VOCE É NOSSO VISITANTE N°

terça-feira, 15 de outubro de 2013

SP transforma lixo de feiras em adubo



Por onde passam, as feiras livres sempre deixam um odor característico, assim como os restos de alimentos. Para dar um fim adequado a esses resíduos, a Prefeitura de São Paulo está testando um projeto que transforma as sobras de verduras e frutas em adubo.
A intenção é que o projeto chegue às 900 feiras que ocorrem na capital paulista toda semana, e faz parte dos planos do prefeito Fernando Haddad, que espera retirar cerca de 62 mil toneladas de lixo por ano dos aterros – locais em que o processo de decomposição provoca 20 vezes mais efeito estufa.
O projeto teve início numa feira de São Mateus, bairro da zona leste da cidade. "Hoje, 53% do lixo coletado na cidade é orgânico, e nós não fazemos nada para aproveitá-lo. Nas feiras, quase tudo que é descartado pode virar composto e dar vida ao solo, em vez de ir para o aterro e produzir gás metano", afirmou ao Estadão a agrônoma Lúcia Salles França Pinto, coordenadora do projeto.
Planeja-se criar quatro centrais de compostagem até 2016, sendo que cada uma deverá custar 500 mil reais por mês – mesmo valor que a Prefeitura hoje gasta para enterrar o lixo nos aterros.
Em São Mateus, o projeto já tem o apoio de feirantes, que descartam os restos dos alimentos em caixas que vão direto para compostagem. A medida também ajuda a deixar o região mais limpa e evitar o entupimento de bueiros em períodos de chuva.
No bairro, o processo de compostagem é feito em um terreno localizado ao lado da subprefeitura. O espaço, que comporta até seis das 38 feiras da região, estava abandonado. Com o projeto, outras subprefeituras já entraram em contato interessadas em realizar a compostagem. Com informações doEstadão.
Redação CicloVivo

Aquecimento global intensificará os efeitos do El Niño, diz pesquisa

Aquecimento global intensificará os efeitos do El Niño, diz pesquisa
El Niño acontece no Oceano Pacífico, mas tem impacto importante nas chuvas em todo Planeta

Um novo estudo [Robust twenty-first-century projections of El Niño and related precipitation variability] publicado esta semana na revista Nature indica que existe uma relação grande entre o aquecimento global o fenômeno climático El Niño.
O El Niño – nome informal da Oscilação El-Niño Sul (ENSO, na sigla em inglês) – ocorre no Oceano Pacífico e tem um impacto importante em todo o sistema climático mundial. Com ele, as regiões Leste e tropical do Pacífico sofrem forte aquecimento.
Outro fenômeno – o La Niña – provoca o esfriamento das mesmas regiões.
Como em uma banheira, as águas quentes e frias do Pacífico se chocam. Isso é responsável pelos padrões de chuva na Austrália e em diversas regiões ao redor da linha do Equador, no Pacífico.
Os efeitos deste choque também são sentidos em regiões distantes. A fase mais quente do El Niño provoca invernos mais chuvosos no Sul dos Estados Unidos.
Por anos, cientistas estavam preocupados com a forma pela qual o El Niño poderia ser afetado pelo aquecimento global, com temperaturas médias maiores em todo o Planeta.
Na pesquisa, publicada esta semana, os cientistas fazem uma projeção de como os dois fenômenos – aquecimento global e El Niño – se relacionam. A conclusão é que as mudanças climáticas intensificam os efeitos do El Niño.
O principal autor do estudo, o pesquisador Scott Power, do Australian Bureau of Meteorology, afirma que o aquecimento global interfere na forma como o El Niño afeta as chuvas no mundo.
O modelo mostra que, com o aquecimento global, as chuvas provocadas pelo El Niño se deslocam do Oeste do Pacífico para a região tropical central e Leste.
Um cientista que não participou da pesquisa – Wenju Caum, da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation – disse que o estudo é importante, porque as projeções feitas por computador parecem apresentar resultados mais substanciais.
Matéria de Matt McGrath, repórter de meio ambiente da BBC News / BBC Brasil, reproduzida pelo EcoDebate

Ibama emite licença prévia para parque eólico na fronteira com o Uruguai



Central Geradora Eólica Fronteira Sul, no município de Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai
Imagem de Simulação do Parque Eólico – Fonte: RAS CGE Fronteira Sul


Um novo parque eólico teve sua viabilidade confirmada pelo Ibama no Rio Grande do Sul. Trata-se da Central Geradora Eólica Fronteira Sul, no município de Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai, sob responsabilidade da Fronteira Sul Energia LTDA. Após análise e emissão de Parecer Técnico pelo Núcleo de Licenciamento Ambiental do Ibama do Rio Grande do Sul, o presidente do instituto, Volney Zanardi Júnior, assinou nesta quarta-feira, 9, a Licença Prévia do empreendimento.
O projeto aprovado prevê a instalação de 27 aerogeradores em três módulos, com capacidade de geração total de 72,9 MW. Cada aerogerador terá 150 m de altura, sendo 89 m referentes à torre e 61 m de comprimento de cada uma das três pás.
O Termo de Referência para elaboração do Relatório Ambiental Simplificado (RAS) foi encaminhado ao empreendedor em abril de 2013, e a versão final do estudo foi entregue ao Ibama em maio de 2013.
Para a implementação do parque , alguns termos foram determinados: somente serão permitidas redes interligadoras subterrâneas dentro do Parque Eólico; estabelece o monitoramento de Fauna durante o período de um ano, previamente à instalação, gerando dados para elaboração de mapas de sensibilidade ambiental, que irão orientar a localização dos aerogeradores; solicita a apresentação de um Programa específico de conservação de espécies ameaçadas da flora e um Subprograma de orientação e assistência técnica aos pecuaristas da Área de Influência Indireta.
O empreendimento irá participar do próximo Leilão de Energia A-3 a ser realizado pelo Governo Federal no dia 18 de novembro de 2013, e prevê investimento aproximado de R$100 milhões.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A transformação da agricultura será um dos maiores desafios do século XXI.


