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sábado, 13 de outubro de 2012

7 misteriosas extinções de espécies

O que os dinossauros, o pássaro dodô e o tigre da Tasmânia têm em comum? Estão todos extintos.
E, claro, não são as únicas espécies que já desapareceram da face da Terra. Hoje, tentamos evitar que espécies sejam perdidas do planeta para sempre, porque sabemos que algumas estão em perigo por causa de nossas atividades destruidoras.
As extinções do passado, por sua vez, nem sempre são bem compreendidas: a causa de algumas delas ainda é desconhecida. Para explicar essas mortes, os cientistas trabalham com hipóteses e buscam dados a fim de desvendar os mistérios. Confira alguns deles:
1 – Gafanhoto
Quanto mais você mata, mais aparecem. Sim, eles existem em abundância, e parecem nunca desistir ou ir embora, mas insetos também somem da face da Terra, às vezes em um período relativamente curto de tempo.
Entre 1873 e 1877, enxames de gafanhotos enormes (conhecidos em inglês como Rocky Mountain Locusts, ou “gafanhotos de montanhas rochosas”) da espécie Melanoplus spretus causaram centenas de milhões de dólares em danos conforme devastaram plantações em todo o Centro-Oeste dos Estados Unidos. Menos de 30 anos depois, eles foram extintos.
O que aconteceu? Os fazendeiros organizaram um exército para matar todos os gafanhotos do mundo? Não exatamente. Muitas teorias sugerem que grandes mudanças ambientais, como o desaparecimento do búfalo e destruição de seus habitats de procriação, são responsáveis pelo desaparecimento.
Mas a evidência indica que os inúmeros ovos de gafanhotos podem ter sucumbido a aração e irrigação utilizada pelos agricultores para aterrorizar os insetos. Alguns cientistas pensam que a falta de variedade genética também pode ter contribuído para os problemas dos gafanhotos.

2 – Megalodonte ou tubarão-branco-gigante


Carcharodon megalodon foi uma espécie de tubarão gigante que viveu entre 28 milhões e 1,5 milhões de anos atrás. Claro que não estamos tão tristes assim de que ele não exista mais, mas ainda é uma pena que essa criatura tão incrível que governava oceanos da Terra tenha se extinguido.
Quando falamos “gigante”, queremos dizer “terrivelmente grande”, a ponto de jantar baleias gigantes com seus dentes de 18 cm de comprimento. Seu comprimento máximo era de mais de 60 metros e ele pesava até 100 toneladas. Para comparação, o grande tubarão branco, seu parente vivo mais próximo, raramente atinge a marca de 6 metros.
A dúvida que fica é: que evento tão horrível poderia acabar com tal monstro do topo da cadeia alimentar? Teorias não faltam. Uma ideia postula que o megalodonte não pode lidar com o resfriamento oceânico e abaixamento do nível do mar que veio com as idades do gelo do Plioceno e início do Pleistoceno. Por outro lado, outra explicação liga o desaparecimento do tubarão ao desaparecimento das baleias gigantes da qual ele se alimentava.
3 – Mamute-lanoso

Por 250.000 anos, o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) vagou feliz por um extenso território na América do Norte, Europa e Ásia. Uma pequena população sobreviveu em uma ilha do Oceano Ártico até 3.700 anos atrás, enquanto o resto dos gigantes peludos desapareceu de seu habitat siberiano cerca de 10.000 anos atrás.
Uma teoria de longa data propõe que os primeiros seres humanos caçaram esse mamute à extinção. Já alguns cientistas acreditam que uma mudança global em direção a temperaturas mais frias prejudicou os animais. Talvez uma combinação de fatores tenha contribuido à extinção do mamute.
4 – Potorous platyops

Algumas centenas de anos atrás, quando europeus colonizaram a Austrália, o país sofreu com a extinção de muitas espécies.
Algumas criaturas diminuíram em número devido ao desmatamento, e outras sofreram por causa da predatória raposa vermelha, inicialmente introduzida na Austrália em meados de 1800 para fins de caça. Mas o bichinho conhecido como Potoroo (Potorous platyops) parece ter tomado um rumo grave antes mesmo dos colonizadores chegarem, uma ocorrência incomum entre as espécies australianas recentemente extintas.
Os pesquisadores coletaram os últimos espécimes desse marsupial de menos de 25 centímetros de comprimento por volta de 1875. Não se sabe quanto tempo os animais sobreviveram depois disso. Também não é claro o que finalmente os fez desaparecer, mas estudos sugerem que predação por gatos selvagens introduzidos no continente por meio de naufrágios holandeses no século 17 desempenhou um grande papel.
5 – Atelopus longirostris

