VOCE É NOSSO VISITANTE N°

sábado, 30 de abril de 2011

Consciência ecológica é prioridade para gestão

Roberto Rockmann

Práticas sustentáveis ganham espaço entre as micro e pequenas empresas brasileiras

Práticas sustentáveis ganham espaço entre as micro e pequenas empresas brasileiras, que assim conseguem se diferenciar entre concorrentes, reforçar sua marca no mercado e agregar valor aos produtos, ampliando lucros.

Com 13 lojas, das quais 11 no Estado de São Paulo, uma em Londrina (PR) e outra em Florianópolis (SC), a rede de lavanderias Lavasecco aderiu à preocupação sustentável em abril de 2005, quando foi inaugurada sua primeira loja. A empresa, cujo público alvo é formado pelas classes A e B, adotou a lavagem a seco de roupas, em vez utilizar água. Em 2008, com a expansão da marca e sugestões de franqueados e de clientes, foi a vez de ampliar as práticas sustentáveis. Criou-se o programa "Atitude Eco Lavasecco", com ações voltadas para reduzir, reutilizar e reciclar materiais.

"Em diversos eventos de que participamos, vimos que teríamos de estar preparados para o consumidor do futuro, que estará cada vez mais preocupado com a sustentabilidade", diz a gerente de marketing e expansão da Lavasecco, Alessandra Oricchio. A primeira ação foi simples: o porta tíquete dado a todos os consumidores da rede. Todas as lavanderias utilizavam plástico no material. A empresa fez um teste com um porta tíquete feito de papel reciclado. Os clientes gostaram e o plástico foi totalmente substituído na rede.

O sucesso da solução fez com que a equipe repensasse outras práticas. "Nossa ideia é chegar 60 lojas até o fim da década. Esse crescimento vai causar impacto ambiental maior e queremos mitigar esse impacto", afirma Alessandra. A empresa tenta reduzir o uso de embalagens plásticas nas roupas, acondicionando em uma mesma embalagem duas ou três peças. Com essa solução, reduziu-se em 15% o consumo de plástico em todas as unidades da rede. Agora a empresa está estudando investir para substituir o plástico convencional pelo plástico oxibiodegradável. "Não é a solução perfeita, mas há uma melhoria", diz.

Os cabides, que eram de arame revestido de plástico, dificultavam a reciclagem. A ideia foi usar um cabide ecológico, feito de papel mais resistente e no qual o gancho é de poliestireno reciclado. Com isso, a empresa conseguiu tirar do mercado aproximadamente 40 mil cabides por mês.

O uso de material mais sustentável pode representar economia no fim do mês. Um exemplo é a Patroni Pizza, fundada em 1984 em São Paulo. No fim de 2005, a rede de pizzarias resolveu estudar quais ativos poderiam ser valorizados para aumentar seu reconhecimento no mercado e o que poderia ser feito para reduzir custos. Nesse momento, viu-se que a empresa poderia inovar nos fornos à lenha em que as pizzas eram assadas. Todos os dias queimavam-se muitos quilos de lenha, mas todo o processo poderia ser substituído por briquetes, um produto totalmente reciclado, feito da compactação de resíduos de madeiras florestais ou industriais.

"Além de unir a marca à questão ambiental, o briquete ainda gera economia, porque rende o dobro da lenha", diz o gerente de marketing da Patroni Pizzaria, Rafael Augusto. Primeiro, a ideia foi testada nas lojas próprias da rede. Com o maior conhecimento e a experiência bem-sucedida, a prática foi apresentada aos franqueados, que logo a aprovaram. Hoje a empresa tem 13 lojas próprias e 54 franquias, sendo que os briquetes só não são usados em um restaurante, o de Montes Claros (MG), por conta de dificuldade logística para ter acesso ao substituto da lenha convencional. "A quantidade utilizada de briquetes previne o desmatamento de uma área equivalente hoje a 40 estádios do Maracanã, o que pode ser usado como marketing para atrair nosso consumidor", diz Augusto.

Na indústria, adotar práticas sustentáveis é uma forma de atender às exigências de clientes cada vez mais preocupados com o tema. Todas as empresas que batem à porta da Gráfica Mattavelli querem saber se a gráfica trabalha com papel reciclado. "Em 2010, de 70 participações nossas em concorrências e licitações, precisamos apresentar as certificações de qualidade e de gestão ambiental em 42", afirma a diretora administrativa, Alessandra Mattavelli.

A empresa tem trabalhado para reduzir o impacto ambiental de sua produção. Com investimento de R$ 50 mil e após 32 testes, no fim de 2009, foi lançado pela gráfica um verniz feito à base de água que não contém solventes que volatizam e nem produtos tóxicos e metais pesados em sua composição. O verniz ainda pode ser aplicado durante o processo de impressão. Em 2009, a gráfica também obteve o selo ISO 14.001, valorizando seus processos.

A gráfica também decidiu adotar uma nova linha de tintas, com menor impacto ambiental. A decisão ocorreu há cerca de dez anos, quando foi proibido o uso de benzeno nas tintas à base de solvente. "Com a proibição, nós descartamos o uso de tintas à base de solventes e passamos a usar tintas à base de água. Há dois anos utilizamos somente tintas à base de óleo de soja. Além de ser benéfico para o meio ambiente, é benéfico também para nossos funcionários", diz Alessandra.

Participar de campanhas públicas de reciclagem é uma forma de demonstrar o comprometimento da marca com a preocupação ambiental. No início desse ano, a Gráfica Mattavelli obteve licença na Cetesb, órgão ambiental paulista, para receber um ponto de coleta de pilhas e baterias usadas na cidade de São Paulo. Assim os interessados podem descartar o material na sede da empresa, na zona sul em São Paulo. A gráfica se encarregará do acondicionamento adequado até a coleta ser efetuada por uma empresa especializada que fará o descarte sem agredir o meio ambiente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelos comentários.
César Torres

Siga-me

Seguidores

Literatura Brasileira

PALESTRAS.

Meio Ambiente:


*Educação Ambiental
*Desenvolvimento Sustentável
*Reciclagem e Energia Renovável
*Esgotamento Sanitário e Reuso da Água
*Novo Código Florestal

Poderão ser sugeridos temas considerando o público alvo.
CONTATO: cesaratorres@gmail.com
Telefones: (33) 8862.7915 / 3315.1683