agricultura

“Lamento o apagão do pensamento estratégico dentro do governo. (…) Não bastasse, especula-se sobre a proximidade do anúncio de um “pacote agrário” para ser dado de presente ao agronegócio e, assim, mergulhando ainda mais o Brasil nas profundezas dos anacronismos da sua estrutura agrária”, diz o presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA.
Foto: http://bit.ly/19nzO9k
“Há que se pensar, de imediato, em uma ‘nova agricultura’ no decorrer do século XXI, sob pena de possíveis crises alimentares globais que desdobrarão em eventos sociais e políticos imponderáveis”, considera Gerson Teixeira, ao comentar a atual produção agrícola e a demanda por alimentos no futuro.
Segundo ele, “o mundo já se depara com processo de redução acentuada dos níveis da produtividade agrícola (…) e as pesquisas demonstram que a produtividade dos alimentos básicos declinou de 3% ao ano na década de 1960 para 1% ao ano na atualidade”.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, o engenheiro agrônomo avalia que as políticas adotadas no Brasil estão na “absoluta contramão do que deveria ser feito para habilitar o país ao enfrentamento do grande desafio da segurança alimentar”. E dispara: “Tais políticas refletem, portanto, a temerária hegemonia do agronegócio e têm a pretensão de transformar o Brasil no ‘fazendão do mundo’ sob o controle do capital internacional.
Neste caso, vivemos a inacreditável situação na qual o agronegócio, com o apoio massivo do governo, exporta 100 bilhões de dólares ao ano, em grande parte para alimentar animais no exterior, e que não produz comida para a população brasileira, inclusive, sendo responsável pela evolução do IPCA dos alimentos em patamares acima do IPCA geral”.
Gerson Teixeira é engenheiro agrônomo, especialista em Desenvolvimento Agrícola pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/RJ e presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA.
Foto: http://bit.ly/GCWlTy
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Como você avalia a declaração do economista Chris Hurt, especialista em Economia Rural dos Estados Unidos, sobre o menor crescimento da demanda alimentar no futuro?
Gerson Teixeira - Em entrevista publicada pelo Valor Econômico de 02 de setembro, esse especialista defendeu teses que contrariam prognósticos de instituições internacionais sobre as tendências na produção de alimentos. Em particular, garante que, doravante, após sete anos de boom dos preços das commodities agrícolas, teremos uma longa trajetória de equilíbrio entre demanda e oferta de alimentos, com os preços retornando à sua trajetória histórica. Segundo Hurt, são equivocadas as previsões da FAO e OCDE sobre as expectativas superlativas para a demanda alimentar nas próximas décadas que desafiam a agricultura mundial.
Portanto, não existiria cenário de ameaças para a segurança alimentar, tampouco de riscos de colapso na agricultura.
O economista fundamenta a sua tese no processo de desaceleração da economia chinesa e no fato de a demanda de milho para a produção de etanol nos EUA supostamente ter alcançado o seu teto. Então, não haveria todo esse crescimento da demanda alimentar mundial no futuro. Os agricultores também não enfrentariam crise com o fim do ciclo de alta dos preços, vez que teriam capacidade de assimilar margens mais apertadas.
É possível que essas previsões se confirmem, mas a própria entrevista revelou pouca convicção do seu autor, uma vez que ao mesmo tempo ele assegurou que, de todo o modo, a agricultura dominante estaria apta a responder ao aumento acentuado da demanda alimentar, pois, ainda segundo o especialista, haveria muita terra e tecnologia a serem incorporadas ao processo produtivo.
Ora, é verdade que as previsões indicam que a China, o grande motor dos mercados agrícolas nos últimos anos, continuará ostentando taxas importantes de crescimento econômico, mas em patamares inferiores à média das últimas décadas. Mas algumas variáveis deixaram de ser consideradas na análise do economista. Primeiro, leve-se em conta, talvez mais que o crescimento demográfico mundial, os expressivos contingentes populacionais em processo de urbanização e migração rural que impactam em demanda maior e menor oferta agrícola potencial.
Veja-se o exemplo da própria China, onde segue forte o fenômeno da urbanização, à taxa de 2,5% ao ano (Bird, 2011), significando que 15 milhões de chineses deixam as áreas rurais a cada ano. De outra parte, aquele país enfrenta pelo menos mais um gargalo estrutural para manter o expressivo desempenho agrícola do período recente: as severas restrições de água em várias regiões. Especialistas do Ministério da Agricultura, na edição mais recente daRevista de Política Agrícola, apresentam estudo demonstrando que a China continuará com a segurança alimentar altamente dependente do exterior. Tanto que o Departamento de Agricultura dos EUA prevê que, em praticamente dez anos, contados do ano de 2011, os consumos de milho, soja e carne bovina na China terão aumentado em taxas notáveis de, respectivamente, 44,5%, 58,3% e 23,4%. As previsões de Hurt também ignoram os desdobramentos na oferta agrícola das mudanças climáticas e da questão da produtividade.
IHU On-Line – Então como avalia as previsões da FAO e OCDE, de que a agricultura enfrentará dificuldades para alimentar nove bilhões de pessoas até 2050? Haverá crise estrutural para o agronegócio no futuro?
Gerson Teixeira - São organizações respeitáveis que conhecem o assunto, portanto, devemos nos orientar pelas suas previsões, segundo as quais a demanda alimentar em 2050 deverá ser 70% maior comparativamente à posição de 1996. De fato, trata-se de um enorme desafio para a agricultura que poderá ser enfrentado. Contudo, não acredito nessa possibilidade com a manutenção do padrão dominante de agricultura, de larga escala, geneticamente homogêneo e intensivo em químicos e energia de um modo geral.
IHU On-Line – Por quê?
Gerson Teixeira - Há alguns anos, com todos os riscos e limitações, tenho me somado às análises de outros profissionais nos assuntos agrários indicando essas dificuldades. Mas até os especialistas das Nações Unidas que participaram do Informe da Conferência da Unctad sobre Comércio e Meio Ambiente/Revisão 2013, lançado no dia 18 de setembro, alertaram, no documento, sobre o imperativo para a humanidade de uma mudança rápida da produção baseada em monocultura e intensiva em químicos para uma diversidade de sistemas de produção sustentáveis, que melhorem a produtividade dos pequenos agricultores. Advertem que a transformação fundamental da agricultura pode ser um dos maiores desafios, inclusive para a segurança internacional, no século XXI.
O fato é que fatores econômicos e técnicos próprios da organização do agronegócio, combinados com os efeitos da evolução da crise climática sobre a agricultura (uma das principais fontes de emissão e, ao mesmo temo, cada vez mais afetada pelo aquecimento global) sinalizam dificuldades nada triviais para a subsistência futura da grande exploração agrícola capitalista sob qualquer forma de organização.
