São 12,6 milhões de mortes em 2012, o número é mais alto que óbitos gerados por conflito naquele ano; dados constam de um relatório do Pnuma, divulgado nesta segunda-feira.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório divulgado esta segunda-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, alerta que a degradação e a poluição ambientais causam 234 vezes mais mortes prematuras do que os conflitos. O número equivale a 23% de todos os falecimentos deste tipo no mundo.
O documento afirma que os dois problemas representam uma ameaça à saúde pública global e são responsáveis pelos óbitos de mais de 25% de todas as crianças com menos de cinco anos.
Perigos
O relatório “Meio Ambiente Saudável, Povo Saudável”, lançado em Nairóbi, analisou os perigos da poluição do ar, das substâncias químicas, da mudança climática e de outras questões que associam o ambiente, a saúde e o bem-estar da população.
Segundo o Pnuma, em 2012, ocorreram aproximadamente 12,6 milhões de mortes prematuras causadas pela piora ambiental, o que representa quase um quarto do total mundial.
Os especialistas disseram que a maioria das mortes causadas pela degradação do meio ambiente ocorreu nas regiões sul e leste da Ásia e no oeste do Pacífico. Na sequência, estão a África Subsaariana, o leste do Mediterrâneo e a Europa.
Desnutrição
A Organização Mundial da Saúde calcula que 250 mil mortes adicionais vão ocorrer todos os anos entre 2030 e 2050, a maior parte por desnutrição, malária, diarreia e temperaturas altas, causadas pela mudança climática.
O relatório mostrou ainda que somente a poluição do ar mata 7 milhões de pessoas no mundo todos os anos. A falta de acesso à água potável e serviços de saneamento causam a morte de 842 mil pessoas por ano de diarreia, sendo que 97% delas estão em países em desenvolvimento.
A exposição a substâncias químicas mata mais de 100 mil por ano pelo contato com o pó de amianto ou asbesto e mais de 650 mil por contaminação com o chumbo.
Progresso
Ao mesmo tempo, o relatório do Pnuma mostrou progresso para erradicar quase 100 substâncias químicas que causam danos à camada de ozônio. Isso significa uma redução de até 2 milhões de casos de câncer de pele e que outros milhões de casos de catarata serão evitados todos os anos.
Os benefícios com a eliminação do chumbo da gasolina podem alcançar US$ 2,4 trilhões e evitar 1 milhão de mortes prematuras por ano.
O documento diz ainda que a implementação de medidas para reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa pode salvar a vida de 2,4 milhões de pessoas todos os anos até 2030. EcoDebate
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César Torres