A maioria das pessoas que aproveita o verão para curtir a praia nem se dá conta das ameaças encontradas na beira do mar. Entre conchas, estrelas do mar e mariscos, algumas espécies podem causar incômodos para os banhistas, que nem sempre percebem a presença destes bichos. Além disso, as temperaturas altas do verão, o aquecimento global e o lixo jogado nas praias são fatores que aumentam a frequência dos ataques com os banhistas.
Muita gente acha que o litoral brasileiro não possui animais venenosos, ou que as ameaças só aparecem nas águas profundas. Com ajuda da
Sociedade Brasileira de Dermatologia, listamos os quatro animais mais ameaçadores encontrados nas praias brasileiras e os cuidados necessários para não sofrer durante as férias.
Foto: Blip/Flickr
Ouriço do mar
O animal cheio de espinhos tem formato esférico e pode ser encontrado em todo o litoral brasileiro. É o animal que mais causa acidentes com humanos nas praias, e costuma viver em cima de rochas, nos costões, entre pedras ou na areia, sobretudo nas águas mais rasas.
Ao pisar ou esbarrar num ouriço do mar, os espinhos do animal são liberados na pele, podendo causar dor intensa, principalmente se os espinhos penetrarem profundamente, quebrarem dentro do corpo, ou, ainda, liberarem substâncias irritantes, produzidas por algumas espécies que inoculam veneno.
Quem for atingido por um ouriço do mar precisa retirar os espinhos do corpo e fazer banhos ou compressas quentes para amenizar a dor. É essencial procurar ajuda médica, não só para diminuir o incômodo, mas também para evitar infecções.
Caravela-portuguesa
As caravelas-portuguesas são cnidários que flutuam na água no mar e aparecem nas praias, sendo uma das ameaças mais comuns para os banhistas. O animal tem corpo gelatinoso, se parece com uma bexiga e suas cores variam entre o lilás e o roxo, e não são raras as vezes em que as caravelas são encontradas na areia da praia.
Os tentáculos da caravela são urticantes e se aderem à pele, chegando a causar graves lesões, que trazem irritação forte e dor intensa – nos casos mais graves, o quadro de sintomas varia entre náuseas, vômitos e até convulsões e arritmia cardíaca.
A principal recomendação é evitar o contato com estes animais, se afastando das praias e regiões em que em que uma ou mais caravelas foram observadas. Quem for atacado deve proteger as mãos para remover os tentáculos, com a ajuda de uma pinça, e aplicar compressas de água do mar gelada ou vinagre. A área atingida não deve receber água doce, álcool ou urina, e a ajuda médica é indispensável.
Água viva
As águas vivas são animais gelatinosos, que nadam em grupo pelo mar e nas praias, e nem sempre são visíveis para os banhistas e mergulhadores. Grande parte das águas vivas encontradas no Brasil é pequena e inofensiva, mas, todo cuidado é pouco perto destes animais, pois seus tentáculos também reservam substâncias urticantes, assim como as encontradas nas caravelas.
O contato com as águas vivas pode ocasionar diversas reações no organismo – desde pequenas irritações na pele, sem fortes dores, até lesões violentas que podem ocasionar necroses. Estudos apontam que o aquecimento global e a poluição dos oceanos têm impacto direto no aumento da população de águas-vivas no mundo todo, inclusive no número de incidentes com banhistas.
As pessoas atingidas pelas águas vivas devem tomar os mesmos cuidados de quem foi atacado pela caravela.
Bagre
O bagre é o peixe que mais causa acidente no litoral brasileiro, pois, além de ser encontrado em grande número, prefere as águas rasas e o ambiente das praias. Os bagres são atraídos pelos restos de alimentos deixados na beira do mar e a maioria dos acidentes acontece a partir do contato direto com os banhistas.
Estes peixes possuem quatro barbilhões ao redor da boca e três espinhos serrilhados pelo corpo. Dificilmente vão causar náusea e vômitos, mas os bagres causam dor forte por até seis horas e podem ocasionar necroses, se as pessoas atingidas não forem devidamente tratadas. Assim, todo cuidado é pouco durante o banho de mar e na hora de caminhar na beira. Também não vale a pena tocar em nenhum peixe morto encontrado na praia e nem manusear o bagre em peixarias.
As pessoas que se acidentarem com o bagre devem procurar a ajuda de um médico imediatamente – o único remédio natural para o ferimento é uma compressa com água quente na parte atingida, por até 90 minutos. Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo