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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Saiba em quais lugares o contágio pelo novo coronavírus pode ser maior


Estudo mostra que interação direta aumenta risco de contrair covid-19

Um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tornou mais fácil identificar lugares onde, segundo pesquisadores, a chance de ser infectado pelo vírus SARS-Cov-2, responsável pela pandemia de covid-19, é bem maior. Os resultados parecem comprovar o que já é protocolo sanitário em todo o Brasil: a residência é o lugar mais seguro para as pessoas nesse momento.
A equipe de virologistas responsáveis pelo levantamento coletou amostras de lugares públicos de alta circulação na cidade de Belo Horizonte. O método utilizado foi parecido com os testes realizados para detectar a presença do vírus no organismo: o swab – um tipo de cotonete alongado que, quando friccionado contra superfícies, coleta o material em repouso – foi usado em pontos de ônibus, corrimãos, entradas de hospitais e até mesmo bancos de praças. Das 101 amostra colhidas, 17 continham traços do novo coronavírus.
“Para se avaliar o risco de um determinado local, levamos em consideração três elementos: o número de pessoas que podem portar a infecção, o nível de aglomeração esperado nos ambientes e a chance de haver pessoas com a infecção no local”, explicou o infectologista e professor de medicina da UFMG, Matheus Westin.
O médico lembra, ainda, que objetos também podem ter partículas infecciosas inertes. Frutas, verduras, caixas e outros itens que ficam expostos podem carregar o vetor de infecção. O estudo classificou as áreas de risco de acordo com os três pilares sanitários identificados pelos médicos. Veja o infográfico:
Infográfico mostra a escala de perigo de contaminação por covid-19.

Linha de frente

O estudo mostrou também que profissionais que trabalham na linha de frente de combate ao novo coronavírus estão muito mais suscetíveis ao contágio, já que a proximidade com infectados é inevitável.
“Todas as formas de assistência direta envolvem proximidade. Desde os cuidados primários, como administrar medicação ou conversar com o paciente, aos procedimentos invasivos, como ajustar o ventilador mecânico, aspirar as vias aéreas ou entubar o paciente, tudo isso cria um grande risco de transmissão”, argumenta Westin.
Segundo o médico e professor, o investimento em equipamentos de proteção individual (EPIs) de qualidade é crucial, e pode definir se o profissional médico será contaminado ou não ao tratar pacientes. “Boa parte desse equipamento é de uso único. A troca deve ser periódica. Mas não dá pra esquecer que o profissional de saúde, ao chegar em casa, deve lavar bem com água e sabão as vestimentas hospitalares para remover traços de contaminação das roupas”, informou.
Por Pedro Ivo de Oliveira, da Agência Brasil, in EcoDebate

