Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.
O levantamento foi feito realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto.
Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.
A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.
‘‘As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos’’, disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford.
Plástico
Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e liberação de metano no leito do mar.
O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes.
A pesquisa observou, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano.
Com isso, há um aumento também do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar.
Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de parte a parte, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.
O estudo descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estando agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.
Ciclos
A vida na Terra já enfrentou cinco ”ciclos de extinção em massa” causados por eventos como o impacto de asteróides e muitos cientistas que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo.
”Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto (do que no passado) e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa”, afirma o professor Alex Rogers.
O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água.
Os níveis de CO2 que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos, afirma a pesquisa.
Entre as medidas que o estudo aconselha sejam tomadas imediatamente estão o fim da pesca predatória, especialmente em alto mar, onde, atualmente há pouca regulamentação; mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes, como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos; e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.
As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana, durante um encontro de representantes governamentais sobre reformas na maneira de gerenciar os oceanos.
Para maiores informações acessem o sítio do IPSO
Reportagem de Richard Black, da BBC News, publicada pelo EcoDebate
Devemos considerar que a Educação Ambiental para uma sustentabilidade efetiva, necessita de um processo contínuo de aprendizagem, baseado no respeito de todas as formas de vida, afirmando valores e muitas ações que contribuam para a formação social do homem e a preservação do meio ambiente. Cat
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domingo, 26 de junho de 2011
‘Somos a geração que pode destruir a relação entre os seres humanos e o planeta’, diz o economista Nicholas Stern
Vencedor do prêmio da Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento na categoria Mudança Climática, o economista Nicholas Stern adverte sobre o risco de uma regressão no desenvolvimento global
“Somos a primeira geração que pode, com sua negligência, destruir a relação entre os seres humanos e o planeta”, disse esta manhã Nicholas Stern, laureado com o prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento na categoria Mudança Climática, “por liderar o primeiro estudo que quantifica os impactos e custos derivados da alteração do clima do planeta”.
Criador do “Informe Stern”, que “estruturou o discurso econômico da mudança climática” e para muitos especialistas “gerou uma mudança radical no debate internacional nesta área”, Nicholas Stern ocupa a cátedra I.G. Patel de Economia e Governo na London School of Economics. Reportagem de Carolina García, El País.
“Os dois grandes desafios de nosso século são a pobreza e a mudança climática. Se um falhar, fracassaremos com certeza”, disse Stern. O resultado deste fracasso seria “um entorno físico tão hostil que haveria provavelmente bilhões de desalojados, uma imigração global que poderia provocar conflitos graves entre países, prolongados e globais”. Em termos econômicos, haveria “uma regressão no desenvolvimento global”, segundo o professor.
Stern deixou claro durante o ato que o custo da falta de ação sobre a mudança climática “é superior ao fato de atuar, ainda que alguns países ou pessoas ainda não acreditem”. Segundo ele, a situação agora é mais preocupante do que há seis anos. E o que é pior, a capacidade do planeta para absorver a quantidade de gases de efeito estufa emitidos “está se deteriorando mais rápido do que muitos pensam”. O objetivo é que daqui a uma década as emissões desses gases diminuam em 10%. “Nos encontramos imersos numa revolução industrial necessária para salvar o planeta e a todos que vivem nele”, afirmou.
O laureado disse que é fundamental continuar atuando para proteger o planeta. “O que podemos fazer é que na agricultura se estenda o uso de técnicas que liberem menos carbono, ou que utilizem menos inundações nos cultivos. Era impensável, há alguns anos, que a General Motors inventasse um carro elétrico, ou que a arquitetura conseguisse materiais renováveis e menos contaminantes”, explicou.
Para Stern, o incidente nuclear de Fukushima foi uma consequência terrível “de dois acidentes graves: o terremoto e o tsunami” que ocorreram no Japão.
O professor assegurou que, apesar de tudo, a atividade nuclear continuará fazendo parte de nossas vidas: “na China está prevista a criação de 150 a 200 centrais novas, e, gostem ou não, a energia nuclear será importante na mudança”. Na Índia também continuará sendo usada, “ainda que mais lentamente”, e sua opinião sobre a polêmica que está surgindo na Alemanha sobre o tema é a seguinte: “fechar 10 ou 20 centrais pequenas não afeta em nada o desenvolvimento do país”.
Tradução: Eloise De Vylder
Reportagem de El País, no UOL Notícias.EcoDebate
“Somos a primeira geração que pode, com sua negligência, destruir a relação entre os seres humanos e o planeta”, disse esta manhã Nicholas Stern, laureado com o prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento na categoria Mudança Climática, “por liderar o primeiro estudo que quantifica os impactos e custos derivados da alteração do clima do planeta”.
Criador do “Informe Stern”, que “estruturou o discurso econômico da mudança climática” e para muitos especialistas “gerou uma mudança radical no debate internacional nesta área”, Nicholas Stern ocupa a cátedra I.G. Patel de Economia e Governo na London School of Economics. Reportagem de Carolina García, El País.
“Os dois grandes desafios de nosso século são a pobreza e a mudança climática. Se um falhar, fracassaremos com certeza”, disse Stern. O resultado deste fracasso seria “um entorno físico tão hostil que haveria provavelmente bilhões de desalojados, uma imigração global que poderia provocar conflitos graves entre países, prolongados e globais”. Em termos econômicos, haveria “uma regressão no desenvolvimento global”, segundo o professor.
Stern deixou claro durante o ato que o custo da falta de ação sobre a mudança climática “é superior ao fato de atuar, ainda que alguns países ou pessoas ainda não acreditem”. Segundo ele, a situação agora é mais preocupante do que há seis anos. E o que é pior, a capacidade do planeta para absorver a quantidade de gases de efeito estufa emitidos “está se deteriorando mais rápido do que muitos pensam”. O objetivo é que daqui a uma década as emissões desses gases diminuam em 10%. “Nos encontramos imersos numa revolução industrial necessária para salvar o planeta e a todos que vivem nele”, afirmou.
O laureado disse que é fundamental continuar atuando para proteger o planeta. “O que podemos fazer é que na agricultura se estenda o uso de técnicas que liberem menos carbono, ou que utilizem menos inundações nos cultivos. Era impensável, há alguns anos, que a General Motors inventasse um carro elétrico, ou que a arquitetura conseguisse materiais renováveis e menos contaminantes”, explicou.
Para Stern, o incidente nuclear de Fukushima foi uma consequência terrível “de dois acidentes graves: o terremoto e o tsunami” que ocorreram no Japão.
O professor assegurou que, apesar de tudo, a atividade nuclear continuará fazendo parte de nossas vidas: “na China está prevista a criação de 150 a 200 centrais novas, e, gostem ou não, a energia nuclear será importante na mudança”. Na Índia também continuará sendo usada, “ainda que mais lentamente”, e sua opinião sobre a polêmica que está surgindo na Alemanha sobre o tema é a seguinte: “fechar 10 ou 20 centrais pequenas não afeta em nada o desenvolvimento do país”.
Tradução: Eloise De Vylder
Reportagem de El País, no UOL Notícias.EcoDebate
Aquífero Guarani sofre efeitos da exploração excessiva. Aquífero dura só mais 50 anos, dizem especialistas
Caso a formação fique mesmo inutilizada, Ribeirão Preto será uma das cidades mais prejudicadas do Estado
A falta de ações efetivas para evitar a atual superexploração do aquífero Guarani pode tornar o uso da água do manancial inviável dentro de meio século.
Pelo menos cem cidades brasileiras são abastecidas pelo Guarani, segundo a Agência Nacional de Águas. Reportagem de Gabriela Yamada, na Folha de S.Paulo.
Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), é apontada como a cidade que mais pode sofrer as consequências no futuro.
A conclusão é dos especialistas Ricardo Hirata, da USP, e Paulo Finotti, presidente da Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente.
