Prevista para ser votada no início de março na Câmara dos Deputados, a polêmica proposta ruralista que derruba o atual Código Florestal foi tema de debate hoje no Fórum Social Mundial 2012. Organizada pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas, a mesa aconteceu esta manhã na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, e contou com a presença de personalidades da área ambiental, que cobraram o veto da presidente Dilma Rousseff.
“Não estamos contra Dilma, estamos a favor do Brasil”, disse a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Segundo ela, o país vive um momento de grande retrocesso na questão ambiental, com ameaças às Terras Indígenas, às unidades de conservação, ao poder de fiscalização do Ibama, e, definitivamente, com o Código Florestal.
Marina cobrou uma postura coerente de Dilma e chamou o povo a agir. “A população não quer as mudanças na lei que o congresso aprovou. Os relatórios da Câmara e do Senado foram feitos por políticos que só ouviram e escreveram os interesses ruralistas. Agora, ou a presidente irá se indispor com os seus eleitores ou com o Congresso. Somente a sociedade poderá evitar o retrocesso, precisamos de uma grande mobilização em favor do veto.”
Nilo D’Ávila, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, também se posicionou a favor de manifestações populares que cobrem o veto. “Agora é a hora de irmos para as ruas cobrar da presidente suas promessas de campanha de não aceitar anistia ou aumento de desmatamento na alteração do Código Florestal. É a hora de exigir o Veta, Dilma.”
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) reiterou sua posição durante todo o debate no Congresso. Para ele, o relatório do Aldo Rebelo é o que há de pior para as futuras gerações do país. “A nossa posição é a de que ele não deve ser votado na Câmara. Se for, que seja durante a Rio+20, e que obrigue o governo a assumir perante o mundo o que está propondo. Nossa campanha é diferente, é pelo desmatamento zero”, afirmou.
A secretária-geral do WWF Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, lembrou um fator importante, que deve pesar na decisão de Dilma: “A imagem internacional da presidente está diretamente ligada à escolha de veto que deverá ser tomada por ela.”
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César Torres