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domingo, 10 de outubro de 2010

Enzimas de palha podem ser úteis na produção de biocombustível


Pesquisadores da Universidade de Cambridge descobriram enzimas de plantas que normalmente produzem energia difícil de extrair quando são armazenadas em palha, madeira e outras partes de plantas não-comestíveis.

Esta descoberta pode melhorar a viabilidade de biocombustíveis sustentáveis, sem afetar negativamente a cadeia alimentar.

À medida que as reservas de petróleo esgotam, é uma necessidade urgente encontrar alternativas aos combustíveis derivados de petróleo, plásticos, lubrificantes e outros produtos. Esta pesquisa é um bom exemplo de como a compreensão da biologia fundamental das plantas pode mostrar como usá-las para produzir uma série de produtos importantes.

A equipe de investigação estudou e identificou os genes de dois tipos diferentes de enzimas que tornam palha, galhos e madeira mais duros, e também produzem açúcares difíceis de extrair, a fim de fazer bioetanol.

Segundo os pesquisadores, há uma grande quantidade de energia armazenada em madeira e palha, sob a forma de uma substância chamada lignocelulose.

Se extrairmos essa energia sob a forma de açúcares, eles podem ser fermentados para a produção de bioetanol e outros produtos.

As plantas obtêm sua rigidez e força a partir da lignocelulose, e um componente-chave da lignocelulose é xilana. A xilana fica “trancada” dentro da madeira e da palha, com potencial para fornecer um terço dos açúcares utilizados para fazer bioetanol a partir destas partes de plantas não comestíveis.

Os pesquisadores chegaram às suas conclusões depois de estudar a planta Arabidopsis, que não tem as duas principais enzimas que criam a xilana na parte de lignocelulose em plantas. As hastes sem estas enzimas são mais fracas, mas crescem normalmente e precisam de menos esforço para converter o açúcar em xilana.

Os resultados podem ajudar na criação de programas de produção de culturas de diferentes partes de plantas não-comestíveis que exigem menos produtos químicos, energia e transformação ao serem convertidas em produtos renováveis, como biocombustíveis.

De acordo com os pesquisadores, o próximo passo será a criação de novas variedades de culturas de bioenergia para ver se podem produzir plantas como o salgueiro com determinadas propriedades, e assim desenvolver processos mais sustentáveis de geração de combustíveis a partir de resíduos de culturas. [DailyTech]

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César Torres

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