Ecodesign atualmente expressa muito charme entre os “designers” e projetistas de produtos em geral. Objetivamente busca procurar matérias-primas que sejam recicláveis ou utilizar materiais que sejam reaproveitáveis, já disponíveis desenvolvendo produtos de forma que as misturas de materiais não inviabilizem futuros reaproveitamentos.
Com inspirações e motivações envolvendo temas naturais ou temas de reaproveitamento e reciclagem. Embora esta assertiva não seja de domínio hegemônico entre os “ecodesigners”.
O conceito de reaproveitamento implica na utilização do material no estado em que se encontra, enquanto a reciclagem envolve nova industrialização ou transformação do material através de novos processos objetivando atingir uma meta.
Pensar produtos, planejando seu ciclo de vida e futuras possibilidades de reaproveitamento e considerando a possibilidade de utilizar materiais recicláveis é um grande avanço institucional que muitas empresas de vanguarda já adotam. E as empresas já adotam estes conceitos na medida em que percebem disponibilidade de percepção no mercado consumidor, que atribui valor para a iniciativa e em função disto se dispõe a remunerar a iniciativa.
O “ecodesign” faz ampla exploração do marketing institucional decorrente desta postura, numa sociedade cada vez mais ávida de incluir responsabilidades ambientais na sua pauta de consumo e na sua própria escolha de produtos responsáveis e comprometidos. Pelos quais oferece maior remuneração na medida que atribui novos e relevantes valores de comprometimento socioambiental.
Normalmente se associa a idéia de ecodesign ao aproveitamento de materiais e resíduos da fabricação de produtos ou do descarte de produtos e restos sem utilização. Este raciocínio também é correto, a utilização de resíduos e sobras e o reaproveitamento e reciclagem de materiais representa uma fatia muito importante do ecodesign.
No entanto, atualmente, é muito necessário aplicar ao conceito de ciclo de vidas dos produtos, a idéia de que os materiais que serão empregados têm possibilidade de reutilização e a forma com que serão empregados para poder viabilizar em termos econômicos a iniciativa.
Desta forma são ampliadas as possibilidades futuras de descarte em condições de reaproveitamento, facilitando a segregação dos materiais. Isto geralmente representa o critério básico para a viabilização tecnológica, mercadológica e econômica para a reciclagem dos materiais ou sua reutilização.
A idéia é trazer para fases anteriores ao descarte de materiais, os estudos de viabilidade de reaproveitamento. Para que não sejam adotadas soluções de improviso após o término da vida útil do produto. Tudo é perfeitamente pensado e planejado antes do próprio lançamento do produto. Nos países mais desenvolvidos que já adotam certificação ambiental comumente conhecida como um tipo de “selo verde”, estas exigências já fazem parte da própria certificação do produto.
Quando é realizada a concepção das idéias para fabricação dos produtos, já é necessário pensar, planejar e projetar de que formas o material será utilizado e depois separado ou reutilizado em condições econômicas quando for concluído se estágio no ciclo de vida do produto ao qual está sendo inserido.
Dr. Roberto Naime, colunista do Ecodebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
EcoDebate, 22/06/2011
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César Torres