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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fazendo de conta que os licenciamentos ambientais são de verdade

O título deste texto é menos absurdo do que pode parecer à primeira vista. Nos últimos anos, estão cada vez mais freqüentes as denúncias de EIA-RIMAs tecnicamente inconsistentes ou fraudulentamente produzidos. E isto é um problema extremamente sério.

Já é evidente que surgiu uma indústria de EIA-RIMAs pré-fabricados apenas e tão somente para atender às exigências legais mínimas. A cada dia surgem novos questionamentos sobre a veracidade destes estudos.
Neste sentido os casos das hidrelétricas de Barra Grande, no rio Madeira, de Belo Monte, da usina nuclear deAngra 3 e outros casos escandalosos. No EcoDebate a tag “licenciamento ambiental” é rica em detalhes deste problema que se agrava.

As ambientalistas Ana Echevenguá (Eco&Ação) e Telma Monteiro (Blog Telma Monteiro) são figuras importantes nas denúncias dos licenciamentos de mentirinha, tão do agrado dos grandes interesses econômicos e do governo desenvolvimentista de plantão. Em seus sítios/blogues discutem, denunciam e expõe esta “linha de montagem” de licenciamentos, com clareza e profundidade.

Este governo não consegue compreender que o processo de licenciamento ambiental é “ligeiramente” diferente da concessão de um mero alvará e por isto não suporta a idéia de que as licenças não sejam concedidas automaticamente, como se fossem meros detalhes burocráticos.

Se dependesse do voluntarismo governamental teríamos ampla e irrestrita concessão de licenças ambientais, para quaisquer atividades, sem qualquer consideração para com as questões socioambientais.

Diversos membros do primeiro círculo do poder já afirmaram que a grande fase do desenvolvimento do Brasil se deu durante os governos militares, coincidentemente uma época em que as preocupações sociais e ambientais das grandes obras simplesmente inexistiam.

Aliás, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva não cansou de elogiar os projetos dos governos militares, quando a agenda desenvolvimentista era imposta na marra.

O governo, desde o governo Lula, reclama dos ambientalistas, dos índios, dos quilombolas, dos ribeirinhos, do ministério público, do poder judiciário, dos movimentos sociais e de todos os que não concordam com esta opção pseudodesenvolvimentista. E reclama com razão, porque estes segmentos da sociedade não aceitam este modelo de desenvolvimento a qualquer custo.

Enquanto isto, a tragédia dos licenciamentos de mentirinha se agrava. Os erros e inconsistências são de tal monta que os órgãos ambientais, em muitos casos, chegam a exigir tantas condicionantes que praticamente equivalem a outro EIA.

Isto, em princípio, não seria um problema se os órgãos ambientais não estivessem sucateados, sem funcionários técnicos e com uma inadequada estrutura técnica e administrativa.

A fragilização estrutural, a falta de funcionários capacitados e corretamente qualificados e a falta de suporte de adequadas políticas públicas dificultam a avaliação técnica dos licenciamentos e abre portas aos oportunistas. Isto é um problema com mais de 10 anos e continua a se agravar.

Outra questão que está sempre presente é o abandono dos compromissos de mitigação e compensação exigidos na Licença Prévia. Os empreendedores sabem que os órgãos ambientais não conseguirão fiscalizar o cumprimento das condicionantes antes da Licença de Operação (LO) e, neste momento, não terão apoio político para revogar o licenciamento.

Aliás, nada obriga que um empreendimento seja licenciado. Diante dos impactos socioambientais o órgão licenciador pode e deve negar o licenciamento. Ok, pode e deve em tese, porque isto não acontece, nem que o governo tenha que substituir o dirigente, tal como recentemente aconteceu com um ex-presidente do Ibama em relação ao licenciamento ‘provisório’ da UHE de Belo Monte.

E a indústria de EIA-RIMAs pré-fabricados apenas piora o problema. Bem, mas o que fazer?

Já foi um grande avanço quando o IBAMA suspendeu a licença ambiental para Hidrelétrica do Baixo Iguaçu (PR) , em razão de uma ação civil pública. O empreendimento seria construído nos municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, a cerca de 500 metros do Parque Nacional do Iguaçu. A ação afirma que o estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) têm lacunas e omissões que impedem o dimensionamento adequado dos impactos que a construção provocaria.

Em primeiro lugar, é evidente que o licenciamento existe para ser rigorosamente observado. E não existe a obrigatoriedade de licenciar toda e qualquer obra, só porque uma empresa e/ou o governo querem que assim seja.

Para isto, os órgãos ambientais, na medida do possível, já estão fazendo o que devem – analisando com rigor e critério. Ao empreendedor cabe o risco de ter a análise tão demorada quanto o EIA-RIMA for impreciso ou inconsistente. E, se for o caso, ter o licenciamento negado.

Em segundo, no caso federal, excluir do Cadastro Técnico Federal todas as empresas que tenham “produzido” estudos sem qualidade técnica. No caso de fraude ela deve ser tratada como realmente é: como crime. E , aos empreendedores, co-responsáveis no EIA-RIMA fraudulento, ficará o ônus do licenciamento negado.

E, por fim, os Conselhos Regionais, dos profissionais que subscrevem os EIA-RIMAs inconsistentes ou fraudulentos, devem apurar as responsabilidades profissionais e, definidas as responsabilidades em processos administrativos, aplicar as penalidades previstas em lei, inclusive a cassação do registro profissional.

Esta crise só terminará quando acabar a impunidade e é isto que devemos exigir.
Henrique Cortez, henriquecortez{at}ecodebate.com.br
coordenador editorial do Portal EcoDebate

Aumento na geração de lixo em 2010 foi seis vezes superior ao crescimento da população

O Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, quantia 6,8% superior ao registrado em 2009 e seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período.

Os dados, divulgados, são do Panorama dos Resíduos Sólidos, estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O levantamento aponta que a média de lixo gerado por pessoa no país foi de 378 quilos (kg), montante 5,3% superior ao de 2009 (359 kg).

Mesmo com o aumento da geração de resíduos, o crescimento da coleta de lixo apresentou crescimento expressivo, superior à geração. Em 2010, das 60,8 milhões de toneladas geradas, 54,1 milhões de toneladas foram coletadas, quantidade 7,7% superior à de 2009.

O levantamento identifica ainda uma melhora na destinação final dos resíduos sólidos urbanos: 57,6% do total coletado tiveram destinação adequada, sendo encaminhados a aterros sanitários, ante um índice de 56,8% no ano de 2009.

Mesmo assim, a quantidade de resíduos encaminhados a lixões ainda permanece alta. “Quase 23 milhões de toneladas de resíduos seguiram para os lixões, em comparação a 21 milhões de toneladas em 2009”, afirmou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Em relação à reciclagem, o estudo mostra tendência de crescimento, mas em ritmo menor ao da geração de lixo. Em 2010, 57,6% dos municípios brasileiros afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, ante 56,6% em 2009. “É importante considerar que, em muitos casos, as iniciativas resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária”, ressaltou o diretor.