O novo normal pós pandemia: procurando caminhos

cidade vazia

Do mesmo jeito que o homem procura a mudança, ele resiste a ela. Esta expressão é atribuída a um dos maiores inventores do século XX, Thomas Edison, que registrou 2.332 patentes de novos produtos durante a sua vida. Na atualidade, podemos chamar de Refratário Digital, característica de quem é capaz de resistir a temperaturas muito altas, resistente a ação física ou química, em suma, um teimoso que não aceita que a tecnologia digital vai impactar os empregos, os negócios, a economia, a sociedade, os relacionamentos e tudo mais que você imaginar.
Termos como Transformação Digital, Indústria 4.0, Sociedade 5.0, Educação 4.0, Competências Digitais, vem sendo utilizados nos últimos 20 anos para demonstrar o impacto e a urgência que deveria ser dada ao uso das tecnologias digitais. Em seu ritmo normal de mudança, o comportamento humano vai sendo mudado aos poucos, muitas pessoas percebem a necessidade de mudança quando já é tarde, quando já foram engolidos, que o digam marcas famosas como Kodak, Bamerindus, Varig, Vasp, Chicletes Ping Pong, sorvetes Yopa. Sem falar em profissões como vendedor de enciclopédia, datilógrafo, acendedor de lampião, telefonistas de operadoras telefônicas, o organizador de pinos de boliche, o operador de telégrafo, reveladores de fotos, entre outros.
Uma tecnologia quando substitui um produto ou uma profissão, exige da pessoa impactada, tanto do profissional quanto do consumidoro desenvolvimento de novas habilidades, que podem ser físicas ou manuais, cognitivas, sócio emocionais ou tecnológicas, para que se possa voltar ao mercado de trabalho e de consumo.
Porém, este é o ciclo normal de transformação social ocasionado pela evolução tecnológica, o que estamos vivendo atualmente é a aceleração da transformação digital, devido a uma variável independente, incontrolável, não planejada e altamente impactante, uma pandemia viral que atinge todas as idades, negócios, economias, sociedade e governos de forma indistinta.
Até aqui, já sabemos como funciona, mas não sabemos ainda como será o futuro pós pandemia, se vamos tentar voltar ao antigo normal, se é que isso é possível, embora seja essa a expectativa de muitos refratários digitais, ou se o novo normal será tão impactante que irá gerar um abalo em nossas vidas maior do que a própria pandemia ao nos colocar em isolamento, distanciamento, separação ou afastamento social, tudo isso para não falar o termo lockdown.
Vamos a uma tentativa de prever possibilidades, diz um ditado árabe que aquele que tenta prever o futuro é um mentiroso, mas com base no que já sabemos sobre o nosso passado e sobre como as inovações tecnológicas impactaram nossas vidas, bem como, no que já vivenciamos na atual pandemia, o que aprendemos e o que teremos de impactos.
Área
Como era
Como está
Como será
Educação Infantil
Recolhe os celulares, tablets e computadores – não são compatíveis com a sala de aula
Usa celulares, tablets e computadores – eles são a sala de aula
Capacita professores e alunos para o uso de tecnologias e metodologias de ensino da era digital
Ensino Superior
Educação a distância – EAD, é para poucos e a qualidade é duvidosa
Ensino Remoto com uso de tecnologias pode salvar o ano letivo e muitas Instituições de Ensino
Vamos parar de discutir modalidades de ensino, para pensar um ensino em todas as suas possibilidades, o aluno é o centro do processo, não a metodologia ou tecnologia
Trabalho em Escritórios e Empresas
Tenho minha mesa, meu computador, meu ambiente de trabalho
Tenho minha casa com computador e acesso à internet para trabalhar
Tenho competências digitais que me permitem realizar minhas atividades profissionais em qualquer local, principalmente remotamente – teletrabalho
Automação
Quanto mais repetitiva, maior a possibilidade de automação
Se existe a possibilidade de automação, está sendo automatizada
A Inteligência Artificial passa a ser a referência para a realização de atividades repetitivas e padronizadas
Marketing
Rádio, TV, Revistas e algumas ações em redes sociais
Tentativa de migração para as redes sociais, sem planejamento, sem estrutura, sem competências digitais
Migração para o Marketing Digital, para as plataformas de e-commerce, para o varejo digital, não estar no meio digital significa estar fora do mercado
Comércio de Lojas Físicas
Lojas Físicas, com estoques e custos altos de operação
Tentativas de re-abrir, de vender digitalmente, de encontrar uma solução
Local de vendas de Experiências de Consumo, como local de demonstração de produtos expostos em plataformas de e-commerce, deverá ser complementada com múltiplos canais omnichannel.
Negócios
A tradição, o escritório, a venda, o marketing, a fabricação e a entrega
O tele trabalho (hoje office), a venda (home office), ações de marketing digital desconexas, a fabricação e a entrega
A StartUp, o e-commerce, a logística reversa, o marketing digital, o tele trabalho (home office), a fabricação automatizada, a logística em múltiplos canais – omnichannel.
Profissões
Busca de um curso superior para chamar de seu, de uma profissão para o resto da vida
Questionamento se minha profissão, se meu emprego irá continuar existindo depois da pandemia e da transformação digital.
Precisaremos desenvolver competências digitais, que nos permitam desenvolver novas competências ao longo da vida, a aprender a aprender, eis a questão.
Você pode estar se perguntando: e a automação das fábricas, do agronegócio, das telecomunicações?
Estes setores continuarão sua saga de transformação digital em qualquer tempo.  A pandemia ao estimular o uso das tecnologias em todos os setores da economia, ajudará no barateamento das soluções tecnológicas, e ao mesmo tempo, reduzirá a resistência dos usuários a produtos e serviços com tecnologia embarcada, como internet das coisas – IOT, intercomunicação de devices (TV + Geladeira + Tablet + Smartphone + Sistema de iluminação de sua casa), a relação preço x custo x facilidade de uso será determinante para as inovações.
Bem-vindos ao futuro da transformação digital pós pandemia, o novo normal, um motivo de pesadelos para os refratários digitais.
Autor: Elton Ivan Schneider é diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter - EcoDebate

