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domingo, 25 de março de 2012

Aquecimento global pode fazer plantas florescerem mais cedo


Algumas plantas estão sofrendo como resultado da mudança climática, porque florescem muito mais cedo e depois são apanhadas pelas geadas. | Foto: Manzara

A resposta das plantas à luz do dia foi conhecida décadas atrás. Porém, a maneira como as plantas respondem à temperatura ainda é um mistério. Um estudo publicado na revista Nature encontrou indícios de DNA para solucionar o enigma.

O crescimento e o desenvolvimentodas plantas são fortemente afetados pelas pequenas diferenças de temperatura. A mudança climática atual já alterou a fenologia - fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente, tais como temperatura, luz e umidade - das plantas globais e sua distribuição.

Aumentos de temperatura são um desafio significativo para a agricultura. Apesar do importante papel da temperatura no desenvolvimento da planta, as vias subjacentes são desconhecidas.
Os pesquisadores encontraram um caminho químico geneticamente regulado que influencia as plantas a responderem à temperatura. Esse caminho parece estar programado no gene da planta. Uma resposta conectada ao calor pode ter consequências graves para folhagens em um mundo em aquecimento.

Phil Wigge, biólogo do John Innes Centre no Reino Unido e um dos autores do estudo, explicou que algumas plantas são geneticamente feitas para responder à temperatura, enquanto outras respondem à luz. Sua pesquisa, financiada pelo Governo, conseguiu isolar o gene de controle de temperatura conhecido como PIF4 ou o "gene da Primavera".

“Nossas descobertas explicam a um nível molecular o que observamos em nossos jardins, quando as temperaturas mais quentes da primavera chegam", disseWigge, ao Telegraph.
"Isso também explica por que as plantas estão florescendo mais cedo, como resultado da mudança climática", concluiu o biólogo.

Já alguns organismos estão sofrendo como resultado da mudança climática, porque florescem muito mais cedo e depois são apanhadas pelas geadas. Por outro lado, as plantas que não respondem à temperatura estão sendo superadas por novas espécies que são capazes de aproveitar a estação de crescimento mais longa.

O autor do estudo revelou que ambos os problemas poderiam ser resolvidos pela engenharia genética ou reproduzindo plantas para fazer o gene da primavera mais forte ou mais fraco. As culturas também podem ser projetadas de modo que fiquem mais propensas à floração precoce, ou seja, com mais tempo para construir sementes maiores.

"Conhecer os principais intervenientes nas vias de resposta à temperatura será uma ferramenta valiosa para salvaguardar a segurança alimentar em uma era de mudança climática", disse Wigge.
Se as culturas alimentares importantes reagirem no início da primavera florescendo mais cedo, o grande perigo é que elas podem não ser adaptadas aos padrões climáticos da primavera ou ao comportamento dos polinizadores. Culturas alimentares mal adaptadas podem significar pouca comida.

O próximo passo, após a compreensão do efeito da temperatura sobre as plantas, é fazer com que os agricultores e agrônomos descubram o que fazer com isso quando o planeta ficar mais quente.
Os resultados obtidos no estudo fornecem uma nova compreensão de como as plantas controlam seu tempo de reprodução em resposta à temperatura. A época de florescimento é uma característica importante em culturas, bem como afetam os ciclos de vida de espécies de polinizadores. A compreensão molecular de como a temperatura afeta o florescimento será importante para mitigar os efeitos da mudança climática.  Com informações do TelegraphRedação CicloVivo

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César Torres

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