“Existe uma voracidade pelo consumo que, sem controle, pode acarretar em problemas sérios nos próximos 50 anos em cidades que são abastecidas pelo manancial”, afirma Hirata, diretor do Centro de Pesquisas de Água Subterrânea do Instituto de Geociências da USP.
As cidades em zonas de risco ficam nos Estados de São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, além do Uruguai e Paraguai.
O aquífero é um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo e única fonte de abastecimento público de Ribeirão Preto.
Ele aponta ainda que, diferentemente de anos atrás, hoje os grandes usuários particulares são indústrias ligadas ao agronegócio, que têm capacidade de perfuração de grandes poços artesianos.
Finotti afirma que achava-se que o aquífero fosse infinito. “Hoje se sabe que em Ribeirão o consumo é 13 vezes maior que a recarga.”
De acordo com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), as maiores cidades do Estado de São Paulo abastecidas em sua totalidade pelo aquífero são Ribeirão, Sertãozinho e Matão.
Já São Carlos, Araraquara, Bauru e São José do Rio Preto têm o abastecimento parcial. Outras cidades têm abastecimento menor -como Avaré (30%), Tupã (20%) e Marília (15%), segundo o Daee.
FALTA DE GESTÃO
Didier Gastmans, pesquisador do Laboratório de Estudos de Bacias da Unesp de Rio Claro, afirma que o problema é a falta de gestão adequada pelas cidades que exploram o aquífero.
Para ele, não existe nenhum modelo adequado de gestão no país. “O poder público é o maior usuário de água subterrânea. A discussão é sobre quem vai pagar a conta no final”, diz.
Luiz Amore, coordenador do Projeto Aquífero Guarani, afirma que Ribeirão é a única cidade onde a água consumida é maior que a recarregada. “Isso é resultado de uma falta de controle sobre o quanto entra e o quanto sai.” EcoDebate.
A falta de ações efetivas para evitar a atual superexploração do aquífero Guarani pode tornar o uso da água do manancial inviável dentro de meio século.
Pelo menos cem cidades brasileiras são abastecidas pelo Guarani, segundo a Agência Nacional de Águas. Reportagem de Gabriela Yamada, na Folha de S.Paulo.
Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), é apontada como a cidade que mais pode sofrer as consequências no futuro.
A conclusão é dos especialistas Ricardo Hirata, da USP, e Paulo Finotti, presidente da Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente.
“Existe uma voracidade pelo consumo que, sem controle, pode acarretar em problemas sérios nos próximos 50 anos em cidades que são abastecidas pelo manancial”, afirma Hirata, diretor do Centro de Pesquisas de Água Subterrânea do Instituto de Geociências da USP.
As cidades em zonas de risco ficam nos Estados de São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, além do Uruguai e Paraguai.
O aquífero é um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo e única fonte de abastecimento público de Ribeirão Preto.
Ele aponta ainda que, diferentemente de anos atrás, hoje os grandes usuários particulares são indústrias ligadas ao agronegócio, que têm capacidade de perfuração de grandes poços artesianos.
Finotti afirma que achava-se que o aquífero fosse infinito. “Hoje se sabe que em Ribeirão o consumo é 13 vezes maior que a recarga.”
De acordo com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), as maiores cidades do Estado de São Paulo abastecidas em sua totalidade pelo aquífero são Ribeirão, Sertãozinho e Matão.
Já São Carlos, Araraquara, Bauru e São José do Rio Preto têm o abastecimento parcial. Outras cidades têm abastecimento menor -como Avaré (30%), Tupã (20%) e Marília (15%), segundo o Daee.
FALTA DE GESTÃO
Didier Gastmans, pesquisador do Laboratório de Estudos de Bacias da Unesp de Rio Claro, afirma que o problema é a falta de gestão adequada pelas cidades que exploram o aquífero.
Para ele, não existe nenhum modelo adequado de gestão no país. “O poder público é o maior usuário de água subterrânea. A discussão é sobre quem vai pagar a conta no final”, diz.
Luiz Amore, coordenador do Projeto Aquífero Guarani, afirma que Ribeirão é a única cidade onde a água consumida é maior que a recarregada. “Isso é resultado de uma falta de controle sobre o quanto entra e o quanto sai.” EcoDebate.
Bioplástico: nome é diferente, mas o plástico é o mesmo
As garrafas de Coca-Cola e de Pepsi, mesmo feitas a base de plantas, ainda prejudicam o meio ambiente
Será que o plástico feito com material vegetal é melhor? Em março, a Pepsi divulgou para a imprensa “a primeira garrafa feita 100% a base de plantas, uma garrafa PET feita com fontes renováveis”. Em seguida, a Coca devolveu: “Odwalla, do grupo Coca-Cola é a primeira indústria a comercializar embalagens feitas 100% a base de plantas”. As manchetes seguintes foram ainda mais fortes: “Garrafas da Pepsi: agora sem plástico” (Christian Science Monitor), “Pepsi pressiona mercado com garrafas feitas a base de plantas, uma garrafa 100% sem plástico” (GreenBiz), “Coca-Cola está desenvolvendo garrafas de plástico reciclado e materiais vegetais” (Guardian). No mês passado a Coca-Cola lançou um comercial para sua água mineral Dasani argumentando que a embalagem feita com material vegetal foi desenvolvida para “fazer a diferença”.
Mas, apesar de todo o barulho, as garrafas a base de plantas ainda resultam no velho e conhecido plástico. As empresas simplesmente substituíram combustíveis fósseis (como o petróleo e o gás natural) pelo etanol. E embora o etanol seja renovável e fonte de baixa emissão de carbono, o plástico resultante é quimicamente idêntico ao PET (polietileno tereftalato) ou ao PEAD (polietileno de alta densidade), materiais comumente usados na fabricação de garrafas plásticas. E, uma vez que o material vegetal se torna plástico, eles causam os mesmos impactos ambientais que um plástico feito de combustível fóssil. Ou seja, como não são biodegradáveis, poluem os oceanos e o solo e ainda contaminam os alimentos com químicos que migram da embalagem para o conteúdo interno. “Eles estão simplesmente utilizando plantas para fazer os mesmos polímeros que se encontram em plásticos. Isso não tem efeito nenhum para o meio ambiente”, explica Marcus Eriksen, um dos criadores da 5 Gyres, entidade que estuda a poluição de plástico em áreas como a grande mancha de lixo do Oceano Pacífico.
Eriksen e sua equipe acabam de explorar as cinco maiores correntes do mundo onde o plástico se acumula. Eles acharam plástico se acumulando em várias das ilhas pesquisadas e no estômago de pássaros e peixes mortos que consumiram plástico, pensando se tratar de pequenos peixes ou algas marinhas.
O plástico feito a base de plantas (ou não) prejudica a saúde de humanos da mesma forma. Os perigos de aditivos químicos normalmente usados em sua produção – como ftalatos e bisfenol A – têm sido amplamente divulgados: os dois já foram associados à obesidade, autismo e várias formas de câncer.
“Algumas formulas de bioplásticos usam os mesmos tipos de aditivos que os plásticos feitos com petróleo ou gás natural”, reconhece Melissa Hockstad, vice presidente da SPE (The Society of the Plastics Industry), uma associação de indústrias de plástico dos Estados Unidos. “Algumas empresas estão trabalhando para conseguir alternativas” diz Hockstad. A dúvida é: se as empresas “estão trabalhando no desenvolvimento”, esses bioaditivos ainda não existem?
Notícia originalmente publicada no site Slate do Grupo Washington Post em 14 de junho de 2011.
Por Fernanda Medeiros e Fabiana Dupont, do sítio O Tao do Consumo. EcoDebate.
