa, continua a abrir novas minas de carvão e já é praticamente certo que não atingirá suas metas de 2020 de redução de suas emissões de GEE, o que a distanciará ainda mais de suas metas de 2030 e de 2050. Emitiu 902 Mt de CO2 em 2015, 906 Mt em 2016 (+0,4%) e em 2017 suas emissões devem crescer mais de 1% em relação a 2016 [11].
Nesse contexto, o Brasil faz figura de campeão do retrocesso. Dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, mostram que em 2016 as emissões do país aumentaram 8,9%, atingindo 2,278 GtCO2-eq contra 2,091 GtCO2-eq em 2015, conforme mostra a figura 5.
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Figura 5 – Emissões totais de GEE do Brasil entre 1990 e 2016 | Fonte: Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), Observatório do Clima.
Como afirma o SEEG, “em 2015 e 2016, a elevação acumulada das emissões foi de 12,3%, contra um tombo acumulado de 7,4 pontos no PIB, que recuou 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. O Brasil se torna, assim, a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para sua sociedade” [12]. O desmatamento e a pecuária, dois processos indissociáveis do agronegócio, forneceram 74% dessas emissões em 2016. Tendo lançado na atmosfera mais de 2 GtCO2-eq, o Brasil ocupa, como visto acima, o sétimo lugar entre os países mais emissores de GEE no mundo. “Se fosse um país”, continua o comunicado do SEEG, “o agronegócio brasileiro seria o oitavo maior poluidor do planeta, com emissões brutas de 1,6 bilhão de toneladas (acima do Japão, com 1,3 bilhão). Entre 1990 e 2016, o setor de uso da terra no Brasil emitiu mais de 50 bilhões de toneladas de CO2e, o equivalente a um ano de emissões mundiais”.
Por fim, para jogar mais petróleo na fornalha do aquecimento global, o governo de Michel Temer, pelo decreto 9.128/2017 (18 de agosto de 2017), prorrogou até 2040 o Repetro, o regime de isenções fiscais para a importação de equipamentos destinados à indústria do petróleo, criado em 1999 (e com prazo para acabar em 2019). Com a renovação, também os insumos para essa indústria fabricados no Brasil ficarão doravante isentos de tributos [13]. Além disso, através da MP 795/2017, aprovada em comissão mista especial em outubro passado, o governo propôs a isenção de imposto de renda e da Contibuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para as empresas internacionais envolvidas nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural [14].
Os quase 800 mil km2 da floresta amazônica brasileira completamente eliminados desde 1970, sobretudo pelo agronegócio, os 100 mil km2 de pastos degradados que se substituíram a essa floresta (INPE) e todo o mal causado ao sistema climático do planeta não trouxeram nenhum benefício à sociedade brasileira do ponto de vista do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). E nem mesmo um aumento do PIB. Segundo um estudo coordenado por Paulo Barreto, do IMAZON, apresentado na COP23 em Bonn, “o aumento da área desmatada na Amazônia acrescentou, em média, apenas 0,013% por ano ao PIB brasileiro na última década” [15].
A catástrofe climática e a descrença na ciência
Seria fácil acrescentar muitos outros dados convergentes, no Brasil e no mundo, a demonstrar que o Acordo de Paris e as políticas atuais e previstas de redução das emissões dos GEE estão conduzindo o planeta a um aquecimento médio global superior a 2º C acima do período pré-industrial,  limite considerado muito perigoso e que será provavelmente ultrapassado já na primeira metade deste século.
Mas a essa altura surge, inevitável, a pergunta: por que, malgrado a avalanche de dados, observações, projeções e advertências de parte da comunidade científica nos últimos decênios, continuamos a nos enganar? Por que, quando atravessamos uma ponte ou quando tomamos um avião, confiamos no saber da ciência sobre as leis fundamentais da física, mas secretamente duvidamos dele ou, em todo o caso, agimos como se dele duvidássemos, quando esse saber mede e projeta, com probabilidades além da dúvida razoável, a catástrofe ambiental? Por que, malgrado as evidências em contrário, só temos ouvidos para a berceuse de que estamos na trilha de um aquecimento médio superficial não superior a 2º C em relação ao período pré-industrial?
Essa questão não admite respostas simples. Elas pertencem, obviamente, ao âmbito da política e da capacidade das corporações de controlá-la, em detrimento dos interesses vitais da sociedade. Mas seria imprudente não procurar respostas também no âmbito da ideologia e da denegação psicológica. Uma dessas respostas pode-se encontrar no fato de que é extremamente difícil (e tanto mais, paradoxalmente, para os que têm ou poderiam ter acesso à informação abalizada) admitir a evidência de que toda civilização que reduz a natureza a um insumo, toda civilização incapaz de se entender e se sentir como parte da natureza, incapaz de respeitá-la e admirá-la como um valor intrínseco, está fadada à insustentabilidade. Tal é o caso do capitalismo e das sociedades igualmente expansivas que passaram, no século XX, pela experiência do “socialismo real”.
Quaisquer que sejam as respostas a serem avançadas a essa questão, uma certeza persiste: um plano de ação consequente sobre como agir em relação às mudanças climáticas deve partir de duas premissas: (1) levar (de fato) a sério o saber científico acerca de nossa trajetória de catástrofe ambiental; (2) abandonar a ilusão de que as elites do poder político e financeiro renunciarão a seus interesses econômicos imediatos em prol do interesse geral. Pois essa ilusão age como um poderoso narcótico. Ela diminui o nível de adrenalina imprescindível em situações de ameaça existencial iminente, tal como a que agora nos confronta.

