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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pesquisa mostra que brasileiros ignoram a crise ambiental.

Publicado Diário das Gerais 12/12/12
É lamentável, ver em pleno século XX com toda sorte de informações possíveis a capacidade de alguns políticos conseguirem manobrar a sociedade com tanta facilidade.  A passeata no Rio contra nova divisão dos royalties no dia 26 de novembro é um exemplo.

Apesar da chuva fina que caia o número de manifestantes na Avenida Rio Branco, no centro da cidade, que participavam da passeata contra a proposta aprovada pela Câmara, que retira do Estado parte das receitas dos royalties de petróleo. A avenida foi fechada ao trânsito e a Polícia Militar mobilizou 4.775 policiais para trabalhar na segurança da manifestação organizada pelo Governo do Estado. Segundo estima a Polícia Militar, 200 mil pessoas participaram da ação.

            Analisando o comportamento social concluímos que estamos caminhando na contramão da preservação ambiental e que as mudanças necessárias terá um custo social muito elevado. Na ação, provavelmente 80% das pessoas presentes não sabem de fato porque participaram da passeata. Quando olhamos os interesses socioambientais, e a necessidade de uma distribuição equânime dos recursos como uma base sólida da  solução para diminuir a pobreza e levar desenvolvimento a todo país. Tendo assim a possibilitando de um maior equilíbrio nos benefícios como: uma educação de qualidade, um atendimento de saúde mais digno, como ocorre nos estados mais ricos e assim refletir na diminuição da degradação e poluição ambiental.

            Outro fator que nos deixa indignado é perceber que nenhum político tem a iniciativa de mobilizar a sociedade para exigir ações efetivas em favor do meio ambiente, como: a construção de mais usinas de energia limpa, a exemplo de eólicas, energia solar etc. A ampliação dos programas de biocombustível, fabricação de carros elétricos, substituindo e reduzindo a exploração de combustíveis fósseis.

            Sempre lembramos que a conscientização das pessoas é o caminho mais rápido para mudarmos essa triste realidade. Como será importante o dia que todos entenderem a importância que cada um tem nesse processo de proteção ambiental, e conseguirmos um movimento de tamanha magnitude exigindo mudanças sérias nas políticas públicas. Diante desse quadro o IBOPE realizou pesquisa que mostra com clareza a importância que o brasileiro demonstra ter com as questões ambientais.  O quadro é desolador.

Veja parte da pesquisa nos dois parágrafos abaixo.

As questões sociais preocupam bem mais o brasileiro do que as questões ambientais, aponta pesquisa do Programa Água Brasil, apresentada dia 28/11 durante a Reviravolta ExpoCatadores 2012, na capital paulista. Temas como aquecimento global, acúmulo e descarte inapropriado de resíduos e contaminação de rio e mananciais são apontados como principais problemas por apenas 7% dos entrevistados. O estudo sobre o nível de consciência da população sobre práticas sustentáveis foi encomendado ao Ibope.

Quando questionados sobre os três principais problemas que afetam o país atualmente, os temas mais recorrentes aos entrevistados foram saúde (70%), desemprego (53%), fome (50%), corrupção (42%) e educação pública (39%). Temas relacionados ao meio ambiente ficaram em penúltimo lugar, perdendo apenas para o item economia global, que foi citado por 2% dos entrevistados. Participaram do estudo 2.002 pessoas em todas as capitais e mais 73 municípios, em novembro do ano passado. Matéria completa sobre a pesquisa.

(http://cesaratorres.blogspot.com.br/2012/11/brasileiros-preocupam-se-mais-com.html)

Tenho certeza que falta vontade política para se tomar atitudes mais eficazes. As administrações públicas no Brasil possuem na legislação algumas normas e diretrizes que impõem restrições e limites para aplicação dos recursos. Na educação os municípios são obrigados a gastar da receita corrente 25%, na saúde 15%, sob pena de responderem juridicamente por ato de improbidade administrativa. Fica aqui registrado nossa sugestão para ações efetivas na proteção ambiental - Considerando hoje que a questão ambiental se tornou uma prioridade do planeta, não seria também um caminho para que o poder público investisse mais no meio ambiente estabelecendo um coeficiente obrigatório a exemplo da Educação e Saúde? Um percentual de 10% da receita já atenderia inicialmente a grande demanda.

            No que seria aplicado os recursos? Na educação ambiental com abrangência de 100% da população, na recuperação de áreas degradadas, no reflorestamento de topos de morro e matas ciliares, proteção de nascentes, despoluição de mananciais, reciclagem e compostagem do lixo. Como forma de uma educação e maior vigilância das ações humanas, a estruturação das Secretarias de Meio Ambiente, tendo um programa de ações permanentes com “Agentes Municipais Ambientais” com abrangência de 100% do município, a exemplo dos Agentes Municipais de Saúde.

            Sabemos que infelizmente estas ações só ocorrem no limite das necessidades, mas se continuarmos usando todos os meios e conquistando mais adesões, nossa voz terá eco e as mudanças acorrerão com maior velocidade.

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César Torres

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