Tentando resumir, diria que razões diversas impuseram trajetória de declínio dos níveis reais dos preços agrícolas desde o final da década de 1970. Nos últimos sete anos, a constante volatilidade da oferta alimentar derivada da competição dos agrocombustíveis e da maior frequência e intensidade de fenômenos climáticos, perpassada pelos movimentos especulativos com commodities agrícolas pelos fundos de hedge, em particular, provocaram a inflexão nesse processo. No geral, esse fenômeno não resultou em rentabilidade mais elástica na base primária à medida que os custos de produção também dispararam notadamente daqueles relativos aos inputs químicos. Ademais, parte do ganho adicional derivado do aumento dos preços passou a ser apropriada pelas corporações que controlam o comércio agrícola. Confirmada ou não a avaliação do economista americano sobre o retorno dos preços à sua curva histórica, continuará o aperto das margens ‘dentro da fazenda’. Os orçamentos nacionais para apoio à agricultura serão cada vez mais robustos, o que implica considerar que se a variável econômica fosse a única determinante, somente os países ricos teriam condições de sustentar a atividade agrícola enquanto setor econômico estruturado.
Contudo, devemos agregar que o mundo já se depara com processo de redução acentuada dos níveis da produtividade agrícola (Revista Science – março/2010, The Economist – 23/03/2011 e estudos do USDA). As pesquisas demonstram que a produtividade dos alimentos básicos declinou de 3% ao ano na década de 1960 para 1% ao ano na atualidade.
Assim, o fenômeno histórico de compressão das margens na fazenda, já num contexto de declínio da produtividade, tende a assumir graves proporções no futuro, posto que, com as mudanças climáticas, o IPCC/ONU estima em um terço a queda dos níveis de produtividade. Isto, caso o aquecimento global não ultrapasse os 2ºC. Essas projeções foram confirmadas recentemente pela 5ª Revisão sobre as mudanças climáticas (reunião do IPCC na Suécia) e pelo 1º Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Vale assinalar que os eventos da pesquisa na tentativa de adaptação/mitigação a esses desafios estão limitados à busca de variedades mais resistentes às situações de déficit hídrico e de temperaturas mais altas e, mesmo assim, no limite de 2ºC.
Em suma, quando consideramos o contexto de erosão da biodiversidade no mundo, fruto da “agricultura moderna”; a progressiva restrição da disponibilidade de água para a continuidade dessa atividade no futuro; os desequilíbrios ambientais sistêmicos previstos, há que se pensar, de imediato, em uma “nova agricultura” no decorrer do século XXI, sob pena de possíveis crises alimentares globais que desdobrarão em eventos sociais e políticos imponderáveis.
IHU On-Line – O governo brasileiro está atento a estes cenários?
Gerson Teixeira - Certamente têm quadros no governo atentos a esses riscos. Mas uma combinação de fatores, como a correlação de forças, a contaminação da burocracia por neoliberais com “tucanos de carteirinha” nos mais altos escalões da administração federal e as contingências imediatas do quadro de transações correntes, dita políticas na absoluta contramão do que deveria ser feito para habilitar o país ao enfrentamento do grande desafio da segurança alimentar. Tais políticas refletem, portanto, a temerária hegemonia do agronegócio e têm a pretensão de transformar o Brasil no “fazendão do mundo” sob o controle do capital internacional.
Neste caso, vivemos a inacreditável situação na qual o agronegócio, com o apoio massivo do governo, exporta 100 bilhões de dólares ao ano, em grande parte para alimentar animais no exterior, e não produz comida para a população brasileira, inclusive, sendo responsável pela evolução do IPCA dos alimentos em patamares acima do IPCA geral.
A propósito, de forma lúcida, a presidente Dilma recentemente garantiu que, com o pré-sal, não deixará o Brasil sucumbir à “maldição do petróleo” (uma alusão aos efeitos macroeconômicos maléficos de economias centradas em recursos naturais – tese da ‘maldição dos recursos naturais’). Mas o governo deveria voltar a atenção também para a “maldição instalada do agronegócio”, pois, neste caso, tem o agravante de um “apagão estratégico”, com consequências políticas e socioeconômicas potencialmente desastrosas para o futuro do Brasil. Aliás, vivemos também a “maldição do ferro”, que recairá com maior intensidade ainda sobre os interesses nacionais caso venha a ser aprovado o texto da proposta do novo código mineral enviada pelo governo ao Congresso.
IHU On-Line – Como ficam a reforma agrária e a agricultura familiar nesse debate?
Gerson Teixeira - De plano, me alinho às recomendações dos cientistas da Unctad sobre o imperativo de uma “nova agricultura”, fundada na biodiversidade, menor escala e em sistemas ambientalmente amigáveis como caminho para enfrentarmos o grande desafio da segurança alimentar em décadas futuras.
Assim, a iminência de um colapso do agronegócio no futuro oferece oportunidade histórica inusitada para a agricultura familiar e camponesa no presente. Esta reúne atributos congênitos que lhe proporcionam maior capacidade de resiliência aos efeitos das adversidades econômicas e ambientais comentadas.
Mas, como afirmei, as políticas caminham no sentido oposto. A atual política para a agricultura familiar, não obstante os méritos inclusivos, induz à erosão dos fundamentos da economia camponesa, nivelando-a às bases técnicas e organizativas da agricultura do agronegócio e, assim, submetendo-a aos mesmos riscos de colapso. Até mesmo a vocação para a produção de alimentos pelos agricultores familiares tem sido interditada com a imposição da pauta de produtos do agronegócio. Enquanto isso, o capital internacional, especulativo ou não, investe em terras, também para alimentos, pois sabe que rigorosamente se trata de um ‘negócio da China’ no presente e, mais ainda, no futuro.
A reforma agrária, cuja importância na atualidade ultrapassa os seus objetivos clássicos para assumir estratégia de proteção das futuras gerações contra as incertezas e armadilhas deste século, simplesmente foi sepultada.
Como petista que reconhece e comemora os avanços do país em várias áreas desde 2003, lamento o apagão do pensamento estratégico dentro do governo e obviamente sinto enorme frustração com o fato de, nos últimos três anos, terem sido publicados apenas 86 decretos de desapropriação de latifúndios improdutivos. Não bastasse, especula-se sobre a proximidade do anúncio de um “pacote agrário” para ser dado de presente ao agronegócio e, assim, mergulhando ainda mais o Brasil nas profundezas dos anacronismos da sua estrutura agrária. Entre outras medidas, constariam do “pacote” mecanismos para a transferência, para o mercado, de áreas dos assentamentos; a homologação das posses nas áreas de fronteira; e nada sobre a regulação efetiva do acesso a terra por pessoas estrangeiras. A ver!
IHU On-Line – Como avalia a proposta de Márcio Matos, um dos líderes do MST, de que o governo feche o Incra diante da inoperância?
Gerson Teixeira - Um efeito colateral esperado do sentimento de frustração que também acometeu o companheiro. Ecodebate