[1] Cf. Potsdam Institute for Climate Impact Research and Climate Analytics, Turn down the Heat: Why a 4°C Warmer World Must be Avoided. A Report for the World Bank Novembro, 2012 (em rede).
[2] Veja-se, por exemplo, Yangyang Xu & Veerabhadran Ramanathan, “Well below 2° C: Mitigation strategies for avoiding dangerous to catastrophic climate changes”. Proceedings of the National Academy of Sciences, 14/IX/2017: “>1.5° C as dangerous; >3° C as catastrophic; and >5° C as unknown, implying beyond catastrophic, including existential threats”.
[3] Cf. James Hansen et al. “Global Temperature Change”. Proceedings of the National Academy of Sciences, 26/IX/2006, 103, 39, 14288-14293: “Sea level was 25–35 m higher the last time that the Earth was 2–3°C warmer than today, i.e., during the Middle Pliocene about three million years ago”.
[4] Cf. J. Hansen, Wild, 2007: “This warming has brought us to the precipice of a great ‘tipping point.’ If we go over the edge, it will be a transition to ‘a different planet,’ an environment far outside the range that has been experienced by humanity. There will be no return within the lifetime of any generation that can be imagined, and the trip will exterminate a large fraction of species on the planet” (em rede).
[5] Cf. Johannes Friedrich, Mengpin Ge & Andrew Pickens, “This Interactive Chart Explains World’s Top 10 Emitters, and How They’ve Changed”. World Resources Institute, 11/IV/2017 (em rede).
[8] Cf. Christiana Figueres, Hans Joachim Schellnhuber, Gail Whiteman, Johan Rockström, Anthony Hobley & Stefan Rahmstorf, “Three years to safeguard our climate”. Nature, 28/VI/2017 (em rede).
[9] Cf. Richard J. Millar et al., “Emission budgets and pathways consistent with limiting warming to 1.5 °C”. Nature Geoscience18/IX/2017.
[11] Cf. Paulo Hockenos, “Germany is a Coal-Burning, Gas-Guzzling Climate Change Hypocrite”, Foreign Policy, 13/XI/2017; Sören Amelang, Benjamin Wehrmann, Julian Wettegel, “Germany’s energy use and emissions likely to rise yet again in 2017”. Clean Energy Wire, 13/XI/2017.
[13] Cf. Nicola Pamplona, “Governo amplia até 2040 regime de isenção fiscal no setor de petróleo”. Folha de São Paulo, 18/VIII/2017.
[14] Cf. Carlos Zarattini, “Gigantes do petróleo livres de impostos?”. CartaCapital, 26/X/2017.
[15] Cf. Fabiano Maisonnave, “Desmatamento agrega ao PIB apenas 0,013% ao ano, diz estudo”. Folha de São Paulo, 13/XI/2017. Segundo Paulo Barreto, citado por Maisonnave: “Num primeiro momento, o acesso fácil aos recursos naturais produz uma explosão de riqueza no município. Essa riqueza, contudo, fica concentrada nas mãos de poucos e vai se esgotando em poucos anos. O resultado final são cidades inchadas, com infraestrutura deficiente, sem empregos de qualidade e com concentração de renda”.
Luiz Marques é professor livre-docente do Departamento de História do IFCH /Unicamp. Pela editora da Unicamp, publicou Giorgio Vasari, Vida de Michelangelo (1568), 2011 e Capitalismo e Colapso ambiental, 2015, 2a edição, 2016. Coordena a coleção Palavra da Arte, dedicada às fontes da historiografia artística, e participa com outros colegas do coletivo Crisálida, Crises SocioAmbientais Labor Interdisciplinar Debate & Atualização (crisalida.eco.br). EcoDebate

