Protesto durante última Conferência do Clima, em Durban (África do Sul) pedia intervenção de Dilma contra o novo Código Florestal (© Shayne Robinson / Greenpeace)
Para participar do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff chegou com uma pauta que ia da pobreza à crise financeira. Mas, da manhã ao fim do dia, acabou ouvindo mesmo sobre Código Florestal.
O dia começou com uma mesa redonda sobre o assunto, organizada pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas. E terminou no evento “Diálogos entre sociedade civil e governos”, com a presença de ONGs e movimentos sociais. Seis entre as seis pessoas que pegaram o microfone criticaram a proposta de mudança do Código Florestal. De feministas ao MST (Movimento dos Sem-Terra).
Sentada ao lado do Ministro da Agricultura, Dilma teve que dar a réplica. Mas não foi objetiva. Quando o líder do MST, João Pedro Stédile, cobrou da presidente o cumprimento de sua promessa de vetar a anistia aos desmatadores e brechas para mais desmatamento, mais uma vez ela preferiu sair pela tangente: disse que o novo texto não será o Código dos ruralistas. “Mas também não vai ser o Código dos sonhos dos ambientalistas”.
Durante toda a tramitação do projeto de lei na Câmara e no Senado, o governo foi omisso.O texto atual não desagrada somente a ambientalistas, mas a ciência, os pequenos produtores, a sociedade civil e os povos da floresta. Com anistia a quem desmatou, enfraquecimento de ferramentas de controle do desmatamento e a redução das áreas protegidas, o projeto atende tão somente aos interesses de um setor que insiste em um modelo de produção antigo e predatório.
O Congresso está prestes a voltar ao trabalho e o trator ruralista já está esquentando os tambores. Portanto, é hora mesmo de voltar a colocar o Código Florestal na cabeça de Dilma. Para pedir que ela cumpra suas promessas e vete o projeto de lei que pode derrubar nossa legislação florestal, assine a petição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelos comentários.
César Torres