Consumo insustentável e a falsidade da superpopulação.

biocapacidade
Biocapacidade


“O impacto da humanidade sobre o sistema que sustenta a vida sobre a Terra não depende simplesmente do número de pessoas que vivem no planeta, mas também do modo em que se comportam. Se considerarmos esse aspecto, o quadro muda totalmente: o problema demográfico existe principalmente nos países opulentos. Na realidade, existem muito ricos.”
A análise é do sociólogo polonês Zygmunt Bauman e da jornalista e pesquisadora mexicana Citlali Rovirosa-Madrazo, em artigo publicado no jornal La Repubblica, 15-03-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
“Eles são sempre muitos. ‘Eles’ são aqueles que deveriam ser menos ou, ainda melhor, não ser, justamente. Ao contrário, nós nunca somos o suficiente. De ‘nós’, deveria haver sempre mais”. Eu escrevi isso em 2005, em Vidas Desperdiçadas (Ed. Zahar, 2005). A meu ver, tanto agora quanto então, a “superpopulação” é uma ficção estatística, um nome codificado que indica a presença de um grande número de pessoas que, ao invés de favorecerem o funcionamento fluido da economia, tornam mais difícil alcançar e superar os parâmetros utilizados para medir e avaliar o seu correto funcionamento. Esse número parece aumentar de modo incontrolável, acrescentando continuamente os gastos, mas não os ganhos.
Em uma sociedade de produtores, trata-se de pessoas cujo trabalho não pode ser utilmente (“proficuamente”) empregado, já que é possível produzir sem eles, de modo mais rápido, rentável e “econômico”, todos os bens que a demanda atual e potencial é capaz de absorver. Em uma sociedade de consumidores, essas pessoas são “consumidores defeituosos”: aqueles que não têm recursos para aumentar a capacidade do mercado dos bens de consumo e, ao contrário, criam um outro tipo de demanda, que a indústria orientada aos consumos não é capaz de interceptar e “colonizar” de modo rentável.
O principal ativo de uma sociedade dos consumos são os consumidores, enquanto o seu passivo mais fastidioso e custoso é constituído pelos consumidores defeituosos. Não tenho motivo para mudar de ideia com relação ao que escrevi anos atrás, nem para retirar a minha adesão ao que foi defendido por Paul e Ann Ehrlich. Observamos que se prevê que a “bomba demográfica” da qual os Ehrlich falam explodirá geralmente em territórios de mais baixa densidade de população. Na África, vivem 21 habitantes por quilômetros quadrado, contra 101 na Europa (incluindo as estepes e os “permafrosts” da Rússia), 330 no Japão, 424 na Holanda, 619 em Taiwan e 5.489 em Hong Kong.
Como observou há pouco tempo o vice-diretor da revista Forbes, se toda a população da China e a Índia se transferisse para os EUA continentais, resultaria disso uma densidade demográfica não superior à da Inglaterra, da Holanda ou da Bélgica. Porém, poucos consideram a Holanda um país “superpovoado”, enquanto os sinais de alarme soam continuamente para a superpopulação da África ou da Ásia, com exceção dos poucos “Tigres do Pacífico”.
Para explicar o paradoxo dos “Tigres”, afirma-se que, entre densidade demográfica e superpopulação, não há uma correlação estrita: a segunda deveria ser medida fazendo-se referência ao número de pessoas que devem ser sustentadas com os recursos possuídos por um dado país e à capacidade do ambiente local de sustentar a vida humana. Porém, como indicam Paul e Ann Ehrlich, a Holanda pode sustentar a sua altíssima densidade demográfica só porque muitos outros países não conseguem: nos anos 1984-1986, por exemplo, importaram 4 milhões de toneladas de cereais, 130 mil toneladas de óleos diversos e 480 mil toneladas de ervilhas, feijões e lentilhas – todos produtos que nos mercados globais têm uma avaliação e, portanto, um preço relativamente baixos, permitindo que a própria Holanda produza, por sua vez, outras mercadorias, como leite ou carne comestível, que notoriamente têm preços elevados.
Os países ricos podem se permitir uma alta densidade demográfica porque são centrais de “alta entropia”, que atraem recursos (e principalmente fontes energéticas) do resto do mundo, restituindo, em troca, as escórias poluentes e frequentemente tóxicas, produzidas por meio da transformação (o exaurimento, a aniquilação, a destruição) das reservas mundiais de energia. A população dos países ricos, mesmo sendo bastante exígua (com relação aos padrões mundiais), utiliza cerca de dois terços da energia total.
Em uma conferência de título eloquente (Too many rich people, “Muitos ricos”), proferida na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, no Cairo (5 a 13 de setembro de 1994), Paul Ehrlich sintetizou as conclusões do livro escrito por ele juntamente com Ann Ehrlich, The Population Explosion, afirmando, sem meios termos, que o impacto da humanidade sobre o sistema que sustenta a vida sobre a Terra não depende simplesmente do número de pessoas que vivem no planeta, mas também do modo em que se comportam. Se considerarmos esse aspecto, o quadro muda totalmente: o problema demográfico existe principalmente nos países opulentos. Na realidade, existem muito ricos. Ecodebate,

Designer ensina a fazer móveis de papelão para crianças


O arquiteto e designer suíço Nicola Enrico Stäubli trabalha com um projeto em que a premissa é: Faça você mesmo. Sua coleção de móveis para crianças é feita de papelão e ele disponibiliza todas as instruções sobre como fazê-los.

Mesmo inserido em uma sociedade descartável, que incentiva o consumismo, o arquiteto adota uma postura diferente. Stäubli compartilha seu trabalho para qualquer um que esteja interessado, através de seu projeto Foldschool.

O designer ensina, por exemplo, como fazer um banco para crianças de quatro a oito anos com apenas três folhas de papelão. Com quatro folhas um pouco maiores é possível também fazer uma cadeira. Todas as instruções estão disponíveis em seu site.

O papelão foi o material escolhido pela facilidade em encontrá-lo e em seu manuseio. Todos os móveis são feitos apenas para crianças. A segurança do produto é definida pela forma como o papelão é dobrado no processo de fabricação,  que faz com ele seja sólido, podendo até suportar o peso de um adulto.
Os materiais são simples: régua, spray de cola, agulha, cola, fita adesiva, uma ferramenta de dobradura e corte de esteira. Quem tiver interesse em aprender pode fazer o download gratuitamente no site e seguir o passo a passo.
“O Foldschool usa o design para fornecer produtos a preços acessíveis, por meio de um processo inteligente de fabricação”, afirma o site da empresa.
Para o desenvolvimento do projeto, é fundamental que cada pessoa elabore seu móvel, por isso não é possível já comprá-lo pronto. Entretanto, Stäubli afirma que está considerando a possibilidade de oferecer os objetos como um produto semi-acabado, mas não montado.
No site do designer há uma galeria de fotos dos móveis feitas por pessoas de diversos lugares.  Através do e-mail info@foldschool.com é possível enviar sua foto para que ela seja compartilhada no espaço virtual.

