Na semana passada assistindo um quadro do programa do Ratinho intitulado, “o Povo Fala e Ratinho responde”. Fiquei bastante decepcionado com a postura do apresentador.
Estamos às vésperas de acontecer no Brasil um dos mais importantes eventos ambientais, a Rio+20, fórum mundial que irá buscar um equacionamento da necessidade de atender a demanda da população e preservar o meio ambiente. Será debatido também qual a direção deverá a sociedade tomar, para com uma mudança de postura preservar e recuperar na natureza o que foi destruído pelo homem.
Muitas são as iniciativas comprovadamente que deram bons resultados na diminuição do impacto ambiental. Uma iniciativa que vem ganhando forças é a diminuição do uso do plástico. As sacolas plásticas são utilizadas de maneira exagerado e na mesma proporção são os danos causados por ela na natureza. São feitas de polietileno, um produto do petróleo e levam cerca de 500 anos para se decompor. Enquanto isso acaba flutuando nos oceanos, lagos e rios, obstruindo postos de drenagem de chuva, causando enchentes, enchendo nossos aterros e dificultando a compactação dos detritos.
O programa do Ratinho, no quadro mencionado, uma cidadã paulistana desabafa revoltada pela retirada das sacolas plásticas do comércio e agora possivelmente até mesmo as caixas de papelão. O apresentador Ratinho em resposta, além de concordar, ainda critica os vereadores que votaram a Lei, dizendo ser falta do que fazer ao criar Leis dessa natureza, e complementa, se todos os produtos que são acondicionados nas embalagens são de plásticos, porque acabar com as sacolinhas?
O que gostaria com essa minha observação é mostrar para os nossos leitores de como se tornou difícil a educação ambiental no brasil. Se pessoas que poderiam somar, são responsáveis pela deseducação ambiental, deveriam elas entender, que a educação ambiental não é tão somente um ramo de atividade nos educandários, é responsabilidade de todos os humanos de forma abrangente, deve ser vista como parte de nós mesmos com atitudes em nosso cotidiano. São episódios assim que me motivou a escrever o livro recentemente publicado, “2200 No limite”.
O programa do Ratinho do SBT, inegavelmente possui grande audiência e o apresentador, apesar de sua postura irreverente, às vezes hilária, é um grande formador de opinião devido a sua postura desafiadora e demonstrar possuir um bom caráter. Quero acreditar que sua fala, ocorreu por um lapso temporal, por saber ser ele, um grande defensor das causas sociais. Vale lembrar e é de conhecimento de todos, que para uma maior abrangência com resultados satisfatórios, a preservação ambiental passa seguramente por uma reestruturação social, que está condicionada a uma educação ambiental global.
A sua fala, apesar de ter ocorrido por um tempo diminuto, mas pela sua penetração, pode jogar por terra o esforça de muitos em reeducar a sociedade para mudança de hábitos e conceitos, criando com isso resistência do cidadão em se adequar à nossa realidade.
Se oportunidade tivesse, diria pessoalmente ao apresentador o que escrevi sugerindo-o a ler o livro, “2200 No limite”. Talvez assim, ele repensasse seus conceitos, assumindo uma nova postura e se tornando mais um aliado importante na educação ambiental e na luta para preservar nosso planeta. Infelizmente sabemos que nem conhecimento terá, mas espero atingir outros que ainda não entenderam a importância de se integrarem para enfrentar esse grande desafio que é de todos, a educação ambiental.