Será que o plástico feito com material vegetal é melhor? Em março, a Pepsi divulgou para a imprensa “a primeira garrafa feita 100% a base de plantas, uma garrafa PET feita com fontes renováveis”. Em seguida, a Coca devolveu: “Odwalla, do grupo Coca-Cola é a primeira indústria a comercializar embalagens feitas 100% a base de plantas”. As manchetes seguintes foram ainda mais fortes: “Garrafas da Pepsi: agora sem plástico” (Christian Science Monitor), “Pepsi pressiona mercado com garrafas feitas a base de plantas, uma garrafa 100% sem plástico” (GreenBiz), “Coca-Cola está desenvolvendo garrafas de plástico reciclado e materiais vegetais” (Guardian). No mês passado a Coca-Cola lançou um comercial para sua água mineral Dasani argumentando que a embalagem feita com material vegetal foi desenvolvida para “fazer a diferença”.
Mas, apesar de todo o barulho, as garrafas a base de plantas ainda resultam no velho e conhecido plástico. As empresas simplesmente substituíram combustíveis fósseis (como o petróleo e o gás natural) pelo etanol. E embora o etanol seja renovável e fonte de baixa emissão de carbono, o plástico resultante é quimicamente idêntico ao PET (polietileno tereftalato) ou ao PEAD (polietileno de alta densidade), materiais comumente usados na fabricação de garrafas plásticas. E, uma vez que o material vegetal se torna plástico, eles causam os mesmos impactos ambientais que um plástico feito de combustível fóssil. Ou seja, como não são biodegradáveis, poluem os oceanos e o solo e ainda contaminam os alimentos com químicos que migram da embalagem para o conteúdo interno. “Eles estão simplesmente utilizando plantas para fazer os mesmos polímeros que se encontram em plásticos. Isso não tem efeito nenhum para o meio ambiente”, explica Marcus Eriksen, um dos criadores da 5 Gyres, entidade que estuda a poluição de plástico em áreas como a grande mancha de lixo do Oceano Pacífico.
Eriksen e sua equipe acabam de explorar as cinco maiores correntes do mundo onde o plástico se acumula. Eles acharam plástico se acumulando em várias das ilhas pesquisadas e no estômago de pássaros e peixes mortos que consumiram plástico, pensando se tratar de pequenos peixes ou algas marinhas.
O plástico feito a base de plantas (ou não) prejudica a saúde de humanos da mesma forma. Os perigos de aditivos químicos normalmente usados em sua produção – como ftalatos e bisfenol A – têm sido amplamente divulgados: os dois já foram associados à obesidade, autismo e várias formas de câncer.
“Algumas formulas de bioplásticos usam os mesmos tipos de aditivos que os plásticos feitos com petróleo ou gás natural”, reconhece Melissa Hockstad, vice presidente da SPE (The Society of the Plastics Industry), uma associação de indústrias de plástico dos Estados Unidos. “Algumas empresas estão trabalhando para conseguir alternativas” diz Hockstad. A dúvida é: se as empresas “estão trabalhando no desenvolvimento”, esses bioaditivos ainda não existem?
Notícia originalmente publicada no site Slate do Grupo Washington Post em 14 de junho de 2011.
Por Fernanda Medeiros e Fabiana Dupont, do sítio O Tao do Consumo. EcoDebate.
Energia eólica é fonte limpa e renovável de energia, mas não tem prioridade para expansão no Brasil
Turbina movida por vento gera energia limpa, mas plano enfatiza geração térmica para auxiliar hidrelétrica
As turbinas movidas pela força dos ventos (eólicas) são uma fonte limpa e renovável de energia, porém não constam como prioridade nos planos oficiais de geração energética, revela pesquisa do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP. A capacidade atual instalada é de 1 Gigawatt (GW), o que representa apenas 0,88% do total da energia disponível no Brasil. O trabalho da pesquisadora Juliana Chade mostra que os planos existentes podem aumentar essa capacidade para 6 GW até 2019, muito abaixo do potencial eólico do País, estimado em 143 GW.
O plano decenal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do governo federal, insere a energia eólica como alternativa ao atendimento da carga. “Ele prevê uma capacidade instalada de aproximadamente 6 GW em 2019”, afirma a pesquisadora. “Entretanto, o plano energético oficial, com horizonte até 2030, elaborado pela EPE, dá ênfase à geração térmica, ao gás natural, carvão e nuclear, como alternativa de complementação à geração hídrica”. A pesquisa foi orientada pelo professor Ildo Sauer, do IEE.
De acordo com Juliana, o custo do investimento pode ser a maior dificuldade para a inserção da energia eólica no Brasil. “Mas os custos tendem a ser reduzidos com o aprendizado da tecnologia e incentivos governamentais”, destaca. “Outra dificuldade seria a falta de histórico de medição de ventos, pois dados de medição de longo prazo conduzem a projetos mais eficientes e com menos risco de incerteza na previsão de geração.”
A pesquisadora lembra que o Brasil possui pouco histórico com a tecnologia eólica e necessita treinar pessoas para manutenção e operação das usinas. “É preciso uma estratégia de inserção de fontes eólicas por meio de pacotes de fornecimento com a progressiva nacionalização da cadeia produtiva”, sugere. “Além disso, deve haver mecanismos de mobilidade de ciência e tecnologia para desenvolvimento da infraestrutura e logística, com programas de incentivos tecnológicos, recursos humanos, pesquisa, materiais, componentes, a fim de se obter ganho de escala na indústria”.
Ventos
Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro Brasileiro de Referência para as Energias Solar e Eólica (CRESESB) do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel) das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), o Brasil possui um potencial eólico de 143 GW, valor analisado em 2001, quando haviam menores torres e ventos a 50 metros (m) de altura. “Hoje há torres mais altas, o que aumentaria o potencial estudado”, conta Juliana. “A região Nordeste possui aproximadamente metade do potencial do Brasil, outra região que se destaca é o litoral e interior do Rio Grande do Sul, que apresentam as maiores velocidades de ventos para a geração de energia”.
A energia eólica é uma fonte alternativa de energia limpa, renovável, ou seja que não se esgota, diferentemente das fontes térmicas de combustíveis fósseis, que além dos custos com combustível, geram gases de efeito estufa. “A eólica apresenta características de geração distribuída, o que reduz perdas na transmissão e a necessidade de investimentos de ampliação da rede”, diz a pesquisadora. “Além disso, os regimes de ventos apresentam sinais de complementaridade com o regime de hidrologia, preservando os níveis de armazenamento”.
Juliana observa que existem fábricas de pás e turbinas eólicas no Brasil, apesar de alguns materiais serem importados para a construção dos parques. “Nos últimos leilões de energia que contaram com fontes eólicas, em 2009 e 2010, houve uma maior participação da tecnologia e também redução em seus preços”, completa.
Reportagem de Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate
As turbinas movidas pela força dos ventos (eólicas) são uma fonte limpa e renovável de energia, porém não constam como prioridade nos planos oficiais de geração energética, revela pesquisa do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP. A capacidade atual instalada é de 1 Gigawatt (GW), o que representa apenas 0,88% do total da energia disponível no Brasil. O trabalho da pesquisadora Juliana Chade mostra que os planos existentes podem aumentar essa capacidade para 6 GW até 2019, muito abaixo do potencial eólico do País, estimado em 143 GW.
O plano decenal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do governo federal, insere a energia eólica como alternativa ao atendimento da carga. “Ele prevê uma capacidade instalada de aproximadamente 6 GW em 2019”, afirma a pesquisadora. “Entretanto, o plano energético oficial, com horizonte até 2030, elaborado pela EPE, dá ênfase à geração térmica, ao gás natural, carvão e nuclear, como alternativa de complementação à geração hídrica”. A pesquisa foi orientada pelo professor Ildo Sauer, do IEE.