Stäubli já ganhou um prêmio em Milão pela criação de uma cadeira montável. Feita de aço inox, a peça pode ser montada de quatro maneiras. Criatividade não falta ao designer, que no Foldschool direcionou sua criatividade a um projeto sustentável exemplar. Com informações do Coletivo Verde eFoldschool.
Marcia Sousa - Redação CicloVivo

Estudantes desenvolvem carro solar "tamanho família"


Alunos da Universidade Tecnológica de Eindhoven, na Holanda, criaram um carro movido a energia solar especial para levar toda a família. Batizado de Stella, o veículo comporta até quatro pessoas e produz mais energia do que consome.
Com painéis fotovoltaicos instalados no teto, o automóvel consegue percorrer 600 km sem nenhuma recarga. Além de transformar luz solar em eletricidade, ele é capaz de aproveitar a energia excedente captada transferindo-a para a rede elétrica.
O carro levará em consideração todas as informações disponíveis, tais como as condições de clima, estradas e tráfego para determinar qual a velocidade ideal. A tecnologia também está presente em um sistema de comunicação entre o veículo e o motorista. O carro tomará decisões que serão informadas ao condutor.
Haverá espaço de sobra para os passageiros entrarem e saírem do veículo sem causar tumultos. O carro foi desenvolvido de forma que pudesse proporcionar uma viagem confortável. Além disso, ele é largo para captar a maior quantidade de luz solar possível.
Veja abaixo o carro solar em ação:

Redação CicloVivo

Empresa que usa cana para fabricar plásticos é a mais sustentável do Brasil, segundo relatório


Braskem fabrica diversos produtos com bioplástico e inclui funcionários em suas estratégias.
Braskem fabrica diversos produtos com bioplástico e inclui funcionários em suas estratégias.
Usar cana-de-açúcar para fabricar plásticos, levar a sério a importância de cada um de seus funcionários e adotar estratégias para a redução de carbono e reaproveitamento de resíduos foram as principais ações que fizeram a Braskem ser eleita como a empresa líder em desempenho frente às mudanças climáticas no Brasil em 2013. O anúncio foi realizado na última quarta-feira (9), durante o lançamento do relatório da ONG internacional CDP, divulgado em São Paulo.

Fundada em 2002, a empresa foi a única a alcançar desempenho exemplar entre as 100 participantes do relatório. Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, declarou ao CicloVivo que os investimentos em economia verde servem para aumentar os lucros da empresa, sem prejudicar o meio ambiente. “Promover a sustentabilidade empresarial não é um peso, muito pelo contrário: no âmbito corporativo, é mais uma oportunidade no desenvolvimento de negócios, diminuindo prejuízos e ampliando o campo de atuação da marca”, contou Soto.

Os plásticos com a certificação “I’m Green” mostram, na prática, o resultado dos esforços em sustentabilidade assumidos pela empresa com os consumidores. No entanto, introduzir o produto no mercado não foi tarefa fácil. “Um dos grandes desafios ainda é o envolvimento do consumidor. O cliente precisa querer produtos mais sustentáveis”, diz o representante da Braskem sobre os bioplásticos, que reduzem as emissões de carbono e são encontrados em vários produtos, como embalagens e até roupas.

Já nos prédios e unidades de produção, as medidas de sustentabilidade incluem mitigação de carbono e reaproveitamento de resíduos, prática que combateu de vez o desperdício nas fábricas – de acordo com o representante da empresa, mais de 500 milhões de reais foram economizados a partir da redução de riscos e perdas, que incluem resíduos, efluentes, emissões e consumo. “A gente contabiliza as nossas reduções de desperdícios: entre 2002 e 2012, reduzimos em 60% o volume de resíduos. Tudo isso é energia que você consome menos, ou lixo que deixa de ser jogado no meio ambiente”, explica Soto.

Valorizar equipe de funcionários também é uma das estratégias que garantiram o reconhecimento à Braskem. Assim, além de cumprir as premissas de sustentabilidade propostas no ambiente corporativo, os colaboradores também propõem novas soluções para o trabalho, que são incluídas no planejamento da empresa. Além disso, as pessoas que se destacam recebem incentivos. “Os funcionários são os protagonistas do aperfeiçoamento da empresa, e também passam a ser reconhecidos com remunerações quando essas melhorias são alcançadas”, finaliza.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo

Por que o sabor da comida é tão delicioso?

