Algumas plantas estão sofrendo como resultado da mudança climática, porque
florescem muito mais cedo e depois são apanhadas pelas geadas. | Foto: Manzara
A resposta das plantas à luz do dia foi conhecida décadas atrás. Porém, a
maneira como as plantas respondem à temperatura ainda é um mistério. Um estudo
publicado na revista Nature encontrou indícios de DNA para
solucionar o enigma.
O crescimento e o desenvolvimentodas plantas são fortemente afetados pelas
pequenas diferenças de temperatura. A mudança climática atual já alterou a
fenologia - fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as
condições do ambiente, tais como temperatura, luz e umidade - das plantas
globais e sua distribuição.
Aumentos de temperatura são um desafio significativo para a agricultura.
Apesar do importante papel da temperatura no desenvolvimento da planta, as vias
subjacentes são desconhecidas.
Os pesquisadores encontraram um caminho químico geneticamente regulado que
influencia as plantas a responderem à temperatura. Esse caminho parece estar
programado no gene da planta. Uma resposta conectada ao calor pode ter
consequências graves para folhagens em um mundo em aquecimento.
Phil Wigge, biólogo do John Innes Centre no Reino Unido e um dos autores do
estudo, explicou que algumas plantas são geneticamente feitas para responder à
temperatura, enquanto outras respondem à luz. Sua pesquisa, financiada pelo
Governo, conseguiu isolar o gene de controle de temperatura conhecido como PIF4
ou o "gene da Primavera".
“Nossas descobertas explicam a um nível molecular o que observamos em nossos
jardins, quando as temperaturas mais quentes da primavera chegam", disseWigge,
ao Telegraph.
"Isso também explica por que as plantas estão florescendo mais cedo, como
resultado da mudança climática", concluiu o biólogo.
Já alguns organismos estão sofrendo como resultado da mudança climática,
porque florescem muito mais cedo e depois são apanhadas pelas geadas. Por outro
lado, as plantas que não respondem à temperatura estão sendo superadas por novas
espécies que são capazes de aproveitar a estação de crescimento mais longa.
O autor do estudo revelou que ambos os problemas poderiam ser resolvidos pela
engenharia genética ou reproduzindo plantas para fazer o gene da primavera mais
forte ou mais fraco. As culturas também podem ser projetadas de modo que fiquem
mais propensas à floração precoce, ou seja, com mais tempo para construir
sementes maiores.
"Conhecer os principais intervenientes nas vias de resposta à temperatura
será uma ferramenta valiosa para salvaguardar a segurança alimentar em uma era
de mudança climática", disse Wigge.
Se as culturas alimentares importantes reagirem no início da primavera
florescendo mais cedo, o grande perigo é que elas podem não ser adaptadas aos
padrões climáticos da primavera ou ao comportamento dos polinizadores. Culturas
alimentares mal adaptadas podem significar pouca comida.
O próximo passo, após a compreensão do efeito da temperatura sobre as
plantas, é fazer com que os agricultores e agrônomos descubram o que fazer com
isso quando o planeta ficar mais quente.
Os resultados obtidos no estudo fornecem uma nova compreensão de como as
plantas controlam seu tempo de reprodução em resposta à temperatura. A época de
florescimento é uma característica importante em culturas, bem como afetam os
ciclos de vida de espécies de polinizadores. A compreensão molecular de como a
temperatura afeta o florescimento será importante para mitigar os efeitos da
mudança climática. Com informações do Telegraph. Redação CicloVivo
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César Torres