Centro-Oeste é região que mais descarta resíduos sólidos em lixões
Das 13,9 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos coletados por dia, em 2010, na Região Centro-Oeste, 71,2% tiveram como destino final os lixões e aterros que não impedem a contaminação do meio ambiente. No Nordeste, onde foi produzida 38 mil toneladas diárias de resíduos, o porcentual de destinação foi 66%. No Norte, 65% das 10,6 mil toneladas de lixo diário recolhido não tiveram descarte adequado.

Os dados, divulgados, são do Panorama dos Resíduos Sólidos, estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
“Apesar de em 2010 as regiões Centro-Oeste, Norte, e Nordeste terem ampliado, em comparação a 2009, em cerca de 10% a destinação de seu lixo para aterros adequados, a quantidade de resíduos encaminhados para lixões ainda é extremamente significativa”, disse o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Nas regiões Sudeste e Sul o cenário é menos negativo. Das 92 mil toneladas de lixo coletadas diariamente em São Paulo, Minas Gerais, no Rio de Janeiro e Espírito Santo, 28,3% foram para lixões. Nos três estados do Sul, que juntos coletaram quase 19 mil toneladas por dia em 2010, o percentual de resíduos que tem destino inadequado é de 30,3%.
Reportagem de Bruno Bocchini, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate

Histórico da moderna gestão ambiental

sustentável ou insustentável




A partir da década de 60, começou a surgir à preocupação com os problemas ambientais, em virtude de uma escassez de matérias-primas num futuro próximo. Em 1962, nos Estados Unidos é divulgado o livro de Rachel Carson A primavera silenciosa (Silent Sprin), alertando para os efeitos negativos dos agrotóxicos no ambiente natural. Em seu trabalho Carson, mostrou os efeitos do DDT na natureza (DIAS, 2009).

Em 1968, ocorre a Reunião do Clube de Roma (chefes de estado, humanistas, cientistas, repórteres), o qual publicou em seguida o documento Limites do Crescimento (The Limits to Growth). Tratava-se da época da Guerra Fria e do Vietnã, colocando à tona a possibilidade do holocausto global, devido à tecnologia disponível empregada na guerra. Tinha como objetivo de analisar a situação mundial e oferecer previsões e soluções para o futuro da humanidade (DIAS,2009).

Em 1968, na sua primeira reunião significativa, o Clube de Roma chegou à conclusão que o mundo teria que diminuir a produção, de forma que os recursos naturais fossem menos solicitados, e que houvesse uma redução gradual dos resíduos, fundamentalmente do lixo industrial.

Em 1970 temos a primeira comemoração do dia da terra e a criação da EPA – Environmental Protection Agency. Era também a época de pujança dos movimentos ecológicos, (WALLACE, 1994).

Os estudos acabaram por provar que a idéia de preservação do meio ambiente não surgiu apenas após a segunda Guerra Mundial. Daqui resultou a revelação do fulgurante movimento ambientalista de finais do século passado e princípios do nosso, bem como a revelação do primeiro ambientalista radical na figura de John Evelyn (1620-1706).

Todavia os trinta anos que se sucedem à década de setenta são cruciais para a sua afirmação. É o período de mudança do ambientalismo entendido como religião para uma atividade profissional orientada de acordo com os ditames da ciência (NASH, 1990).

Em 1972 houve um marco em relação às preocupações com o meio ambiente. Na I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente em Estocolmo, Suécia, onde foi assinado o Tratado de Estocolmo, que prevê o banimento de doze poluentes tóxicos considerados os mais nocivos ao meio ambiente e à saúde pública, entre eles: dioxinas, heptacloro, hexaclorobenzeno e policloretos de bifenilas.
Este documento objetivou estabelecer diretrizes gerais a serem seguidas pelos estados-membros no sentido de amenizar o impacto provocado pela industrialização no ambiente natural (DIAS, 2009).

O primeiro curso universitário de maior repercussão com o título de “História ambiental” foi ministrado em 1972, na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, pelo historiador cultural Roderick Nash, que em 1967 havia publicado o livro Wilderness and the American Mind, um clássico sobre a presença da imagem de vida selvagem na construção das idéias sobre identidade nacional norte-americana (PÁDUA, 2010).

Neste período, a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), ou também conhecida como UNEP (United Nations EnvironmentalProgramme), uma agência responsável por catalisar a ação internacional e nacional para a proteção do meio ambiente no contexto do desenvolvimento sustentável. Seu objetivo é prover liderança e encorajar parcerias no cuidado ao ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a aumentar sua qualidade de vida sem comprometer a das futuras gerações.

Em 1987, surgiu o Protocolo de Montreal que visa resolver o problema de deteriorização da camada de Ozônio através da redução da produção de gases CFC’s, halons e brometo de metilo, que são os maiores causadores do estreitamento da camada, tendo como meta, acabar com uso dos clorofluorcarbonetos até 2010.

Em 1992, foi realizada a Conferência Mundial para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente (II UNCED), no Brasil. O conceito de desenvolvimento sustentável como uma saída para o impasse decorrente da necessidade de continuar o crescimento econômico e considerar a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais. O Brasil, sempre participou de acordos e convenções com relação ao meio ambiente. A reunião ficou conhecida como Rio 92 e os objetivos da conferência, foram: Convenções sobre o Clima e a sobre a Biodiversidade e a Declaração sobre Florestas.

O Rio 92 também aprovou projetos como a Declaração do Rio (Declaração de Meio Ambiente e Desenvolvimento) e a Agenda 21 (Plano de Ação para realização do desenvolvimento sustentável no século XXI) (DIAS, 2009).
Em dezembro de 1992, foi criada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (CDS) para que fosse assegurado o efetivo prosseguimento dos trabalhos da UNCED, para monitorar e relatar a implementação dos acordos firmados durante a Cúpula da Terra em nível local, nacional, regional e internacional.

A maioria dos acordos estabelecidos entre as nações até então eram para diminuir a emissão de gases na atmosfera. Não diferente disso surgiu, em 1995, a Primeira Conferência das Partes, a COP I, onde alguns tratados também foram firmados. Até 2006 aconteceram seis COP’s, mas a mais relevante foi a Conferência das Partes III, onde os representantes da Convenção do Clima assinaram o Tratado de Quioto.

Em 1997, o Tratado de Quioto foi assinado e tem como principal objetivo, fazer com que, entre 2008 e 2012, alguns paises reduzam seus níveis de emissões de dióxido de carbono, e ainda reduzam os níveis de metano e mais alguns gases aos níveis dos anos de 1990 e 1995.

Mas, houve um ponto do tratado que gerou controvérsias –o protocolo definiu que paises em desenvolvimento não precisam reduzir sua taxa de emissões gasosas – e assim sendo, em 2001, o Estados Unidos declarou sua oposição ao acordo e decidiram que não ratificariam o tratado de Quioto, alegando danos à economia do país. O tratado de Quioto entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005 depois que 55 nações o ratificaram.