Essa espécie de sapo nativa das florestas úmidas do norte do Equador possuía um “nariz” longo e não tem sido avistada desde 1989.
A causa da extinção do anfíbio ainda não foi determinada, mas os cientistas acreditam que a quitridiomicose, uma doença causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis, está envolvida. O fungo tornou-se mundialmente famoso como “assassino de sapos”, já que a doença ostenta uma taxa de 100% de mortalidade entre algumas espécies de anfíbios. Os cientistas acreditam que o A. longirostris pode ter tido que lidar com a mudança climática e a perda de habitat, além da doença mortal.
6 – Pássaro-elefante

O dodô é o garoto propaganda da extinção de espécies, mas não é a única ave que não voa a comer pó.
O pássaro-elefante, nativo de Madagascar dividido em pelo menos quatro espécies diferentes, está entre as maiores aves do mundo que já foram extintas.
Esses pássaros tinham imponentes 9 metros de altura e cerca de 454 kg. A título de comparação, avestruzes machos crescem apenas até 2,7 metros de altura. Registros escritos sugerem que as aves existiram até pelo menos o século 17, e pesquisadores acreditam que provavelmente foram totalmente extintas no início do século 18.
Existem duas principais teorias para explicar o desaparecimento dos pássaros-elefante, ambas envolvendo a famosa “ajudinha humana”. Alguns pesquisadores acreditam que os pássaros perderam habitat por conta da nossa conhecida intromissão, além de ter seus ovos roubados frequentemente, pois eram 150 vezes maiores em volume do que um ovo de galinha, enquanto outros pensam que doenças herdadas das galinhas de colonos podem ter devastado a população desses animais.
7 – Neandertais

Nenhuma lista sobre extinção de espécies estaria completa sem a menção de nossos bem conhecidos irmãos hominídeos, os Neandertais. Por que eles foram extintos, cerca de 30.000 anos atrás, é um mistério e um dos maiores debates da antropologia.
Teve uma época que os cientistas acreditavam que um “inverno vulcânico” (uma combinação de supererupção e tempo frio) havia matado os Neandertais, incapazes de se adaptar à mudança climática. Mas novas evidências descartaram a hipótese da catástrofe.
Os verdadeiros assassinos dos Neandertais, foram, provavelmente, os humanos anatomicamente modernos. Mesmo assim, não há nenhuma explicação única e convincente para seu desaparecimento.
Os primeiros seres humanos podem ter cometido genocídio, ou talvez apenas superaram os Neandertais em adaptação, ou ainda o contato com outros hominídeos introduziu patógenos na população Neandertal que eles não puderam lutar contra. Por fim, há a hipótese mais romântica, que tem alguma evidência genética para apoiá-la, de que os Neandertais cruzaram com os primeiros seres humanos modernos e isso, de alguma maneira, os levou à morte.[LiveScience]
Bônus: tartaruga gigante

Um estudo recente sugeriu que a tartaruga gigante, espécie extinta há 3 mil anos, pode ter desaparecido do planeta por culpa dos humanos da época, o que seria um dos primeiros casos comprovados em que a influência humana teve um papel claro na extinção desses enormes animais da antiguidade, conhecidos como “megafauna”.
Ossos das pernas de tartarugas gigantes encontrados pelos cientistas datavam de quando os humanos já habitavam a região, mostrando que os animais eram caçados para servirem como alimento – já que as pernas da tartaruga são as únicas partes comestíveis de seu corpo.
Mesmo assim, as tartarugas gigantes teriam vivido mais do que outras espécies da megafauna (como os mamutes e tigres dente-de-sabre), que foram extintas a cerca de 50 mil anos atrás, ninguém sabe como. As causas possíveis são mudanças ambientais, influência humana (através da caça) e até mesmo a queda de um meteoro.

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César Torres

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