Chernobyl é o maior exemplo. O medo de colapsos nas instalações nucleares do Japão após o recente grande terremoto pode se tornar o segundo exemplo.
O debate sobre a energia atômica reacendeu nos últimos dias. Grupos ambientais defendem que ela não seja mais usada. A questão que fica é: por que construir usinas nucleares, quando existem tantas outras fontes de geração de energia? Será que seus riscos valem à pena?
Por que usar a fonte mais lenta, mais cara, mais inflexível e mais arriscada em termos financeiros? Seus defensores, entretanto, insistem que a energia nuclear gera a menor taxa de carbono, que os novos reatores são perfeitamente seguros, e que produz uma energia sustentável a um custo competitivo com outros métodos.
Segundo especialistas, um desastre japonês na escala do acidente nuclear de Chernobyl é altamente improvável, porque os reatores em jogo são construídos a um nível muito mais elevado e tem medidas de segurança muito mais rigorosas.
Eles insistem que os modelos mais recentes de reatores nucleares têm sistemas de refrigeração passiva, e que mesmo em face de qualquer desastre, não apresentam qualquer perigo para a população.
Os acidentes nucleares que já ocorreram até agora, contudo, acabaram diminuindo a expansão dessa tecnologia. Mas seus defensores alertam que a percepção pública da indústria nuclear tem que ser balanceada à necessidade imperiosa de reduzir a dependência do petróleo, gás e carvão, por causa das emissões de dióxido de carbono que eles produzem.
Eles acreditam que a única maneira de bastante energia ser produzida de forma sustentável para atender a crescente demanda global é a energia nuclear. O urânio, utilizado na produção de energia nuclear, tem a vantagem de ser uma fonte altamente concentrada de energia, facilmente transportável e barata, e que precisa de quantidades bem menores do que o carvão ou petróleo.
Além disso, a energia nuclear é considerada pelos seus defensores como uma alternativa limpa à exploração cara de petróleo e gás, confrontadas com a diminuição das reservas.
No entanto, isso não é uma opinião compartilhada por todos. Alguns cientistas acreditam que a energia nuclear depende de eventos aleatórios climáticos mais do que a mudança climática precisa da energia nuclear.
Ativistas anti-nucleares dizem que a crise no Japão é um lembrete dos perigos da energia atômica, principalmente em uma região conhecida pela sua atividade sísmica. Eles defendem o uso de sistemas alternativos para atender a demanda mundial de energia, sendo os mais populares a energia solar, a biomassa, a hidráulica e as turbinas eólicas. Todos os sistemas têm os seus inconvenientes, seja o custo de instalação, a transformação de terras agrícolas, etc.
Enquanto isso, os defensores da energia nuclear afirmam que seu único inconveniente é o dinheiro necessário para montar uma usina que, uma vez executada, o preço real por quilowatt de energia produzida é mais barato que outros métodos, e os custos de funcionamento são mínimos.
Porém, existem outros tipos de custo em jogo. Governos, empresas e indivíduos têm que decidir sobre o equilíbrio entre as preocupações ambientais e o preço que estão dispostos a pagar pela energia e pelos seus riscos. A crise no Japão certamente tem perturbado esse equilíbrio para muitos. [BBC]
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César Torres