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terça-feira, 22 de março de 2011

Novos negócios nascem do lixo tecnológico


O crescente volume de lixo tecnológico, como celulares, computadores e televisores descartados pelos consumidores está movimentando um novo negócio: fábricas que desconstroem equipamentos para recolocar as matérias primas no processo industrial, a chamada manufatura reversa. O segmento começa a ser visto como promissor - vários Estados, como São Paulo, estão criando leis que obrigam os fabricantes a darem destino correto aos eletroeletrônicos ao fim de sua vida útil.

Por ser ainda incipiente, não existem estatísticas precisas sobre o quanto essa indústria movimenta. Mas ela difere dos sucateiros de fundo de quintal, que desmontam equipamentos para retirar apenas os metais preciosos, como ouro e prata, presentes nas placas de computadores. "As empresas que estão se estabelecendo nesse mercado oferecem um serviço especializado e em conformidade com leis ambientais. Não competem com os catadores das ruas", diz Diógenes Del Bel, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), entidade que reúne algumas dessas companhias.

A desmontagem dos equipamentos visa aproveitar as matérias primas. Componentes como metais e plásticos são separados e vendidos à indústria, por preços que variam conforme o vai e vêm das commodities. Mas o Brasil ainda não tem parque tecnológico para recuperar baterias de celulares e placas de computadores, que são enviados para países como China, Japão, Estados Unidos e Alemanha para serem totalmente reaproveitados.

A operadora de telefonia celular Vivo começou a recolher aparelhos e baterias descartados pelos consumidores há três anos. Conta com 3,4 mil pontos de coleta, mas o volume coletado ainda é pequeno: ao longo deste ano, foram recolhidos 105 mil itens. Uma empresa nacional, a GM&C, faz o serviço de coleta e desmonte dos aparelhos, mas a recuperação completa dos materiais é feita nos EUA e México. "Ainda não encontramos uma empresa que preste esse serviço de forma certificada no Brasil", diz Karina Biderman, diretora de responsabilidade socioambiental da Vivo.

Este ano, o País deve vender 12 milhões de computadores, 47 milhões de celulares e 9 milhões de televisores, segundo estimativas da indústria. É difícil calcular o tempo de obsolescência dos equipamentos, mas a iminência de uma lei nacional que obrigue os fabricantes a dar destino à sucata já traz boas perspectivas para as empresas.

A Oxil, empresa de manufatura reversa com sede em Paulínia (SP) e filial em Salvador já sente o aumento da demanda. "O número de equipamentos recolhidos mais que dobrou do ano passado para cá", diz Akiko Ribeiro, diretora executiva da Oxil. São recolhidos por mês 40 toneladas de equipamentos eletrônicos e 4 mil geladeiras. Para dar conta da demanda, a empresa precisou ampliar em seis vezes o quadro de funcionários: passou de 10 empregados, há um ano, para cerca de 60.

Fabricantes de informática, como a Itautec, também estão de olho nesse mercado. Segundo João Carlos Redondo, gerente de sustentabilidade da Itautec, este ano a demanda por reciclagem tem sido maior que em 2008. No ano passado, a empresa destinou 469,97 toneladas de equipamentos para a reciclagem, o que corresponde a menos de 10% da renovação de equipamentos pelos clientes da Itautec.

A empresa conta com uma área de gestão ambiental de 715 metros quadrados em Jundiaí, onde chegam os equipamentos para a separação do material, que é enviado a terceiros. "Nesse lugar, separamos plástico, cabeamento, placas e metais".

A venda de material cobre somente 72% do custo da reciclagem. Um dos itens mais caros para a reciclagem são os tubos dos monitores, a um custo de R$ 500 por tonelada. "Se fôssemos mandar o material para o aterro, esse custo seria de R$ 90", disse o executivo. O vidro dos cinescópios é descontaminado e reaproveitado para produção de cerâmica.

A maior parte do material é reciclado no Brasil. A exceção são as placas, que são enviadas para a Bélgica e para Cingapura. "O investimento em uma planta local, com capacidade de 25 mil toneladas/ano, ficaria em cerca de US$ 5 milhões", afirma Redondo. "O Brasil já comportaria uma instalação dessas, mas ainda ninguém se interessou em investir".

Fonte: Gazeta do Povo

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César Torres

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