O trilema da sustentabilidade e o decrescimento demoeconômico.


“Acreditar que o crescimento econômico exponencial pode continuar infinitamente num mundo finito é coisa de louco ou de economista” Kenneth Boulding (1910-1993)

O desenvolvimento econômico chegou a uma encruzilhada e a ideia de um desenvolvimento sustentável virou um oximoro. Desde que a humanidade ultrapassou a capacidade de carga do Planeta o crescimento da produção de bens e serviços, quando contabilizado as agressões ao meio ambiente, virou um “crescimento deseconômico”, como mostrou Herman Daly. Nenhuma indústria seria lucrativa se tivesse de pagar pelo capital natural.
O progresso humano ocorreu de forma lenta na maior parte da história, mas adquiriu uma dimensão exponencial nas últimas sete décadas, com a aceleração das atividades antrópicas do pós-guerra. Incentivada pela busca frenética do lucro na economia capitalista, pelo petróleo barato e pelo desenvolvimento tecnológico, a expansão da produção de bens e serviços contribuiu para uma melhoria significativa na qualidade de vida de bilhões de pessoas. Houve redução da miséria e dos níveis de pobreza, assim como a melhoria dos indicadores de saúde, de educação e de bem-estar.
Porém, o crescimento econômico ocorreu com base no uso insustentável de recursos não-renováveis, na redução da biodiversidade, na concentração de dióxido de carbono na atmosfera e na acidificação dos oceanos, além de ter gerado fossos cada vez maiores entre ricos e pobres. Com o aprofundamento do processo de globalização, avistam-se graves crises ambientais e sociais, enquanto a trajetória da própria economia também apresenta sinais de exaustão do modelo hegemônico.
A ciência já determinou de forma incontestável que várias fronteiras ecológicas globais estão sendo ultrapassadas, abrindo a probabilidade de transformações bruscas e incontroláveis na esfera planetária se não houver mudanças significativas e urgentes na trajetória da nossa civilização. O atual momento histórico, marcado por profundas crises ecológicas, econômicas e sociais, exige repensar essa situação à luz dos limites sendo impostos pela própria natureza.
Celso Furtado, no livro, “O mito do desenvolvimento econômico”, de 1974, pergunta o que acontecerá se o desenvolvimento econômico se universalizar e responde de forma clara: “se tal acontecesse, a pressão sobre os recursos não renováveis e a poluição do meio ambiente seriam de tal ordem (ou alternativamente, o custo do controle da poluição seria tão elevado) que o sistema econômico mundial entraria necessariamente em colapso” (Furtado,1974, p. 19).
Furtado tinha razão, pois nos últimos 50 anos a Pegada Ecológica ultrapassou a Biocapacidade do Planeta e a humanidade já utiliza cerca de 1,7 planeta para manter o seu padrão de vida. O progresso humano ocorre às custas do regresso ambiental. Mas sem ECOlogia não há ECOnomia.
Portanto, o mundo precisa diminuir as atividades antrópicas para caber dentro da capacidade de carga do Planeta. Ou dito de outra forma: precisa reduzir a pegada ecológica para caber na biocapacidade do Planeta. Ou ainda: precisa reduzir as atividades demoeconômicas para não ultrapassar as fronteiras planetárias.