Uma revisão dos progressos e implementação dos compromissos de cinco anos da Cúpula da Terra (“Rio +5″), foi realizada em 1997, por uma sessão especial da Assembléia Geral das Nações Unidas, seguida de uma revisão dos dez anos, em 2002, pela Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (“Rio +10″).

Foi então acordado que o balanço de todo o processo se daria em 2002, em Johanesburgo, na II Conferência Mundial de Desenvolvimento Sustentável. Assim, em 2002, aconteceu a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, em Johannesburg, na África do Sul que discutiu os resultados e a implantação do Rio 92.

Os pontos definidos como prioridades na Cúpula de Johannesburg foram: água, energia, saúde, agricultura e biodiversidade, onde foi decidido que países deveriam cortar à metade, até 2015, o número de pessoas sem acesso a água potável e esgotos; reduzir a perda de espécies até 2004; ampliar acesso a formas modernas de energia; apoiar a eliminação de subsídios agrícolas que afetam exportações de países pobres.

Por fim, foi feito um acordo sobre patentes no âmbito da Organização Mundial do Comércio, estabelecendo que os países pobres não possam ter acesso a medicamentos impedidos (SABESP, 2008).

No Brasil, os antecedentes do ambientalismo datam de 1958, período da criação da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza e também vinculava o perfil preservacionista e conservacionista dos primeiros movimentos ambientalistas internacionais. Gonçalves (1989) fez um breve comentário sobre o caráter inicial o ambientalismo brasileiro. Discute sua emergência enquanto movimento no Brasil num contexto histórico-cultural bastante específico.

Dias (2009) apresenta em duas distintas seções: a primeira (1971-1985) que abrangeu a fase conceituada como bissetorialista e pela definição da problemática como simplesmente proteção ambiental e a segunda (1988-1991), que abrange a fase recente do ambientalismo caracterizada pelo multissetorialismo e pela redefinição da problemática como desenvolvimento sustentável.

DIAS, R. Marketing Ambiental: ética, responsabilidade social e competitividade nos negócios, 1 ed. São Paulo, Altas, 2009.
WALLACE, O.Turning back, N. York, 1994, 28-55; Derek Wall, Green History, N. York, 1994.
NASH, R. American Environmentalism, N. York, 1990.
PADUA, A. Vozes da rua e mudanças epistemológicas, 2010.
SABESP, Relatório de Sustentabilidade, 2008.
Dr. Roberto Naime Colunista EcoDebate

População brasileira deve atingir ápice em 2030, com 208 milhões

Crescimento de jovens desocupados e nova condição feminina são alguns destaques dos Comunicados 156 e 157

Fotos: Kennedy Costa
Conteúdo dos Comunicados nº 156 e 157 é baseado nos últimos
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
Queda da população a partir de 2030 e bons índices de redução do desemprego no cenário internacional: essas foram duas constatações feitas nos Comunicados do Ipea nº 156 e 157, que trataram da demografia e do mercado de trabalho brasileiros com base nos últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). As apresentações ocorreram em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 11, às 11h, no Rio de Janeiro.

A técnica de Planejamento e Pesquisa Ana Amélia Camarano mostrou, com base no Comunicado nº157 (Tendências Demográficas Mostradas pela PNAD 2011), que desde 2007 a taxa de fecundidade total do Brasil está abaixo dos níveis de reposição: 1,7 filho por mulher. Isso implica a desaceleração do crescimento da população brasileira, que poderá diminuir de fato a partir de 2030. A queda da taxa ocorreu em todas as faixas etárias. A taxa de fecundidade entre as adolescentes vem caindo desde 2000. Para efeito de comparação, em 1992 a taxa era de 91 filhos nascidos vivos por 1000 mulheres; em 2011, é de 51.

Nessa linha, a população brasileira deverá chegar a 208 milhões em 2030 e, a partir daí, reduzir. Em 2040, são esperados 205 milhões de habitantes. Se confirmado, isso afetará o mercado de trabalho, em que a oferta de mão de obra chegaria a 156 milhões em 2030 e reduziria para 152 milhões em 2040 (pessoas com idade ativa). A tendência é um acelerado envelhecimento populacional.
Camarano destacou a queda da taxa nas regiões Norte (3,3 filhos por mulher em 1992 para 2,0 filhos em 2011) e Nordeste (3,6 filhos para 2,0). O Sul atingiu 1,6 filho, e o Sudeste 1,7. Isso mostra que a taxa nacional vem se tornando mais homogênea ao longo do tempo. A pesquisadora também ressaltou o aumento da proporção de mulheres cônjuges que contribuem para a renda das suas famílias, de 39,1% para 66,3% no mesmo período. Já população idosa cresceu: cerca de 23 milhões de brasileiros com mais de 60 anos em 2011.

Mercado de Trabalho
 
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Miguel Foguel apresentou os dados referentes ao Comunicado do Ipea nº 156, intitulado PNAD 2011: Primeiras Análises sobre o Mercado de Trabalho Brasileiro. Ele considerou positivo o atual panorama de mercado de trabalho nacional e citou como prova disso a queda na taxa de desemprego, que é sistemática desde 2005 (com uma discrepância em 2009 devido à crise mundial). No contexto internacional, o Brasil figurou entre os países que experimentaram maior queda da taxa entre 2009 e 2011.

Foguel atentou para os índices de Taxa de Participação e de Ocupação, que mostram aumento da oferta de trabalho, mas em ritmo menor que o crescimento da população em idade ativa. O pesquisador também atentou para dois índices importantes: cresceu a quantidade de jovens que não trabalham, nem estudam (cerca de 3% de aumento), e também daqueles que só estudam (cerca de 4%).
Segundo o técnico do Ipea, diminuiu a proporção das ocupações que exigem baixa qualificação técnica e aumentou a escolarização dos trabalhadores: aproximadamente 49% têm pelo menos o ensino médio completo. O estudo traz, ainda, a evolução dos rendimentos de acordo com gênero e raça.

Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 157, Tendências demográficas mostradas pela PNAD 2011
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 156, PNAD 2011: Primeiras Análises sobre o Mercado de Trabalho Brasileiro
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 157
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 156
Vídeo: assista à íntegra da apresentação dos Comunicados nº 156 e 157
Vídeo: assista à entrevista com a técnica Ana Amélia Camarano, sobre o Comunicado do Ipea nº 157
Vídeo: assista à entrevista com o técnico Miguel Foguel, sobre o Comunicado do Ipea nº 156
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Especialistas alertam para os sinais do consumismo infantil

Crianças escolhem; brinquedos em loja na rua 25 de março; Aumenta a preocupação de educadores com o consumismo infantil que; em alguns casos; pode desencadear até mesmo doenças; como alergias; depressão; agressividade; hiperatividade; ansiedade; além de febre e irregularidades no sono. Foto de Marcelo Camargo/ABr


Crianças escolhem; brinquedos em loja na rua 25 de março; Aumenta a preocupação de educadores com o consumismo infantil que; em alguns casos; pode desencadear até mesmo doenças; como alergias; depressão; agressividade; hiperatividade; ansiedade; além de febre e irregularidades no sono. Foto de Marcelo Camargo/ABr

No Dia da Criança, os três filhos da dentista Márcia Armonia, 39 anos, sabem exatamente os presentes que querem ganhar. “Eles viram os brinquedos em comerciais da televisão, vou comprar por causa do dia”, disse a mãe.
O problema, conta ela, é que os pequenos certamente brincarão pouco e logo abandonarão o brinquedo. “Isso já aconteceu um milhões de vezes. Eu brigo, mas acho que não faz efeito. Eles sempre querem mais, querem a próxima novidade”.
Segundo a doutora em antropologia e conselheira da Aliança pela Infância, Adriana Friedmann, sinais como esses apontam para uma situação cada vez mais enfrentada pelos pais: o consumismo infantil. De acordo com ela, quando uma criança deseja muito um produto vendido pela mídia, está respondendo a uma ilusão estimulada pela publicidade.

