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sábado, 11 de março de 2017

Sustentabilidade na Sociedade

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A sustentabilidade nas empresas formais começa pelo ecodesign, eficientização energética, otimização do uso de recursos hídricos, tratamento de águas, esgotos ou efluentes, adequada gestão de resíduos sólidos (que inclui minimização, segregação, reutilização e reciclagem), monitoramento ambiental e programas de responsabilidade socioambientais.
Pesquisas mostram que 85% das pessoas (Hilary Bromberg, www.bio2.com.br) são percebidas como dispostas a aderir ao consumo de produtos ou operações empresariais que identificam como sustentáveis. Isto vale pra tudo, caso contrário não estaríamos assistindo a uma verdadeira guerra de sustentabilidade no setor bancário, que a maioria das pessoas não associa inicialmente como sendo um setor crítico para sustentabilidade.
Inicialmente é preciso alterar conceitos e mudar os paradigmas de toda a governança corporativa envolvida na operação. Todos devem conceber que mais importante do que fazer algo apenas para cumprir a legislação é acreditar no que se está fazendo.
Esta é a base da concepção da GESTÃO ECOLÓGICA OU ECOMANAGEMENT que foi proposta por CALLENBACH (1993) no Instituto Elmwood, fundado em 1984 por Fritjof Capra, com o objetivo de mudar a forma de pensar e agir dos colaboradores objetivando a minimização dos impactos ambientais das atividades.
Com o objetivo de implantar uma operação sustentável, antes de mais nada é necessário que a governança corporativa da organização tenha convicção na atitude que adota. Acredite na sustentabilidade.
A expressiva maioria das pessoas e portanto dos constituintes dos mercados, de alguma forma e com variadas intensidades acredita também nisto e compartilha os desejos de comungar este sentimento em todas as situações da vida, quer sejam de consumo ou não.
Somente a crença numa operação sustentável é capaz de trazer credibilidade à ideia de sustentabilidade que uma marca que simboliza uma operação é capaz de transmitir. Isto envolve de alguma forma responsabilidade socioambiental permanente em todas as condutas empresariais e operacionais.
É necessário não ter medo ou vergonha de assumir e antecipar condutas que condenam o consumo fútil e irresponsável e incentivam comportamentos politicamente corretos e responsáveis sem que se criem ambientes furiosos de cobranças morais, éticas ou sociais insuportáveis.
As experiências de qualidade, consumos de luxo acessíveis e prazeres sem culpa são bem vindos. Cada vez mais o poder difusor das redes sociais tem que serem considerados e agregados aos esforços de comunicação. Pois a percepção ocorrerá cada vez menos em publicidades corretas ou não e cada vez mais na difusão de conceitos produzida por agentes de credibilidade em redes sociais.
E redes sociais não devem portanto serem interpretadas apenas como movimentos de excluídos ou pobres porque não são apenas isto. Redes sociais são quaisquer formas de associação formal ou informal e agrupamentos humanos identificados por símbolos semióticos que compartilham concepções conjuntas sobra a vida.
Redes sociais estão desenvolvendo poderosas alternativas para consumo gratuito como a troca de roupas entre “fashionistas” em festas do “troca-troca”.
Enfim, existe uma disseminação poderosa da noções de que viver é buscar a felicidade e é este sentimento mais do que qualquer outro que motiva a criação e manutenção das redes sociais que só ocorrem por identidade prévia dos participantes.
A “CouchSurfing” é outra rede social de importância e relevância ainda intangíveis. Trata-se de uma rede mundial para fazer conexões entre viajantes e as comunidades locais que eles visitam. Na prática esta rede social tem tornado redes hoteleiras obsoletas e insossas. Enfim se descobre que a felicidade não está em luxuosos e assépticos quartos de hotel, com decorações arabescas e camas grandes ou perfumadas.
“Freecycling” é outra rede social, com características mundiais, de importância ainda não avaliada. Envolve a doação de bens ainda utilizáveis mas que não são mais fundamentais para o detentor do bem, ao invés de eliminar o bem em aterros. O termo é mais frequentemente associado com os grupos que funcionam online e que oferecem listas de itens a membros da rede sem custo algum.
Por último, mas não menos importante, vale a pena citar o “Freeganismo” que representa outra rede social de importância relevante que agrega indivíduos que formam comunidades que podem ser descritas como “anti-consumistas” que estimulam cada vez mais uma vida na qual as pessoas empregam estratégias alternativas de vida baseada na “participação limitada na economia convencional e mínimo consumo de recursos”.
A sustentabilidade se insere dentro das dimensões tradicionais que foram colocadas no começo do artigo e nestas novas dimensões trazidas pela organização de redes sociais de interesses e identidades comuns. Ninguém ainda avaliou com a menor precisão aonde estas metas novas e fundamentadas levarão o caminho da nova sociedade.
Dr. Roberto Naime, colunista do EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
EcoDebate

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