Decrescimento não é sinônimo de “crescimento negativo” ou “recessão”. Por exemplo, quando se troca as lâmpadas incandescentes por lâmpadas de LED, há uma diminuição do gasto de energia, sem perda de acesso de qualidade à energia elétrica. O decrescimento é compatível com qualquer tipo de organização social que se propõe a reduzir a ENTROPIA.
É possível haver decrescimento das atividades mais poluidores e degradadoras do meio ambiente, gerando emprego e renda e sem travar o desenvolvimento tecnológico, caso se altere o padrão de produção e consumo, conforme mostram os exemplos abaixo:
1) Dieta Vegetariana: a mudança de uma dieta cárnea para uma dieta vegetariana (ou vegana) pode reduzir a pegada ecológica, pois a pecuária é uma atividade muito poluidora, que provoca desmatamento e emite grande quantidade de gás metano;
2) Mudança da matriz energética: o fim do uso dos combustíveis fósseis (grandes emissores de CO2) e o uso de 100% de energias renováveis pode gerar empregos e renda ao mesmo tempo que se reduz a pegada energética;
3) Transição da indústria automobilística do motor a combustão para o motor elétrico e o surgimento do carro autônomo e compartilhado. A produção de automóveis particulares pode cair, reduzindo os engarrafamentos e aumentando a satisfação dos consumidores.
O sistema de produção e consumo hegemônico (capitalista ou socialista) não consegue ser, ao mesmo tempo, economicamente inclusivo, socialmente justo e ambientalmente sustentável. Por isto é pouco provável que a continuidade do crescimento das atividades antrópicas mantenha de pé as três bases do tripé da sustentabilidade, que na verdade se transformou em um trilema. De fato, só o decrescimento demoeconômico poderá garantir o equilíbrio homeostático da economia e do ambiente. 
Para aprofundar nessa discussão, vejam as referências abaixo:
Referências
ALVES, JED. O trilema da sustentabilidade e o decrescimento demoeconômico, 22º Congresso Brasileiro de Economia, BH, 08/09/2017
https://pt.scribd.com/document/358390999/O-trilema-da-sustentabilidade-e-decrescimento-demoeconomico
MARTINE, G. ALVES, JED. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema da sustentabilidade? R. bras. Est. Pop. Rebep, n. 32, v. 3, Rio de Janeiro, 2015 (em português e em inglês)
http://www.scielo.br/pdf/rbepop/2015nahead/0102-3098-rbepop-S0102-3098201500000027P.pdf
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate-

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Árvores são células solares recicláveis e eficientes


Uso de materiais “raros” e dificuldade em separar seus componentes para reciclagem fazem com que células solares (ainda) não sejam uma alternativa muito “sustentável” – são necessárias décadas de funcionamento para compensar o impacto ambiental que causam. Pesquisadores da Georgia Tech and Purdue (EUA), porém, trabalham em uma alternativa: células solares orgânicas.

