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domingo, 28 de novembro de 2010

Projeto da Unicamp resulta em plástico biodegradável feito a partir da quinoa, grão popular no Peru e na Bolívia



Solução ecológica – Um grão que fazia parte da alimentação dos incas há cerca de 8 mil anos é a mais nova ferramenta a serviço do meio ambiente. A quinoa (Chenopodium quinoa) é a personagem principal de um estudo que deu origem a um filme plástico totalmente biodegradável realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A alta concentração de amido, proteínas e lipídios encontrada no grão andino possibilitou a fabricação de um produto com boa qualidade e ambientalmente correto — além de se decompor com facilidade, sua produção não resulta na emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa. Entre os cerca de 256 tipos existentes no Peru, a autora do projeto, a peruana Patrícia Cecília Araujo-Farro, selecionou a quinoa real, que pode chegar a ter concentrações de quase 80% de amido, uma das principais matérias-primas utilizadas na produção do biomaterial. Reportagem de Gisela Cabral, no Correio Braziliense.

O grão também apresenta quantidades médias significativas de proteínas (cerca de 22%) e lipídios (10%) em sua estrutura. De acordo com Patrícia, a intenção foi trabalhar um elemento de cada vez. “Primeiramente, produzi um biomaterial só de amido purificado, com baixa quantidade de proteínas e lipídios. O segundo teste foi feito com amido cru, obtido com processo úmido. Já na terceira avaliação, utilizei farinha integral. Consegui variar as quantidades de proteína e lipídios ao longo de todos os testes”, explica.

O resultado, segundo ela, é um material que pode ser utilizado na fabricação de pequenas embalagens e sacolas plásticas. “Também pode ser empregado na indústria farmacêutica e na agricultura, sendo útil para a proteção de plantas em desenvolvimento”, destaca a cientista, que durante o estudo fez várias avaliações quanto à resistência do material. Ainda de acordo com Patrícia, a partir da quinoa é possível obter o plástico totalmente transparente ou em diversos tons de amarelo. “Vai depender da proteína empregada na produção”, esclarece.

A pesquisa também avaliou as vantagens ambientais trazidas pelo produto. Testes feitos de maneira informal mostraram que o biomaterial desapareceu completamente no meio ambiente depois de 15 dias, enquanto que o plástico convencional pode demorar um século para ser absorvido. “Na verdade, depois dessas duas semanas, ele vira comida de bactéria novamente”, revela Partícia.

Para a orientadora da pesquisa, a doutora Florência Menegalli, o uso de materiais como a quinoa para a produção de biomateriais é de grande importância para o futuro do planeta. “O grão tem propriedades adequadas para esse fim, e a produção do biomaterial não agride o meio ambiente. Porém, o preço da quinoa ainda é alto no Brasil”, pondera a professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos.


Produção

No momento, a quinoa é produzida por pequenos agricultores na região dos Andes. Porém, no Brasil, as pesquisas estão sob comando da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O cultivo no inverno, com irrigação adequada, tem produzido grãos de alta qualidade. Mas ainda estamos em expansão, pois a área plantada no Brasil é pequena, apesar do excelente potencial. Isso significa que ainda importamos a maior parte dos grãos consumidos”, conta o pesquisador Walter Quadros, da Embrapa Cerrados.

A Embrapa também tem incluído a espécie no projeto de melhoramento de plantas. A perspectiva é lançar materiais com maior produtividade para diferentes épocas de plantio, além de identificar materiais genéticos com melhor qualidade nutricional (1)e funcional. “Quanto aos trabalhos de manejo, objetiva-se também o aperfeiçoamento do plantio à colheita. Ele também deve antecipar o controle da ocorrência de futuras pragas e doenças”, garante Walter. “A perspectiva, portanto, é baratear o produto para o produtor e o consumidor”, avalia.

1 – Proteína
Hoje, a quinoa é amplamente usada na culinária, no preparo de saladas, sopas, entre outros alimentos. É considerada por nutricionistas um bom substituto para a carne, graças ao seu alto valor protéico.

EcoDebate, 24/11/2009

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César Torres

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