“Ela cria uma fantasia. A questão é que logo ela abandona aquele brinquedo porque a necessidade real dela é outra, que é mais um buraco emocional que tem ser preenchido, e só o pai e a mãe podem preencher.”
De acordo com Friedmann, a criança que é acometida pelo consumismo infantil torna-se angustiada, dispõe de pouca paciência para enfrentar situações que envolvam frustração e quer que as coisas se resolvam rapidamente. “Tudo tem que ser para já. Parece um pouco como uma droga. E quando ela ganha o presente, há um alívio momentâneo, mas depois ela quer de novo [outro produto]. Parece um pouco com uma droga.”
Em alguns casos, o consumismo infantil pode desencadear até mesmo doenças, como alergias, depressão, agressividade, hiperatividade, ansiedade, além de febre e irregularidades no sono. “As crianças estão vivendo uma infância muito angustiante, isso é muito sério, as consequências são enormes. Temos que olhar muito profundamente para essa questão”, disse Friedmann.
A avó e professora, Mariane Nogueira, 60 anos, prefere fazer ela mesma os presentes dos três netos. “Eu costuro, gosto mais de presentear com coisas mais significativas que brinquedos. Mas é difícil lutar contra a televisão, que é muito mais forte”, disse. Rendida, a avó foi a um shopping center em busca do brinquedo que um dos netos viu em um comercial de televisão.
Para estudar casos de abuso por parte da mídia, o Instituto Alana, organização não-governamental que avalia a publicidade infantil, fez uma parceira com a Universidade Federal do Espírito Santo para formação de um centro de pesquisa, que vai monitorar 15 canais de televisão abertos e fechados.
Segundo Mônica Xavier, assessora de mobilização do Alana, o trabalho começou no ano passado e se estenderá até o final de 2013. Durante os três anos de pesquisa, o monitoramento vai focar os comerciais veiculados nos dias que antecedem a Páscoa, o Dia da Criança e Natal, que serão comparados com as veiculações durante uma semana aleatória.
O objetivo é analisar o nível de assédio disparado pela publicidade contra as crianças. “O Código de Defesa do Consumidor, a Constituição e a Estatuto da Criança e do Adolescente deixam claro que não se pode falar com quem não tem capacidade de discernimento”.
A pesquisa, continuou a assessora, ajudará a embasar a aprovação do Projeto de Lei 5.921, que pretende proibir a publicidade para a venda de produtos infantis.
Matéria de Fernanda Cruz, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate.

Pais devem estar atentos aos apelos do marketing na formação do caráter das crianças

Crianças escolhem; brinquedos em loja na rua 25 de março; Aumenta a preocupação de educadores com o consumismo infantil que; em alguns casos; pode desencadear até mesmo doenças; como alergias; depressão; agressividade; hiperatividade; ansiedade; além de febre e irregularidades no sono. Foto de Marcelo Camargo/ABr
Crianças escolhem; brinquedos em loja na rua 25 de março; Aumenta a preocupação de educadores com o consumismo infantil que; em alguns casos; pode desencadear até mesmo doenças; como alergias; depressão; agressividade; hiperatividade; ansiedade; além de febre e irregularidades no sono. Foto de Marcelo Camargo/ABr

Em entrevista ao programa “Cotidiano”, da Rádio Nacional AM de Brasília, a especialista em Comunicação, Luciene Vasconcelos, co-autora do livro “A criança e o marketing”, junto com a psicóloga Ana Maria Dias da Silva, fala sobre a publicidade voltada para o público infantil e sobre como os pais podem orientar os filhos. De acordo com ela, o marketing infantil não tem somente aspectos negativos, no entanto, os apelos do mercado podem desvirtuar o caráter das crianças e o consumismo exagerado pode encurtar a infância e gerar adultos infelizes.
Apresentação Luiza Inez, Radio Agência Nacional / ABr
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domingo, 14 de outubro de 2012

Era do petróleo parece viver seus últimos 50 anos

Não é novidade que o petróleo no mundo está acabando, e previsões recentes apontam que teremos no máximo meio século de consumo deste combustível fóssil nas taxas atuais. Essa tendência naturalmente faz com que se preveja uma subida no preço. Uma estimativa do banco HSBC, na Grã-Bretanha, aponta que haverá um significativo aumento no preço do barril até que os bio-combustíveis se tronem correntes e economicamente viáveis.

O que eles indicam, na verdade, é o seguinte: já há condições materiais para que combustíveis alternativos (e aí se incluem não só os bio-combustíveis, mas também petróleo sintético extraído de carvão, que não é renovável) suplantem o petróleo. Mas isso só acontecerá quando o preço do barril do “ouro negro” ultrapassar 150 dólares.

Atualmente, o preço está em 115,630  dólares (baseado na última cotação Europeia). Pode parecer que ainda falta muito para chegar aos 150, mas é bom lembrar que esse mesmo preço era de apenas 74 dólares há menos de um ano. Essa situação é agravada com as constantes guerras no Oriente Médio, e ainda mais com os recentes conflitos no Norte da África, especialmente a Líbia. Estas agitações colaboram diretamente para a ascensão no preço do barril.

O relatório do HSBC afirma que a queda na disponibilidade de petróleo vai alterar o quadro geopolítico mundial. Aqueles que têm menos fontes naturais, ou acesso e recursos de extração, vão perder espaço no jogo de interesses econômicos mundiais. Nesse particular, quem deve sair perdendo é a Europa, que é altamente vulnerável e dependente da energia não-renovável extraída de outros lugares do mundo.
É por essa razão que está se investindo pesado em novas alternativas. Ainda assim, investimento maior ainda é para achar novas fontes de petróleo, ainda não exploradas. A bola da vez são terras remotas no norte do Canadá, quase no Ártico, onde parece haver uma grande reserva de areia betuminosa descoberta recentemente. [Live Science]

Redução de dióxido de carbono atmosférico pode prevenir secas

Segundo um novo estudo, diminuir as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera pode ajudar a prevenir as secas causadas pelo aquecimento global.

Recentemente, modelagens climáticas mostraram que a redução da concentração de dióxido de carbono na atmosfera da Terra resultaria em um clima mais úmido a curto prazo. Agora, pesquisadores oferecem uma nova explicação do por que o clima é mais úmido quando as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2) diminuem.