No lugar de metais difíceis de encontrar, eles usam nanocristais de celulose (feitos a partir de matéria-prima coletada de árvores), que, além de menos agressivos ao ambiente, permitem que o equipamento seja reciclado sem grande dificuldade. A eficiência (medida pela quantidade de energia solar que conseguem converter em eletricidade) dessas células é de 2,7%, relativamente alta para o tipo de material de que são feitas – embora ainda pequena em comparação com a das convencionais (cerca de 10%). De acordo com os autores do projeto, a tecnologia tem potencial para atingir padrões de eficiência maiores.
“O desenvolvimento e o desempenho de substratos orgânicos na tecnologia solar continuam a crescer, dando a engenheiros uma boa indicação de aplicações futuras”, aponta o professor Bernard Kippelen, que liderou a equipe.
Ele lembra, ainda, que a reciclagem, junto com o desempenho, também é um fator de peso. “Células solares precisam ser recicláveis. Do contrário, estaremos apenas resolvendo um problema (menos dependência de combustível fóssil) enquanto criamos outro (uma tecnologia que produz energia a partir de recursos renováveis mas que não pode ser descartada no fim do seu ciclo de vida)”. Atualmente, células solares em geral usam plástico (feito a partir de petróleo e, portanto, pouco “ecológico”) ou vidro (difícil de ser reciclado ou descartado), além de ligas metálicas caras.
“Nossos próximos passos envolvem a melhora da conversão de energia para além de 10%, nível similar ao de células fabricadas com vidro ou derivados de petróleo”, adianta Kippelen.[Science 2.0

O épico aquecimento global: da temperatura mais fria a mais quente em um século


De acordo com o climatologista Shaun Marcott, o aquecimento global impulsionou o clima da Terra de uma das suas décadas mais frias desde a última Idade do Gelo para uma de suas décadas mais quentes em apenas um século.

Um pico de calor como esse nunca aconteceu antes, pelo menos não nos últimos 11.300 anos dos quais temos registro.
A nova descoberta é um bom indicador de quão rápido a mudança climática causada pelo homem progrediu – um século é um período muito curto de tempo para tal aumento.

Os registros e a análise

A Terra estava muito fria na virada do século 20. A década de 1900-1909 foi mais fria do que 95% dos últimos 11.300 anos. Já na virada do século 21, ocorreu o oposto. Entre 2000 e 2009, o planeta esteve mais quente do que cerca de 75% dos últimos 11.300 anos.
A gama de temperaturas (de frias a quentes) produzida desde a revolução industrial é quase a mesmo que a dos 11.000 anos antes da revolução começar – ou seja, a mudança aconteceu muito mais rapidamente.
Os cientistas da Universidade Estadual do Oregon e da Universidade de Harvard (ambas nos EUA) acreditam que, se não fosse por influências artificiais, a Terra estaria em uma fase muito fria agora, e ficaria ainda mais fria.
Variações na forma como a Terra está inclinada e sua órbita ao redor do sol formam um padrão de fases de aquecimento planetário, seguido de fases de resfriamento através dos milênios.

“Se tivéssemos que prever a temperatura com base em onde estamos em relação à posição do sol e como estamos inclinados, poderíamos prever que estaríamos esfriando mais, mas não estamos”, disse Marcott.
Em vez disso, o planeta está aquecendo. Em 2100, a Terra estará mais quente do que nunca. Se as emissões continuarem a aumentar como estão previstas, as temperaturas globais vão subir “bem acima de qualquer coisa que já vimos nos últimos 11.000 anos”, explicou Marcott.

