A água é o principal veículo afetado pelas alterações climáticas e o Pacto
das Águas – documento firmado no 6º Fórum Mundial das Águas, na semana passada,
em Marselha, na França – não tratou da questão devidamente. A declaração é do
presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente de Andreu Guillo. Ele
participou ontem (22), quando se comemora o Dia Mundial da Água, de audiência
pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos
Deputados.
“O principal veículo afetado pelas alterações climáticas é a água. O
documento [Pacto das Águas] precisa tratar dessa questão. A construção de
reservatórios, mesmo sendo tema polêmico, minimiza incidentes como alagamentos e
garante a ‘reservação’ [da água, no sentido de formação de reservatórios] em
períodos de seca. Nós estamos dependendo de que, nesse processo de reforma da
organização das Nações Unidas, a água passe a ter também uma verticalidade e não
apenas essa transversalidade”, disse.
O presidente da ANA disse que também é necessária a criação de fundos globais
para o desenvolvimento de políticas mais igualitárias em todo o mundo. No caso
brasileiro, além de questões pontuais, como a qualificação do saneamento dos
municípios, ele aponta como fundamental o fortalecimento do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A coordenadora da Rede das Águas, da organização não governamental SOS Mata
Atlântica, Malu Ribeiro, disse que o debate do capítulo 18 da Agenda 21, na
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,
tratou a água de forma cautelosa. “Se esse modelo proposto for colocado em
prática, será o melhor modelo capaz de enfrentar as dificuldades da escassez.
Sem sentarmos [à mesa, para discussão do tema] grandes usuários da água, como a
agricultura, os municípios e os estados, será impossível fazer uma boa gestão da
água”, ressaltou.
Reportagem da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate
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César Torres