As emissões de gases de efeito estufa provenientes da pecuária poderiam ser reduzidas em até 30% se fossem adotadas práticas e tecnologias mais eficientes, afirmou um novo estudo divulgado na quinta-feira (26) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
O relatório “Lutar contra as alterações climáticas através da pecuária: uma avaliação abrangente das emissões e oportunidades de mitigação” mostra como a pecuária contribui para o aquecimento global e avalia o potencial da indústria para ajudar a aliviar o problema.
No geral, as emissões de gases de efeito estufa associados à pecuária correspondem a 7,1 gigatoneladas (Gt) de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) por ano, o que representa 14,5% de todas as emissões de gases de efeito estufa de origem humana.
Após uma análise detalhada das emissões de gases estufa em vários estágios da cadeia produtiva pecuária, a FAO afirmou que as principais fontes de emissão são a produção e processamento de alimentos (45% do total), a digestão das vacas (39%) e a decomposição de estrume (10%). O resto é devido ao processamento e transporte de produtos de origem animal.
O relatório aponta que para reduzir a emissão de gases estufa, os criadores de gado devem utilizar tecnologias já disponíveis para melhorar a alimentação e a saúde do animal, aperfeiçoar o manejo de dejetos e utilizar máquinas geradoras de biogás. Essas técnicas diminuem o desperdício de energia e tornam o consumo mais eficiente, segundo o documento.
O diretor-geral adjunto do Departamento de Agricultura e Proteção do Consumidor da FAO, Ren Wang, disse que não são necessárias mudanças no sistema de produção, mas que é necessário vontade política para implantar novas práticas que, além de diminuir a emissão de gases, também beneficiarão a segurança alimentar e poderão reduzir a pobreza.
Informe da ONU Brasil, publicado pelo EcoDebate.
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César Torres