A pesquisa

Para obter uma visão sobre as temperaturas globais de muito tempo atrás, os pesquisadores estudaram 73 amostras de sedimento e gelo polares, tomadas de todo o globo. Produtos químicos encontrados em fósseis nessas amostras abrangem várias épocas e são bons indicadores de temperaturas históricas na Terra.
Os cientistas queriam colocar as tendências da temperatura global em uma perspectiva de longo alcance. Isso porque os críticos das pesquisas sobre mudanças climáticas se queixam de que elas geralmente cobrem os últimos 1.500 a 2.000 anos, e portanto são muito limitadas.
Eles argumentam que estudos mais curtos não levam em conta que o aquecimento que a Terra está vendo hoje poderia ter acontecido naturalmente milhares de anos atrás.
Apesar destes estudos mais curtos se basearem em métodos que são muito diferentes da nova pesquisa, nos dois mil anos em que se sobrepõem, os resultados têm sido basicamente os mesmos.
“Nossos dados mostram que estes estudos [mais curtos] não perderam nada”, disse Marcott. E os resultados paralelos corroboram a precisão da nova pesquisa também.
Para chegar a tal conclusão, os cientistas escolheram o período de tempo conhecido como Holoceno para abranger sua pesquisa, porque é a mais recente fase natural quente da história da Terra. Começou no final da última Idade do Gelo, cerca de 11.500 anos atrás, e ainda estamos nele.
O Holoceno foi também a época da realização humana, o início da civilização moderna. Padrões climáticos estáveis ajudaram as pessoas a fazer tudo o que queriam, em parte porque elas não tinham mais que combater o frio de uma Idade do Gelo.
Nesse período, iniciamos a agricultura, que estendeu nossa expectativa de vida e aumentou a população da Terra. Em seguida, construímos cidades e estradas, desenvolvemos a arte, línguas e leis. Formamos impérios e nações. Eventualmente, inventamos máquinas, caindo na era industrializada, impulsionada por motores e turbinas, que são alimentados por combustível. Assim começou os efeitos dos gases (efeito estufa) nas mudanças climáticas causadas pelo homem.
Segundo Marcott, o principal gás culpado é o dióxido de carbono, e seus níveis saltaram nos últimos 100 anos. Nos 11.000 anos anteriores, tais níveis mudaram apenas “muito lentamente”.
Marcott está preocupado com a capacidade das pessoas de se adaptar a um clima talvez drasticamente alterado. A última vez que a Terra esteve tão quente quanto é projetada para estar em 2100 foi antes da última Idade do Gelo começar, mais de 130.000 anos atrás. Esse período está muito longe no tempo para que seja possível recolher dados confiáveis sobre ele.
Por conta disso, Marcott não quis especular sobre como o mundo vai se parecer em 2100 caso o aquecimento global continue. “Mas certamente espero que possamos evitar isso”, concluiu.[CNN]

Antigo texto egípcio descreve um Jesus “mutante”

Decifrado recentemente, um texto egípcio de 1,2 mil anos conta que Jesus teria celebrado a Santa Ceia com Pôncio Pilatos (o juiz que autorizou sua crucificação, de acordo com os Evangelhos Canônicos), numa terça-feira e não numa quinta, e que Jesus era capaz de mudar sua aparência (uma explicação para a maneira que Judas teria usado para ajudar soldados romanos a identificá-lo na hora da prisão)
De acordo com o pesquisador Roelof van den Broek, que publicou a tradução em seu livro “Pseudo-Cyril of Jerusalem on the Life and the Passion of Christ” (“Pseudo Cirilo de Jerusalém sobre a Vida e a Paixão de Cristo”, sem edição no Brasil), é importante ressaltar que, embora a existência do relato não possa garantir que as coisas ocorreram dessa maneira, poderia haver pessoas na época que acreditavam nele.
Há pelo menos duas cópias do texto, escrito na linguagem copta (do povo egípcio do período helenístico e do período sob dominação romana): um na Biblioteca e Museu Morgan em Nova York e outro no Museu da Universidade da Pensilvânia (ambos nos EUA). Boa parte da tradução foi feita a partir da cópia que se encontra em Nova York, mais conservada.

Café com Pilatos

“Sem maior tumulto, Pilatos preparou a mesa e comeu com Jesus no quinto dia da semana. E Jesus abençoou Pilatos e toda a sua casa (…) [depois, Pilatos disse a Jesus] bem, observe, a noite chegou, levante-se e bata em retirada, e quando a manhã chegar e eles me acusarem por sua causa, eu devo dar a eles o único filho que tenho para que eles possam matá-lo em seu lugar”.
De acordo com o texto, Jesus teria agradecido a Pilatos por sua boa vontade, mas recusado a oferta e mostrado que, se desejasse, poderia escapar de outras formas, desaparecendo em seguida.