O aumento de precipitação é devido à propriedade “sugadora de calor” do dióxido de carbono na atmosfera. Ele retém o calor no meio da atmosfera. Este ar quente na alta atmosfera tende a impedir os movimentos de ar ascendentes que criam tempestades e chuvas.

Por isso, um aumento na concentração atmosférica de dióxido de carbono tende a suprimir a precipitação. Da mesma forma, uma diminuição na concentração atmosférica de dióxido de carbono tende a aumentar a precipitação.

Segundo os pesquisadores, a redução da concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumentaria a precipitação global, prevenindo as secas causadas pelas alterações climáticas.
Isso é muito importante porque os cientistas estão preocupados com o fato de que o aquecimento global descontrolado poderia tornar áreas já secas ainda mais secas. O aquecimento global também pode fazer com que áreas úmidas fiquem mais úmidas.

Os cientistas alertam que o dióxido de carbono afeta rapidamente a estrutura da atmosfera, causando mudanças rápidas na precipitação, assim como em muitos outros aspectos do clima da Terra, diferente do gás de efeito estufa, que afeta sensivelmente a temperatura.

Estes resultados têm implicações importantes para compreender os efeitos da mudança climática causados pelo dióxido de carbono, bem como os efeitos potenciais de redução das concentrações desse composto na atmosfera. Ou seja, se for possível reduzir as concentrações de dióxido de carbono agora, imediatamente haveria um aumento de precipitação durante o ano, mas levaria muitas décadas para o clima esfriar. [ScienceDaily]

Devastar também é atividade econômica

O que são madeireiros? Apaixonadamente, sentimentalmente, pelos seus atos ante a Natureza, são classificados de assassinos. Serenamente, sob o comando da razão, são adequadamente chamados de madeireiros mesmo. Pois bem. Fazendo o bem ou o mal, eles estão apenas agindo dentro do caldo cultural de que estão trabalhando, ganhando a vida, buscando recursos necessários à criação e educação de seus filhos.

É a mesma atividade de quem trabalha na ação de matar bois no matadouro, cujo produto final será alimento de humanos. A mesma do simples escriturário que faz a contabilidade na fábrica de caldo de galinha. Todos inseridos inconscientemente na cultura vigente. Essa mesma cultura estruturada a partir da atividade econômica, como se fosse uma ocupação normal a produção de males gerais.

Da mesma forma como nós outros, pertencentes a esse arcabouço econômico como intermediários ou consumidores, também estamos inocentemente compactuando com aquelas atividades malditas. Falta aqui a conscientização do comportamento social que está firmemente harmonizado à batuta do maestro econômico.

Quando um americano está construindo sua casa com mogno, está usando seu excesso de dinheiro para atender à sua vaidade e gosto. Com isso, ele está assegurando o emprego de muita gente, o que é interpretado como parte necessária à sobrevivência da humanidade que dança ao compasso da música que o sistema executa.

Deixando claro: estamos tentando identificar fatores que se conjuram para, inconscientemente, destruir nossos recursos ambientais. Esforçamo-nos para fazer uma análise de pequena questão, mas que se acha inserida no sustentáculo do ecossistema, ocasionando um perverso desequilíbrio nos meios de sobrevivência da biodiversidade.

Entendemos que não importa a cor do dragão que está na porta da nossa caverna. Ele é o perigo. Está faltando uma conscientização geral quanto aos objetivos da vivência à lógica da preservação ambiental. É comum assistirmos discussões entre autoridades sobre quem é culpado pelo desmatamento. O culpado imediato, a quem chamam de madeireiro, não tem a menor importância. Seria o mesmo que bombeiros, ante um incêndio, ficarem discutindo a causa do fogo invés de combatê-lo.
Esperamos das autoridades apenas ações emergenciais, que o tempo está se esgotando. Discursos não retêm avalanches.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e articulista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.

Pesquisa mostra aumento no derretimento de arquipélago ártico canadense

A região já é a terceira maior responsável pelo aumento do nível do mar.
Até agora, a grande preocupação dos ambientalistas quanto ao aumento do nível do mar concentrava-se nas regiões da Groenlândia e da Antártida. Mas uma área de 212 mil quilômetros quadrados, próxima ao Canadá, também contribui para a elevação das águas, em mais uma evidência dos efeitos adversos do aquecimento global. Estudo publicado na edição on-line da revista especializada Nature alerta que as geleiras das 30 mil ilhas do Arquipélago Ártico Canadense estão sofrendo um processo acelerado de derretimento. Entre 2004 e 2009, a região perdeu o equivalente a três quartos de água, escoadas no Lago Erie, que desemboca no Oceano Atlântico. Reportagem de Paloma Oliveto, no Correio Braziliense

As temperaturas mais quentes que o normal durante os seis anos de medições são a causa do derretimento do gelo e da neve, de acordo com Alex Gardner, pesquisador do Departamento de Ciências Espaciais, Oceânicas e Atmosféricas dos Estados Unidos e principal autor do estudo. ‘Essa é uma região que não imaginávamos que estivesse contribuindo muito para o aumento do nível do mar’, disse ao Correio. ‘Agora, percebemos que, depois da Antártida e da Groenlândia, esse local foi o que mais contribuiu para o fenômeno entre 2007 e 2009, anos em que o derretimento foi maior. Como o arquipélago é muito sensível a alterações climáticas, vamos ver muito mais derretimentos’, alerta Gardner.

Noventa por cento de toda a superfície gelada da Terra estão concentrados na Antártida e na Groenlândia. Mas, apesar do tamanho, elas são responsáveis apenas por metade do gelo que derrete e desemboca nos oceanos. Isso acontece porque, nessas regiões, o frio é tão intenso que a água congelada derrete somente nas margens. A outra parte de gelo derretido que aumenta a superfície dos mares provém de pequenas montanhas nevadas e de calotas do Ártico Canadense, do Alasca e da Patagônia. ‘Nosso estudo revela a importância dessas numerosas, pequenas e subestimadas regiões’, afirma o pesquisador.

Gardner conta que nos primeiros três anos do estudo, de 2004 ao fim de 2006, a região perdeu, em média, 29km³ de água por ano. A quantidade anual aumentou dramaticamente para 91km³ (aproximadamente 88 trilhões de litros) na parte final da pesquisa. Ao longo dos seis anos de estudo, a região adicionou 1mm ao nível dos oceanos. Embora não pareça muito, o especialista lembra que pequenas quantidades podem fazer grande diferença no total.

De acordo com ele, um aumento médio de 1ºC na temperatura atmosférica resulta no derretimento de 15 mil litros de gelo. ‘Essa é uma grande resposta a pequenas mudanças no clima’, diz o pesquisador. ‘Se o aquecimento continuar e começarmos a verificar respostas similares em outras regiões glaciais, eu diria que temos de nos preocupar’, afirma.

