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segunda-feira, 28 de março de 2011

Fome já devasta a dignidade e a saúde de 15% da população mundial


Infográfico do Correio Braziliense. Para acessar o inforgráfico no seu tamanho original clique aqui.

Relatório das Nações Unidas confirma que número de famintos passa de 1 bilhão e alerta para o risco de as Metas do Milênio não serem cumpridas. População pobre é a que mais sofre

Crise agrava a fome: A fome já devasta a dignidade e a saúde de 1,02 bilhão de pessoas (15% da população mundial) e é uma realidade para 6,3% dos brasileiros (11,9 milhões). Na Ásia, no Pacífico e na África, 913 milhões de habitantes não têm o que comer. O estudante Boroldoi Myagmar, 23 anos, mora em Ulan Bator, capital da Mongólia — país asiático com maior proporção de famintos (29%) depois da Coreia do Norte (32%). Em entrevista ao Correio, pela internet, ele contou que boa parte dos mongóis não têm acesso a alimentos. “Nos últimos anos, o preço da gasolina dobrou e isso afetou tanto a economia que tornou as pessoas mais pobres. Ainda que a carne seja barata, para muitos é impossível comprá-la”, afirmou. Reportagem de Rodrigo Craveiro, do Correio Braziliense.

No Quênia, James Wariero, 31, considera a situação “bastante ruim”. “Os preços dos alimentos aumentaram e a estiagem assola o país. A comida básica por aqui é a farinha de milho, que dobrou de valor em um ano e meio. Um pacote de 2kg custava pouco mais de meio dólar, hoje vale mais de um”, comentou o farmacêutico que vive em Kisumu, no oeste, às margens do Lago Vitória, com a mulher e o filho de 3 anos. Para piorar, as comunidades pastoris perderam boa parte do seu gado, por causa da falta de pasto. Resultado: três em cada 10 quenianos são famintos.

Os depoimentos de Boroldoi e de James ilustram as recentes constatações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, pela sigla em inglês). De acordo com o relatório A situação da insegurança alimentar no mundo, divulgado na véspera do Dia Mundial do Alimento, a crise financeira global mergulhou os países pobres numa crise sem precedentes. No fim do ano passado, os preços dos alimentos básicos ficaram 17% mais altos do que em 2006. “Nenhuma nação está imune e, como de costume, são os países mais pobres e as pessoas mais miseráveis que estão sofrendo mais”, alerta o documento. O texto também revela que 2009 foi um ano particularmente devastador, graças à recessão. Segundo a FAO, ao menos que a tendência seja revertida, o objetivo de reduzir pela metade o número de famintos, até 2015, não será alcançado.

Nos períodos 1995-1997 e 2004-2006, a fome só não se agravou na América Latina e no Caribe — mas essas regiões não escaparam do impacto da crise financeira, nos últimos meses. O aumento no número de pessoas de com fome durante ambos os períodos de preços baixos e prosperidade econômica e de inflação e recessão escancarou a fragilidade do sistema de governança de segurança alimentar global. “Os líderes mundiais têm reagido de modo enérgico contra a crise econômica e financeira, e conseguiram mobilizar bilhões de dólares em um curto prazo. A mesma ação forte é necessária agora para combater a fome e a pobreza”, declarou Jacques Diouf, diretor-geral da FAO.

Ainda segundo o estudo, a recessão afetou grandes regiões simultaneamente, interferindo na desvalorização da moeda e dificultando empréstimos. “Ao enfrentarem as altas dos preços de alimentos e a redução da renda e do emprego, e tendo vendido os bens, reduzido o consumo de comida e cortado gastos essenciais em saúde e educação, as famílias mais pobres se arriscam em cair na miséria profunda e na armadilha da fome”, alerta o relatório.

Em alguns países, como a Indonésia, desastres naturais só agravaram a fome. “Entre as cidades de Padang e Pariaman, há várias pequenas vilas. Antes do terremoto de 30 de setembro, seus habitantes já tinham condições de vida ruins. Agora, sofrem sem a ajuda e nenhum tipo de alimentos tem chegado até eles”, contou ao Correio Difiani Apriyanti, 28, professora da Universidade Estadual Politécnica de Padang, na Ilha de Sumatra.

EcoDebate.

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César Torres

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