Van den Broek lembra que, na Igreja Copta e em igrejas da Etiópia, Pilatos é considerado um santo, e isso explicaria o retrato mais amigável que ele recebeu nesse e em outros textos.Jesus metamorfo

“Então os judeus disseram a Judas: como vamos prendê-lo [Jesus], pois ele não tem uma única forma, sua aparência muda. Às vezes ele é corado, às vezes ele é branco, às vezes ele é vermelho, às vezes ele tem cor de trigo, às vezes ele é pálido como um asceta, às vezes ele é um jovem, às vezes um velho…”
Se Jesus era capaz de mudar radicalmente de aparência, uma simples descrição física não bastaria para que os guardas romanos o identificassem, o que teria motivado Judas a escolher um sinal (um beijo no rosto, de acordo com os Evangelhos Canônicos).
Embora muitos leitores possam ter achado a ideia curiosa, ela é ainda mais antiga do que o texto egípcio. “Essa explicação do beijo de Judas foi encontrada primeiro em Orígenes [um teólogo que viveu de 185 a 254]”, explica o pesquisador. Na obra Contra Celsum, Orígenes escreveu que “para aqueles que o viam, [Jesus] não aparecia da mesma forma para todos”.

(Tipo) São Cirilo

O autor do texto assina como São Cirilo de Jerusalém, um santo que viveu no Século 4 – da mesma forma que ocorre com diversos outros textos antigos, segundo van den Broek. Além disso, o autor alega que teria encontrado em Jerusalém (atualmente no território de Israel) um livro com relatos feitos pelos apóstolos sobre a vida e a morte de Jesus.Van den Broek considera que essa alegação seria um recurso para “aumentar a credibilidade das visões peculiares e dos fatos não canônicos que ele vai apresentar, atribuindo-os a uma fonte apostólica”, estratégia que seria encontrada “frequentemente” na literatura copta.
Outro aspecto intrigante do texto é o fato de ele apontar que a “Última Ceia” teria ocorrido com Pilatos e, além disso, em um dia da semana diferente do que é celebrado há quase dois mil anos. “[…] É fora do comum que Pseudo-Cirilo relate a história da prisão de Jesus na noite de terça-feira, como se a história canônica de sua prisão na noite de quinta não existisse”, diz van den Broek.
Van den Broek explicou que “no Egito, a Bíblia já havia se tornado canônica no quarto/quinto século, mas histórias apócrifas e livros permaneceram populares entre cristão egípcios, especialmente entre monges”.[LiveScience]

A hidroelétrica que reduziu a velocidade de rotação da Terra


Hidrelétrica de Três Gargantas é a central hidrelétrica com maior barragem e maior represa do mundo, e, segundo alguns, é tão grande que teria alterado a velocidade de rotação da Terra.
Mas será que isto é verdade? O que esta barragem teria de tão especial para alterar a rotação da Terra, se é que isto é possível?
A Represa das Três Gargantas interrompe o fluxo do rio Yangtze, o maior rio da China, na província de Hubei. O lago produzido pela alagação tem 660 km de comprimento e 1,12 km de largura, em média, com uma superfície total de 1.045 km². O volume total de água é 39,3 km³, pesando mais de 39 trilhões de quilogramas.
Elevar 39 trilhões de quilogramas de água a 175 metros acima do nível do mar altera o momento de inércia da Terra, reduzindo a velocidade de rotação do planeta. É um fenômeno semelhante ao que acontece quando um patinador encolhe os braços e gira mais rápido, e vice-versa.
Só que, no caso da Terra, 39 trilhões de quilogramas não é muita coisa – e essa diferença, apesar de existir, é praticamente imperceptível.
Usando cálculo semelhante ao que foi feito quando o terremoto do Japão foi acusado de encurtar os dias na Terra, cientistas da Nasa chegaram a conclusão que o dia deve ficar 0,06 microssegundos mais comprido com a elevação dessa massa.
Também deve alterar bem pouco a posição do eixo da Terra, em 2 centímetros, além de deixá-la um pouco mais alongada no equador e chata nos polos. 

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