Biodiversidade: a peça mais importante para um futuro sustentável

biodiversidade

Por sua capacidade de mover-se por todas as direções do tabuleiro, a rainha (também conhecida como dama) é considerada a peça mais importante do xadrez, capaz de determinar a vitória ou a derrota de um jogador. Quanto maior a aptidão de um indivíduo às mudanças de cenário, maiores suas chances de êxito. No planeta Terra, também podemos identificar um fator capaz de definir nosso sucesso enquanto espécie: fora do tabuleiro, a biodiversidade é a rainha.

Não por acaso, neste ano o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) elegeu o tema para as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente. A data é fixada em 05 de junho, mas as celebrações se estendem pelo mundo durante todo o mês. A ideia é enfatizar que “somos completamente dependentes de ecossistemas saudáveis e vibrantes para nossa saúde, água, alimentos, medicamentos, roupas, combustível, abrigo e energia”.
Diante do contexto de mudanças climáticas e dos efeitos da pandemia da Covid-19, precisamos de um olhar mais atento para a nossa relação com todas as formas de vida. Já não passa despercebido o fato de que, ao combater a degradação e incentivar a conservação da natureza e de toda vida que nela habita, fortalece-se uma rede orgânica de cooperação. Sem esse esforço coletivo, muitas das tecnologias que hoje se conhece, não existiriam.
Ao pensarmos em atividades econômicas, é impossível ignorar o papel que a biodiversidade exerce sobre cada uma delas. O próprio agronegócio, por exemplo. Não é possível desenvolver uma indústria agropecuária sem a diversidade genética presente nos microrganismos que garantem a qualidade do solo e os nutrientes necessários para o crescimento das culturas e, na ponta final, a geração de alimentos.
Além disso, sem o importante trabalho de espécies polinizadoras, como abelhas, borboletas ou aves, as propriedades rurais produziriam menos e com menor qualidade. E o que dizer da pesquisa científica, da produção de medicamentos, que busca na natureza os princípios ativos das plantas? Quanto do setor turístico depende dos ambientes naturais e das diversas espécies que promovem o ciclo da vida?
A ciência tem um papel fundamental nessa integração entre economia e biodiversidade. Mesmo diante da riqueza da diversidade de vida na Terra, estima-se que, com todos os estudos e pesquisas realizados pela humanidade, 86% das espécies terrestres e 91% das que habitam os oceanos, continuam desconhecidas pelo homem.
E o que acontece quando perdemos o que ainda não conhecemos? Um relatório divulgado este ano pelo Fórum Econômico Mundial, colocou a perda da biodiversidade como o terceiro risco de maior impacto para o planeta nos próximos 10 anos. O mesmo documento estima que os bens e serviços produzidos pelos ecossistemas somem um total de US$33 trilhões/ano – praticamente o Produto Interno Bruto da China e dos Estados Unidos, combinados.
Com a maior diversidade biológica do mundo, e organizações que clamam por políticas de conservação, o Brasil poderia ser referência nessa empreitada. Todas as nações precisam compreender que proteger a biodiversidade é proteger as liberdades individuais e coletivas das pessoas, promovendo a geração de riquezas e a qualidade de vida para a população. Quanto maior a adesão dos governos na construção de políticas públicas que tenham a biodiversidade como peça importante, maiores as nossas chances de vitória.
* Malu Nunes é diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. -  EcoDebate


