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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Mudanças Climáticas: Degelo ameaça reservas de água na Bolívia
Na Bolívia, água e gelo contam uma história de mudança climática.
As geleiras que há muito fornecem água e eletricidade para esta parte da Bolívia estão derretendo e desaparecendo, vítimas do aquecimento global, segundo a opinião da maioria dos cientistas. Reportagem de Elisabeth Rosenthal, em El Alto (Bolívia), The New York Times.
Se o problema da água não for resolvido, El Alto, uma cidade pobre vizinha a La Paz, poderá talvez transformar-se na primeira grande baixa urbana causada pelo aquecimento global. Um relatório do Banco Mundial concluiu no ano passado que a mudança climática acabaria com várias geleiras nos Andes dentro de 20 anos, ameaçando a existência de quase 100 milhões de pessoas.
Os líderes mundiais há muito concordam que os países ricos precisam fornecer dinheiro e tecnologia para ajudar as nações em desenvolvimento a adaptarem-se a problemas que, em grande parte, foram criados por chaminés de fábricas e canos de descargas de veículos em lugares muito distantes. Mas os detalhes dessa transferência – que países arcarão com as despesas, quanto será pago e para que tipos de projetos – ainda continuam sendo fonte de polêmica.
“Temos um grande problema, e nem mesmo dinheiro resolverá isso completamente”, afirma Pablo Solon, o embaixador da Bolívia na Organização das Nações Unidas (ONU). “O que pode fazer um país se as suas geleiras desaparecerem ou, no caso de nações insulares, se ele ficar debaixo d’água?”.
Cientistas dizem que dinheiro e projetos de engenharia poderiam resolver os problemas de falta d’água de La Paz e El Alto, com projetos que incluiriam um reservatório bem planejado. As geleiras em torno das cidades proporcionaram basicamente reservas naturais de baixa manutenção, coletando água na curta estação chuvosa e liberando-a durante a estação seca para o uso da população e a geração de energia elétrica. Mas, com a elevação das temperaturas e as alterações dos regimes pluviométricos, essas geleiras não suprem mais estas necessidades.
“Os efeitos estão aparecendo muito mais rapidamente do que nós podemos responder a eles, e são necessários de cinco a sete anos para a construção de um reservatório. Não sei se temos tanto tempo”, adverte Edson Ramirez, um glaciologista que há duas décadas documenta e faz previsões sobre a redução do tamanho das geleiras. Ultimamente, essa redução tem superado as suas previsões mais pessimistas. Por exemplo, ele previu que uma da geleiras, a Chacaltaya, duraria até 2020, mas ela desapareceu completamente neste ano. Em 2006, ele afirmou que a demanda por água em El Alto superaria a oferta até 2009. Isso de fato aconteceu.
Nos últimos anos, a vida dos bolivianos tem sido castigada por uma série quase bíblica de fenômenos climáticos rigorosos, muitos dos quais, segundo os cientistas, estariam vinculados à alteração climática – embora atualmente seja difícil provar isso, já que países pobres como a Bolívia contam com poucos dados científicos de longo prazo. Neste ano o sol foi tão intenso e as temperaturas foram tão elevadas que que as mães indígenas viram os filhos de pele escura sofrer queimaduras solares. Uma seca matou 7.000 animais e deixou quase 100 mil doentes.
Os países desenvolvidos concordam que têm a obrigação de ajudar a aliviar esses problemas, mas muitos deles hesitam em fornecer verbas, em parte porque os países pobres têm poucos planos concretos para enfrentar os problemas climáticos. Por exemplo, os efeitos das alterações climáticas ainda não foram analisados nem quantificados pela Epsas, a companhia de água.
Mas com pouco dinheiro e conhecimento técnico, é difícil projetar um novo reservatório gigante ou um sistema para a transferência de água para diferentes partes do país.
“Os pobres da Bolívia não são responsáveis por aquilo que está ocorrendo com a geleira, mas são eles os que sofrem mais, e infelizmente o governo não tem um plano concreto”, opina Edwin Torrez Soria, um engenheiro da Aqua Sustentable, que trabalha nas vilas próximas à geleira Illimani.
Neste ano, os últimos dias de novembro proporcionaram um pouco de alívio e a estação chuvosa começou, embora com um atraso de um mês. A torneira em frente à casa de Celia Cruz voltou a fornecer água.
Mas a chuva que costumava suprir as geleiras de gelo, agora, com frequência, só faz com que aumentem as enxurradas, já que a temperatura está muito elevada para que a água congele.
“Neste momento estamos vivendo com uma quantidade de água adicional, proveniente do derretimento da geleira, que daqui a alguns anos não estará mais disponível”, diz Hoffmann, do programa de mudança climática. “Isto não é irônico?”.
Jean Friedman-Rudovsky, em El Alto, Bolívia, contribuiu para esta matéria
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César Torres