Por  em 27.08.2013 as 17:30
Food-delicious-recipes-23444870-1600-1200
O sabor não é bem o que você pensa. Todas as crianças aprendem na escola que o paladar é um dos cinco sentidos, parceiro do olfato, do tato, da visão e da audição. Uma consequência do encontro entre os alimentos e as papilas gustativas, que enviam sinais importantes – doce ou amargo, nutriente ou veneno? – para o cérebro. Se ao menos fosse assim tão simples.
O alimento é uma parte primordial em nossas vidas, mas nem por isso deixa de ser uma questão rica em mistérios.
Na última década, o nosso entendimento sobre gostos e sabores foi abalado pelas revelações das inúmeras e complexas formas como os alimentos mexem com a nossa consciência e de todas as maneiras que nossos preconceitos filtram nossas experiências de sabor. “Delícia” é um valor tanto arraigado quanto aprendido, e ao mesmo tempo é pessoal e universal. Trata-se de um produto de todos os cinco sentidos (incluída a audição) que interagem de formas inesperadas. Esses sinais sensoriais estão sujeitos à revisão desse amontoado de tecido nervoso que chamamos de cérebro.
Vamos começar pelo começo: os alimentos entram em sua boca, seus dentes os mastigam e os nutrientes começam a ser quebrados por enzimas na sua saliva. A comida logo entra em contato com suas papilas, os poucos milhares de irregularidades geográficas da sua língua. Cada papila, cuja estrutura lembra a de uma cebola, possui de 50 a 100 células gustativas. Estas células têm receptores químicos em sintonia com os cinco gostos básicos: amargo, doce, azedo, salgado e umami (palavra emprestada do japonês que descreve o sabor salgado e temperado da carne assada ou do molho de soja).
Estes cinco sabores são suficientes para nos ajudar a determinar se aquilo que acabamos de colocar em nossa boca deve continuar seu caminho dentre de nosso organismo ou não: se o alimento é doce ou salgado e, portanto, uma provável fonte de nutrientes, ou se é amargo e potencialmente venenoso. No entanto, este número limitado de gostos não chega nem perto de representar a complexidade dos sabores que sentimos.
Para isso, nos voltamos para o nariz. Enquanto você leva um pedaço de comida à boca, um pouco de ar é forçado para as passagens na parte de trás dela, onde os receptores de cheiro na cavidade nasal detectam milhares de produtos químicos voláteis que se somam a sabores complexos.
Este olfato retronasal, como é chamado, não tem quase nada a ver, fisiologicamente, com o ato de cheirar o seu alimento. Seu cérebro sabe de onde os sinais de cheiro estão vindo – por meio de suas narinas ou de sua boca. E, no caso deste último, o órgão junta estes sinais aos das papilas gustativas. O olfato retronasal produz um sentido, nem cheiro nem gosto sozinhos, mas um híbrido que chamamos de sabor. É um processo de transformação irreversível, como transformar combustível e oxigênio em chamas.
Nosso sentido do paladar não termina na boca. Nos últimos anos, os cientistas descobriram receptores gustativos por todo o corpo, que ajudaram a resolver alguns mistérios de longa data. Durante 50 anos, os cientistas vinham tentando descobrir por que comer glicose produz uma liberação muito mais acentuada de insulina no organismo do que injetar a mesma quantidade de glicose diretamente na corrente sanguínea. Em 2007, eles descobriram que as células que revestem o intestino delgado também contêm receptores gustativos. Quando esses sensores intestinais detectam o açúcar, eles criam um efeito cascata de hormônios que finalmente termina com um esguicho de insulina extra para a corrente sanguínea.
Entretanto, o nosso senso de gosto não se limita apenas ao intestino. Seu nariz, por exemplo, é revestido de células que identificam substâncias químicas amargas. Se há veneno no ar, eles reflexivamente o impedem de puxá-lo para dentro dos seus pulmões. Se o veneno consegue chegar à garganta, detectores amargos acionam os cílios da traqueia para que ajudem a limpar as vias respiratórias.
Esta fisiologia pode explicar o que entendemos por sabor, mas a anatomia não nos auxilia muito a entender do que nós gostamos. Nossas preferências de sabor tomam forma ao longo da vida, a começar pela fase enquanto ainda estamos no útero. Os bebês cujas mães consomem alho durante a gravidez são mais propensos a desfrutar do sabor de alho no leite materno. As mulheres grávidas que bebem suco de cenoura têm mais chances de dar à luz filhos que gostam de cenoura. A justificativa evolutiva é bastante simples: se a mãe comeu, é seguro.
Na verdade, nós usamos os nossos amigos e entes queridos da mesma forma que os monarcas medievais utilizavam os provadores de comida: nós os deixamos experimentar um alimento primeiro, e então vamos checar se eles estão bem 20 minutos depois.
O princípio é válido até o fim da cadeia alimentar. Ratos odeiam o gosto do cacau, mas recentemente alguns cientistas separararam um rato de seu grupo e o persuadiram a comer um pouco de cacau. O rato, na sequência, foi devolvido ao convívio com seus semelhantes. Quando os outros ratos sentiram o cheiro de cacau de seu hálito, mudaram suas mentes e de repente passaram a adorar cacau.
As crianças humanas são mais difíceis de convencer. De acordo com algumas pesquisas, elas precisam experimentar um alimento desconhecido cerca de nove vezes, em média, antes de começar a gostar do sabor. Como qualquer pai irá atestar, muito do gosto de seus filhos, mesmo que já sejam adultos, vêm de quão boa foi a propaganda de mamãe e papai sobre esses alimentos durante a infância dos pequenos. Além disso, o mesmo vale para os adultos, como décadas de campanhas de marketing de alimentos cada vez mais sofisticadas têm demonstrado.
O ambiente dá muitas pistas sobre o sabor que os alimentos devem ter. Em um experimento, pesquisadores conectaram a língua dos voluntários a um dispositivo elétrico de baixa tensão e mostraram-lhes fotografias de alimentos. Em seguida, enviaram um leve choque por meio de suas papilas gustativas, numa sensação não muito diferente de lamber uma bateria.
O choque tinha o objetivo de conferir um sabor neutro. Questionados mais tarde para avaliar quão prazerosos os choques foram, os voluntários que viram fotos de alimentos doces ou gordurosos avaliaram o estímulo como muito mais agradável do que aqueles que viram um alimento de baixa caloria.
Os elementos visuais e auditivos envolvidos no processo chegaram a parecer cômicos. Batatas fritas passaram a ter um gosto mais crocante, se as pessoas a comiam enquanto usavam fones de ouvido. Vinho branco com uma gota de corante alimentício vermelho possuíam o gosto de vinho tinto, até mesmo para experientes provadores de vinho. As pessoas comiam menos se o prato tivesse a cor vermelha. Um bloco de queijo com bordas afiadas parecia ter um sabor mais penetrante do que um com cantos arredondados.
Ou seja, nem tudo vem de nossa boca, ou da parte de trás do nosso nariz, ou das células gustativas em nosso intestino. A sensação de um sabor delicioso vem de nossa mãe, nossa infância, do lugar onde estamos comendo, dos pratos em que estão os alimentos, dos amigos com quem estamos fazendo a refeição. É algo na mesma medida químico e mental. [Scientific American]

Como ajudar seu filho a gostar de alimentos saudáveis

Por  em 11.09.2013 as 14:00
kidseatveggies
Quem tem criança pequena sabe como às vezes é ingrata a luta para que se alimente de forma saudável — crianças não se preocupam com “sua saúde”, elas comem o que gostam.
Mas não é só isto que a motiva a levar um alimento à boca, segundo uma pesquisa recente. Além dos sabores doce e salgado, a apresentação repetitiva, o tamanho das porções e o comportamento dos pais também afetam suas escolhas alimentares.

Em um painel do Encontro Anual e Exposição de Alimentos de 2013 do Instituto de Tecnólogos de Alimentos americano, o comportamento à mesa dos pimpolhos foi dissecado. Sem surpresa alguma, as crianças preferem doces como cookies, chocolate, frutas e sucos, e também alimentos salgados que os fazem se sentir cheios, como batatas-fritas e pizza.
Mas o ambiente, o grupo de crianças em que eles estão inseridos, a família e o contato com um menu mais variado também afetam as escolhas dos pequenos. Para que deem preferência a alimentos saudáveis, as crianças precisam ser ensinadas a gostar deles.
Apresentar repetidas vezes o mesmo alimento para que a criança fique familiarizada com ele pode ajudar. Quando ela está na fase em que se torna mais exigente quanto à comida, entre dois e seis anos, apresentar pequenas porções ou misturar alimentos saudáveis ao que ela já gosta pode auxiliar a criar o hábito de comer bem.
E há também o comportamento dos adultos — as crianças os observam o tempo todo, e são mais propensas a experimentar e aceitar novos alimentos quando os adultos manifestam de forma entusiástica sua preferência a eles.
Entretanto, deve-se evitar o ato de pressionar as crianças a comer. E tentar comprá-las usando sobremesas pode ter o efeito contrário, fazendo com que detestem as verduras ainda mais. Envolvê-las na preparação do alimento, por outro lado, dá a elas uma experiência positiva que irá ajudá-las a aceitar alimentos mais saudáveis. [MedicalXpress]