De acordo com Juliana, o custo do investimento pode ser a maior dificuldade para a inserção da energia eólica no Brasil. “Mas os custos tendem a ser reduzidos com o aprendizado da tecnologia e incentivos governamentais”, destaca. “Outra dificuldade seria a falta de histórico de medição de ventos, pois dados de medição de longo prazo conduzem a projetos mais eficientes e com menos risco de incerteza na previsão de geração.”
A pesquisadora lembra que o Brasil possui pouco histórico com a tecnologia eólica e necessita treinar pessoas para manutenção e operação das usinas. “É preciso uma estratégia de inserção de fontes eólicas por meio de pacotes de fornecimento com a progressiva nacionalização da cadeia produtiva”, sugere. “Além disso, deve haver mecanismos de mobilidade de ciência e tecnologia para desenvolvimento da infraestrutura e logística, com programas de incentivos tecnológicos, recursos humanos, pesquisa, materiais, componentes, a fim de se obter ganho de escala na indústria”.
Ventos
Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro Brasileiro de Referência para as Energias Solar e Eólica (CRESESB) do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel) das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), o Brasil possui um potencial eólico de 143 GW, valor analisado em 2001, quando haviam menores torres e ventos a 50 metros (m) de altura. “Hoje há torres mais altas, o que aumentaria o potencial estudado”, conta Juliana. “A região Nordeste possui aproximadamente metade do potencial do Brasil, outra região que se destaca é o litoral e interior do Rio Grande do Sul, que apresentam as maiores velocidades de ventos para a geração de energia”.
A energia eólica é uma fonte alternativa de energia limpa, renovável, ou seja que não se esgota, diferentemente das fontes térmicas de combustíveis fósseis, que além dos custos com combustível, geram gases de efeito estufa. “A eólica apresenta características de geração distribuída, o que reduz perdas na transmissão e a necessidade de investimentos de ampliação da rede”, diz a pesquisadora. “Além disso, os regimes de ventos apresentam sinais de complementaridade com o regime de hidrologia, preservando os níveis de armazenamento”.
Juliana observa que existem fábricas de pás e turbinas eólicas no Brasil, apesar de alguns materiais serem importados para a construção dos parques. “Nos últimos leilões de energia que contaram com fontes eólicas, em 2009 e 2010, houve uma maior participação da tecnologia e também redução em seus preços”, completa.
Reportagem de Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos estão previstos na Lei 12.305/2010 e no Decreto 7.404/2010 e para alguns setores tanto dos serviços públicos como da iniciativa privada é indispensável a sua adoção. Os resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, indústrias, saúde, mineração, construção civil, serviços de transporte, atividades agrossilvopastoris, serviços e comércio que gerem resíduos perigosos ou não considerados como resíduos domiciliares pelo poder público municipal devem apresentar planos de gerenciamento, inclusive como parte integrante dos processos de licenciamento ambiental dos empreendimentos ou atividades.
Os empreendimentos localizados em um mesmo condomínio, município, microrregião, regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas que exerçam atividades características em um mesmo setor produtivo e possuam mecanismos formalizados de gestão coletiva ou cooperação, podem apresentar o plano de gerenciamento de modo coletivo e integrado. As atividades devem estar individualizadas e os resíduos gerados indicados, assim como as ações e responsabilidades de cada um dos geradores.
A descrição dos empreendimentos ou atividades, o diagnóstico dos resíduos gerados ou administrados com origem, volume e caracterização, inclusive passivos ambientais, definição de procedimentos operacionais e das etapas de gerenciamento e seus responsáveis, identificação de soluções consorciadas ou compartilhadas, ações preventivas e corretivas em casos de acidentes ou má gestão, metas e procedimentos para a minimização dos resíduos são conteúdos indispensáveis aos planos de gerenciamento.
Outros itens importantes são ações relacionadas com a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (Lei 12.305/2010, artigo 31), ações corretivas dos passivos ambientais, periodicidade da revisão e atualização dos planos, que devem estar de acordo com a vigência da respectiva Licença de Operação do órgão ambiental responsável, conformidade com o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e com as normas do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária) e SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária). A inexistência de plano municipal não impede a elaboração, implantação e operacionalização de plano de gerenciamento específico.
As cooperativas e associações que atuam no setor de reciclagem e reutilização de resíduos sólidos, as microempresas e empresas de pequeno porte que não produzam resíduos perigosos terão normas próprias sobre as exigências e conteúdos dos seus planos de gerenciamento, sendo que poderão estar inseridos no plano de gerenciamento das empresas com que operam de modo integrado, desde que estas estejam localizadas na mesma área de abrangência do órgão responsável pelo licenciamento ambiental.
As informações sobre a implantação e operacionalização dos planos de gerenciamento serão disponibilizadas aos órgãos municipais e licenciadores e atualizadas anualmente. Estas informações serão repassadas ao SINIR (Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos).
REFERÊNCIAS:
- Lei 12.305/2010, artigos 20 a 24;
- Decreto 7.404/2010, artigos 55 a 63.
Antonio Silvio Hendges, articulista do EcoDebate, é Professor de Ciências e Biologia no RS. Email: as.hendges{at}gmail.com EcoDebate, 21/06/2011
Escova de dentes orgânica substitui tradicional feita de plástico
Inspirada no Miswak, escova de dentes natural usada na antiguidade, a jovem libanesa Leen Sadder desenvolveu a THIS, um protótipo de escova de dentes natural, biodegradável, que utiliza um ramo de árvore para higienizar a boca.
Sadder, estudante de design, foi estimulada por seu professor assim como seus colegas, a redesenhar a primeira coisa que fosse jogada fora por eles depois da aula. Ela acabou jogando no lixo um tubo vazio de pasta de dentes.
A pequisa da estudante começou com a exploração da história da pasta de dentes, sua relação com a escova de dentes, as diferentes características que transporta, bem como os hábitos humanos relacionados a ela. Vários protótipos foram testados em torno de uma série de assuntos relacionados ao tema, quando, finalmente, a pesquisa lhe deu uma ideia quando a estudante encontrou a “escova de dente de pau” chamada Miswak.
O Miswak é um galho de limpeza de dente utilizados principalmente no Oriente Médio, Paquistão e Índia. Tradicionalmente, o topo é arrancado a cada uso para revelar cerdas macias semelhante ao de uma escova de dentes tradicional.
Inspirada no graveto, surgiu a ideia da escova de dente “THIS” que tem como objetivo reinventar e promover o Miswak como um substituto orgânico, biodegradável, portátil e mais benéfico que o creme dental e a escova de dentes tradicional.
O maior desafio da estudante foi descobrir como empacotar e comercializar o galho para o público contemporâneo, que não iria se divertir com a ideia de morder e arrancar a parte superior do galho, a fim de usá-lo. A solução para isso foi criar um cortador, como os usados para cortar charuto que descasca a camada exterior para revelar as cerdas naturais e fatiás-las após o uso. Ele também protege o graveto de germes e micróbios.
Para promover a THIS, a estudante utilizou fotografias contrastantes de gravetos e escovas de dentes, e elaborou uma campanha on-line que oferecia mais uma escova, na compra de uma THIS, para ser doada a um país em desenvolvimento.
Sadder que desenvolveu o primeiro protótipo da ideia afirma e comprova que é possível higienizar a boca de maneira eficaz e bem tranquila, diferente do que se imagina, utilizando um ramo de árvore.
Algumas pesquisas sugerem que um miswak, se usado corretamente, oferece resultados superiores em comparação ao uso de uma escova de dentes convencional. Com informações do Behance Network.
