O Planeta
terra a caminho da extinção da vida. Uma afirmativa que mostra nossa realidade,
ou apenas uma farsa para criação de outros nichos de mercado? Ou uma investida
dos loucos que não tem algo mais importante para fazer? As pessoas não dão a importância
que a situação requer. Somente diante
de alguma fatalidade, quando as catástrofes ocorrem à nossa volta ou nos atinge
diretamente é que a ficha cai. Assim você começa a entender o
quanto é importante dar atenção a esses assuntos.
Podemos verificar que inúmeros
movimentos são iniciados somente diante de eventos que causam comoção social,
assim nascem ONGs, fundações etc. Por que não iniciarmos esses movimentos antes
de sofrermos os efeitos com maior intensidade? Porque não começamos agora mesmo
a ver nosso planeta com outro olhar?
Infelizmente a sociedade funciona
assim, somente com a dor e não apenas por amor. Deveria dar importância e
visualizar um futuro diante das evidências, ainda que distante. Agir sem
necessariamente começar porque estamos em situação emergencial, mas sim
acreditar que os cientistas afirmam que a questão climática já é uma questão
emergencial, e não achar que o aquecimento global e derretimento das calotas
polares estão afetando somente a sobrevivência dos ursos polares. E que a
poluição dos rios e do ar está afetando somente os centros urbanos
industrializados e de maior concentração populacional. E que os efeitos não estão
atingindo todo planeta.
Quando falamos, “salvar o planeta
de nós mesmos”, é afirmando diante das evidências, que nós humanos, sugamos do
planeta mais do que ele pode suportar. São muitas as ações que foram cruciais
para chegar ao limite de degradação que estamos, mas, um dos fatores do
crescimento acelerado de degradação está em nosso modo de vida e dos conceitos
da modernidade. A palavra chave é o “Consumismo”.
Existe um crescente
desenvolvimento de novas tecnologias que se pautam na ecoeficiência, de forma a
gerar recursos ambientais e produtos com o menor impacto ambiental. Mas mesmo
este esforço ainda é muito tímido em relação ao tamanho do problema, e exigiria
muito mais investimento e apoio das instituições oficiais. São muitos os
trabalhos apresentados com inúmeras fórmulas e iniciativas variadas de Órgãos
Públicos e ONGs buscando diminuir os impactos ambientais. Tudo que é feito, não
atinge os seus objetivos, é insuficiente, o povo está surdo e cego, não dão a
menor importância às evidências, como se tudo fizesse parte de um processo
natural. Não estamos recuperando o planeta na mesma velocidade do consumo e
degradação, e assim reverter a crise ambiental apresentada, e o problema só
aumenta.
A relação de crescimento
econômico e consumo se tornou um antagonismo, que, o equacionamento desta
fórmula impõe uma mudança comportamental importante, ou seja, equilibrar o
consumo. Esta relação é apenas um dos indicativos de que se fala muito para
salvar o planeta. Mas pouco é o foco sobre esse, que é problema crônico da
humanidade, consumismo.
Os
relatórios apresentados por diversas organizações internacionais vêm alertando
para o fato de que, se toda a população humana tivesse o mesmo nível de consumo
que a população dos países desenvolvidos, seria necessários recursos ambientais
equivalentes a cerca de 4 a 5 planetas, ou seja, é evidente que não há como dar
este mesmo conforto a todos os atuais habitantes da Terra.
Considerando a equidade aos
habitantes, e que vem sendo apregoada pelos direitos humanos, de que todos tem
o direito de usufruir igualmente dos benefícios de um mundo moderno e evoluído.
Na tentativa de redução desta desigualdade, vem sendo criados alguns mecanismos
de compensação que, mesmo resultando em algum ganho sobre os impactos
ambientais globais, tem mais efeito no abrandamento da crise de consciência dos
grandes consumidores, como por exemplo, a compra de créditos de carbono. Se
paga aos pobres para se ter o direito de poluir mais que eles e manter sua
confortável vida e seu consumismo, com a consciência limpa.
O aumento do consumo também
nos países em desenvolvimento está relacionado ao aumento populacional, a inovação
tecnológica em uma velocidade alucinante, e o crescimento econômico. A mídia estimula
as pessoas de forma massificante, mostrando que a felicidade está em ter, e não
em ser. O melhor carro, o novo modelo de computador, o celular mais moderno,
uma roupa de grife, etc. e outros produtos que são adquiridos e servem somente
para entulhar os porões das casas, sem a menor utilidade. Considerando ainda
que a maioria dos produtos é fabricada para durar pouco, o que pressiona ainda
mais o consumo de recursos naturais.
Esta demanda cada vez
maior por recursos ambientais, além de impactar os ecossistemas, aumenta a
produção de resíduos, a poluição atmosférica e das águas, em níveis que já
ultrapassam a capacidade de autorregeneração do planeta. Como consequência,
tem-se o aquecimento global, as alterações climáticas, a redução dos recursos
pesqueiros, a desertificação de áreas importantes, extinção de espécies da
fauna e da flora e muitos outros efeitos de ordem planetária ainda pouco
conhecidos.
O “desenvolvimento
sustentável” tão apregoado por todos, infelizmente se transformou em um conceito apenas para
propaganda e não um princípio. Diante do quadro catastrófico anunciado surgem
diariamente inúmeros grupos de salvadores do planeta, principalmente nos países
desenvolvidos, mas nenhum dos atores abre mão do seu conforto. Perguntamos;
quem vai salvar nosso planeta? Diante do quadro atual temos a resposta,
ninguém!
A sociedade deveria
deixar a hipocrisia e não olhar apenas para o próprio umbigo pensando em si
próprio. Sabemos que quando se fala em temas importantes para diminuição da
degradação ambiental, muitos se sentem incomodados, a exemplo do controle de natalidade
de forma institucional. Sabendo que a população do planeta já atingiu a marca
de sete bilhões e o consumo já supera em muito a capacidade de regeneração. É
um tema proibitivo, ninguém ousa se levantar em defesa. São muitos os grupos
sociais que impedem essa prática.
A população tem que
entender que a terra é como qualquer espaço possui o seu limite de ocupação. O
limite de habitantes tem que ser considerado para o consumo de recursos
naturais e para a geração de impactos sobre os ecossistemas. Na próxima coluna
daremos alguns exemplos de como cada cidadão pode contribuir para o planeta, e
deixando um pouco a hipocrisia de lado e partindo para prática de fato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelos comentários.
César Torres