Metade do volume

Segundo pesquisadores da Universidade de British Columbia (UCB, na sigla em inglês), no Canadá, o derretimento de pequenas montanhas geladas e calotas vai contribuir para aumentar em até 18cm o nível do mar até 2100. A equipe publicou um estudo na Nature Geoscience alertando que, além do Arquipélago Ártico Canadense e do Alasca, os alpes da Europa, da Nova Zelândia, do oeste dos Estados Unidos e do Cáucaso, aos quais se atribuía uma pequena contribuição para o fenômeno, devem perder mais de 50% de seu volume atual de gelo.

O estudo, cujo modelo foi baseado no derretimento do gelo de 120 montanhas nevadas e calotas, é o primeiro a mostrar projeções detalhadas para essas regiões. Mesmo pequenas, contendo menos do que 1% de toda a água congelada da Terra, elas são responsáveis por um aumento desproporcional no nível do mar, dizem os pesquisadores. ‘Os cientistas focam muito as grandes massas geladas, mas poucos estudos em escala global quantificam quanto derretimento pode se esperar desses pequenos glaciares’, disse ao Correio Valentina Radic, pesquisadora do Departamento de Ciências da Terra e do Oceano da UCB.

Ela conta que, na pesquisa, o aumento no nível do mar provocado pelos derretimentos na Groenlândia e na Antártida foi excluído, possibilitando a análise específica das pequenas regiões afetadas. ‘Para calcular o volume futuro de derretimento, fizemos projeções usando níveis de precipitação e quantidade de aumento de temperatura global de 10 modelos usados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas’, conta. ‘Apesar de termos trabalhado com as projeções sobre aumento do nível dos oceanos do IPCC, nossos resultados são mais detalhados e localizados’, diz Valentina. ‘Isso nos ajuda a ter um retrato melhor das mudanças no volume de gelo de algumas regiões, assim como os potenciais impactos na distribuição dos blocos de gelo e no fornecimento de água nesses locais’, diz.

Cadeia alimentar
A perda das geleiras vinculada ao aumento da temperatura em regiões alpinas está provocando impactos em raros insetos aquáticos, segundo estudo publicado na revista Climatic Change Letters. A presença desses pequenos organismos, chamados Lednia tumana, pode ser usada como indicador de mudanças climáticas em ecossistemas montanhosos, dizem os pesquisadores. Como preferem regiões geladas, eles tendem a desaparecer, desequilibrando a cadeia alimentar.

Com quase 20 mil nascentes, devastação das bacias do Cerrado impacta a vida de 88,6 milhões de pessoas


Com quase 20 mil nascentes, o Cerrado irriga seis das 12 regiões hidrográficas brasileiras e tem papel decisivo no abastecimento do Pantanal, situado na Bacia do Paraguai, e da Amazônia, na Bacia Amazônica. O bioma funciona como uma caixa d’água para 1,5 mil cidades de 11 estados, do Paraná ao Piauí, incluindo o Distrito Federal. Mas a fonte seca de forma dramática. Há provas suficientes da morte no berço das águas. Reportagem de Vinicius Sassine, no Correio Braziliense.

A maior savana da América do Sul, que ocupa um quarto do território brasileiro, foi o bioma desmatado com mais velocidade nos últimos 30 anos. Reduziu-se à metade para abrigar plantações de soja e, mais recentemente, de cana-de-açúcar. Levantamentos inéditos e com precisão científica nas nascentes comprovam a consequência da devastação: o fornecimento de água dentro e fora dos limites do Cerrado já sofre impactos irreversíveis, num processo de degradação localizado exatamente em pontos estratégicos para a existência e a qualidade dos recursos hídricos.

O retrato da morte do Cerrado é mais dramático quando se sabe que, desse reservatório, dependem regiões ocupadas por 88,6 milhões de brasileiros e lugares com grande quantidade de água, como a região amazônica. Para a Bacia São Francisco, onde está parte do Nordeste brasileiro, o Cerrado contribui com 94% da água que flui na superfície de rios e córregos. A água do Brasil Central chega aos estados que estão no litoral de Norte e Nordeste.

Um estudo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), obtido pelo Correio com exclusividade, faz relação direta entre a devastação do bioma e as áreas de maior drenagem, aquelas com grande concentração de nascentes. Com base no levantamento feito pela Agência Nacional de Águas (ANA), o bioma foi dividido em 679 bacias de drenagem, situadas numa área de 3,5 mil km². Daquelas que drenam o Cerrado e outros biomas, 62,1% têm índice de desmatamento que impacta no abastecimento de água. As nascentes são assoreadas e deixam de aflorar por causa do rebaixamento do lençol freático. Morrem antes de encorpar e abastecer os corpos hídricos das bacias brasileiras.

Minas e São Paulo são os estados com maiores concentrações de nascentes. E são os lugares com os piores índices de desmatamento nas áreas de grande drenagem, assim como Mato Grosso do Sul e Goiás. O levantamento elaborado pelo Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento do MMA relacionou 60 municípios com “risco muito alto” de impactos hidrológicos, ou seja, regiões de nascentes que perdem a função de abastecedoras por causa da devastação sem freio ou fiscalização. São os casos, por exemplo, das cidades de Pirajuba (MG) e Batatais (SP). Ricos em nascentes, os dois municípios têm um índice de desmatamento superior a 93%. Em Inocência (MS), que também aparece no documento do MMA, o desmatamento chegou a 85%.

“Essas áreas desmatadas são estratégicas para a manutenção do ciclo de unidades hidrológicas maiores”, aponta o engenheiro florestal Ralph Trancoso, responsável por elaborar o documento do MMA. A partir de amplo levantamento, que inclui pesquisas e visitas a áreas impactadas, o Correio reuniu provas sobre mortes de nascentes e de importantes cursos d’água do Cerrado. O resultado é publicado numa série de reportagens, a partir de hoje.

Poucos estudos analisam a relação entre desmatamento e qualidade dos recursos hídricos. Há levantamentos isolados, produzidos para regiões específicas. A ANA, por exemplo, mantém 89 estações sedimentométricas nos rios do Cerrado. Essas estações medem a quantidade de sedimentos nos cursos d’água, provenientes de processos de erosão. Pelas medições das estações, porém, é difícil correlacionar desmatamento e sedimentação.

A pedido do Correio, uma equipe da ANA e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrados) analisou os dados de sedimentação nas cidades que mais desmataram o Cerrado nos últimos oito anos. Concluiu que em Formosa do Rio Preto, no Oeste da Bahia, a quantidade de sedimentos no Rio Preto mais do que dobrou a partir de 2002 — chegou a triplicar em algumas medições.

O oeste baiano é o espaço por onde avança a fronteira agrícola em curso no país, principalmente a cultura da soja. Formosa do Rio Preto está sucessivamente no topo da lista de desmatamento do Cerrado nos últimos anos. Foram 2,2 mil km² devastados, somente na cidade, entre 2002 e 2009. As estações detectaram também índice elevado de erosões em rios da Bacia Tocantins-Araguaia. Uma região de chapada em Formosa do Rio Preto concentra nascentes dos Rios do Sono e Preto, que desaguam no Rio Grande, ainda na Bahia. É esse o principal afluente do lado esquerdo do São Francisco. A soja avança pela chapada.