7 alimentos “ruins” que você deve comer

Por Ana Claudia Cichon em 14.07.2013 as 18:00

Todos os dias ficamos sabendo de que um novo alimento faz mal para saúde e deve ser deixado de lado nas nossas dietas. No entanto, se seguirmos a risca essas recomendações, não sobre praticamente nada para a alimentação.
Separamos então sete alimentos que são mal vistos, mas que na verdade podem fazer bem para nós:

7. Glúten e trigo

Eles são “os ingredientes mais demonizados, além de xarope de milho de alta frutose e óleo hidrogenado”, disse Melissa Abbott, diretora culinária no Grupo Hartman, uma empresa especializada em pesquisa de consumo. No entanto, décadas de estudos descobriram que o glúten presente nos alimentos – como trigo, centeio e cevada – é vital para uma boa saúde e associado com um risco reduzido de diabetes, doenças cardíacas, câncer e excesso de peso.

“O trigo é uma boa fonte de fibras, vitaminas e minerais”, disse Joanne Slavin, professor de nutrição da Universidade de Minnesota (EUA). Ela acrescentou que a confusão sobre o glúten, uma proteína, fez com que algumas pessoas evitasse comer trigo e outros grãos. Apenas cerca de 1% da população – aqueles com doença celíaca ou alergia ao trigo – não podem tolerar o glúten e devem erradicá-lo da sua dieta para aliviar a dor abdominal e outros sintomas, incluindo a capacidade de absorver completamente vitaminas.
Uma razão para as dietas sem trigo ou glúten serem tão populares é que as pessoas que não comem trigo muitas vezes acabam ignorando o excesso de calorias em doces e salgadinhos. Então, eles começam a se sentir melhor, perder peso e erroneamente atribuem seu sucesso ao não consumo de glúten ou trigo.

6. Ovos

Os ovos também não merecem a sua má reputação. Nas últimas décadas, o seu elevado teor de colesterol foi visto como responsável pelo aumento do LDL (“mau” colesterol) e o risco de doenças cardíacas. Mas o colesterol nos alimentos é um fator menor que contribui para o colesterol alto para a maioria das pessoas, e estudos nunca confirmaram a correlação entre ovos e aumento do risco de doenças cardíacas. O principal determinante do LDL colesterol é a gordura saturada – e, enquanto os ovos são ricos em colesterol (184 miligramas na gema), são relativamente baixos em gordura saturada, cerca de 1,6 gramas na gema.

Curiosamente, alguns dos maiores comedores de ovos no mundo, os japoneses, têm baixo colesterol e taxas de doenças cardíacas, em parte porque eles têmuma dieta baixa em gordura saturada. Em contraste, os americanos comem ovos juntamente com linguiça, bacon e manteiga.
“A quantidade que um ovo por dia aumenta o colesterol no sangue é muito pequena”, diz Walter Willett, professor de epidemiologia e nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard. “Elevações nos níveis de LDL (mau colesterol) desta pequena magnitude poderiam ser facilmente combatidas por outros aspectos saudáveis de ovos”.

5. Batatas


Batatas foram acusadas de aumentar os níveis de glicose no sangue, resistência à insulina, excesso de peso e diabetes tipo 2. Um recente estudo da Universidade Harvard (EUA) que acompanhou grandes populações e suas taxas de doença relacionou o consumo de batata com excesso de peso, culpando-a por aumentar a glicose no sangue.

Mas muitos alimentos, incluindo pão de trigo integral e cereais integrais, causam picos semelhantes de glicose no sangue, e são correlacionados com saúde superior e menor peso corporal.
Como poderia ser explicado o peso maior no estudo de Harvard? O estudo agrupou todos os produtos de batata juntos – incluindo batatas fritas que são, naturalmente, versões engordativas do alimento, normalmente consumidas em grandes porções ao lado de hambúrgueres, cachorros-quentes e refrigerantes.
“É uma comida fácil de atacar, mas o padrão alimentar pode ser o culpado”, disse David Baer, líder de pesquisa no Serviço do Departamento de Agricultura de Pesquisa Agropecuária. “Outros estudos epidemiológicos não têm verificado uma conexão entre batatas e ganho de peso ou quaisquer doenças, e não existem estudos clínicos que demonstrem uma ligação”.
As batatas são uma grande fonte de potássio, vitamina C e fibras que muitas culturas – escandinavos, russos, irlandeses e peruanos comem bastante batata em suas dietas durante séculos e não são gordos.

4. Frutas

Muitas vezes as pessoas perguntam se as frutas são muito ricas em açúcar, especialmente para os diabéticos.

Mas, na verdade, evitar frutas é que realmente pode prejudicar a sua saúde. Estudo após estudo ao longo de muitas décadas tem mostrado que comer frutas pode reduzir o risco de alguns tipos de câncer, doença cardíaca, pressão arterial e diabetes.
A fruta é rica em água e fibras, que ajudam as pessoas a se sentir completas com menos calorias – uma razão pela qual o seu consumo está correlacionado com menor peso corporal. Mesmo que contenha açúcares simples, a maioria das frutas tem um índice relativamente baixo de glicemia. Ou seja, quando você come frutas, o açúcar no sangue aumenta apenas moderadamente, especialmente quando comparado com o açúcar refinado ou produtos de farinha.

3. Soja

Embora popular por séculos na culinária asiática, soja às vezes é vista como perigosa após estudos que encontraram índices elevados de câncer de mama entre os ratos alimentados com um derivado de soja concentrado. Mas pesquisas sobre alimentos integrais de soja em humanos não têm encontrado essa ligação. Na verdade, o inverso pode ser verdadeiro.

“Soja, quando consumida na infância ou adolescência, pode tornar o tecido mamário menos vulnerável ao desenvolvimento de câncer no futuro e, provavelmente, não tem nenhum efeito sobre o risco de câncer de mama quando o consumo começa na idade adulta”, disse Karen Collins, nutricionista do Instituto Americano de Pesquisa do Câncer.
Na verdade, Collins disse que a evidência é tão forte que a soja protege contra doenças cardíacas que a Administração de Drogas e Alimentos americana permitiu uma alegação de saúde para rótulos de produtos alimentares de soja.

2. Bebidas alcoólicas

O álcool é temido por causa do potencial abuso que leva ao alcoolismo, bem como complicações, tais como doenças no fígado. E são válidas todas essas preocupações.