A hora e a vez das energias renováveis
O Estado de S. Paulo |
José Goldemberg |
O desastre nuclear de Fukushima abriu caminho para uma reavaliação do papel da energia nuclear no mundo e de outras opções para produção de energia que poderão substituí-laO desastre nuclear de Fukushima abriu caminho para uma reavaliação do papel da energia nuclear no mundo e de outras opções para produção de energia que poderão substituí-la. Essas opções não serão as mesmas em todos os países. O Japão decidiu dar ênfase maior à eficiência energética, apesar de o país ser muito eficiente; a Alemanha, à energia dos ventos (eólica); e a Suécia, à biomassa. Gás natural será também usado como fonte de energia num período de transição, até que outras energias renováveis - como a captação direta de energia solar - se tornem competitivas. Nesse contexto, o Brasil encontra-se em posição privilegiada, com boa parte do seu potencial hidrelétrico ainda inexplorado e, sobretudo, com o uso da biomassa, que em nosso país significa etanol da cana-de-açúcar na Região Sudeste e produção de eletricidade. No que se refere à hidreletricidade, quer em pequenas centrais hidrelétricas ou em grandes empreendimentos, o que tem impedido a sua expansão é uma combinação de projetos mal formulados pelos empreendedores e um comportamento passivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) fez, com grande atraso, o levantamento de pelo menos 20 empreendimentos hidrelétricos em várias regiões do País, incluindo a Amazônia, com potencia total de 32 milhões de quilowatts. Há cerca de 16 milhões de quilowatts disponíveis na Amazônia, além de Belo Monte. São locais onde é possível construir hidrelétricas de porte médio, de 500 a 1.000 megawatts, que não causarão grandes impactos ambientais. Seria importante analisar se nesses locais não se poderiam também prever reservatórios que regularizassem o curso dos rios e armazenassem água para os períodos secos. Um dos grandes problemas do setor elétrico brasileiro - a principal causa do desastroso racionamento de 2001 - se deve ao fato de que, desde 1986, as usinas hidrelétricas construídas no País não têm reservatórios para evitar o alagamento de áreas ribeirinhas. No que se refere às pequenas centrais hidrelétricas - existem centenas no País que deveriam ser aproveitadas -, é indispensável que o Ibama adote um método de licenciamento simplificado e deixe de tratá-las como se fossem grandes empreendimentos. Mais ainda, os órgãos licenciadores deveriam ser mais proativos, ajudando os empreendedores a melhorar os seus projetos, já que esses órgãos (nos Estados e em Brasília) são os que têm melhores técnicos. Uma maior cooperação do Ministério Público também ajudaria, o que significa mais diálogo entre os diversos atores envolvidos. Na área de cana-de-açúcar, grandes progressos podem ser feitos para manter na matriz energética uma grande parcela de renováveis, tanto na produção de álcool como na produção de eletricidade. Atualmente, metade da gasolina que se consumiria no País, se o programa do álcool não existisse, já foi substituída por etanol, mas é preciso progredir mais nesse sentido. Graças à introdução dos automóveis "flexfuel", em 2003, mais de 90% dos carros novos são desse tipo e, a prosseguir essa tendência, o álcool substituirá 80% ou 90% da gasolina até o ano 2020. Isso ajudará muito para que o governo do Estado atinja as metas que adotou com a finalidade de reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento global em 20% até 2020, em comparação com o ano de 2005. A vantagem adicional, nesse caso, é que a substituição de gasolina e óleo diesel por etanol melhora também a qualidade do ar nas grandes metrópoles, porque o etanol da cana-de-açúcar não contém as impurezas que se encontram nos derivados de petróleo. No que se refere a São Paulo, vale lembrar que boa parte da frota de automóveis que circula na cidade é antiga. O que caberia, aqui, são medidas da Prefeitura para "aposentar" os carros mais antigos e encorajar a sua substituição por automóveis "flexfuel". Essa estratégia tem sido usada em outros países onde se usa gasolina para modernizar a frota circulante: os carros mais modernos são mais eficientes e consomem menos combustível por quilômetro rodado. "Modernizar" a frota com carros "flexfuel" tem uma vantagem adicional: o etanol é um combustível renovável, de modo que o resultado que se deseja, que é o de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, é alcançado mais rapidamente. A modernização pode ser encorajada reduzindo o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) dos carros "flexfuel" e auxiliando proprietários de veículos antigos a trocá-los por novos com financiamentos atraentes. Em alguns países o governo compra os veículos antigos para sucateá-los. Acelerar o aumento da frota "flexfuel" de automóveis teria a vantagem adicional de fazer crescer o consumo de álcool e ajudar o setor produtivo a superar as dificuldades que tem atravessado nos últimos anos. Com o aumento da produção de etanol, aumentaria também a quantidade de bagaço disponível para gerar eletricidade, o que complementaria a geração hidrelétrica. Finalmente, no que se refere à utilização de energia eólica para a produção de eletricidade, os leilões realizados para esse tipo de energia têm levado a uma redução dos preços da energia produzida. Com isso a participação da energia eólica deve aumentar muito até 2020. Como reconhece agora a EPE no seu novo Plano Decenal de Expansão de Energia. A intermitência dos ventos, que era considerada um problema, foi totalmente superada pelas tecnologias modernas. Só para dar um exemplo, o sistema elétrico da Espanha tem cerca de 20 mil fontes de energia (a maioria proveniente de pequenos grupos de energia eólica) e funciona muito satisfatoriamente. Não é por falta de opções que poderia ocorrer uma crise de energia no País. |
Ban Ki-moon fala sobre papel do Brasil no combate ao aquecimento global
Em visita ao Brasil na última semana o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, aproveitou a oportunidade para mostrar a importância que o país tem no combate ao aquecimento global.
Neste sentido, o principal foco de esforços brasileiros deve ser o controle do desmatamento da floresta Amazônica, segundo o secretário. Essa preocupação, no entanto, não deve ser somente das autoridades nacionais, mas sim de todos os países, conforme explicado por ele.
“Espero que o governo brasileiro, o Parlamento, todas as indústrias alimentícias e comunidades envolvidas discutam esse assunto sinceramente e seriamente, tendo em mente que esta não é uma questão brasileira, é uma questão global”, informou Ban Ki-moon em declaração aos jornalistas na última sexta-feira (17).
O secretário acredita que o combate ao desmatamento no Brasil pode resultar em ações positivas e de contenção aos impactos globais em outros países. Para ele, essa precisa ser uma tendência, já que “o desmatamento mundial representa 20% das emissões de gases de efeito estufa”.
Na ocasião a autoridade da ONU também falou sobre outros pontos de preocupação, como a segurança, e declarou interesse em ser reeleito para prosseguir por mais cinco anos no cargo que ocupa atualmente. Além disso, Ban Ki-moon já informou quais seriam suas maiores preocupações em um próximo mandato e uma delas é a construção de acordos para a Conferência de Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, a ser realizada em 2012. Com informações do Estadão.
Novos aviões “orgânicos”: tecnologia amiga do ambiente
O futuro dos aviões será cultivado organicamente. O banco em que você estará sentado nos voos poderá ser feito de plantas, e o combustível produzido com óleo de sementes e até algas. Materiais não renováveis como plástico ou metal não estarão presentes nesses aviões do futuro.
Voar pode ser a solução para a escassez dos recursos naturais: viajando no céu, longe das estradas, o chão pode ser utilizado para a agricultura e para a preservação do meio-ambiente.
O avião orgânico é inspirador em um momento de grandes desafios enfrentados pela indústria da aviação, como a superlotação nos céus. A previsão é a de o tráfego aéreo cresça cinco vezes ao longo das próximas décadas.
Além disso, as companhias aéreas terão que atender uma clientela cada vez mais exigente, já que até 2050 a população deverá quase dobrar para mais de nove milhões de pessoas.
Pensando nos jovens, cientistas pretendem desenvolver uma nova maneira de voar, barata, eficiente e sustentável, claro. Aliando a tecnologia atual aos desejos de rapidez e segurança, a empresa Airbus deve lançar uma cabine semelhante a um carro voador, que ajudaria a escapar das ruas congestionadas das grandes cidades.