As cidades mais envelhecidas do Brasil não são as mais atingidas pela covid-19


Para entender em profundidade a Covid-19 - Outras Palavras
A pandemia do novo coronavírus causa mais vítimas fatais entre a população idosa. Na China 80% dos óbitos foram pessoas de 60 anos e mais, no Brasil são 73%. Alguém poderia imaginar que os municípios mais envelhecidos (com maior proporção de idosos na população) seriam os mais atingidos. Mas não é bem assim que tem ocorrido, como veremos a seguir.
O envelhecimento populacional ocorre em função da transformação da estrutura etária que acontece em função do aumento da proporção de idosos no conjunto da população e a consequente diminuição da proporção de jovens. Populações envelhecidas são uma novidade na história do mundo e do Brasil. No passado, a estrutura etária era rejuvenescida em todos os lugares, pois a esperança de vida era baixa e os casais tinham que gerar grande número de filhos para se contrapor ao elevado número de óbitos precoces.
Porém, a partir do momento em que as taxas de mortalidade e natalidade declinaram, teve início um processo de mudança da estrutura etária, com redução imediata da base da pirâmide e um alargamento, no longo prazo, do topo da distribuição de sexo e idade. Desta forma, o envelhecimento é o resultado, esperado e inexorável, da transição demográfica.
Uma maneira de medir o envelhecimento populacional é por meio do Índice de Envelhecimento (IE), que é a razão entre o número de pessoas idosas sobre os jovens (crianças e adolescentes). Trata-se de uma razão entre os componentes extremos da pirâmide etária. O IE pode ser medido pelo número de pessoas de 60 anos e mais para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, segundo a seguinte fórmula:
Índice de Envelhecimento (IE)
Uma população é considerada idosa quando o topo da pirâmide é maior do que a sua base, ou seja, quando o Índice de Envelhecimento (IE) é igual ou superior a 100. Como já dito, o envelhecimento populacional é um fenômeno novo na história da humanidade. O primeiro país do mundo a ter a quantidade de idosos (60 anos e mais) maior do que a quantidade de jovens com menos de 15 anos foi a Suécia, em 1975. O número de países idosos passou para 3 em 1980 e chegou a 52 países em 2015.
O Brasil ainda é considerado um país jovem, mas em processo acelerado de envelhecimento. No ano 2010, segundo as projeções do IBGE (revisão 2018), havia 48,1 milhões de jovens de 0 a 14 anos e 20,9 milhões de idosos com 60 anos e mais. O Índice de Envelhecimento (IE) era de 43,4 idosos para cada 100 jovens, conforme mostra o gráfico abaixo. Em 2018, o número de jovens caiu para 44,5 milhões e o de idosos subiu para 28 milhões, ficando o IE em 63 idosos para cada 100 jovens.
O Brasil vai se tornar um país idoso em 2031, quando haverá 42,3 milhões de jovens (0-14 anos) e 43,3 milhões de idosos (60 anos e mais). Nesta data, pela primeira vez, o IE será maior do que 100, ou seja, haverá 102,3 idosos para cada 100 jovens (veja a coluna vermelha no gráfico). Mas o envelhecimento populacional continuará sua marcha inexorável ao longo do século XXI. No ano de 2055, as projeções do IBGE indicam o montante de 34,8 milhões de jovens (0-14 anos) e de 70,3 milhões de idosos (60 anos e mais). O IE será de 202 idosos para cada 100 jovens. Ou seja, haverá mais do dobro de idosos do que jovens.
diminuição da população jovem (0 a 14 anos) e do aumento da população idosa (60 anos e mais) ao longo do século XXI
