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sábado, 13 de setembro de 2014

Infecção letal por fungo extermina anfíbios no mundo todo


Os anfíbios são espécies muito ameaçadas. Cerca de 40% das rãs, sapos e outros animais estão em declínio. Esses números vêm caindo há décadas, como resultado de todas as ameaças habituais, incluindo destruição do habitat, poluição, espécies invasoras e mudanças climáticas.
 
Agora, uma nova pesquisa sobre salamandras acrescenta a história de uma epidemia a esses fatores, conhecida há pouco tempo. Um fungo (conhecido como Bd, apelido de Batrachyochytrium dendrobatidis) é uma das principais causas do colapso generalizado de anfíbios nas últimas décadas.
 
A doença fúngica mortal e contagiosa chegou pela primeira vez às salamandras mexicanas em 1970. De lá, espalhou-se para a Guatemala e Costa Rica nas próximas duas décadas.
O estudo mostra o quão devastadora essa doença pode ser. Segundo os pesquisadores, até agora, ninguém sabia que esse fungo tinha algum impacto nas salamandras, e muitas estão altamente ameaçadas.
 
Os cientistas esperam que as descobertas levem a melhores formas de retardar ou impedir a propagação do Bd e surtos semelhantes nos próximos anos. Os esforços de conservação podem agora levar em conta os impactos da doença.
 
Na década de 1970, os pesquisadores começaram a notar animais que desapareciam das áreas intactas e protegidas, o que os levou a Bd em 1999. Animais infectados com o fungo desenvolvem quitridiomicose. Eles trocam de pele e se tornam letárgicos. Salamandras doentes perdem as caudas. Sapos perdem peso e se tornam tão apáticos que não conseguem se virar mais quando colocados de costas. A morte é questão de semanas.
 
Desde a descoberta do Bd, os pesquisadores ligaram o fungo ao colapso de populações de rãs e sapos na Califórnia, Austrália, Panamá e Peru. Algumas espécies já foram extintas por causa da doença.
Porém, os cientistas ainda não sabem como, por que e até quando o fungo surgiu na América Central e do Sul. Alguns especialistas acreditam que o fungo sempre esteve ao redor, em níveis baixos, e que algo desencadeou a doença, que começou a se espalhar. Outros argumentam que a invasão foi súbita e, portanto, devastadora para as populações vulneráveis, sem resistência.
 
Os pesquisadores do estudo atual resolveram descobrir e observaram centenas de salamandras e sapos de museus da Universidade da Califórnia e da Universidade do Texas, nos EUA.
Em vez de pegar amostras do tecido dos anfíbios para análise minuciosa (método tradicional), os pesquisadores esfregaram cotonetes ao longo da pele de cada criatura. Depois, eles analisaram amostras de DNA para procurar por Bd. Com o novo método, eles puderam analisar 100 amostras em seis horas, uma abordagem muito mais rápida.
 
Os resultados mostraram claramente que a Bd não existia nas amostras coletadas no sul do México antes do início dos anos 1970. Os cientistas explicam que após a chegada do fungo naquela parte do mundo, ele parece ter se espalhado para a Guatemala e Costa Rica nos anos 80.
 
O aparecimento de Bd em amostras do museu coincidiu com períodos conhecidos de declínio rápido entre os anfíbios em cada área, confirmando a doença como uma das principais causas de mortandade entre anfíbios.
 
Os pesquisadores ainda não sabem como o Bd veio para as Américas, mas a principal teoria é que o fungo viajou com as rãs-de-unhas-africanas, trazidas da África Subsariana para fins médicos.
Essas rãs, que carregam Bd, mas não ficam doentes, já foram utilizadas como testes de gravidez humanos. Em um tanque com a urina de uma mulher grávida, as fêmeas das espécies começam a ovular em resposta aos hormônios humanos.
 
Até o momento, não há cura para o Bd. Mas os pesquisadores estão estudando bactérias simbióticas da pele que parecem proteger alguns anfíbios da doença. O novo estudo e sua nova técnica serão muito úteis. Amostragens podem oferecer novas pistas sobre por que alguns grupos sobreviveram à doença e que populações serão mais vulneráveis a ela no futuro.
 
Segundo os cientistas, mesmo que não haja uma maneira específica de pará-lo agora, saber onde o fungo está e para onde ele vai ajuda, se nada mais, a planejar a proteção de animais (colocá-los em depósitos), ou procurar essa bactéria, ou ainda pedir que geneticistas encontrem uma maneira de “desligar” o fungo e parar a destruição.

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César Torres

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