Mas pesquisas de décadas apontam que o consumo moderado de álcool pode reduzir as chances de morte pela maioria das causas, principalmente doenças do coração, e que ele aumenta o HDL (bom colesterol). Vinho pode ter benefícios adicionais, porque suas uvas são preenchidas com nutrientes chamados polifenóis, que reduzem a coagulação sanguínea, inflamação e oxidação.
A chave é beber moderadamente e junto a refeições. O que é moderação? Uma dose diária para mulheres e duas doses para os homens, com uma porção sendo 5 gramas de vinho e 12 ml de cerveja.

1. Frituras

Embora seja verdade que a comida frita geralmente aumenta o seu conteúdo calórico, isso não significa necessariamente que é insalubre.

Enquanto a comida é frita em óleo saudável em vez de manteiga, gordura ou gordura trans, e é comida com moderação, não é menos saudável. Na verdade, as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K saudáveis para o coração e carotenóides que previnem câncer, como beta-caroteno (encontrado na cenoura e batata-doce), licopeno (encontrado no tomate) e luteína/zeaxantina (encontrado em vegetais de folhas verde-escuro, como espinafre e couve) precisam de gordura para ser absorvidos pelo organismo.
O consumo de certas gorduras, tais como ácidos gordos saturados e ácidos gordos trans (gorduras que são sólidas à temperatura ambiente), está associado com um risco aumentado de doença cardiovascular. Por outro lado, as gorduras insaturadas, ácidos gordos monoinsaturados e ácidos graxos poliinsaturados (por exemplo, óleo de canola, cártamo e azeites) têm benefícios metabólicos importantes e promovem a saúde.[LiveScience]

8 alimentos que (surpreendentemente) podem ser bons para você

Por Natasha Romanzoti em 14.09.2013 as 15:00

A maioria das pessoas acha que comer de forma saudável significa desistir de todos os alimentos “porcarias” e gordurosos que elas mais gostam. Não é bem assim. Muitos alimentos podem ter benefícios não aparentes para a saúde e, se consumidos moderadamente, fazer bem para você. Confira:

8. Doce aumenta expectativa de vida

8
Cientistas decidiram dar muitos doces a crianças e ver o que acontecia. Descobriu-se que as que comiam regularmente doces eram mais saudáveis, pesavam menos e tinham menor risco de doença cardíaca. Mas não corra ao pote de porcarias ainda: outro estudo descobriu que esses efeitos mudam ao longo do tempo. Adultos comedores diários de doces eram mais susceptíveis a pesar mais do que os não comedores. E, ainda assim, viveram mais tempo: até um ano a mais.

7. Pipoca reduz chance de ter câncer

7
A pipoca é carregada com antioxidantes chamados polifenóis, conhecidos por reduzir o risco de câncer e outras coisas, como doenças do coração. Uma porção de pipoca possui mais polifenóis do que o valor recomendado diário de frutas e legumes. Claro, a manteiga processada no alimento é menos do que fantástica para sua saúde, então é melhor não comer pipoca demais.

6. Chiclete e saúde do cérebro

A maioria das pessoas vê a goma de mascar como pouco mais que um deleite. Mas será que faz alguma coisa para o seu corpo? Para começar, pode melhorar a sua memória de curto prazo e desempenho do seu cérebro. E isso não é tudo: durante várias horas após a mastigação, você ainda terá apetite e desejos por comida (especialmente porcarias) reduzidos. Essencialmente, você está enganando a si mesmo. Ao realizar mastigação, seu corpo pensa que está absorvendo nutrientes.

5. Pimenta acalma dores

Pimenta não é junk food, mas certamente não é considerada alimento de dieta. Qual o benefício de saúde que ela esconde, então? Algumas variedades de pimenta contêm mais vitamina C por quilo do que a rainha do mundo da vitamina: a laranja. E, embora pareça contraditório, os maias comiam pimenta para curar dores de estômago. Aliás, até hoje a pimenta é usada em aplicações médicas. Você não as come, mas passa em sua pele. O alimento é comumente utilizado em pomadas e cremes para dores musculares.

4. “Açúcar natural” é bom pro dente

Cientistas encontraram um substituto natural para o açúcar. Xilitol é usado em gomas de mascar, balas e outros doces em vez de açúcar, porque tem menos calorias e é benéfico para os dentes. Quando consumido regularmente (com moderação, é claro), a boca produz menos ácido lático e placa, sendo que ambos são responsáveis por dentes em decomposição. As crianças que consomem xilitol duas vezes por dia também têm 25% menos risco de infecções de ouvido.

3. Chocolate e suas vantagens


Hoje, é de conhecimento comum que o chocolate (chocolate amargo de qualidade, com bastante cacau) tem benefícios para pressão arterial e função cardíaca quando consumido diariamente em quantidades moderadas. Surpreendentemente, comer um pouco de chocolate também hidrata a pele, faz com que ela fique mais suave e protege contra queimaduras solares. Tudo se resume aos antioxidantes e flavonóides que o chocolate contém, que são compostos benéficos encontrados em concentrações elevadas em alguns alimentos, como vinho. Os flavonóides no chocolate também melhoram a função muscular e a regeneração.

2. Refeição: sorvete


Se você já foi para a Itália, sabe que os italianos amam seu verdadeiro gelato. Por isso não é nenhuma surpresa saber que cientistas italianos queriam estudar a comida nacional e descobriram que ela é na verdade muito saudável. Sorvete tem um valor nutricional diversificado, contendo proteínas, açúcares, gorduras e calorias semelhantes a uma refeição do porte do almoço. Então, o que esses cientistas empreendedores decidiram? Você pode pular o almoço e ir uma sorveteria em vez disso.

1. Bolo no café da manhã leva a emagrecimento

Cientistas fizeram um estudo com pessoas acima do peso e permitiram que comessem bolo no café da manhã. Mas, em vez de ganhar peso, os pesquisadores descobriram que comer bolo ou uma sobremesa semelhante na parte da manhã pode levar a perda de peso significativa. E essa foi, realmente, a única “mudança de vida” que essas pessoas fizeram para emagrecer. A chave aqui é comer açúcar logo no início do dia. Seu corpo é mais ativo na parte da manhã, especialmente na digestão dos alimentos. Você também tem mais tempo para utilizar a energia ganha. Comer grandes refeições à noite muitas vezes faz com que seu corpo armazene a gordura por não ter o que fazer com a energia que você lhe deu. [Listverse]

Siga-me

Seguidores

Literatura Brasileira

PALESTRAS.

Meio Ambiente:


*Educação Ambiental
*Desenvolvimento Sustentável
*Reciclagem e Energia Renovável
*Esgotamento Sanitário e Reuso da Água
*Novo Código Florestal

Poderão ser sugeridos temas considerando o público alvo.
CONTATO: cesaratorres@gmail.com
Telefones: (33) 8862.7915 / 3315.1683