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terça-feira, 26 de março de 2013

Brasileiro deveria tomar menos banhos e lavar mais as mãos, diz especialista

 
O hábito de lavar as mãos constantemente evita que diversas doenças causadas pela contaminação ocorram. | Foto: Khalid AlHaqqan/Flickr
O hábito de lavar as mãos constantemente evita que diversas doenças causadas pela contaminação ocorram. Por este motivo, o pediatra Edimilson Vigotski defende uma maior constância neste ato que o banho, fator que ainda gera economia de água.
 
A pior consequência da diarreia, uma doença causada por esta contaminação, é a desidratação, que pode ser grave tanto em crianças como em idosos, conforme informado pelo pediatra, que também é mestre em infectologia pediátrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
“Sobretudo as crianças são as mais afetadas, porque têm um comportamento que permite o acesso ao agente infeccioso, [quando, por exemplo, põem] a mão na boca, no chão, e têm menos noção de higiene”, explica. Além disso, o médico disse que esse grupo pode apresentar o problema com maior frequência e, quando adoece, tem mais probabilidade de uma complicação que pode levar à morte.
 
Para o pediatra, “o brasileiro deveria tomar menos banhos e lavar mais as mãos”. Segundo ele, a prática contribuiria para evitar doenças como conjuntivites, gripes e resfriados. O médico alerta os pais para os sintomas da diarreia como boca seca, lábios rachados, confusão mental e diminuição da urina, além da evacuação mais pastosa ou até mesmo líquida.
 
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a diarreia é a segunda maior causa de morte entre menores de 5 anos de idade. A Pastoral da Criança, que atua nas comunidades mais pobres do país, confirma as consequências da falta de saneamento básico para a saúde das pessoas. Nessas áreas os cuidados devem ser redobrados e os resultados aparecem. Dados de 2012 mostram que de 1,4 milhão de crianças acompanhadas pela entidade, apenas 5,3% tiveram diarreia.
 
O gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur, defende o uso do soro caseiro como medida simples que faz a diferença para tratar o problema. Ele ressalta que, apesar de as unidades básicas de Saúde distribuírem envelopes do produto, o domínio da técnica do soro caseiro dá autonomia para a família até que ela busque auxílio médico.
 
“O soro caseiro precisa de um punhado de açúcar, uma pitada de sal e um copo de água. A criança deve tomar aos poucos ao longo do dia, assim ela vai repor o líquido no organismo". Segundo Boufler, outra forma de prevenir a diarreia é o hábito de lavar as mãos.
 
Enquanto não há saneamento básico nas localidades, o pediatra reforça que os pais devem manter as crianças longe do esgoto e da água acumulada pelas chuvas e dar prioridade ao consumo de água potável ou fervida. O pediatra lembra que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida é outra ação que diminui a chance de a criança ter complicações por causa da diarreia.

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César Torres

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