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domingo, 3 de julho de 2011

Crise de Energia


A crise energética talvez possa ser resumida de outra forma também, utilizando os parâmetros apresentados por Miller (Living Systems: Basic Concepts. Behavioral Science. v. 10 p. 193-237, 1985):
  • os primitivos seres humanos tinham consumo médio de 2.000 kilocalorias por dia, obtidas do consumo de alimentos;
  • os primeiros grupos de caçadores aumentaram esta média para 5.000 kcal/dia, incluídos o consumo de alimentos e os demais gastos energéticos;
  • os primeiros agricultores, usando o fogo (queima da madeira) para cozimento e aquecimento, e tração animal para o plantio, elevaram o consumo para 12.000 kcal/dia, considerando o consumo de energia através da alimentação para sustento dos indivíduos e o consumo geral de energia em atividades coletivas;
  • durante a revolução industrial, no século XIX, madeira e combustíveis fósseis foram empregadas para movimentar máquinas e locomotivas e para converter minério em metais e fundir areia em vidro e em nações como Inglaterra e Estados Unidos, o consumo médio de calorias atingiu 60.000 kcal/dia, considerando a quantidade de alimentos e o consumo de energia para as demais atividades;
  • atualmente, o consumo “per capita”, mundial diário de energia é de 125.000kcal, mas é totalmente mal distribuído, com desequilíbrios insuportáveis entre os países;
  • desde a revolução industrial, os desequilíbrios só cresceram. A Índia, por exemplo, responsável por 16% da população mundial, consome apenas 1,5% da energia do globo.
Existem hoje no mundo duas correntes que defendem estratégias opostas para enfrentar a crise energética. Uma delas segue a linha de conduta mais tradicional e recebe a denominação de “trajetória severa” ou “modelo do mundo em crescimento”.
E a outra é chamada de “trajetória branda” ou “modelo de crescimento sustentável” (Miller, 1985):
  1. os defensores da linha do mundo em crescimento, enfatizam a necessidade de incentivar os suprimentos de energias não-renováveis; defendem também o aumento da oferta através de grandes usinas termoelétricas e nucleares, além da apostas que no futuro o incremento nas tecnologias de fissão e fusão nuclear (reatores Breeder), a longo prazo seriam capazes de satisfazer as necessidades;
  2. os defensores da linha do crescimento sustentável, argumentam que o caminho mais rápido, eficiente e barato para prover a energia necessária para o futuro, é uma combinação do aumento da eficiência no uso de energia, diminuição da utilização de recursos energéticos não-renováveis, eliminação de usinas nucleares, pois consideram esta tecnologia antieconômica, insegura e desnecessária e por fim o aumento do emprego de fontes renováveis, principalmente fontes solares diretas e indiretas.
As abordagens indicam que a questão dos recursos energéticos, bem como dos recursos hídricos, tendem a se agravar muito no futuro.
Miller (1985) assevera que “a primeira decisão a tomar refere-se a quanto de energia se quer obter e qual a qualidade exigida. Necessita-se calor a baixa temperatura, de calor a alta temperatura, de eletricidade, de combustível para transporte? Isso envolve decidir o tipo e a qualidade de energia requerida para melhor desempenho face a uma ou várias necessidades. Feito isso, deve-se determinar qual fonte pode atender a essas necessidades, a mínimo custo e menor impacto ambiental. Ao analisar a possibilidade de aproveitamento de uma fonte de energia devemos responder as seguintes perguntas:
  1. Qual o potencial de aproveitamento da fonte, a curto, médio e longo prazo?
  2. Qual o rendimento esperado?
  3. Qual o custo de desenvolvimento, construção e operação?
  4. Quais são os impactos, sociais, de segurança (militar e econômica) e como eles podem ser reduzidos?”
As respostas adequadas a estas questões são fundamentais para estabelecer a viabilidade dos aproveitamentos energéticos.
Seria desnecessário enfatizar, mas os maiores desafios tecnológicos deste milênio passam pela solução da questão energética e dos recursos hídricos.
Queremos apenas trazer o conhecimento do tema, e alguns dados relevantes e motivar a participação e a conscientização de todos na formulação das idéias que possam representar passos decisivos nos avanços da humanidade e na busca da felicidade e das condições dignas de vida para a maioria das populações.
Dr. Roberto Naime, colunista do EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale. Publicado no Ecodebate

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