O carro voador seria composto de leves e fortes materiais, teto transparente e até inteligência artificial para se adaptar as necessidades do usuário.
A questão mais complexa até agora é o preço. Viajar para qualquer lugar no seu país e do mundo, de forma rápida e segura, parece possível com o avanço das tecnologias. Mas mesmo quando for lançado, o veículo voador ainda estará longe do poder aquisitivo da maior parte da população.[BCC]
O sol pode amenizar o aquecimento global?
Revista ISTOÉ |
André JuliãoCientistas americanos afirmam que um novo período de baixa atividade do astro deve reduzir as temperaturas na TerraOs estudos analisam dados do interior, superfície e atmosfera superior do astro e concluem que o próximo ciclo solar – que define, entre outros, o calor que ele emite – vai acontecer com pelo menos dois anos de atraso, se é que vai acontecer. O sol está em constante atividade, com o material interno indo para o exterior a cada 11 anos. O próximo desses eventos, previsto para se iniciar em 2020, só começaria em 2022. O fenômeno pode ser detectado pela observação das chamadas manchas solares. Trata-se do material que se resfria quando chega à superfície do Sol e se torna mais claro. Já no século 17, os astrônomos Galileu Galilei e Giovanni Cassini rastrearam as manchas com telescópios especiais e registraram a ausência de atividade durante o Mínimo de Maunder. Na mesma época, cientistas reconheceram que essa movimentação acontece em ciclos regulares. Estamos agora no ciclo 24, com um máximo de atividade solar previsto para 2013. Apesar da aparente regularidade, os cientistas concordam que é imprudente cravar qualquer previsão quanto à atividade de um astro literalmente imprevisível. “Os estudos sobre o Sol são muito recentes e ainda precisamos presenciar mais eventos para testar novas teorias”, diz o astrônomo Victor D’Ávila, do Observatório Nacional. “Será um evento excitante”, disse à ISTOÉ Matt Penn, do National Solar Observatory, nos EUA, autor de um dos estudos. “Temos a chance de presenciar um comportamento nunca antes visto”, afirma. O pesquisador é cauteloso ao comentar a possível influência da atividade solar na temperatura da Terra. “Não sou cientista climático. Mas meus conhecimentos dizem que o Sol controla o clima terrestre de uma maneira muito complexa: o aquecimento gera entrada de calor no planeta, mas a radiação solar muda a nossa atmosfera e controla também a saída desse calor”, explica. Como pontuou o especialista em ciência da revista americana “Wired”, Brandon Keim, estudos anteriores já haviam sugerido que a Pequena Idade do Gelo pode ter sido resultado da atividade vulcânica, que cobriu os céus de cinzas e limitou os raios solares que normalmente penetram na atmosfera. Um estudo de 2001, publicado na revista especializada “Science”, mostra que a atividade solar reduzida contribuiu para a diminuição da temperatura terrestre em meras frações de grau. No ano passado, em outro estudo, Georg Fuelner e Stefan Rahmstorf, do Instituto de Pesquisa em Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha, se propuseram a responder o que aconteceria à Terra se um novo período de baixa atividade solar ocorresse. A resposta: o futuro será muito mais quente, com ou sem um novo Mínimo de Maunder. “Outro evento desses não é páreo para o aquecimento causado pelos gases de efeito estufa”, concluíram os cientistas. O climatologista Michael Mann, um dos autores do estudo de 2001, exemplifica do seguinte modo. “O efeito estufa hoje equivale a 2 watts de energia iluminando cada metro quadrado da superfície da Terra. É como uma árvore de Natal a cada metro quadrado. No meio do século, esses 2 watts serão 4”, diz. “O impacto máximo do Sol é de 0,2 watt por metro quadrado.” Não será o Sol uma solução milagrosa para o aquecimento do planeta. A saída deve continuar por nossa conta. |
De pacto em pacto - Miriam Leitão
Coluna no GLOBO
O crime se infiltra na Amazônia, mesmo nas instituições criadas pra combatê-lo. Os elos se misturam e fortalecem a corrente que abate diariamente a floresta. A cada reportagem, um flagrante; a cada estudo, uma nova prova do velho problema: a mistura do legal com o ilegal na cadeia produtiva vai lavando os crimes. O Brasil avança no combate, mas é mais lento que o crime.O Observatório Social divulgou esta semana outro estudo que começou num local emblemático: Nova Ipixuna, Pará. Lá, desembarcaram em março dois repórteres, Marques Casara e Sergio Vignes. Lá, em maio, foram assassinados dois ambientalistas, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo. Os jornalistas investigavam o crime de uso de carvão vegetal ilegal na cadeia produtiva do aço, encontraram fornos ilegais e constataram, pelo cruzamento de dados, que as siderúrgicas do Pólo de Carajás estão usando carvão ilegal. José Cláudio e Maria denunciavam o desmatamento ilegal e foram mortos depois de avisarem que estavam marcados para morrer.
O país avança; aos poucos. O progresso usa a estratégia de construir redes de constrangimento e pressão sobre os criminosos. Mas os elos da cadeia do crime têm sido persistentes e há momentos em que se pensa que eles vencerão no final.
No documento do Observatório Social, como em outros que já foram divulgados com o mesmo objetivo, há motivos para desânimo e alívio. A boa notícia é que outras investigações que mostravam a conexão entre grandes empresas e os crimes trabalhistas e ambientais acabaram provocando pactos que permitiram avanços no combate ao trabalho escravo e degradante e ao desmatamento ilegal. Foi com movimentos assim que empresários, ONGs, governos, OIT, Ministério Público assinaram o pacto contra o trabalho escravo em 2004. Ele diminuiu o número de casos; mas não acabou com o absurdo. Houve denúncia contra a soja brasileira; compradores internacionais pressionaram, foi assinada a moratória da soja. Através dela as grandes empresas do setor se comprometeram a não comprar soja de área de desmatamento recente. Houve denúncias de que os grandes frigoríficos compram rebanhos que pastam em áreas desmatadas ilegalmente. Os supermercados foram cobrados pelos consumidores. Alguns aderiram ao compromisso contra a carne de desmatamento; outros, não. O Ministério Público iniciou então a campanha da Carne Legal. Impactantes anúncios mostravam a ligação entre o prato do consumidor e a prática ilegal. Tudo isso vai empurrando o país para a legalidade, apesar de todas as forças que se unem para manter o atraso.
Há casos revoltantes de políticos impunes ou cúmplices; de atrasos inaceitáveis em julgamentos; de perseguição a funcionários do Ministério do Trabalho ou do Ibama que apenas querem que a lei seja cumprida; de denúncias do Ministério Público não levadas em conta; de empresas que fazem vista grossa porque assim reduzem o preço dos seus insumos. De vez em quando o Brasil avança.
Um desses passos à frente foi dado quando houve a primeira denúncia contra trabalho escravo e desmatamento ilegal na indústria siderúrgica brasileira. O centro do problema era em Carajás. Ainda é. Foi criado depois da denúncia sobre os “Escravos do Aço” o Instituto Carvão Cidadão. O objetivo do ICC é exigir que todas as siderúrgicas de Carajás se comprometam a não comprar carvão ilegal, e a verificar se seus fornecedores respeitam as leis trabalhistas, garantem equipamentos de proteção aos operários e usam madeira de extração legal. Houve avanços.
O Observatório Social voltou lá em março e constatou que o crime continua. Marques Casara me disse no programa Espaço Aberto, da Globonews, que algumas das siderúrgicas locais não cumprem o que elas mesmas prometeram e lavam o crime na sua produção. Como? Misturando carvão legal, cascas de babaçu e carvão produzido em fornos ilegais. Tudo misturado faz a liga do ferrogusa que depois é exportado: 90% dos produtos de siderúrgicas como a Sidepar e Cosipar são comprados por grandes consumidoras e traders de aço como a ThyssenKrupp, NMT e Nucor Corporation. Empresas que fornecem para as grandes montadoras de automóveis americanas.