O gráfico acima não deixa dúvidas quanto à diminuição da população jovem (0 a 14 anos) e do aumento da população idosa (60 anos e mais) ao longo do século XXI. Durante mais de 500 anos, o Brasil foi um país com uma estrutura etária jovem, mas a partir de 2029 será um país com uma estrutura etária idosa. E não haverá mais volta. O futuro do Brasil é ser um país “grisalho”.
Mas este processo de envelhecimento do país não acontece de forma uniforme, pois existem municípios que já estão mais avançados na transformação da estrutura etária e outros que ainda possuem uma estrutura muito rejuvenescida. Em geral, os municípios que foram pioneiros na transição da fecundidade também são pioneiros no envelhecimento. Mas a estrutura etária também é afetada pela migração, assim há municípios envelhecidos em função da perda de jovens e/ou do ganho de idosos.
A tabela abaixo, com base na estimativa populacional municipal de 2015, do IBGE, mostra os 10 municípios com a estrutura etária mais envelhecida (maior IE) do país. Nota-se que os 10 municípios recordistas do envelhecimento estão todos no Rio Grande do Sul (RS) e são municípios com menos de 5 mil habitantes. O município de Coqueiro Baixo com apenas 1.563 habitantes tinha, em 2015, 660 idosos (de 60 anos e mais) e apenas 94 jovens (de 0 a 14 anos). Ou seja, tinha 7 vezes mais idosos do que jovens e o IE era de 702,1 idosos para cada 100 jovens. Forquetinha era o segundo município mais idoso (com IE de 480,2) e Cotiporã o décimo município mais idoso do país (com IE de 233). O Rio grande do Sul é um dos estados brasileiros pioneiros na transição da fecundidade. Mas o alto envelhecimento populacional destes 10 municípios pequenos, provavelmente, foi reforçado pela perda de população jovem que procura os grandes centros em busca de oportunidades de estudo e/ou trabalho.
os 10 municípios com a estrutura etária mais envelhecida (maior IE) do país
Segundo o Ministério da Saúde, até 24 de junho de 2020, Coqueiro Baixo, Rolador e Capão Bonito do Sul não registraram nenhum caso da covid-19. Forquetinha registrou 1 caso, Cruzaltense 7 casos, Canudos do Vale 4 casos, Santa Cecília do Sul 14 casos, Coronel Pilar 1 caso, Cotiporã 7 casos e nenhuma morte entre estes municípios. Santa Teresa teve 12 casos e 1 morte.
A tabela abaixo, também com base nas estimativas do IBGE, para 2015, mostra os 10 municípios mais populosos com a estrutura etária mais envelhecida (IE acima de 100) do país. Niterói, no Rio de Janeiro, com quase meio milhão de habitantes, tinha 96,8 mil idosos (60 anos e mais) para 80 mil jovens (0 a 14 anos), com um IE de 120,9 idosos para cada 100 jovens. Santos, em São Paulo, com população de 433,9 mil habitantes, tinha 93,4 mil idosos e 73,3 mil jovens, com IE de 127,4. São Caetano do Sul, em São Paulo, a cidade com maior IDH do país, tinha 33,7 mil idosos e 25 mil jovens, em 2015, com IE de 134,6. Em décimo lugar, Socorro, em São Paulo, com 39,5 mil habitantes, tinha 7,5 mil idosos e 7,1 mil jovens, com IE de 105,1.
os 10 municípios mais populosos com a estrutura etária mais envelhecida (IE acima de 100) do país
Niterói é, entre as grandes cidades do país (mais de 40 mil habitantes) a mais envelhecida. Mas como mostra a tabela abaixo não foi a mais atingida pela pandemia. O coeficiente de incidência de Niterói é de 10,7 mil casos por milhão (acima da média da cidade do Rio de Janeiro), mas o coeficiente de mortalidade foi de 349 óbitos por milhão (bem abaixo da capital fluminense que tem uma estrutura etária menos envelhecida).
Niterói é, entre as grandes cidades do país (mais de 40 mil habitantes) a mais envelhecida
