O tratamento de
esgoto nos municípios brasileiros mantêm índices muito abaixo do esperado,
apesar de algumas iniciativas do governo, ainda não tivemos uma prioridade na
destinação de recursos. O país apresenta desempenho pífio, nesta área, de
acordo com os percentuais de cobertura registrados pela PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico. Apenas 55,2% dos municípios mantêm coleta de esgoto
pela rede geral e 1/3 fazem o tratamento. As populações mais vulneráveis ficam
em regiões periféricas e nas zonas rurais, principalmente nas regiões Norte e
Nordeste. Com esse quadro, fica difícil se atingir as metas dos ODM – Objetivo de Desenvolvimento do
Milênio, da ONU – Organização das Nações Unidas*, até 2017.
Um dos fatores que
atrasam as iniciativas, principalmente nos pequenos municípios, é a
incapacidade de elaboração dos projetos, considerando a complexidade e o seu alto custo. A COPASA em MG vem
assumindo esse papel de elaborar e executar as abras em vários municípios, no entanto as dificuldades burocráticas
desde a elaboração do projeto até a execução da obras vem trazendo um atraso
importante nos prazos previstos e esperados.
Considerando que a
política de saneamento está diretamente relacionada com desenvolvimento
socioeconômico, saúde e qualidade de vida, além da importante preservação da
qualidade da água de nossos rios e nascentes. Espera-se que o governo busque alternativas
legais para facilitar todo processo e dar agilidade oferecendo também mais
recursos financeiros para o setor.
Outro trabalho
importante seria campanhas mais efetivas para população sobre a importância do
tratamento de esgoto e o cuidado com a água. Apesar de serem divulgadas
diariamente em todas as mídias, matérias sobre a preservação ambiental, parece
que todos estão surdos, razão da necessidade de uma maior agressividade das
campanhas educativas e de conscientização.
Caratinga e Inhapim
em nossa região, estão com projetos prontos e convênio assinado com a COPASA
para execução da obra, Caratinga com a obra um pouco mais adiantada do que
Inhapim. O que percebemos é que quando a COPASA anunciou a mudança na cobrança,
a sociedade refutou e buscou combater como um abuso da empresa. Percebemos que
a reação popular está relacionada à falta de informação e o desconhecimento
total da importância do projeto, não para a COPASA, mas para preservação do
nosso bem mais precioso, “a água”.
De quem é a culpa dos
impasses? O governo possui uma grande parcela, mas a população se acomoda e no
momento oportuno não se manifesta, para depois externar suas objeções. O
projeto para ser aprovado passa por uma audiência pública, onde a sociedade
civil pode manifestar argumentando, tirando as dúvidas e até mesmo propondo
alterações, mas o que vemos é a população simplesmente ignorar qualquer
convocação quando se trata de interesse coletivo.
A legislação
brasileira em vários seguimentos estabelece
o controle social através da criação de conselhos que são os representantes da
sociedade nas decisões administrativas, como: Conselho municipal de saúde,
educação, assistência social etc. Arrisco a afirmar que 90% da população
desconhece esse mecanismo de controle social e participação direta nas decisões
administrativas, são na maioria omissos à sua responsabilidade.
Não estou afirmando
com isso que os contratos assinados estão corretos e que não se deve recorrer a
outros meios para reivindicar mudanças, só que as interferências de forma
intempestiva são difíceis de ter resultados positivos, além de travar e atrasar
a implantação de um projeto imprescindível. O importante é a sociedade ser mais
participativa e buscar nos momentos oportunos defender os seus interesses para
não lamentar depois.
É bom esclarecer que
o convênio entre o município e a COPASA assegurou uma tarifa social que vai
beneficiar inúmeras famílias carentes, garantindo valores especiais aos
clientes com imóveis exclusivamente residenciais com consumo mensal menor ou
igual a 15 metros cúbicos e com área construída menor ou igual a 44 metros
quadrados. Para se cadastrar o cliente deve solicitar o benefício junto à
COPASA confirmando a categoria e a metragem do imóvel mediante vistoria.
OBS: Após a publicação desta matéria os critérios para tarifa social mudou, agora sera considerada a renda de meio salário mínimo por residente no imóvel, e não mais o tamanho e consumo. Na cidade de Inhapim - MG a administração municipal disponibilizou o CAC - Centro de Apoio ao Cidadão para realização dos cadastros.
OBS: Após a publicação desta matéria os critérios para tarifa social mudou, agora sera considerada a renda de meio salário mínimo por residente no imóvel, e não mais o tamanho e consumo. Na cidade de Inhapim - MG a administração municipal disponibilizou o CAC - Centro de Apoio ao Cidadão para realização dos cadastros.
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César Torres