A diretora de sustentabilidade do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, me disse que as produtoras de ferro-gusa do Pólo de Carajás não fazem parte da associação, que reúne apenas as grandes indústrias siderúrgicas do país. Ela garante que todo o carvão usado pelas empresas do Instituto Aço Brasil vem de florestas plantadas ou de manejo. E de fato não são elas as acusadas neste estudo. Para se separar das empresas desse grupo é que o antigo Instituto Brasileiro de Siderurgia trocou o nome para Instituto Aço Brasil.
Segundo Casara, a Vale foi procurada antes da divulgação do estudo. Ela é a única fornecedora de minério de ferro para as guseiras do Pará. A empresa disse que vai investigar a denúncia. Em outros momentos a Vale assinou pactos e assumiu compromissos de só fornecer a guseiras que não usam carvão ilegal. Tomara que a Vale investigue logo. Pelos dados do relatório, como se viu na imprensa, se forem cruzados os montantes de ferro-gusa produzido com o total de carvão legal registrado fica claro que grande parte do carvão é ilegal. Só em Nova Ipixuna os dois repórteres encontraram 500 fornos ilegais.
Toda vez que uma investigação ilumina a cadeia produtiva lá encontra os elos da cadeia do crime trabalhista e ambiental. A cada empurrão o Brasil avança um pouco. Essa é a esperança.
Toda vez que uma investigação ilumina a cadeia produtiva lá encontra os elos da cadeia do crime trabalhista e ambiental. A cada empurrão o Brasil avança um pouco. Essa é a esperança.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Decoradora premiada trabalha exclusivamente com garrafas PET
“Não adianta você só separar o lixo, é preciso dar um jeito nele”. Rosely Castanho Pignataro é daquelas pessoas que não se limitam em falar, mas praticam o que dizem. É com muita habilidade que ela separa as garrafas PET e reutiliza cada pequena parte do item plástico para fazer suas decorações.
Para Rosely não existe nada perdido, diversas coisas que aparentemente perderam a utilidade são transformadas e revitalizadas em suas mãos. Ela começou a exercer a atividade de decoradora por acaso, era somente para conseguir enfeitar o prédio onde mora, sem gastar muito dinheiro. A solução para o problema financeiro foi reaproveitar as garrafas PET que iriam para o lixo.
A decoração despretenciosa foi eleita como a mais bela da capital paulista, por um concurso da Globo, chamado Brilha São Paulo, que foi extinto na época em que a cidade sofreu com o apagão. Rosely nem sabia que a sua decoração estava na lista do concurso, já que sua filha havia feito a inscrição em segredo. E a atividade que surgiu somente como “quebra-galho” virou coisa séria, remunerada, importante para Rosely e mais importante ainda para o meio ambiente.
Rosely era tradutora e professora de inglês, mas a profissão, que ela praticou por grande parte de sua vida, nunca lhe trouxe tanta alegria como o trabalho com decorações feitas com garrafas PET. “Eu coloco a minha vida nisso”, assim ela explica a importância da reciclagem e do trabalho artesanal.
O trabalho de Rosely não consiste apenas em pensar e elaborar o tipo de decoração, mas principalmente em estabelecer uma maneira de fazer tudo utilizando garrafas PET. A artesã conta com apenas três funcionários “parciais” - o faxineiro, o porteiro e o zelador do seu condomínio - e o espaço do salão de festas, para fazer decorações para as mais diversas datas comemorativas. Já foram dias das mães, páscoa, festas juninas, copa, mas a época preferida e mais trabalhosa é, sem dúvida, o natal.
As garrafas, principais matérias-primas usadas por Rosely, foram inventadas em 1970 nos Estados Unidos e só passaram a ser recicladas em 1990. Elas chegaram ao Brasil em 1988 e hoje, 68% de todo o refrigerante que é produzido aqui vem embalado em garrafas PET. De toda essa produção, pouco mais da metade é reciclado. Em 2008, o índice de reciclagem foi de 54,8%, ou seja, praticamente 209 mil toneladas de PET foram descartadas inadequadamente. Por causa do pouco desenvolvimento da indústria de reciclagem no Brasil, o país deixa de lucrar anualmente R$ 8 bilhões.
Em sua primeira “obra de arte” de garrafas PET, Rosely usou duas mil garrafas, hoje, após dez anos de trabalho, são utilizadas anualmente dez mil garrafas. Todo o material é obtido através de doações da comunidade. A ex-tradutora diz que a população é muito solícita em doar garrafas, inclusive chega umperíodo em que ela já tem material suficiente e é obrigada a rejeitar parte das doações.
Receber prêmios por sua decoração é algo comum e para Rosely essa não é a melhor recompensa. O que a deixa mais feliz é poder ver as pessoas alegres com os enfeites e a possibilidade de aliar tudo isso à reciclagem. Somente com a decoração de natal, ela impede que meia tonelada de garrafas plásticas seja descartada indevidamente. Os resíduos que permaneceriam em lixões, rios, oceanos ou nas ruas, por mais de 300 anos, deixam de ser lixo e viram arte.
Até o ano retrasado Rosely ministrava cursos para passar adiante a técnica da decoração com materiais recicláveis. Porém, por causa da grande quantidade de trabalho, ela não tem conseguido conciliar as duas coisas. A artesã garante que essa atividade é rentável e poderia ser olhada com melhores olhos pelo governo, que ao investir em capacitação profissional na área, resolveria dois problemas de uma só vez. Seria possível dar uma profissão a quem está desempregado e diminuir a quantidade de poluição espalhada pela cidade.
O natal deste ano será agitado para Rosely, que tem que dar conta da decoração de uma escola e mais três condomínios. Por causa dos lindos enfeites, que contagiam famílias e se tornou ponto turístico da região, o prédio onde a artesã mora foi apelidado por uma de suas amigas de “Disneylândia da Mooca”. Mais do que diversão, as decorações trazem a essência de conscientização e uma proposta muito boa e simples para solucionar o destino dos resíduos sólidos que nós produzimos diariamente.
Por Thaís Teisen - Redação CicloVivo
Aprenda a fazer um vaso com embalagens de leite e coadores de café usados
Confira o passo a passo para fazer o vaso l Imagem: Gabriela Gonçalves / Planeta Sustentável
A educadora Bete Magagnin, em divulgação feita no site do Planeta Sustentável, ensinou uma maneira de dar um novo destino aos resíduos produzidos a partir de um café da manhã. A caixa de leite e o filtro de café podem ser transformados em um vaso personalizado.
O modo de preparo é simples, são apenas oito passos, e os materiais necessários também. Acompanhe as dicas abaixo e faça um vaso único que beneficiará o meio ambiente e ainda pode ser lucrativo.
Materiais:
- 10 filtros de papel de café usados; tesoura; cola branca
- 1 escova de dentes velha; 4 caixas de leite vazias
- Eva ou cartolina para o molde; papelão; régua
- Caneta; pincel; fita crepe; revista ou jornal picado
O preparo começa com um cuidado específico com os filtros de café. Eles devem ser pendurados no varal logo após o uso. Quando estiverem secos é preciso abri-los pela costura para que seja retirado o excesso da borra, usando a escova.
As caixas de leite também precisam ser abertas. Para isso devem ser recortadas as partes de cima e de baixo, e um dos lados da caixa. Todas as caixas devem ser cortadas em tamanho e formato iguais. Portanto, antes de cortá-las é preciso definir o molde e fazê-lo em EVA ou cartolina.
