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domingo, 14 de outubro de 2012

Devastar também é atividade econômica

O que são madeireiros? Apaixonadamente, sentimentalmente, pelos seus atos ante a Natureza, são classificados de assassinos. Serenamente, sob o comando da razão, são adequadamente chamados de madeireiros mesmo. Pois bem. Fazendo o bem ou o mal, eles estão apenas agindo dentro do caldo cultural de que estão trabalhando, ganhando a vida, buscando recursos necessários à criação e educação de seus filhos.

É a mesma atividade de quem trabalha na ação de matar bois no matadouro, cujo produto final será alimento de humanos. A mesma do simples escriturário que faz a contabilidade na fábrica de caldo de galinha. Todos inseridos inconscientemente na cultura vigente. Essa mesma cultura estruturada a partir da atividade econômica, como se fosse uma ocupação normal a produção de males gerais.

Da mesma forma como nós outros, pertencentes a esse arcabouço econômico como intermediários ou consumidores, também estamos inocentemente compactuando com aquelas atividades malditas. Falta aqui a conscientização do comportamento social que está firmemente harmonizado à batuta do maestro econômico.

Quando um americano está construindo sua casa com mogno, está usando seu excesso de dinheiro para atender à sua vaidade e gosto. Com isso, ele está assegurando o emprego de muita gente, o que é interpretado como parte necessária à sobrevivência da humanidade que dança ao compasso da música que o sistema executa.

Deixando claro: estamos tentando identificar fatores que se conjuram para, inconscientemente, destruir nossos recursos ambientais. Esforçamo-nos para fazer uma análise de pequena questão, mas que se acha inserida no sustentáculo do ecossistema, ocasionando um perverso desequilíbrio nos meios de sobrevivência da biodiversidade.

Entendemos que não importa a cor do dragão que está na porta da nossa caverna. Ele é o perigo. Está faltando uma conscientização geral quanto aos objetivos da vivência à lógica da preservação ambiental. É comum assistirmos discussões entre autoridades sobre quem é culpado pelo desmatamento. O culpado imediato, a quem chamam de madeireiro, não tem a menor importância. Seria o mesmo que bombeiros, ante um incêndio, ficarem discutindo a causa do fogo invés de combatê-lo.
Esperamos das autoridades apenas ações emergenciais, que o tempo está se esgotando. Discursos não retêm avalanches.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e articulista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.

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César Torres

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