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domingo, 26 de junho de 2011

Bioplástico: nome é diferente, mas o plástico é o mesmo

As garrafas de Coca-Cola e de Pepsi, mesmo feitas a base de plantas, ainda prejudicam o meio ambiente


Será que o plástico feito com material vegetal é melhor? Em março, a Pepsi divulgou para a imprensa “a primeira garrafa feita 100% a base de plantas, uma garrafa PET feita com fontes renováveis”. Em seguida, a Coca devolveu: “Odwalla, do grupo Coca-Cola é a primeira indústria a comercializar embalagens feitas 100% a base de plantas”. As manchetes seguintes foram ainda mais fortes: “Garrafas da Pepsi: agora sem plástico” (Christian Science Monitor), “Pepsi pressiona mercado com garrafas feitas a base de plantas, uma garrafa 100% sem plástico” (GreenBiz), “Coca-Cola está desenvolvendo garrafas de plástico reciclado e materiais vegetais” (Guardian). No mês passado a Coca-Cola lançou um comercial para sua água mineral Dasani argumentando que a embalagem feita com material vegetal foi desenvolvida para “fazer a diferença”.

Mas, apesar de todo o barulho, as garrafas a base de plantas ainda resultam no velho e conhecido plástico. As empresas simplesmente substituíram combustíveis fósseis (como o petróleo e o gás natural) pelo etanol. E embora o etanol seja renovável e fonte de baixa emissão de carbono, o plástico resultante é quimicamente idêntico ao PET (polietileno tereftalato) ou ao PEAD (polietileno de alta densidade), materiais comumente usados na fabricação de garrafas plásticas. E, uma vez que o material vegetal se torna plástico, eles causam os mesmos impactos ambientais que um plástico feito de combustível fóssil. Ou seja, como não são biodegradáveis, poluem os oceanos e o solo e ainda contaminam os alimentos com químicos que migram da embalagem para o conteúdo interno. “Eles estão simplesmente utilizando plantas para fazer os mesmos polímeros que se encontram em plásticos. Isso não tem efeito nenhum para o meio ambiente”, explica Marcus Eriksen, um dos criadores da 5 Gyres, entidade que estuda a poluição de plástico em áreas como a grande mancha de lixo do Oceano Pacífico.

Eriksen e sua equipe acabam de explorar as cinco maiores correntes do mundo onde o plástico se acumula. Eles acharam plástico se acumulando em várias das ilhas pesquisadas e no estômago de pássaros e peixes mortos que consumiram plástico, pensando se tratar de pequenos peixes ou algas marinhas.

O plástico feito a base de plantas (ou não) prejudica a saúde de humanos da mesma forma. Os perigos de aditivos químicos normalmente usados em sua produção – como ftalatos e bisfenol A – têm sido amplamente divulgados: os dois já foram associados à obesidade, autismo e várias formas de câncer.

“Algumas formulas de bioplásticos usam os mesmos tipos de aditivos que os plásticos feitos com petróleo ou gás natural”, reconhece Melissa Hockstad, vice presidente da SPE (The Society of the Plastics Industry), uma associação de indústrias de plástico dos Estados Unidos. “Algumas empresas estão trabalhando para conseguir alternativas” diz Hockstad. A dúvida é: se as empresas “estão trabalhando no desenvolvimento”, esses bioaditivos ainda não existem?

Notícia originalmente publicada no site Slate do Grupo Washington Post em 14 de junho de 2011.
Por Fernanda Medeiros e Fabiana Dupont, do sítio O Tao do Consumo. EcoDebate.

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César Torres

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