Para efeito de comparação, a tabela abaixo mostra os 10 municípios com a estrutura etária mais rejuvenescida (menor IE) do país. Nestes 10 municípios, o número de idosos não chega nem a 10% dos jovens. Por exemplo, Ipixuna, no Amazonas, com uma população total de 26,8 mil habitantes, tinha 11,5 mil jovens de 0 a 14 anos e somente 1,1 mil idosos (com 60 anos e mais) e um IE de 9,4 idosos para cada 100 jovens. O município de Jordão, no Acre, com população total de7,5 mil habitantes, tinha 3,6 mil jovens e somente 175 idosos, com IE de apenas 4,8. Em geral, estes municípios muito rejuvenescidos tem forte presença indígena.
os 10 municípios com a estrutura etária mais rejuvenescida (menor IE) do país
Até o dia 23/06, Ipixuna teve 3 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, Porto de Moz teve 392 casos e 22 mortes e Oiapoque teve 1.196 casos e 10 mortes. O contraste com os municípios mais envelhecidos é muito grande, pois há mais mortes nos municípios mais rejuvenescidos.
A tabela abaixo mostra os 10 maiores municípios brasileiros com IE abaixo de 20 idosos para cada 100 jovens. Macapá, capital do Amapá, com população de 456 mil habitantes em 2015, tinha 141,6 mil jovens e apenas 24,7 mil idosos, com IE de 17,5 idosos para cada 100 jovens. Parauapebas, no Pará, com 189 mil habitantes tinha IE de 10,8 e o município de Santana, no Amapá, com 112,2 mil habitantes, tinha IE de 18. Estes 10 municípios são de tamanho médio e possuem uma estrutura etária muito rejuvenescida.
os 10 maiores municípios brasileiros com IE abaixo de 20 idosos para cada 100 jovens
Dos 5.570 municípios brasileiros em 2015, 531 cidades possuem Índice de Envelhecimento (IE) acima de 100, sendo, portanto, municípios envelhecidos. Em 2643 municípios o IE estava entre 100 e 50 idosos para cada cem jovens. Em 2162 municípios o IE estava entre 50 e 20 idosos para cada cem jovens. E em 234 municípios o IE estava abaixo de 20 idosos para cada cem jovens. Observa-se, portanto, que menos de 10% dos municípios brasileiros em 2015 estavam classificados como cidades onde a população tem uma estrutura etária envelhecida. Porém, como visto no primeiro gráfico, o Brasil está em processo acelerado de envelhecimento e em 2029 terá, na média, uma estrutura etária envelhecida. Assim, a tendência para as próximas décadas é que um número cada vez maior de cidades passe a ter um Índice de Envelhecimento acima de 100. O envelhecimento é inevitável e o Brasil precisa se preparar para saber lidar com esta nova realidade demográfica.
Como mostrei no artigo “A pandemia da covid-19 e o envelhecimento populacional no Brasil” (20/04/2020), a região mais atingida no Brasil pela covid-19 foi a região Norte que é a que possui a estrutura etária mais rejuvenescida, enquanto o Sul, que é a região mais envelhecida, foi a menos impactada pela pandemia. Isto mostra que a demografia não é destino e que existem outras variáveis que explicam o impacto do Sars-CoV-2 sobre a população. O importante a destacar é que os municípios mais envelhecidos não foram os mais impactados pela pandemia.
Referência:
ALVES, JED. A pandemia da covid-19 e o envelhecimento populacional no Brasil, Portal do Envelhecimento, 20/04/2020

Nota da redação: sobre o tema envelhecimento populacional sugerimos que leia, também:

Envelhecimento Populacional Continua E Não Há Perigo De Um Geronticídio

Apesar Da Covid-19 As Tendências Do Envelhecimento Populacional Permanecem

O Envelhecimento Populacional Compromete O Crescimento Econômico No Brasil?

O Envelhecimento Populacional No Brasil

O Envelhecimento Populacional Segundo As Novas Projeções Do IBGE

As Diferentes Velocidades Do Envelhecimento Populacional

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