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domingo, 17 de abril de 2011

Protótipo utiliza energia solar para criar combustível


Uma nova pesquisa criou um protótipo solar que imita a vida das plantas, transformando a energia do sol em combustível que pode ser armazenado e transportado.

A máquina usa raios solares e óxido de metal para tornar dióxido de carbono ou água em combustíveis.

O protótipo funciona utilizando uma janela de quartzo e cavidades para concentrar a luz solar em um cilindro revestido com óxido de cério, também conhecido como céria. O céria tem uma propensão natural para exalar oxigênio conforme ele esquenta, e inalá-lo conforme ele esfria.

No protótipo, o dióxido de carbono e/ou a água são bombeados para um recipiente, e o cério rapidamente tira o oxigênio deles conforme esfriam, criando hidrogênio e/ou monóxido de carbono. Metano também pode ser produzido na mesma máquina.

A grande descoberta da pesquisa é o aproveitamento das propriedades do céria no reator solar. O metal é bastante disponível; é o mais abundante dos “metais raros” da Terra.
Segundo os pesquisadores, o hidrogênio produzido poderá ser utilizado para alimentar células combustíveis de hidrogênio em carros, enquanto uma combinação de hidrogênio e monóxido de carbono pode ser usada para criar gás sintético como combustível.

O reator também poderia ser usado para criar combustíveis de transporte ou ser adotado em usinas de energia de grande escala, onde a energia de origem solar pode ficar disponível durante todo o dia e noite.

O problema maior é que o protótipo é extremamente ineficiente: o combustível criado aproveita apenas 0,7 a 0,8% da energia solar armazenada. A maioria da energia é perdida através da liberação de calor na parede do reator, ou através da re-radiação da luz solar pela abertura do dispositivo.

Ainda assim, os pesquisadores estão confiantes de que as taxas de eficiência podem chegar a 19% através de um melhor isolamento térmico e aberturas menores. Tais índices de eficiência poderiam tornar um dispositivo comercial viável.

No entanto, o destino deste e de outros dispositivos em desenvolvimento, segundo os pesquisadores, está ligada ao fato dos estados adotarem ou não uma política de baixo carbono.

A ideia de que o aparelho imita as plantas, que também utilizam o dióxido de carbono, água e luz solar para gerar energia (fotossíntese) é uma analogia simplista. O reator baseia-se na luz solar para produzir um composto químico, no sentido mais genérico, mas as semelhanças acabam por aí.

Segundo os cientistas, a tecnologia solar avança a um bom ritmo, e outros projetos como esse existem, mas os desafios permanecem sendo a economia, a eficiência e o armazenamento. [BBC]

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César Torres

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