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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Copenhague: O futuro do planeta em debate


A Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas – COP 15, ou simplesmente a Conferência do Clima de Copenhague é o evento mais aguardado do ano. Na capital da Dinamarca – no período de 07 a 18 de dezembro – se encontrarão 190 países e uma única pauta: a busca por um consenso que permita um acordo global para substituir o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que expira em 2012.
Copenhague assumiu destacada importância após o impactante relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – sigla em inglês) de 2007. À época, o informe dos pesquisadores e cientistas foi categórico e não deixou espaço para dúvidas ao afirmar de forma contundente – o relatório utilizou a expressão “inequívoca” – que o aquecimento global se deve à intervenção humana sobre o planeta.
Destaque-se que para muitos, as previsões do IPCC de dois anos atrás já estão defasadas. O quadro hoje seria pior do que o alardeado pelos cientistas no relatório de 2007. Um recente estudo apresentado por pesquisadores na revista Nature afirma que alguns ‘limites planetários’ já foram ultrapassados. Segundo o estudo três dos limites já foram transgredidos: os do aquecimento global, a extinção de espécies e o ciclo do nitrogênio. Outros quatro estão próximos: uso da água doce, conversão de florestas em plantações, acidificação dos oceanos e ciclo do fósforo. Os outros dois são a contaminação química e a carga de aerossóis na atmosfera.
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE Carlos Nobre que participou do IPCC em 2007, afirma que “nos últimos três anos, notamos que a exacerbação das mudanças climáticas continuou, e algumas previsões aconteceram de forma mais acelerada do que o próprio estudo previa, como o mais rápido desaparecimento do gelo no oceano Ártico e o aumento do nível do mar”.
Desde o relatório do IPCC de 2007 o sentido de urgência, de que algo precisa ser feito, foi ganhando corpo e um consenso foi se consolidando: a temperatura do planeta não pode subir mais do que 2 graus Celsius até o final desse século. Esse limite é considerado o ponto crítico após o qual as consequências das mudanças climáticas seriam irreversíveis.
Para que isso aconteça o mundo tem 40 anos – até 2050 – para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 80% e apenas uma década para atingir metas que correspondam a 20%. O problema, porém é como atingir estas metas. Aqui começam os dissensos, não há concordância entre os países e os embates se darão em Copenhague. Destaque-se que como se trata de uma Conferência das Nações Unidas, as decisões para serem aceitas e válidas precisam ser tomadas por consenso, por unanimidade.
Três são os temas principais na pauta de Copenhague: 1) emissão de gases: estabelecer novas metas e prazos; 2) mecanismos de financiamento das ações de combate ao aquecimento global, 3) mecanismos de Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação (REDD) das florestas.
É sobre esses temas que persiste a discordância entre os países e, notadamente, entre os chamados países ricos ou desenvolvidos, e os países emergentes ou em desenvolvimento. Já foram realizados dois encontros preparatórios à Copenhague. O primeiro em agosto em Bonn (Alemanha) e o segundo nesse mês em Bancoc (Tailândia). Um terceiro ainda será realizado em novembro em Barcelona (Espanha). Até o momento, os encontros serviram apenas para mostrar que há mais desacordos do que acordos.

(Eco debate, 26/10/2009)

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César Torres

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