Criado em 1965, o
código florestal regulamenta a exploração da terra no Brasil, baseado no fato
de que é bem de interesse comum a população.
Ele estabelece
parâmetros e limites para preservar a vegetação nativa e determina o tipo de
compensação que deve ser feito por setores que usem matérias-primas, como
reflorestamento, assim como as penas para responsáveis por desmate e outros
crimes ambientais relacionados. Sendo elaborado por especialistas e técnicos e tendo
durado dois anos a sua elaboração.
É unanimidade entre
os ambientalistas, ruralistas e cientistas, da necessidade de atualização do
código, para atender as novas exigências socioambientais atuais, que com mais
de 60 anos de sua implantação, com inúmeras alterações por medidas provisórias,
não mais se enquadra à nossa realidade. Existe
uma necessidade urgente de incluir no novo código, incentivos e prêmios, para
quem preserva e recupera nossas matas, a exemplo de muitos países que com essa
postura conseguem avançar na conscientização.
Boa parte das ONGs
ambientais e especialistas na área, afirmam que as terras já exploradas são
suficientes para dobrar a produção, desde que se aumente a eficiências das
lavouras e faça o manejo correto nas pastagens. Os pecuaristas rebatem essa
teoria, uma vez que busca no novo texto, justamente relaxar as exigências do
código florestal, que impõe a recuperação das áreas degrada e proíbe a
exploração nas encostas e topos de morro.
A aprovação do novo
texto dentro das expectativas dos ruralistas, é um acintosa violação do
conceito existente de preservação ambiental, um incentivo a ampliação do
desmatamento. O Código Florestal apesar do tempo de existência é considerado a
melhor legislação ambiental existente entre os países que ainda possuem
reservas importantes como o Brasil.
A irretroatividade
da lei é outro ponto que acaba favorecendo os que desmataram ilegalmente,
ficarão isentos de recompor a área segundo os índices exigidos atualmente. Por
exemplo: quem desmatou 50% do seu imóvel na Amazônia quando a lei permitia, não
estará mais obrigado a atender as exigências de 80% de área preservada como o código
atual exige.
Existem outros
pontos como a criação de módulos fiscais para estabelecer limites às ações e
benefícios, também estará favorecendo o desmatamento com a inclusão da
desobrigação pelos proprietários de recomposição da reserva legal em área de até
4 módulos, somente preservar as existentes. É difícil entender um Congresso Nacional
que deveria por todos os meios buscar os interesses da sociedade, considerando
que um maior rigor no código somente iria preservar e recuperar o meio ambiente,
possibilitando assim uma vida mais digna para as futuras gerações ou melhor,
garantir a sobrevivência das mesmas.
Mas o que
percebemos nesse embate é um Congresso Nacional com parlamentares totalmente controlado por homens insensíveis
e comprometidos com o capital com poucas exceções. A bancada ruralista mostra o
seu poder impondo exigências absurdas sob a égide da produção alimentar para
atender a demanda, lutam na verdade para terem os benefícios da luxúria e poder
que a vida presente pode lhes oferecer sem as responsabilidades socioambientais.
Para melhor
entender e conhecer as principais mudanças do novo código e a nossa indignação.
Acesse - http://cesaratorres.blogspot.com/2011/12/senado-aprova-novo-codigo-florestal.html.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelos comentários.
César Torres