Distrito Federal

A sensação dos trabalhadores mais antigos da Estação Ecológica de Águas Emendadas, no Distrito Federal, é de que a vereda existente no local está se deslocando. Trata-se de um encolhimento. Há dezenas de nascentes na estação. A expansão imobiliária em Planaltina, grudada à reserva, os novos loteamentos e o avanço da soja impactam no tamanho da vereda, de seis quilômetros de extensão. Num determinado ponto, apenas uma estrada separa a estação das plantações de soja e milho.

Um fenômeno raro ocorre em Águas Emendadas: duas grandes bacias nascem ali. Dois córregos afloram da vereda, em direções opostas. O que corre para o norte encontra o Rio Maranhão e abastece o Rio Tocantins, da Bacia Tocantins-Araguaia. O córrego que segue para o sul forma rios que vão desaguar no Rio Paraná, da Bacia do Paraná. A ocorrência desse fenômeno depende da conservação da área de proteção ambiental (APA) da Lagoa Formosa, na parte norte de Águas Emendadas.

A lagoa não conta mais com proteção natural: está cercada por plantações de soja, chácaras, clubes e empreendimentos imobiliários. O volume de água diminuiu nos últimos anos. O Correio flagrou uma plantação de eucalipto praticamente às margens da lagoa, bem ao lado de um clube recreativo. Um homem aplicava os defensivos agrícolas na plantação.

Em outra margem, um “empresário do Lago Sul”, em Brasília, constrói um haras a 150m da lagoa. No local é possível ver postes inundados pelo curso d’água. A margem na área do haras foi aterrada e concretada para a instalação de muretas, que servem de suporte para a entrada de jet skis na lagoa. Os próprios funcionários contam que o Ibama já questionou a concretagem da margem. “Meu patrão teve de ir ao Ibama em Brasília para resolver”, diz um dos trabalhadores do local. EcoDebate

Tomate agroecológico custa 84% menos para ser produzido, mostra estudo

Sem usar pesticidas ou outros tipo de defensivos, a produção agroecológica pode reduzir os custos do cultivo de tomate em cerca de 84%. É o que defende o engenheiro agrônomo Fábio Leonardo Tomas em sua dissertação de mestrado desenvolvida na Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) .

Na pesquisa, Tomas avaliou os custos, produtividade e rentabilidade de culturas de tomate feitas em pequenas clareiras na Mata Atlântica, na região de Apiai, sudeste paulista. “Eu supus que a floresta poderia ser considerada um insumo agrícola, um instrumento da produção”, explicou o agrônomo.

A plantação sem agrotóxicos ou aditivos químicos foi comparada a outras, na mesma região, feitas de maneira tradicional. “Nós pudemos perceber que a taxa de infestação por bactérias, fungos e doenças foi muito menor”, conta Tomas.

Com isso, foram necessários gastos muito menores para manutenção da cultura. Na produção tradicional cada pé de tomate teve um custo de manutenção médio de R$ 5, enquanto no cultivo orgânico o gasto foi de apenas R$ 0, 80 por tomateiro.

A produtividade das culturas agroecológicas foi, entretanto, substancialmente menor do que a das lavouras convencionais. Na produção orgânica se obteve uma média de 100 caixas de 25 quilos por mil pés cultivados. As tradicionais alcançaram a marca de 250 caixas a cada mil pés.

O preço de venda foi o diferencial. Segundo o pesquisador, o preço médio por caixa do tomate tradicional foi R$ 15, contra R$ 70 do produto orgânico. “A menor produtividade se compensa em um menor custo e uma maior renda”, destacou Tomas.

O pesquisador acredita que os resultados obtidos com o tomate também possam ser alcançados em outras culturas. “A gente acredita que o efeito regulador serve para os demais cultivos, porque na floresta estão aranhas, vespas, que são predadores das pragas”, explica.

Para Tomas, esse tipo de constatação deve entrar na discussão sobre o papel da reserva legal e áreas de preservação permanente dentro das propriedades rurais. “O produtor convencional muitas vezes enxerga a floresta dentro da sua propriedade, como um estorvo. Ele não considera aquela floresta como um apoio a sua atividade econômica”. Reportagem de Daniel Mello, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate

Peixes podem ficar menores em consequência do aquecimento global

os peixes podem apresentar medidas de 14 a 20% menores do que as atuais. l Foto: Mateusz Dutkiewicz/SXC

Cientistas canadenses, da Universidade de British Columbia, estimam que o aquecimento global possa ocasionar uma redução no tamanho dos peixes. A pesquisa que apresenta esta conclusão foi publicada na edição do último sábado (30) da revista “Nature Climate Change”.

De acordo com os pesquisadores, nos próximos 40 anos, os peixes podem apresentar medidas de 14 a 20% menores do que as atuais. O estudo levou em consideração dados sobre mais de 600 espécies, comparando as informações através de um sistema computacional.

Uma das razões para a mudança física dos peixes deve-se à redução da quantidade de oxigênio presente nos oceanos, aliada ao aquecimento das águas. O resultado da pesquisa chegou a surpreender os cientistas que fazem parte do projeto.

Segundo o estudo, os peixes já têm dificuldade em obter o oxigênio necessário para o crescimento na água. Este problema é elevado conforme o tamanho do animal aumenta.

A redução no tamanho dos peixes não deve representar apenas uma mudança estética, ela é também um sinal de alerta. De acordo com William Cheung, a descoberta mostra que ainda existem diversos pontos a serem entendidos sobre os impactos das mudanças climáticas nos oceanos.

Para reduzir este problema e evitar maiores danos, os cientistas informam que é necessário reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ainda melhorar as estratégias de análise e controle dos impactos das mudanças climáticas nos oceanos. Com informações do G1.

Empresa no interior de SP investe em tratamento do lixo orgânico doméstico

Esses resíduos transformam-se em adubo, que pode ser usado para cultivar hortaliças e temperos. | Foto: Bomania/SXC

Com o aumento da consciência ecológica, os produtos relacionados à sustentabilidade têm ganhado mais espaço no mercado. Uma empresa de Campinas, interior de São Paulo, é um exemplo de negócio focado no tratamento correto do lixo orgânico.

O empresário José Mendonça Furtado, fundador da Novaterra Ambiental, percebeu na demanda existente por produtos e serviços que facilitassem a reciclagem uma oportunidade de empreendimento. Dentre as soluções para redução do impacto ambiental, ele oferece a composteira de 60 centímetros de comprimento e 40 de largura.

Através deste produto, o consumidor pode reciclar seus resíduos em casa. Por ser pequena, é possível usá-la até mesmo em apartamento. “As composteiras foram desenvolvidas com intenção de uso em zonas urbanas, onde é difícil você destinar o seu lixo orgânico para outra opção que não seja o aterro sanitário”, afirmou Furtado ao programa Pequenas Empresas Grandes Negócios.

Ter uma composteira exige alguns cuidados, mas o processo é simples. Ela é montada em uma caixa de plástico com furos em todo seu entorno. Dentro da caixa são colocados papelão picado e umedecido e minhocas. Com essa preparação, já é possível despejar o lixo orgânico e, por fim, cobrir tudo isso com papel picado.