Duas caixas de leite devem ser dobradas ao meio e coladas nas laterais com as outras duas caixas que permaneceram planas. Elas devem ser colocadas de maneira alternada. Feito isso, o vaso pode ser aberto com a mão e aos poucos a criação vai tomando formato.
O papelão será usado para ser a base do vaso. Para que ele seja cortado no tamanho prefeito para isso, é preciso abrir as laterais e usá-las como molde. Após recortado ele também pode ser fixado com a fita crepe.
Nesse estágio o vaso já tomou forma, mas é preciso dar um acabamento específico para que ele fique resistente e bonito. É justamente neste pondo que entram os recortes de revista e jornal. Eles devem ser colados com cola branca, em volta de todo o vaso. Isso deve ser repetido quatro vezes, para que sejam feitas quatro camadas de proteção.
Os filtros de café entram logo a seguir, como acabamento. Eles também são colados no entorno do vaso, dando ao artesanato uma aparência antiga. Para impermeabilizar uma opção é passar uma camada de cola, assim que os filtros estiverem secos.
O passo a passo completo está disponível na galeria acima. Com informações do Planeta Sustentável.
Redação CicloVivo
Aprenda a fazer uma carteira reutilizando embalagem tetra pak
A teoria dos 3 R’s (reduzir, reciclar e reutilizar) é a solução para boa parte dos resíduos que nós costumamos descartar diariamente. O terceiro conceito, reutilizar, nada mais é do que transformar coisas velhas em artefatos novos. Quase tudo pode ter uma nova utilidade, exemplo disso é a transformação de uma embalagem tetra pak em uma carteira.
A vantagem de reutilizar é poder transformar algo que iria para o lixo em uma coisa personalizada e totalmente diferente. A carteira de embalagens de tetra pak é simples de ser feita, evita danos ao meio ambiente e é muito útil.
Para começar, é preciso limpar todos os resíduos que estiverem na embalagem e abrir os vincos nas laterais, para poder achatar o “pacote”. Esse tipo de matéria-prima pode ser transformado em um porta moedas ou em uma carteira. Para fazer a primeira opção, o ideal é que sejam usadas embalagens de suco, que são mais estreitas. As carteiras devem ser feitas com embalagens de leite.
Os materiais necessários são: uma caixa de leite ou suco vazia, cola instantânea, tesoura ou estilete, papel autocolante, régua e velcro. Primeiro as extremidades, de cima e de baixo devem ser cortadas. As laterais são cortadas na sequência, formando uma aba superior, depois elas devem ser colocadas para dentro e a embalagem dobrada ao meio.
Quando chega nesse passo, a carteira já está tomando forma e então basta só encapá-la com o papel escolhido e colocar o velcro como fecho para finalizar. Na galeria ao lado é possível visualizar as fotos e o passo a passo detalhado.
Informações e imagens da Revista Criativa
Aprenda a fazer vassouras de garrafa PET
Você já ouviu falar em vassoura feita de garrafas PET? Essa é a dica de hoje do CicloVivo. A fabricação da vassoura é totalmente artesanal, simples e sustentável.
Você vai precisar de: 18 garrafas PET, cabo de vassoura, tesoura, estilete, furador, arame, martelo e pregos.
Depois de separados os materiais, o primeiro passo é retirar o rótulo e o fundo de todas as garrafas. Dezessete delas serão cortadas em tirinhas e somente uma dessas não terá o gargalo retirado.
Feito isso, passamos para a outra etapa. Vamos usar somente a parte de cima, daquela garrafa que ainda está intacta, para darmos o acabamento. Todas as outras que foram cortadas devem ser encaixadas e presas por um arame que fixe todas elas.
A partir daí é só fixar o cabo, com dois pregos e a vassoura está pronta!
Veja na galeria o passo a passo, para tornar a sua experiência artesanal mais simples.
Fontes: Recicloteca / Revista Artesanato
7 ideias de reutilização de garrafas PET
As garrafas PET começaram a ser comercializadas na década de 70. Somente após dez anos do início da fabricação em larga escala, é que esse produto começou aos poucos a ser inserido entre os materiais reciclados, nos EUA e Canadá. Inicialmente, as garrafas eram transformadas em enchimentos para almofadas. A melhoria na qualidade da fibra de PET proporcionou outras aplicações, como tecidos e garrafas para produtos não alimentícios.
Os impactos causados pelas garrafas plásticas são inúmeros e vão desde a fabricação, com a extração do petróleo, até o seu descarte. O período médio para a decomposição desse material gira em torno de 800 anos.
A reciclagem é de extrema importância para que os impactos causados na natureza, pela fabricação do plástico, sejam minimizados. Hoje, as indústrias conseguem transformar o material reciclado em tecidos ou fazer novas embalagens.
Entre as vantagens da reciclagem está a redução do volume de lixo nos aterros, economia de energia e petróleo, geração de empregos e redução no valor dos produtos originados a partir dos reciclados.
Infelizmente a reciclagem não consegue dar conta de todo o material produzido pelas indústrias. Por isso, os trabalhos artesanais também são ótimas alternativas para diminuir a quantidade de plástico descartada.
Veja as fotos.
Os impactos causados pelas garrafas plásticas são inúmeros e vão desde a fabricação, com a extração do petróleo, até o seu descarte. O período médio para a decomposição desse material gira em torno de 800 anos.
A reciclagem é de extrema importância para que os impactos causados na natureza, pela fabricação do plástico, sejam minimizados. Hoje, as indústrias conseguem transformar o material reciclado em tecidos ou fazer novas embalagens.
Entre as vantagens da reciclagem está a redução do volume de lixo nos aterros, economia de energia e petróleo, geração de empregos e redução no valor dos produtos originados a partir dos reciclados.
Infelizmente a reciclagem não consegue dar conta de todo o material produzido pelas indústrias. Por isso, os trabalhos artesanais também são ótimas alternativas para diminuir a quantidade de plástico descartada.
Veja as fotos.
Aprenda como fazer uma técnica simples de compostagem
Separar o lixo que é encaminhado para a coleta seletiva é um ótimo início, mas não é a única coisa que podemos fazer para diminuir a quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários. A maior parte do lixo orgânico produzido em uma residência por ser reaproveitada de maneira simples e bastante útil.
As cascas e talos de alimentos, folhas, flores, pó de café, saquinhos de chá e até a casca de ovo, podem ser destinados à compostagem. Apesar de o nome passar a ideia de que seja um trabalho difícil, fazer o reaproveitamento desses alimentos é bem simples e não necessita de muito espaço. A dica é viável até mesmo para quem mora em apartamento.
Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, a consultora ambiental da ONG Ecomarapendi, Érica Sepúlveda, explicou como passo a passo o processo de compostagem.
A primeira coisa a ser feita é a separação do lixo orgânico, eles correspondem a cerca de 60% dos resíduos produzidos em uma casa. Após ser separado, o ideal é que todo o material orgânico seja picado, para acelerar o processo de decomposição.
Para que seja feita a compostagem é preciso uma caixa plástica com tampa. Érica explica que o ideal é que a caixa tenha de 30 a 40 cm e devem ser feitos furinhos no fundo da caixa. Assim haverá troca de oxigênio e o líquido não ficará acumulado no recipiente.
O preparo da caixa deve ser feito em camadas alternadas, primeiro a de terra e depois o material orgânico. O húmus também é uma ótima alternativa como fonte de microorganismos e pode ser a terceira camada a ser depositada da caixa de decomposição. Minhocas também são ótimas alternativas para serem colocadas na terra.
A dica para evitar o mau cheiro é utilizar a borra do café, que também serve para espantar formigas e outros insetos. Após serem feitas as diversas camadas, a caixa deve ser fechada e é preciso revirar o composto a cada três dias. Se forem usadas minhocas essa etapa não é necessária.
Então é só esperar e em três meses a terra estará adubada e pronta para servir de vitamina para outras plantas. - Com informações do Estadão
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