Para que possamos salvar o planeta é importante reconhecermos a nossa dependência à natureza e aos seus recursos naturais. A expectativa da Conferência Ri0+20 em junho não é das melhores. De acordo com analistas, um dos fatores para a fraca expectativa está relacionado com a recente reunião em Copenhague e Durban. A reunião tratava de um “acordo global” para redução das emissões de carbono beneficiando todo o planeta no longo prazo, tema para ser tratado na Conferência Rio+20. Os reflexos da obrigatoriedade de redução do carbono na atmosfera, no entendimento dos países desenvolvidos, terão um abalo em suas economias, e para os países em desenvolvimento serão obrigados a reduzir suas metas de crescimento. Percebemos que o capital ainda fala mais alto mesmo diante da mais séria crise ambiental do planeta.
Apesar de ser
considerada a mais importante Conferência entre as já realizadas sobre o tema,
os países estão arredios temendo os compromissos que terão que assumir. Como
mudar o comportamento dos nossos líderes mundiais? Temos é que mudar a visão do
planeta, diminuindo a ênfase no crescimento econômico insustentável, tendo uma
visão voltada para o bem estar da sociedade reconhecendo a nossa dependência da
natureza e seu estado de exaustão.
A evolução social nos
últimos anos foi acelerada, com ela o consumo e a pressão sobre os recursos
naturais. A prosperidade tem que ser repensada e reduzida significativamente os
riscos ambientais e a escassez ecológica. Temos que buscar uma economia que
respeite os limites do planeta buscando uma forma de equacionar todo processo, proporcionar
um crescimento com mais justiça social diminuindo assim as diferenças. Essa
transição de uma economia de fartura para uma economia de escassez, já é uma
realidade. Nós não temos escolhas, ou assumimos nossa realidade ou aceleramos o
fim da sociedade, condenando as futuras gerações ao caos social.
A Rio+20 deveria ser um
momento de reflexão, se observarmos os últimos anos só ouvimos falar em crises.
Crise econômica em cascata atingindo a maioria dos países mais ricos do
planeta, crise de segurança pública, crise de saúde, crise de corrupção etc.
são crises e crises. Quando será que a sociedade e os poderosos terão coragem
de reconhecer a mais complexa e comprometedora das crises? A “Crise Ambiental”,
que não isenta nenhum dos países e atinge igualmente a todos.
O que precisamos na Rio+20 é a sensibilidade de todos para sair
dessa proposta de crescimento econômico sem limites para o início de uma
caminhada com uma visão mais sustentável, socialmente justa, onde o bem estar
não esteja limitado à uma minoria privilegiada, é o que todos nós queremos. Hoje
todo brasileiro conhece o Código Florestal e o seu rigor, como esperar
resultados que reflitam na redução e recuperação ambiental global
penalizando somente os menores.
A Rio+20 poderá
caminhar para um resultado mais positivo ou se tornar mais uma decepção para
quem ainda não perdeu as esperanças. A esperança ainda é um combustível
poderoso, mas é bom não alimentar de grandes expectativas para resultados
concretos da Conferência.
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César Torres