Esses resíduos transformam-se em adubo, o húmus, que pode ser usado para cultivar hortaliças e temperos. “A duração é ilimitada. As minhocas vão se procriando também e eventualmente essa caixa pode ser dividida para ser usada em outra família ou com mais volume de resíduos”, diz Furtado.

O empresário investiu R$ 20 mil no negócio. Atualmente, ele consegue vender 30 unidades por mês, sendo que cada uma custa R$ 145. Além disso, ele desenvolve projetos para a destinação correta do lixo, em especial para empresas. Ele ensina como fazer o tratamento de poda, grama, alimentos processados, entre outros alimentos, no próprio local. Desta forma, evita-se o transporte para aterros sanitários. 

“A preocupação é enorme com o meio ambiente, com a sustentabilidade, e esse tipo de produto vem possibilitar que as pessoas simplesmente possam colaborar com todo esse movimento social”, diz o empresário.

A Novaterra Ambiental trabalha com a venda de produtos e consultoria especializada de atividades educacionais. “É uma rede interdisciplinar dedicada a ampliar as possibilidades de novos negócios pautados na inovação, minimização do impacto, implantação e aprimoramento da gestão para a sustentabilidade”, afirma a empresa, em seu site. Com informações do PEGN.

5 dicas de artesanatos com potes de sorvete

Os potes são excelentes para auxiliar a organização e transporte de maquiagem, esmaltes e outros pequenos produtos. | Foto: Scrap Criativo

Os potes de sorvete são itens naturalmente práticos e que após o uso original podem servir para armazenar utensílios diversos. No entanto, a utilidade não se limita a isso. O CicloVivo separou cinco dicas de artesanato com este material.

Frasqueira
Os potes são excelentes para auxiliar a organização e transporte de maquiagem, esmaltes e outros pequenos produtos. Para esta ideia basta soltar a criatividade para fazer a decoração da “caixa”. Uma sugestão é utilizar tecidos ou E.V.A. Para finalizar, o ideal é colar uma alça na tampa, que pode ser de plástico ou feita em tecido.


Organizador de gavetas
Se a primeira sugestão já era simples, esta é ainda mais. Os potes podem ser usados para auxiliar a separação de itens em gavetas. Além de manter meias, calcinhas, cuecas e acessórios organizados, esta opção permite um melhor aproveitamento do espaço, já que será possível armazenar mais coisas em uma mesma gaveta.


Casinha para pássaros
Este é o artesanato que vai demandar um pouco mais de trabalho. Será necessário ter o pote e outras três tampas. Em uma delas é necessário fazer um corte em círculo, que será a entrada para a casinha. Esta tampa deve ser mantida como se estivesse fechando o pote. As outras duas serão o “telhado”. Para isso, é necessário fazer dois furos e uma das laterais da tampa e repetir o processo na lateral respectiva da outra tampa. Para fixá-las, basta amarrá-las com um cordão. A cobertura pode ser colada à casa com cola quente.

Hidroponia

Os potes podem ser usados de maneira muito eficiente para auxiliar a cultura de mudas em sistema de hidroponia. O formato é ideal para quem mora em ambientes pequenos, mas quer manter seus alimentos longe dos agrotóxicos.

Se você mora em um apartamento ou em uma casa que não possui muito espaço para cultivar parte dos alimentos em uma horta, ou então, se mexer com terra é um problema; uma dica interessante é o cultivo de alimentos em água, a chamada hidroponia. 
A hidroponia é a ciência que cultiva plantas sem a necessidade de solo (substrato). As raízes ficam embebidas em água da qual recebe uma solução com nutrientes essenciais, em quantidade necessária para o desenvolvimento saudável do vegetal.
Este tipo de cultura exige pouca mão-de-obra, não necessita mecanização é simples de fazer e produz o ano todo. É possível aplicar esta técnica também em escala comercial, trazendo como vantagem a diminuição da agressão ao meio ambiente com a produção agrícola intensificada. 

Material:
- 1 pote de sorvete de dois litros (com tampa);
- 6 garrafas PET de cinco litros (uma para recortar e cinco para dissolver os nutrientes);
- 1 rolo de fita adesiva aluminada, bem reflexiva;
- 1 medidor de 10 mL;
- 1 kit de adubo;
- 1 muda de alface (adquirida em agropecuária. Mas, é possível comprar a semente de alface e fazer a própria muda em casa).

Método:
Faça uma abertura na tampa do pote de sorvete do tamanho da tampinha da garrafa de cinco litros. Em seguida pegue uma garrafa PET e recorte a parte superior, para fazer um funil de 4 cm de altura. Na tampinha faça duas aberturas, deixando uma parte intacta no meio para que a raiz não caia. 
Envolva todo o pote de sorvete, inclusive a tampa, com a fita adesiva aluminada. Feche o pote de sorvete e encaixe o funil na abertura. 

Preparo da solução:
Colocar um pouco de água potável nas cinco garrafas PET e adicionar um saquinho de adubo em cada uma delas. Para dissolver completamente, feche a garrafa e agite bem. A seguir, complete todas as garrafas com água potável (5L no total). As garrafas devem ser armazenadas em local totalmente protegido da luz.

Como adicionar a solução nutritiva e a muda:
Encha o pote de sorvete até a metade com água potável. Retire com o medidor 10 mL de cada garrafa (solução) e adicione no pote de sorvete. Lembrando que o medidor deverá ser lavado antes de retirar do próximo.
Feche o pote e em seguida pegue o funil com tampa, coloque a muda no orifício e encaixe o bico da garrafa na tampa do pote.  Complete com água potável até que encoste na base da tampa do funil, o ideal é que ultrapasse a base da tampa cerca de 2 mm. 
Mantenha a planta protegida da chuva e sempre exposta ao sol. Elas precisam de horas de exposição, se isso não acontecer ou ficar a meia sombra a muda poderá atrofiar e não se desenvolver. 

Manutenção da muda:
Cerca de seis dias depois o nível da solução com nutrientes começa a baixar, então é necessário fazer a reposição (adicionar mais solução), para isso a maneira mais prática de fazer é deixar preparada e misturada em um balde com tampa e protegido da luz. 
Retire com uma caneca a quantidade de solução suficiente para completar o nível do pote de sorvete. 
*Exemplo de preparo da mistura: em um balde 20L complete 19,5L de água + 100 mL de cada adubo = 20 L de mistura. 
Um dos principais segredos da alta produtividade das plantas neste tipo de cultivo é o correto equilíbrio das soluções utilizadas. Este equilíbrio garante a alta qualidade da produção. A criação do projeto é do Dr Jorge Barcelos da LabHidro da Universidade Federal de Santa Catarina.

Portas-treco

As embalagens de sorvete também funcionam muito bem como porta-treco. Não é necessário fazer adaptação nenhuma no pote, basta personalizá-lo para que seja mais fácil identificar o conteúdo que está armazenado em seu interior. Para isto, o mais legal é deixar a criatividade rolar solta. Redação CicloVivo

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