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quarta-feira, 13 de março de 2013

Caso Bruno – Justiça ou impunidade institucionalizada?

Publicado no Diário das Gerais Caratinga Dia 13/03/13
César Torres

          Mais uma vez a sociedade brasileira assiste indignada a ação da justiça no Brasil. Goleiro Bruno é condenado a 22 anos e 3 meses de prisão. Um crime que chocou a população brasileira dado o requinte de crueldade em que foi praticado. Além de matar e esquartejar o corpo, usou dos restos mortais para tratar dos cães como forma de desaparecer com os indícios
            A defesa do goleiro espera que Bruno possa estar nas ruas em 2017. Por ter cumprido dois anos e nove meses da pena. E, por ter trabalhado na lavanderia da penitenciária Nelson Hungria durante o tempo em que está preso. Considerando “o código de proteção ao criminoso”, o jogador ainda tem direito a mais uma parcela de redução na punição. Segundo previsão do advogado de defesa Lúcio Adolfo, Bruno poderá progredir para o regime semiaberto em três anos e seis meses. Se continuar a trabalhar na prisão, a expectativa é que esse prazo caia para dois anos e oito meses.
            A expectativa de todos os brasileiros seria uma pena mínima de 30 anos para Bruno. Motivo de tanta indignação da sociedade com a pena de 22 anos. Imaginamos que a sentença dada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues teve também influência de um temor da magistrada em receber alguma retaliação por parte dos criminosos para aceitar argumentos tão fracos para redução da pena como, o de que o Réu confessou o crime.
            O Brasil se encontra literalmente nas mãos da criminalidade, onde o cidadão de bem foi desarmado e os bandidos dominantes aumentaram o seu arsenal com armas de todo calibre. A justiça se encontra amordaçada e impotente diante de tantos benefícios contidos no código penal. Não seria o momento de voltar a conceder a todo cidadão o porte de arma? Assim os criminosos teriam um pouco mais de receio de invadirem as residências e fazer os famosos arrastões nos prédios nos restaurantes e comércios, por não saberem o nível de resistência que encontrariam.
            A ousadia dos criminosos chegou ao limite da racionalidade, existindo uma inversão de valores perigosa e fatal. Hoje a polícia tem medo dos bandidos, principalmente nos grandes centros urbanos, vivem acuados e se escondendo, pois, não podem mais serem identificados como policiais fora do horário de trabalho. Quem contraria os interesses do crime organizado assina sua sentença de morte, e a execução é consumada sem o menor receio dos criminosos de serem pegos. Recentemente temos o exemplo do Repórter Policial Rodrigo Neto, executado na Cidade de Ipatinga por acompanhar as ações dos policiais e divulgar a criminalidade. E até agora sem indício dos culpados, e em breve cai no esquecimento e ninguém é punido.
            Estão tentando amordaçar também a imprensa, como fizeram com a polícia e a justiça. Estamos vivendo sim, um pesadelo e um desequilíbrio social sem precedente. Quando surgem grupos de extermínio, a justiça começa a buscar imediatamente os responsáveis para evitar que se promova a justiça pelas próprias mãos. Mas os grupos só surgem pela incompetência da justiça e a existência de leis frágeis dando ao marginal a certeza da impunidade.     Será que as autoridades não estão ouvindo o clamor social por mudanças na legislação por leis mais duras e uma maior investimento na segurança pública? Quantos mais terão que morrer para uma atitude mais efetiva de nossas autoridades? A imprensa de todo pais, por unanimidade vem cobrando atitude dos governantes, mas parecem todos surdos, não sentimos o menor esboço de uma vontade política por mudanças.
            Mas temos a certeza de uma atitude em 2014, teremos eleições e os candidatos utilizarão a criminalidade como proposta eleitoreira, assim se completará mais um ciclo da vergonhosa e inoperante política brasileira. Enquanto isso, se cuide, ou poderá ser a próxima vítima.

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